Biomecânica da adução e abdução do quadril sentado em equipamentos Biomecánica de la aducción de la cadera sentado en equipamientos Biomechanics of hip’s adduction and abduction seated in equipments |
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Professor de Educação Física licenciado pelo Centro Universitário Claretiano da cidade de Batatais, estado de São Paulo (Brasil) |
Roberto Guimarães Radaelli |
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Resumo Os músculos adutores e abdutores do quadril possuem características que possibilitam a criação de equipamentos corretos quanto à biomecânica e ergonomia, quer seja em equipamentos somente para uma única função adução ou abdução ou em um único equipamento para ambos os movimentos. É necessário que o encosto das costas possua regulagens que permitam ao usuário começar o exercício com alguma extensão do quadril para otimizar o trabalho do glúteo médio e máximo durante a abdução das coxas. Quanto à resistência, a curva de força dos adutores do quadril é do tipo ascendente, ou seja, os músculos adutores possuem baixa capacidade de produzir força no início da adução das coxas (coxas afastadas) e conforme a adução aumenta os músculos aumentam sua capacidade de produzir força. Já a curva de força dos músculos que participam da abdução das coxas é descendente, ou seja, eles possuem máxima capacidade de produzir força no início do movimento (coxas totalmente juntas) e conforme as coxas são separadas (abduzidas) eles diminuem sua capacidade de produzir força. Unitermos: Curva ângulo x torque. Curva de força. Força muscular. Adutores do quadril. Abdutores do quadril. Polia CAM no equipamento adutor/abdutor do quadril sentado. Resistência variada.
Abstract The adductor and abductor muscles of the hip have characteristics that make possible the creation of correct biomechanic and ergonomic equipment for either a single function or a device for both movements. It is necessary that the back of the seat has adjustments that allow the user to start the exercise with a hip extension to optimize the work of the gluteus medium and maximus muscles during the abduction of the thighs. As for the strength, the strength curve of the hip adductors is ascending, in other words, the adductor muscles have little ability to exert force at the beginning of adduction of the thighs (legs apart) and as the adductor of thighs increase, the adductor muscles increase the ability of strength produce. Since the strength curve of muscles that participate in the abduction of the thighs is descending, that is, they have maximum ability to exert force at the beginning of the movement (legs completely together) and as the thighs are separated, the abductor muscles produce less strength. Keywords: Torque x angle relationship. Strength curve. Muscle Force. Hip adductors. Hip abductors. CAM pulley. Variable resistance.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 163, Diciembre de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Ao se melhorar a tecnologia disponível para o desenvolvimento de equipamentos para treinamento resistido há tempos atrás, começaram a aparecer os primeiros adutores e abdutores do quadril sentado. Com a evolução das pesquisas em biomecânica, devido ás características mecânicas destes grupos musculares tornou-se possível a criação de um único equipamento para ambos os grupos musculares que mantém a eficiência de trabalho para ambos os grupos musculares. A vantagem de um único equipamento capaz de exercitar dois grupos musculares distintos é com relação ao espaço físico e preço, pois com a compra de um único equipamento consegue-se exercitar mais músculos utilizando um menor espaço na academia, condomínio ou residência.
Porém é preciso que estes equipamentos, tanto com função individual ou dupla, possuam tanto a ergonomia como a biomecânica corretas. Este artigo trata da biomecânica geral e da resistência fornecida pelos equipamentos (CAM).
Equipamentos somente para abdução do quadril
Os músculos alvo na abdução do quadril sentado são: Tensor da fáscia lata, glúteo máximo, médio e mínimo. Se as costas dos usuários permanecerem com uma boa extensão, o treinamento dos músculos glúteo médio e máximo serão otimizados durante a abdução das coxas. Desta forma um correto equipamento abdutor deve possuir regulagens para permitir ao usuário estender o quadril ou um banco fixo inclinado que permita que se comece o exercício com certa extensão do quadril. Geralmente a torre com a carga (weight stack) é melhor colocada na frente do usuário para dar mais privacidade durante o executar do exercício.
Um equipamento bem desenvolvido, tanto para adução ou abdução do quadril tem os eixos os quais são acopladas as polias, corretamente alinhados com os eixos esquerdo e direito do quadril.
Quanto à produção de força
O ponto A na curva de força apresentada anteriormente representa o início do exercício quando o quadril está totalmente aduzido. Nesta posição é onde os músculos que participam da abdução da coxa têm sua maior capacidade de produzir força, levando em conta toda a amplitude articular.
Conforme as coxas se afastam (abduz) diminui a capacidade de produção de força pelos músculos abdutores. Quando o quadril chega à máxima abdução das coxas (ponto C na curva de força) é onde o quadril tem sua menor capacidade de produzir força levando em conta toda amplitude articular.
Relação entre a curva de potência dos músculos e o aumento ou diminuição no raio da polia do equipamento
Um correto sistema CAM, aumenta a resistência no ângulo articular onde o grupo muscular ou músculo específico consegue produzir mais força e obviamente no ângulo articular onde o músculo ou grupo muscular produz uma menor quantidade de força, o equipamento diminui a resistência.
Quando você altera o raio da polia, você altera a resistência proporcionada pelo equipamento em questão.
Quanto mais perto estiver o cabo, do eixo da polia, menor será a resistência, e quanto mais longe estiver o cabo, do eixo da polia maior será a resistência, levando em conta para isso sempre uma linha imaginaria horizontal, sempre perpendicular ao cabo de aço.
Sendo no início do exercício (coxas juntas), que o quadril tem sua máxima capacidade de produzir força, basta aumentar o raio da polia do equipamento ao máximo neste ângulo inicial de trabalho distanciando ao máximo o cabo de aço do eixo da polia para igualar a quantidade de resistência proporcionada, à capacidade de produção de força dos músculos alvo.
Como também sabemos que conforme o quadril abduz diminui sua capacidade de produção de força, basta regressivamente diminuirmos o raio da polia, conforme as coxas são abduzidas, diminuindo assim o toque resistido produzido. Desta forma concluo que a resistência do equipamento, para se igualar à capacidade de produção de força dos músculos abdutores deve ser descendente. A figura seguinte ilustra a posição e a forma da polia (redonda com eixo excêntrico [fora de centro]), que fornecerá uma resistência maior no início do movimento e depois diminuirá gradativamente a resistência até o final do movimento, variando corretamente a resistência de acordo com a capacidade de produção de força dos músculos envolvidos no exercício.
Imagem anterior: Polia CAM com resistência “descendente” usada no caso de um equipamento somente para abdução do quadril sentado.
Equipamento somente para adução do quadril
Segundo análise por ressonância magnética feita por Tesch (1999), este tipo de equipamento realmente isola o músculo adutor magno. O músculo grácil oferece algum apoio durante a execução deste exercício.
Como já dito, neste tipo de equipamento, a torre com a carga (weight stack) é melhor posicionada se colocada na frente do usuário para dar mais privacidade durante o executar do exercício. Um equipamento bem desenvolvido tem os eixos os quais são acopladas às polias corretamente alinhadas ao centro da articulação do quadril, tanto em visão frontal quanto lateral, como já mencionado.
O ponto A Representa o início do exercício (quando as coxas estão totalmente afastadas). Nesta posição inicial capacidade de produção de força dos músculos adutores é a menor, levando em conta toda a amplitude articular.
Conforme o quadril aduz aumenta a capacidade de produção de força dos músculos adutores, sendo máxima quando as coxas estão totalmente aduzidas (juntas).
Desta forma a curva de resistência do equipamento, para se igualar à capacidade de produção de força dos músculos adutores deve ser ascendente, isto é, o equipamento fornece uma menor resistência no início do movimento e a aumenta conforme as coxas se juntam (adução do quadril).
Observando a relação entre a curva de potência dos músculos e o aumento ou diminuição no raio da polia do equipamento fica fácil: Na adução, quando as coxas estão totalmente separadas o raio da polia deve estar menor, ou seja, o cabo de aço nesta posição, deve estar mais próximo ao eixo da polia do que nos demais ângulos de adução do quadril. Conforme o quadril aduz (coxas se juntam) o raio da polia deve aumentar, chegando a ter distância máxima entre o eixo da polia e o cabo de aço, quando as coxas estiverem totalmente aduzidas (juntas).
Figura seguinte ilustra a correta posição e a forma da polia (redonda com eixo excêntrico [fora de centro]) para fornecer um menor torque resistivo no início do movimento, e aumentar gradativamente a resistência até o final do movimento, variando assim a resistência do equipamento de acordo com a variação da capacidade produção de força dos músculos adutores do quadril.
Imagem anterior: Polia CAM com resistência “ascendente” usada no caso de um equipamento somente para adução do quadril sentado.
Equipamento único com dupla função
Devido às características mecânicas dos músculos adutores e abdutores do quadril é possível desenvolver um único equipamento eficiente com resistências distintas para ambos os grupos musculares. A vantagem é quanto ao espaço físico e ao preço, pois, com um único equipamento se consegue trabalhar dois grupos musculares diferentes.
Quanto ao design é importante para uma boa abdução das coxas que o banco seja um pouco inclinado ou tenha regulagens para isso, pois como já dito, durante a abdução do quadril sentado, se as costas dos usuários permanecerem com uma boa extensão, o treinamento dos músculos glúteo médio e máximo serão otimizados. Outro ponto importante nestes equipamentos com dois mecanismos é neutralizar, um eventual “jogo”, ou “afrouxamento” do cabo de aço quando se reverter a função adução/abdução. Isto quer dizer que não deve haver uma “zona livre” sem resistência, quando se alterar a função do equipamento.
Os ajustes das funções (adutor/abdutor), carga e todos os demais mecanismos devem estar dispostos de uma maneira que facilite a mudança pelo usuário, de preferência com o mesmo na posição de execução do exercício.
Pra fixar: Relação entre a curva de potência dos músculos e o aumento ou diminuição no raio da polia do equipamento:
Um correto sistema CAM, aumenta a resistência no ângulo articular onde o grupo muscular ou músculo específico consegue produzir mais força e obviamente no ângulo articular onde o músculo ou grupo muscular produz uma menor quantidade de força, o equipamento diminui a resistência.
Quando você altera o raio da polia, você altera a resistência proporcionada pelo equipamento em questão.
Quanto mais perto estiver o cabo, do eixo da polia, menor será a resistência, e quanto mais longe estiver o cabo, do eixo da polia maior será a resistência, levando em conta para isso sempre uma linha imaginaria horizontal, sempre perpendicular ao cabo de aço.
Imagem seguinte mostra como poderia ser um equipamento com dupla função e resistência variada correta para adução e abdução do quadril.
Consolidando dados
A imagem anterior deixa claro que no caso da abdução, como já mencionado, no início do exercício quando o quadril está totalmente aduzido (coxas juntas) é onde os músculos que participam da abdução da coxa têm sua maior capacidade de produzir força, levando em conta toda a amplitude articular. Conforme o quadril abduz diminui a capacidade de produção de força dos músculos abdutores. Quando o quadril chega à máxima abdução das coxas (pernas totalmente afastadas) é onde os abdutores têm a menor capacidade de produzir força levando em conta toda amplitude articular. Observando estes detalhes uma correta polia para abdução deve ser do tipo “descendente” que apresentará um maior raio no início do movimento (coxas juntas), e que diminua regressivamente seu raio, conforme as coxas se afastam.
No caso da adução das coxas a imagem também deixa claro, como também já mencionado, que no início do exercício (quando as coxas estão totalmente separadas) a capacidade de produção de força dos músculos adutores é a menor levando em conta toda a amplitude articular e conforme o quadril aduz aumenta a capacidade de produção de força dos músculos adutores (Adutor magno e grácil), sendo máxima quando as coxas estão totalmente aduzidas (juntas). Desta forma a curva de resistência do equipamento, para se igualar à capacidade de produção de força dos músculos adutores deve ser ascendente, isto é, o equipamento deverá fornece uma menor resistência no início do movimento e aumentar esta resistência conforme as coxas aduzem. Basta para isto que no início do movimento (coxas afastadas) o raio da polia esteja menor e conforme as coxas são aduzidas (juntas) o raio da polia aumente.
Entendo que, no ângulo articular em que uma fibra muscular estiver o mais próximo quanto possível de perpendicular ao seu osso de inserção é o ângulo articular onde o músculo conseguirá produzir mais força. Esta é a razão dos músculos adutores e abdutores do quadril apresentar as curvas de força apresentadas acima, conforme procura mostrar a imagem seguinte.
Apesar de (Tesch, 1999) usando ressonância magnética, afirmar que a adução do quadril isola o músculo Adutor Magno com algum apoio do músculo Grácil, e que os adutores longo e curto não participam do exercício, quando observo na imagem, a posição de inserção das fibras nos ossos, na origem e inserção do adutor longo e adutor curto, quase não acredito nesta afirmação, pois chego à conclusão que estes músculos em suas posições tem a função de pelos menos auxiliar na adução das coxas.
A imagem acima serve também para ilustrar o ponto de vista de que, quando uma fibra muscular estiver mais próxima de perpendicular ao osso de inserção é o ângulo articular onde o músculo em questão conseguirá produzir máxima quantidade de força. No caso, os músculos adutores do quadril possuem maior capacidade de produzir força quando as coxas estão juntas, e conforme as coxas se afastam os músculos diminuem a capacidade de produção de força. A razão disto é a variação do ângulo de inserção de suas fibras musculares nos ossos, que obviamente, ficam mais próximas de perpendicular ao osso de inserção quando as coxas estão totalmente aduzidas.
Conclusão
As características mecânicas dos músculos que participam na adução e abdução do quadril possibilitam o desenvolvimento de bons equipamentos para se exercitar estes músculos.
Embora algumas pesquisas recentes apontem resultados diferentes quanto à curva de força dos músculos citados anteriormente, tenho convicção que as curvas de força apresentadas neste estudo estão corretas e a razão da curva ser “ascendente” no caso dos músculos adutores do quadril e “descendente” no caso dos músculos abdutores, é o ângulo de inserção das fibras musculares nos ossos. Após mais estudos sobre força muscular, permanece a convicção, que no ângulo articular em que uma fibra muscular esquelética estiver o mais próximo quanto possível de perpendicular ao seu osso de inserção é o ângulo articular onde o músculo em questão conseguirá produzir mais força.
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