Efeito da atividade física e cafeína no processo de emagrecimento: um estudo piloto Efecto de la actividad física y la cafeína en el proceso de pérdida de peso: un estudio piloto Effect of physical activity and caffeine in fat low processes: a pilot stud |
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*Discente do curso de Educação Física da Universidade Luterana do Brasil de JI-Paraná, CEULJI/ULBRA **Laboratório de Fisiologia do Exercício das Faculdades Integradas Aparício de Carvalho e Faculdades Integradas Metropolitana Eldorado, Porto Velho, Rondônia |
Suzana Cristina Gasques Nogueira* Anna Carina Faria Ferreira-Valentim** João Rafael Valentim-Silva** (Brasil) |
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Resumo Objetivos: O presente estudo teve como objetivo verificar o efeito do exercício cardiovascular associado à cafeína na diminuição da gordura corporal. Metodologia: o grupo voluntário foi composto por sete indivíduos entre vinte e cinqüenta anos (média e desvio padrão) divididos de forma aleatória em dois grupos onde o grupo experimental (CAF) nos dias de atividade foi tratado com 250mg de cafeína vinte minutos antes do inicio da atividade enquanto o grupo controle (PLA) (média e desvio padrão) recebeu placebo. Todos os indivíduos realizaram um programa de ginástica geral por três meses consecutivos por uma hora por sessão. Para se identificar a perda de massa gorda, utilizou-se o método de dobra cutânea antes e após o programa de treinamento. Para o tratamento estatístico utilizou-se o teste U de Mainn-Witney com sensibilidade de 0,05. Resultados: o teste estatístico não notou diferença intra ou intergrupo onde o somatório das dobras cutâneas do grupo controle antes e depois do experimento é de respectivamente 202,7 (dp ± 58,03) e 182,5 (dp ± 59,46) enquanto para o grupo experimental obteve-se 176,6 (dp ± 42,06) e 143,8 (dp ± 54,43). Conclusão: apesar do tratamento estatístico não demonstrar diferenças entre o grupo controle e o grupo experimental, os resultados foram marginais como demonstrado no teste t de students, dessa forma, os dados do presente estudo sugerem que a cafeína pode acentuar o emagrecimento de pessoas submetidas à ginástica geral. Unitermos: Cafeína. Perda de peso. Exercício.
Abstract Objectives: This study aimed to evaluate the effect of cardiovascular exercise associated with caffeine in reducing body fat. Methodology: The volunteer group was composed of seven individuals between twenty and fifty years (mean and standard deviation) divided randomly into two groups where the experimental group (CAF) in the days of activity was treated with 250mg of caffeine twenty minutes before the start activity while the control group (PLA) (mean and standard deviation) received placebo. All subjects performed a gymnastics program for three consecutive months for an hour per session. To identify the loss of fat mass, we used the skinfold method before and after the training program. The statistical test we used the U-Witney Mainn with sensitivity of 0.05. Results: Statistical analysis has not noticed a difference intra-or inter-group where the sum of skinfolds in the control group before and after the experiment are respectively 202.7 (sd ± 58.03) and 182.5 (SD ± 59.46) while for the experimental group was obtained 176.6 (sd ± 42.06) and 143.8 (SD ± 54.43). Conclusion: Although treatment does not show statistical differences between the control and experimental group, the results were marginal as evidenced by the students t test, thus the data from this study suggest that caffeine may enhance the weight loss of people subjected to the general gymnastic. Keywords: Caffeine. Fat low. Exercise.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 163, Diciembre de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Para que a prática de exercícios seja benéfica, tanto em casos dos atletas quanto para os praticantes regulares, são necessários fundamentos básicos para obtenção de resultados positivos, como continuidade e qualidade de treinamento, neste caso qualidade de treinamento, considerando os objetivos do praticante ou do atleta, contando também com fatores como descanso, horas adequadas de sono e uma alimentação que supra as necessidades energéticas destes indivíduos (Garrrett e Kirkendall, 2003).
A utilização de suplementos nutricionais como recursos ergogênicos tem sido empregada por meio de manipulações dietéticas capazes de retardar o aparecimento da fadiga e aumentar o poder contrátil do músculo esquelético e/ou cardíaco, aprimorando, portanto, a capacidade de realizar trabalho físico, ou seja, o desempenho atlético (CLARKSON, 1996).
A cafeína é uma das drogas bastante consumidas em todo o mundo, sendo também encontrada em chás, café, cacau, guaraná, chocolate e nos refrigerantes. Seu consumo, visando a efeitos estimulantes, data de muitos séculos, no entanto, sua utilização por atletas, com a intenção de melhorar a performance, tem se tornado popular nas últimas décadas, devido aos estudos sobre seus efeitos ergogênicos (BRAGA e ALVES, 2000).
A cafeína é rapidamente e eficientemente absorvida quando administrada via oral e parece não afetar as funções gastrointestinais quando consumida em conjunto com outras soluções líquidas (SINCLAIR e GEIGER, 2000). Esta substância pode alcançar concentração máxima na corrente sanguínea entre 15 e 20 minutos após sua ingestão (BERTAZZONI, 2009).
Segundo Maria e Moreira (2007) descrevem que os efeitos da cafeína sobre o comportamento humano causam aumento da capacidade de alerta e redução da fadiga, com isso melhora o desempenho nas atividades que requeiram maior vigilância. Porém quando consumidas em doses muitos elevadas pode ter efeito contrário e afetar negativamente o controle motor, qualidade do sono, podendo ainda causar irritabilidade em indivíduos com quadro de ansiedade.
Acredita-se que a cafeína possua mecanismos de ação central e periférica que podem desencadear importantes alterações metabólicas e fisiológicas, as quais parecem melhorar a performance atlética. (ALTIMARE e MORAES, 2006)
Frente ao exposto anteriormente, o presente estudo buscou demonstrar os efeitos da cafeína durante uma realização de exercício físico continuo, sendo utilizado o exercício aeróbico e caminhada, visando o emagrecimento juntamente com a ingestão da cafeína manipulada, administradas em mulheres escolhidas aleatoriamente na faixa de 20 a 50 anos.
Metodologia
O presente estudo foi submetido para apreciação do Comitê de Ética do CEULJI/ULBRA (Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná/ Universidade Luterana do Brasil) onde forneceu um número de protocolo n.009, onde foi devidamente aprovado, onde nos garantiu que os procedimentos aplicados não causariam nenhum dano à saúde da população investigada, guardando a integridade física, psíquica e moral destes indivíduos, (THOMAS e NELSON, 2002) respeitando-se todas as orientações e da declaração de Helsinque de 1964.
População
Sujeitos de ambos os sexos, com faixa etária de 20 a 50 anos, que realizaram exercícios aeróbicos e caminhadas no complexo esportivo (CEDEL) no município de Ji-Paraná, Estado de Rondônia.
Descrição da amostra
O presente estudo contou com a participação de oito indivíduos do sexo feminino e um do sexo masculino com faixa etária entre 20 a 50 anos, freqüentadores do Complexo Esportivo (CEDEL), no município de Ji-Paraná, Estado de Rondônia, selecionadas de forma aleatória. Foram constituídos dois grupos, compostos de um com cinco e outro com quatro sujeitos, sendo que o primeiro grupo denominado grupo controle realizou a ingestão de placebo composto por ácido ascórbico (vitamina C) antes da prática de exercício físico denominado PLA; o segundo foi o grupo que fez a ingestão de 250mg de cafeína manipulada, de 20 a 30 minutos antes da prática do exercício físico denominado CAF.
Os critérios de inclusão para a participação do presente estudo foram os seguintes: os sujeitos estavam aptos fisicamente; apresentaram faixa etária de 20 a 50 anos. Assim não participaram do estudo aqueles que por ventura se identificaram com algum destes critérios de exclusão descritos a seguir: não possuíam idade mínima de 20 anos e máxima de 50 anos; ou que não desejaram participar como voluntários, onde não houvessem vantagens financeiras; não concordarem com o termo de participação de livre consentimento para a pesquisa; apresentar alguma impossibilidade física para a realização da bateria de exercícios.
Aos participantes foram comunicados de forma verbal, bem como as explicações dos procedimentos que foram adotados no transcorrer das avaliações, juntamente com seus possíveis riscos.
Foi selecionado um grupo de 5 sujeitos como controle que foi tratado com placebo de ácido ascórbico.
Procedimentos
Para a realização desta pesquisa os dados foram coletados no Complexo Esportivo CEDEL e no Centro Universitário Luterano do Brasil - CEULJI/ULBRA, ambos localizados no município de Ji-paraná, Estado de Rondônia. A coleta de dados teve início após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com seres Humanos, do Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná, sendo que o primeiro contato, após a autorização do Secretário de Esportes do município (Anexo I), foi para explicar aos participantes os procedimentos que seriam adotados na pesquisa. Foi entregue para cada participante um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), onde só participou da pesquisa o indivíduo que assinou o termo de compromisso, concordando com a pesquisa (conforme o Anexo II). O TCLE foi recolhido no dia seguinte à distribuição e os procedimentos de coleta foram realizados no próprio local, no caso o Complexo esportivo CEDEL.
Quanto ao período e fatores relacionados à prescrição e realização do exercício físico aeróbio contínuo, vale frisar que o mesmo ocorreu num período de 2 (dois) meses, com freqüência semanal de 3 (três) vezes na semana, e a intensidade, a duração e a distância foram obtidos por meio das fórmulas propostas nesse trabalho, considerando a condição física de cada participante, mensurada nos testes físicos que foram realizados.
A cafeína foi administrada em doses fixas de 250mg. A literatura da área concorda com essa dose tendo-se em vista que a dose média gira entre 3 e 9 mg/kg, portanto perfazendo uma média entre 4 e 6 mg de cafeína por kg de massa corporal.
Já para a realização das medidas antropométricas foi utilizados: uma balança antropométrica da marca Filizola, com precisão de 100g, para obtenção do peso corporal, para tanto os indivíduos ficaram descalços e usando roupas leves, subindo na balança em pé com os olhos voltados para a linha do ‘horizonte’, onde será coletado o peso em quilogramas.
Para a mensuração da estatura os indivíduos avaliados estiveram descalços, de costas para o estadiômetro, na posição ereta, com os calcanhares unidos e com os olhos voltados para a linha do “horizonte”, será coletado a estatura em centímetros, usando para isto um estadiômetro da marca Cescorf, com precisão de 0,1 cm.
O compasso de dobras cutâneas científico, da marca Sanny, com precisão de 0,1 mm, foi utilizado para verificar as dobras cutâneas, onde o indivíduo avaliado permaneceu o tempo todo em pé, exceto na mensuração da perna medial.
Assim, as medidas das dobras cutâneas foram realizadas sempre do lado direito do avaliado e repetidas de duas a três vezes em forma de circuito, dependendo da diferença entre elas. Foi utilizada a média como valor da medida dos valores mais próximos, desde que não possuíssem diferença superior a 5% entre elas. Os procedimentos de localização das dobras foram os seguintes:
A mensuração da dobra cutânea peitoral (PT) foi obtida no sentido da dobra diagonal, localizada no ponto médio entre a linha axilar anterior e o mamilo para o sexo masculino. Já para o sexo feminino utilizou-se o primeiro terço superior.
A mensuração da dobra cutânea Axilar média (AX) foi obtida no sentido da dobra vertical, localizada em cima da linha axilar média ao nível do processo xifóide.
A mensuração da dobra cutânea bíceps (BI) foi obtida no sentido da dobra vertical, localizada na região anterior do braço no ponto meso-umeral.
A mensuração da dobra cutânea coxa (CX) foi obtida no sentido da dobra vertical, localizada na região anterior da coxa no ponto médio entre a prega inguinal e a borda superior da patela.
A mensuração do tríceps foi realizada na face posterior do braço paralelamente ao eixo longitudinal, o avaliado permaneceu com o braço estendido ao longo do corpo, o ponto pinçado será à distância média entre a borda súpero-lateral do acrômio e o olecrânio.
A mensuração da dobra cutânea subescapular foi oblíqua ao eixo longitudinal, onde o ponto pinçado será dois (2) centímetros abaixo do ângulo inferior da escápula.
A dobra cutânea supra-ilíaca foi obtida obliquamente ao eixo longitudinal, onde o ponto pinçado será sobre a linha axilar (média) na metade da distância entre o último arco costal e a crista ilíaca.
Para realização da mensuração da dobra cutânea supra-espinal o avaliador fez a localização da intersecção entre uma linha horizontal, na altura do ponto íleo-cristal e uma oblíqua proveniente da borda axilar anterior destacada num ângulo de 45º (quarenta e cinco graus).
Para se obter a dobra cutânea da perna medial o avaliado ficou sentado, com o joelho em ângulo de 90º (noventa graus) e pé voltado para frente e sem apoio, o ponto pinçado será paralelo ao eixo longitudinal do corpo na proporção de maior volume muscular da perna, com o polegar apoiado no bordo medial da tíbia.
Por fim, para se obter a dobra cutânea do abdômen o avaliado esteve em pé, e a dobra cutânea será obtida a aproximadamente 2 (dois) centímetros à direita da borda lateral da cicatriz umbilical, paralelamente ao eixo longitudinal do corpo.
Para obter a medida de circunferência da perna medial o avaliado ficou em pé, com as pernas levemente abduzidas, o avaliador mensurará o local de maior volume muscular do gastrocnêmico.
A circunferência do braço foi feita com o avaliado em pé, com braço e antebraço flexionados a um ângulo de 90º (noventa graus), a fita métrica será colocada no ponto médio entre o acrômio e o olecrânio, o avaliador coletará a circunferência do braço relaxado, com a outra mão, o avaliado, segurará o punho e contrairá o braço forçando o mesmo em sua própria direção, para que seja coletado a circunferência do braço contraído. Para tais aferições serão usadas uma fita métrica, da marca Sanny, com precisão de 0,1 cm.
Para a realização da aferição do percentual de gordura corporal utilizou-se o protocolo de Pollock & Wilmore (1993) de três dobras cutâneas. Como também, a adiposidade corporal foi estimada através do somatório de dobras cutâneas.
Assim, as variáveis analisadas através dos dados coletados serão: o somatotipo, o percentual de gordura, os componentes corporais, o índice de conicidade, o índice de massa corpórea e a distribuição de gordura corporal.
Tratamento estatístico
O tratamento estatístico visou atender a estatística descritiva e comparativa com o intuito de construir uma análise das características da referida população no que tange a influência da cafeína frente ao processo de emagrecimento utilizando-se do exercício físico. Portanto para a análise da variável da composição corporal, realizou-se o teste de normalidade de Shapiro-Wilk. Para a descrição dos dados utilizou-se média, desvio padrão da média e mediana. Para a comparação do pré-teste com o pós-teste utilizaou-se o teste U de Mainn-Witney com nível de significância de p < que 0,05. Os dados foram tratados através do programa Bioestat 5.0 acoplado a um notebook HP, modelo Touchsmart X2 com processador AMD Turio X2 de 2,2 Ghz, 320 G de disco rígido e 4 Ghz de memória RAM.
Resultados da suplementação de cafeína
O quadro abaixo demonstra o teste de Shapiro-Wilk que demonstrou que os dados não são paramétricos.
A figura um demonstra o resultado do teste U de Mainn-Whitney com sensibilidade de 0,05 que não demonstrou diferença.
Figura 1. Demonstração do resultado do grupo experimental quanto ao pré e pós teste
utilizando cafeína e exercício. O teste U de Mainn-Whitney não encontrou diferença significativa
Figura 2. Demonstração do resultado do pré e pós teste do grupo controle utilizando
placebo e exercício. O teste U de Mainn-Whitney não encontrou diferença significativa
Discussão
A presente pesquisa teve como objetivo verificar o efeito do exercício cardiovascular associado à cafeína na diminuição da gordura corporal.
Um dos fatores relevantes que influenciaram os resultados foi o fato de ter ocorrido, propositalmente um leve controle de certas variáveis. Os indivíduos praticaram exercícios físicos três vezes por semana, e nos dias sem atividade física não houve controle da ingestão de quantidade de cafeína e da alimentação. Porém, a idéia que pautou a presente investigação foi exatamente de não se controlar tão fortemente algumas situações para se avaliar a cafeína em situações mais próximas da realidade do dia a dia dos voluntários.
A cafeína tem sido associada a aumento nos níveis de ácidos graxos livres no sangue, portanto, funcionaria como uma substância capaz de mobilizar gorduras ao aumentar a lípase (DALLO, 2006). Os dados desse autor vêem de encontro aos nossos, tendo-se em vista que os resultados aqui observados não demonstram a capacidade da cafeína em aumentar a taxa de emagrecimento de pessoas submetidas a 250mg dessa substância.
Ainda em Dallo (2006), a tolerância causada pelo uso contínuo não possuiria efeito diferente da suplementação crônica, ou seja, tanto em pessoas que usam cafeína esporadicamente como nos usuários crônicos, os resultados seriam semelhantes.
Porém, os resultados da presente pesquisa pode ter sofrido a influencia do tempo de experimentação (período de 2 meses) e do número de sujeitos que compuseram o grupo voluntário, mesmo que os dados do teste estatístico tenha sido considerados marginalmente significativos.
Existem evidências de que a cafeína tenha algum efeito no emagrecimento de pessoas obesas, principalmente aquelas que fazem um programa alimentar de restrição calórica e juntamente o uso da cafeína como também afirma Dallo (2006).
Vale lembrar que corredores que tomaram a cafeína equivalente a 2 xícaras de café (330 mg cafeína) uma hora antes do exercício, correram 15 minutos mais do que quando eles se exercitavam sem a cafeína. Portanto não seria muito dizer que o efeito da cafeína na performance dos exercícios deve-se, provavelmente, à diferença na percepção do cansaço, ou seja, ela teria um papel ergogênico no desempenho do exercício alterando a percepção do esforço e da disponibilidade física (Costill, 1978; Cole, 1996). Em outro estudo realizado com ciclistas que usaram 2,5 gramas de cafeína por quilo de peso corporal, mostrou que eles se exercitaram 29% a mais que o grupo controle sem cafeína (Trice, 1995). O fato de a cafeína poder aumentar a performance dos voluntários dessa pesquisa fazendo que os mesmos praticassem atividade física por mais tempo ou em maior intensidade que, provavelmente, aumentaria a queima de calorias e potencializaria o emagrecimento, não é suportada por nossos dados que, apresar de demonstrarem uma tendência maior de emagrecimento no grupo tratado com a cafeína, a estatística não demonstrou diferença entre ambos.
Pesquisas não mostram, entretanto, qualquer efeito da cafeína sobre a força muscular máxima ou sobre as contrações musculares voluntárias. Seu efeito estaria na capacidade de retardar a fadiga, possivelmente devido à sua influência sobre a sensibilidade das miofibrilas ao íon cálcio (FITFAZIO, 2000).
Se pesquisas comprovam que há um aumento no desempenho dos exercícios devido à ingestão de cafeína, não seria muito dizer que, poderia ocorrer uma perda maior de massa gorda em função da ingestão da cafeína juntamente da prática exercícios físicos, fato não demonstrado nos dados da presente pesquisa.
Tendo em vista o fato de que inúmeras pessoas fazerem o uso de substâncias com o objetivo de perder massa gorda onde dentre outras substâncias a cafeína é largamente utilizada na busca do efeito lipolítico faz-se necessário investigar os resultados da cafeína no organismo humano e suas possíveis alterações na massa gorda de indivíduos.
Para Dallo (2006), a cada dia a cafeína vem fazendo da vida cotidiana do brasileiro, e pouco são os estudos realizados com humanos em relação aos efeitos do consumo em excesso e o que pode, a cafeína, causar a esses indivíduos. Porém sabe-se que quando consumida essa substância faz bem e hoje ainda é utilizada até mesmo como tratamento de doenças.
Sugere-se na presente pesquisa que a cafeína pode auxiliar na perda de peso, não possuindo efeitos fortes colaterais além de alguns casos de insônia relatado por alguns componentes do grupo voluntário. Mas faz-se necessário lembrar que consumir cafeína em excesso pode aumentar os efeitos colaterais como a tremedeira, taquicardia e aumento da pressão arterial.
Muito embora não tenhamos realizado teste que identificassem o desempenho atlético dos indivíduos submetidos à cafeína, os mesmos relataram uma maior disposição para realizar exercícios fato que corrobora com os dados de diferentes autores como FILHO (1985) que observou o desempenho em cicloergômetro, também em Costill (1976) que notou a diminuição da sensação de esforço, em Cole (1996) a suplementação com cafeína trouxe efeitos na diminuição da sensação de fadiga e Price (1995) percebeu o aumento de 29% na capacidade de ciclistas em realizar exercícios.
Fica aqui a sugestão de se investigar o efeito dose e resposta e a necessidade de se aumentar o N amostral mantendo a pesquisa com controles mais leves sobre a alimentação para que seja avaliado mais claramente os efeitos da cafeína no dia a dia em diferentes populações.
Portanto, a cafeína parece ser um poderoso agente ergogênico como demonstrado em diferentes estudos em dois pontos distintos, aumentando a lipólise e diminuindo a sensação de fadiga. Porém, os dados do presente estudo não demonstraram diferenças entre o pré e o pós teste comparando o grupo controle com o experimental, mesmo que os resultados do tratamento tenham sido marginalmente significativos (p=0,056). Dessa forma, conclui-se que, de acordo com os presentes resultados, a cafeína não foi capaz de aumentar o emagrecimento de adultos com idades de 20 a 50 anos praticantes de ginástica geral sem o controle alimentar.
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Notas
A presente investigação não possui fontes de contribuição externa.
Contribuição dos autores: Suzana Cristina Gasques Nogueira: Escritura do projeto, escritura do artigo, coleta de dados, discussão dos dados e conclusão. Anna Carina Faria Ferreira-Valentim: Escritura do projeto, escritura do artigo, coleta de dados, correção do português, discussão dos dados e conclusão. João Rafael Valentim-Silva: Escritura do projeto, orientação e delineamento de procedimentos, escritura do artigo, coleta de dados, correção do português, discussão dos dados e conclusão.
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