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Avaliação do estado nutricional de crianças de 06 a 11 anos de idade,

 residentes no Bairro Vila Oliveira no município de Montes 

Claros, MG: ênfase na obesidade e sobrepeso

Evaluación del estado nutricional de niños de 6 a 11 años de edad, residentes en el Barrio 

Vila Oliveira en el municipio de Montes Claros, MG: con atención en la obesidad y el sobrepeso

 

*Enfermeira Especialista em Saúde Pública/Saúde da Família e em Gestão

da Clínica – Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros, MG

**Enfermeiro Graduado pelas Faculdades Integradas

Pitágoras de Montes Claros (FIP-MOC)

***Enfermeira Especialista em Saúde da Família
****Enfermeira graduada pela Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES)
Especialista em Saúde da Família. Docente da UNIMONTES e FUNORTE

(Brasil)

Ludmila Pereira Macedo*

Patrick Leonardo Nogueira da Silva**

Larissa Gomes de Melo França***

Juliana Santos Leite***
Edilene Oliveira Amaral****

ludmilapmacedo@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo objetiva identificar índices de prevalência de sobrepeso, bem como obesidade em crianças com idade entre 06 anos e 11 anos residentes na área de abrangência da Equipe de Saúde da Família do Bairro Vila Oliveira no município de Montes Claros – MG, Brasil. Trata-se de uma pesquisa de caráter descritivo, de natureza quantitativa, estudo de campo e transversal. Os dados foram coletados na Unidade de Saúde Vila Oliveira no período de Abril a Junho de 2010. Foram respeitadas as normas éticas regulamentadoras de pesquisas, uma vez que passou pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros/MG. A amostra do estudo foram 141 crianças. Destas, 78 (55,3%) eram do gênero feminino, sendo que o gênero masculino foi representado por 63 crianças (44,7%). Em relação à faixa etária (Gráfico 02) houve uma diferença estatisticamente significante, predominando crianças com 09 anos, sendo estas totalizadas em 29 (20,6%). Constatou-se uma taxa de prevalência de sobrepeso e obesidade significativa no sexo feminino, que ficou representada por 28,2% das crianças desse gênero, enquanto no sexo masculino a taxa de prevalência foi de 15,8%. Torna-se importante conhecer o perfil epidemiológico do estado nutricional das crianças, a fim de subsidiar os profissionais enfermeiros no cuidado da saúde infantil.

          Unitermos: Sobrepeso. Obesidade. Crianças.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 163, Diciembre de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Nestas últimas décadas, as crianças tornaram-se menos ativas, incentivadas pelos avanços tecnológicos, fato este que leva a um excesso significativo de peso, ocasionando um risco maior de obesidade crônica, aumentando assim, a probabilidade de desenvolver doenças cardíacas, hipertensão, diabetes, distúrbios de articulações, cálculos biliares, problemas respiratórios, problemas ortopédicos, disfunção psicossocial, entre outros, o que gera uma expectativa de vida cada vez mais curta (FERNANDES & VARGAS; GASTALDON et al.; 2007).

    As crianças constituem, portanto, um dos principais grupos-alvo para estratégias de prevenção e controle em relação ao sobrepeso e à obesidade, não só devido às suas características como grupo de risco, mas também por conta das possibilidades de sucesso das ações a serem implementadas (MONDINI, et al., 2007).

    Torna-se assim, importante investigar a prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças, a fim de subsidiar os profissionais enfermeiros no cuidado da saúde infantil, pois, com as ações realizadas, a tendência é a criança modificar os seus hábitos de vida, diminuindo aos poucos os índices de prevalência de obesidade na infância. Já nos casos mais agravantes, o profissional enfermeiro tem o papel de estar sempre acompanhando o processo do tratamento, juntamente com uma equipe multidisciplinar.

Metodologia

    Este trabalho é um estudo de natureza quantitativa, de caráter descritivo, estudo de campo e transversal.

    A presente pesquisa foi realizada na área de abrangência da Estratégia Saúde da Família do bairro Vila Oliveira do município de Montes Claros/MG com crianças residentes na área de abrangência e atendidas pela mesma. As crianças pesquisadas, obrigatoriamente, deveriam enquadrar-se no intervalo etário de 06 a 11 anos de idade e residir e pertencer à área física em questão.

    A seleção da Equipe de Saúde da Família foi realizada de forma intencional, uma vez que a região apresentava um alto número de crianças com alterações nutricionais. O plano amostral também foi realizado de forma intencional, no qual tinha como intenção uma amostra das crianças residentes no bairro Vila Oliveira, assistidas pela Estratégia Saúde da Família Vila Oliveira, no qual totalizou um número de 225 crianças. Porém, de acordo os critérios de elegibilidade (critérios de inclusão e de exclusão), o plano amostral do estudo em questão foi composto por 141 crianças.

    Foi utilizada uma balança digital, da marca Filizolla, com precisão de 0,05 Kg, previamente calibrada. A estatura foi determinada por um estadiômetro de madeira, com precisão de 0,1 cm. Todos os dados foram registrados em uma ficha de avaliação individual.

    A coleta de dados foi realizada pelos pesquisadores do estudo, entre os meses de Abril a Junho de 2010. Após a coleta de dados, os resultados foram tabulados na íntegra no Software de Estatística (SPSS, versão 13.0) e submetidos a tratamentos estatísticos específicos.

    Nesse contexto, o presente estudo aborda os 04 princípios da bioética, encontrando-se de acordo com a Resolução N° 196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Saúde - CNS que estipula normas éticas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. O mesmo projeto passou pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros/MG para apreciação e aprovação sob parecer consubstanciado para apreciação e aprovação sob parecer consubstanciado de Nº. 1956/2010.

Resultados

    Foram pesquisadas 141 crianças, na faixa etária de 06 a 11 anos, o que totalizou 62,7% da amostra que se pretendia estudar. Do total de crianças, 78 (55,3%) era do gênero feminino, sendo que o gênero masculino totaliza 63 crianças (44,7%) (Gráfico 01).

Gráfico 01. Sexo das crianças residentes e assistidas no Bairro Vila Oliveira de Montes Claros/MG

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde Montes Claros, MG. Coordenação de Estratégia e Saúde da Família. Estratégia Saúde da Família do Bairro Vila Oliveira

    Em relação à faixa etária (Gráfico 02) houve uma diferença estatisticamente significante, apresentando 29 crianças com 09 anos (20,6%), 27 com 10 anos (19,1%), 27 com 11 anos (19,1%) em relação às 22 crianças com 06 anos (15,6%), 16 com 07 anos (11,3%) e 20 com 08 anos (14,2%).

Gráfico 02. Faixa etária das crianças residentes e assistidas no Bairro Vila Oliveira de Montes Claros/MG

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde Montes Claros, MG. Coordenação de Estratégia e Saúde da Família. Estratégia Saúde da Família do Bairro Vila Oliveira

Discussão

    Embora os escores médios observados nas diferentes idades tenham sido bastante variados, verificou-se, no conjunto de todas as idades, uma taxa de prevalência de sobrepeso e obesidade significativa tanto nas meninas (28,2%) quanto nos meninos (15,8%) – (Gráfico 03)

Gráfico 03. Prevalência de Obesidade e Sobrepeso nas crianças residentes e assistidas no Bairro Vila Oliveira de Montes Claros/MG

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde Montes Claros, MG. Coordenação de Estratégia e Saúde da Família. Estratégia Saúde da Família do Bairro Vila Oliveira

    Constatou-se, no estudo em questão, que a incidência de sobrepeso e obesidade foi maior no sexo feminino. Esses resultados se encontram de acordo, uma vez que grande parte dos autores, que realizaram levantamentos epidemiológicos, relata uma maior evidência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes do sexo feminino (RONQUE, et al., 2005).

    Nos estudos que serviram de comparação, foram encontradas prevalências que variaram de 18,8% a 32,5% em meninos, e de 21,1% a 30,9% em meninas. Deve ser dada a devida atenção às diferenças nas prevalências advindas de diferenças na composição corporal por sexo e grupo etário, nos estudos utilizados para comparação (SUÑÉ et al., 2007).

    Cattai et al. (2008), também aponta nos últimos anos as crianças passaram a apresentar prevalências alarmantes de obesidade, problema que antes era observado com maior frequência nos adultos. Nos Estados Unidos da América, estudos populacionais estimaram um aumento de 54% na prevalência de obesidade nos últimos 30 anos em crianças de 6 a 11 anos. O Brasil, também, apresenta grande número de crianças e adolescentes obesos, com estudos apontando para a prevalência de 28,6% de sobrepeso e obesidade, em escolares da cidade de Presidente Prudente-SP. Outro estudo demonstra que houve aumento de 4,1% para 13,9% no número dos casos de obesidade, comparando levantamentos da década de 70 com a de 90. Em complemento, o relatório da Organização Mundial de Saúde relata que uma em cada dez crianças no mundo está obesa. No Brasil, o sobrepeso e a obesidade atingem 15% das crianças – 5 vezes maior que ano de 1975 (CASTRO, 2004).

    Com isso, confirmamos a gravidade do problema apresentado nessa pesquisa.

Conclusão

    Conclui-se que as prevalências de sobrepeso e obesidade observadas foram similares a algumas descritas para populações brasileiras e que, apesar do excesso de peso ser passível de reconhecimento pelos responsáveis, estes não estão alertas para a real necessidade de prevenção e tratamento.

    O profissional de Enfermagem deve acompanhar o crescimento e o desenvolvimento, desde o seu nascimento até a fase adulta, avaliando o seu peso e altura, capacidade física e alimentação, relacionando a probabilidade deste adquirir a doença. Para uma prevenção adequada, deve-se sempre focar a orientação sobre os riscos da doença. Uma vez já instalada a doença, o enfermeiro deve trabalhar no aconselhamento da criança e da família sobre os benefícios de um tratamento adequado, evitando consequências desfavoráveis, além de orientar sobre o tratamento adequado pela equipe multidisciplinar, para que seja integrado o tratamento do paciente, buscando um prognóstico mais eficaz.

Referências

  • CASTRO, L. C. É fácil evitar que ele engorde. Revista Veja, São Paulo, v. 37. n. 24. p. 106, Jun. 2004.

  • CATTAI, G et al. Programa de tratamento multiprofissional da obesidade: os desafios da prática. Ciência, Cuidado e Saúde, [s.l.], v.7, supl. 1, p. 121-126, 2008.

  • FERNANDES, R. A.; VARGAS, S. A. O cuidado de enfermagem na obesidade infantil. Revista de Meio Ambiente e Saúde, [s.l.], v.2, n.1, p. 273-281, 2007.

  • MONDINI, L. et al. Prevalência de sobrepeso e fatores associados em crianças ingressantes no ensino fundamental em um município da região metropolitana de São Paulo, Brasil. Caderno de Saúde Pública. São Paulo, v.23, n.8, p.1825-1834, 2007.

  • RONQUE, E. R. V et al. Prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares de alto nível socioeconômico em Londrina, Paraná, Brasil. Revista de Nutrição, Campinas, v.18, n.6, [s.p.], Novembro/Dezembro. 2005.

  • SUÑÉ, F. R. et al. Prevalência e fatores associados para sobrepeso e obesidade em escolares de uma cidade no Sul do Brasil. Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro, v. 23, n. 6, p. 1361-1371, junho, 2007.

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