Uma comparação sobre a atitude em relação ao seu corpo entre adolescentes, adultos jovens, adultos médios e idosos praticantes de atividades físicas Una comparación sobre la actitud en relación a su cuerpo entre adolescentes, adultos jóvenes, adultos medios y personas mayores que realizan actividades físicas |
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*Pós graduando em Psicologia do esporte pela Universidade FEEVALE, Novo Hamburgo, RS **Especialista em Psicomotricidade pela Universidade Luterana do Brasil, ULBRA, Canoas, RS. Professor Concursado das prefeituras de Novo Hamburgo e Campo Bom |
Roberto Alexandre Zancan Alexandre Tristão da Silva alexandre_educacaofisica@hotmail.com (Brasil) |
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Resumo O estudo buscou verificar se há diferenças significativas entre as determinadas faixas etárias em relação ao seu corpo e qual a atitude em relação ao seu corpo dos gêneros estudados. O estudo foi realizado no ano de 2011. A amostra foi de 198 pessoas praticantes de exercícios físicos, de 4 academias de Porto Alegre/RS, com idades entre 13 e 76 anos, sendo 94 adolescentes que representaram 47,5%, 73 adultos jovens que representaram 36,9%, 29 adultos médios que representaram 14,6% e 2 idosos que representaram 1,0%. O instrumento de medida foi o TAC (Teste de Atitude do Corpo), (PROBST,et AL,1995) adaptado ao idioma Português e validado por reprodutibilidade por Becker Junior (2006). A análise dos dados foram tratados pelo pacote estatístico SPSS (Statistical Package for Social Sciences) versão 18.0 significância de 5%. Nos resultados a comparação entre gêneros no geral, o grupo feminino apresentou um escore total maior e igual a 41,54 pontos em relação ao grupo masculino, com escore de 35,90 pontos masculino (35,90±10,995) -> (24,905, 46,895) feminino (41,54±12,230) -> (29,31, 53,77). Quando comparados os grupos por faixa etária (classificação: adolescentes, adulto jovem, adulto médio e idoso) nota-se que não há diferença significativa (p = 0,330) no geral. Concluiu-se que em relação a gêneros mulheres são mais preocupadas com seu corpo dentro de academias que homens; b) Entre as faixas etárias quando comparadas destes grupos adolescentes, adulto jovens, adulto médio e idoso não há diferença significativa entre eles. Unitermos: Psicologia. Atitude. Corpo.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 163, Diciembre de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
1 / 1
Introdução
A forma como percebemos o nosso corpo e o corpo do outro em relação ao meio podem ser distintas e mutáveis dependendo de fatores sociais, culturais e afetivos. Neste estudo os fatores preponderantes para a análise da atitude corporal foram os aspectos culturais, que nos dias de hoje refletem no culto ao corpo, realizado nas academias onde os praticantes de atividades físicas buscam melhorar a performance e ficar mais satisfeitos com seus corpos.
Por muitos anos a definição de corpo foi concebida pela teoria de Descartes, teoria dualista “mente e corpo” que via o homem através de uma concepção de corpo dicotomizado e mecânico, como um ser constituído por partes e não como uma unidade (SANTIM, 1987). Atualmente a concepção de corpo como uma unidade integrada, já vem sendo discutida por alguns profissionais da educação física (TREBELS, 2000).
Encontramos fatores que podem influenciar a aparência corporal de cada integrante desta análise e a atividade física é um fator importante que pode interferir na autopercepção corporal do ser humano (Becker jr, 2008). Mas podemos definir ou observar que cada um pode interferir na atitude corporal do outro e na sua própria. O incremento da focalização do corpo e a preocupação sobre ele que seguimos sempre em uma preocupação que todos praticantes de atividade física levem este incremento de treinamento para o fator principal que é a saúde do seu corpo. Neste contexto vamos observar nesta análise o quanto de preocupação têm os praticantes de atividade física com o seu corpo, o valor do exercício para a prevenção e o tratamento da ansiedade e da depressão. Por ser a atitude corporal negativa do ser humano um fator básico e predito de vários problemas de saúde como a depressão, obesidade, transtornos dismórficos e distúrbios alimentares (APA, 1994; STICE, 2002), é importante examinar os seus antecedentes, relações e consequências. Estas informações poderão ajudar no desenvolvimento de intervenções para a redução de transtornos da imagem corporal das pessoas, segundo Burton (1632), era reconhecido desde o tempo de Hipócrates. Por estes fatores que vamos gerar e investigar o que a imagem corporal de cada um dos gêneros ou faixas etárias pode observar na atitude de seus corpos em atividade. Em seus estudos DOYNE et AL.,1997 concluíram que a falta de exercícios é um fator importante para o aparecimento de sintomas de ansiedade e de depressão.
Observar o próprio corpo em frente a um espelho parece tarefa fácil, mas isso pode gerar estados psicológicos associados às atividades físicas, podem também gerar mudanças nos aspectos positivo e negativo, para o aspecto positivo podemos ter mais determinação de mudança diante de nosso objetivos por exemplo em uma sessão de exercícios aeróbicos, por , exemplo e suficiente para a redução de ansiedade de estado (FOLKINS & SIME, 1981). Mas outro questionamento importante é a intensidade dos exercícios que devemos observar , para que estando de bem com nosso corpo estaremos num estado mental de bem estar com nós mesmos.
A imagem corporal pode ser vista como a relação entre o corpo e os processos cognitivos como crenças, valores e atitudes (VOLKWEIN & MCCONATHA, 1997). Ver ou observar qualquer corpo é determinar que nossa ação de perceber ou observar que exercício possa ou não estar influenciando em um aspecto positivo ou negativo dentro da nossa concepção de vida, o nosso modo como nos sentimos sobre o nosso corpo é fundamental para o auto conhecimento (CASH e PRUZINSKY,2002). Como diz BECKER JUNIOR, 2004 eles aprendem a avaliar seus corpos através da sua interação com o ambiente, sendo sua auto imagem desenvolvida e reavaliada continuamente durante sua vida inteira, estamos em um processo de avaliar seu caráter e personalidade principalmente em falando de exercícios e saúde de cada um dos indivíduos.
A partir de tais considerações este estudo pretende responder ao seguinte questionamento: Neste estudo há diferenças significativas entre as determinadas faixas etárias (adolescentes, adultos jovens, adultos médios e idosos) em relação ao seu corpo e qual a atitude em relação ao seu corpo dos gêneros estudados?
Metodologia
Segundo Marconi e Lakatos (2003), esta pesquisa pode ser classificada como uma pesquisa de campo, quantitativo-descritiva. Uma pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles.
O que principalmente caracteriza esta pesquisa como uma pesquisa de campo é o levantamento nas academias (campo) das percepções sobre a atitude em relação ao seu corpo dos praticantes de exercícios físicos. Para Marconi e Lakatos (2003), a pesquisa de campo quantitativo-descritiva consiste em investigações empíricas, que objetivam o delineamento ou análise das características principais ou decisivas de um fenômeno, a avaliação de programas ou ainda o isolamento de variáveis principais ou chave. Neste tipo de estudo são empregadas técnicas como entrevistas e questionários, e procedimentos de amostragem.
O estudo foi realizado no ano de 2011. A amostra foi composta de 198 pessoas praticantes de exercícios físicos, de 4 academias de Porto Alegre RS, com idades entre 13 e 76 anos de ambos os sexos, sendo 94 Adolescentes que representaram 47,5%, 73 Adultos Jovens que representam 36,9%, 29 Adultos Médios que representam 14,6% e 2 idosos que representaram 1,0% .
O instrumento de medida utilizado na pesquisa foi o TAC (Teste de Atitude do Corpo) que consiste em um questionário com 20 perguntas distintas para os diferentes sexos. (PROBST,et AL,1995) adaptado ao idioma Português e validado por reprodutibilidade por Becker Junior (2006). A análise dos dados foram tratados pelo pacote estatístico SPSS (Statistical Package for Social Sciences) versão 18.0 significância de 5%.
Resultados e discussão
A comparação entre gêneros no geral, o grupo feminino apresentou um escore total maior e igual a 41,54 pontos em relação ao grupo masculino, com escore de 35,90 pontos masculino (35,90±10,995) -> (24,905, 46,895) feminino (41,54±12,230) -> (29,31, 53,77) Quando comparados os grupos por faixa etária (classificação: adolescentes, adulto jovem, adulto médio e idoso) nota-se que não há diferença significativa (p = 0,330) no geral. Nota-se que 50% são do gênero masculino e 50% do feminino, do grupo de idade existe 47,5% que estão classificados em adolescentes e que Quanto à profissão, 70,2% estão em atividade.
Tabela de pergunta do TAC (teste de Atitude do corpo).
Independent Samples Test |
||||||||||
|
Levene's Test for Equality of Variances |
t-test for Equality of Means |
||||||||
F |
Sig. |
t |
df |
Sig. (2-tailed) |
Mean Difference |
Std. Error Difference |
95% Confidence Interval of the Difference |
|||
Lower |
Upper |
|||||||||
p1 |
Equal variances assumed |
,569 |
,452 |
-2,185 |
196 |
,030 |
-,364 |
,166 |
-,692 |
-,035 |
Equal variances not assumed |
|
|
-2,185 |
194,495 |
,030 |
-,364 |
,166 |
-,692 |
-,035 |
|
p2 |
Equal variances assumed |
,513 |
,474 |
-1,232 |
196 |
,220 |
-,162 |
,131 |
-,420 |
,097 |
Equal variances not assumed |
|
|
-1,232 |
194,641 |
,220 |
-,162 |
,131 |
-,420 |
,097 |
|
p3 |
Equal variances assumed |
43,437 |
,000 |
-4,017 |
196 |
,000 |
-,707 |
,176 |
-1,054 |
-,360 |
Equal variances not assumed |
|
|
-4,017 |
150,812 |
,000 |
-,707 |
,176 |
-1,055 |
-,359 |
|
p4 |
Equal variances assumed |
,770 |
,381 |
-3,005 |
196 |
,003 |
-,515 |
,171 |
-,853 |
-,177 |
Equal variances not assumed |
|
|
-3,005 |
195,862 |
,003 |
-,515 |
,171 |
-,853 |
-,177 |
|
p5 |
Equal variances assumed |
,548 |
,460 |
-4,545 |
196 |
,000 |
-,980 |
,216 |
-1,405 |
-,555 |
Equal variances not assumed |
|
|
-4,545 |
195,891 |
,000 |
-,980 |
,216 |
-1,405 |
-,555 |
|
p6 |
Equal variances assumed |
,803 |
,371 |
2,456 |
196 |
,015 |
,364 |
,148 |
,072 |
,656 |
Equal variances not assumed |
|
|
2,456 |
195,911 |
,015 |
,364 |
,148 |
,072 |
,656 |
|
p7 |
Equal variances assumed |
,238 |
,626 |
-,887 |
196 |
,376 |
-,131 |
,148 |
-,423 |
,161 |
Equal variances not assumed |
|
|
-,887 |
195,241 |
,376 |
-,131 |
,148 |
-,423 |
,161 |
|
p8 |
Equal variances assumed |
,425 |
,515 |
-3,421 |
196 |
,001 |
-,525 |
,154 |
-,828 |
-,222 |
Equal variances not assumed |
|
|
-3,421 |
194,777 |
,001 |
-,525 |
,154 |
-,828 |
-,222 |
|
p9 |
Equal variances assumed |
,499 |
,481 |
-1,342 |
196 |
,181 |
-,232 |
,173 |
-,574 |
,109 |
Equal variances not assumed |
|
|
-1,342 |
195,996 |
,181 |
-,232 |
,173 |
-,574 |
,109 |
|
p10 |
Equal variances assumed |
8,178 |
,005 |
-3,147 |
196 |
,002 |
-,495 |
,157 |
-,805 |
-,185 |
Equal variances not assumed |
|
|
-3,147 |
180,094 |
,002 |
-,495 |
,157 |
-,805 |
-,185 |
|
p11 |
Equal variances assumed |
7,781 |
,006 |
-2,097 |
196 |
,037 |
-,253 |
,120 |
-,490 |
-,015 |
Equal variances not assumed |
|
|
-2,097 |
175,983 |
,037 |
-,253 |
,120 |
-,490 |
-,015 |
|
p12 |
Equal variances assumed |
1,215 |
,272 |
-,886 |
196 |
,377 |
-,101 |
,114 |
-,326 |
,124 |
Equal variances not assumed |
|
|
-,886 |
195,676 |
,377 |
-,101 |
,114 |
-,326 |
,124 |
|
p13 |
Equal variances assumed |
,062 |
,803 |
-1,527 |
196 |
,128 |
-,242 |
,159 |
-,556 |
,071 |
Equal variances not assumed |
|
|
-1,527 |
195,715 |
,128 |
-,242 |
,159 |
-,556 |
,071 |
|
p14 |
Equal variances assumed |
1,016 |
,315 |
-,570 |
196 |
,569 |
-,061 |
,106 |
-,270 |
,149 |
Equal variances not assumed |
|
|
-,570 |
194,264 |
,569 |
-,061 |
,106 |
-,270 |
,149 |
|
p15 |
Equal variances assumed |
,000 |
,990 |
,630 |
196 |
,529 |
,111 |
,176 |
-,237 |
,459 |
Equal variances not assumed |
|
|
,630 |
195,957 |
,529 |
,111 |
,176 |
-,237 |
,459 |
|
p16 |
Equal variances assumed |
5,691 |
,018 |
-2,379 |
196 |
,018 |
-,404 |
,170 |
-,739 |
-,069 |
Equal variances not assumed |
|
|
-2,379 |
186,128 |
,018 |
-,404 |
,170 |
-,739 |
-,069 |
|
p17 |
Equal variances assumed |
2,323 |
,129 |
-2,447 |
196 |
,015 |
-,404 |
,165 |
-,730 |
-,078 |
Equal variances not assumed |
|
|
-2,447 |
193,260 |
,015 |
-,404 |
,165 |
-,730 |
-,078 |
|
p18 |
Equal variances assumed |
,300 |
,585 |
-2,624 |
196 |
,009 |
-,364 |
,139 |
-,637 |
-,090 |
Equal variances not assumed |
|
|
-2,624 |
189,811 |
,009 |
-,364 |
,139 |
-,637 |
-,090 |
|
p19 |
Equal variances assumed |
7,123 |
,008 |
-2,372 |
196 |
,019 |
-,323 |
,136 |
-,592 |
-,055 |
Equal variances not assumed |
|
|
-2,372 |
174,829 |
,019 |
-,323 |
,136 |
-,592 |
-,054 |
|
p20 |
Equal variances assumed |
,164 |
,686 |
1,149 |
196 |
,252 |
,182 |
,158 |
-,130 |
,494 |
Equal variances not assumed |
|
|
1,149 |
195,995 |
,252 |
,182 |
,158 |
-,130 |
,494 |
|
TOTAL |
Equal variances assumed |
,559 |
,456 |
-3,410 |
196 |
,001 |
-5,636 |
1,653 |
-8,896 |
-2,377 |
Equal variances not assumed |
|
|
-3,410 |
193,819 |
,001 |
-5,636 |
1,653 |
-8,896 |
-2,376 |
Nota-se que há diferença significativa quando comparados os grupos para os seguintes atributos: p1, p3, p4, p5, p6, p8, p10, p11, p16, p17, p18, p19 e no Total.
Ainda, pode-se evidenciar que no grupo das mulheres existe uma percepção maior quanto à atitude em relação ao seu corpo.
Conclusão
Na relação entre os gêneros, mulheres apresentaram 41,54 pontos no teste do TAC, demonstrando que são mais preocupadas com seu corpo dentro de academias que homens que alcançaram 35,90 pontos no mesmo teste.
Ressaltando novamente a maior preocupação das mulheres com seu corpo, elas apresentaram maior pontuação em todas as perguntas na comparação com os homens.
A comparação realizada entre as faixas etárias demonstra que os grupos de adolescentes, adultos jovens, adultos médios e idosos não apresentaram diferenças significativas.
Referências
BECKER JUNIOR, B. Manual de psicologia do esporte e exercício. 2ª ed. Porto Alegre: Nova Prova, 2008.
LAKATOS, M. A.; MARCONI, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.
PROBST, M; VANDEREYCKEN, W. COPPENOLLE, H; YVANDERLINDEN, J. The body attitude test for patients with an eating disorder. Psychometric characteristics of a new questionnaire. Eating Disorders, 3,pp. 133-144, 1995.
SANTIM, S. Educação Física: uma abordagem filosófica da corporeidade. Ijui: Unijuí, 1987.
TREBELS, A. H. Plaidoyer para um diálogo entre teorias do movimento humano e teorias do movimento no esporte. Revista brasileira de ciências do esporte. Campinas, v 13, n. 3, p.338-344, 2000.
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