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As expectativas e as realizações no estágio curricular supervisionado

dos acadêmicos da licenciatura em Educação Física do CEFD/UFSM

Las expectativas y las producciones en las pasantías curriculares supervisadas 

de los estudiantes de la Licenciatura en Educación Física del CEFD/UFSM

 

*Especialista em Ciência do Movimento Humano (UNICRUZ)

Especialista em Educação Física Escolar (UFSM)

Mestrando em Ciências do Movimento Humano (UDESC)

Professor Pesquisador Associado do Grupo de Estudos

e Pesquisas em Educação Física (UFSM)

**Doutor em Educação (UNICAMP/UFSM)

Doutor em Ciência do Movimento Humano (UFSM)

Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação (UFSM)

Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física (UFSM)

Rodrigo de Rosso Krug*

rodkrug@bol.com.br

Hugo Norberto Krug**

hnkrug@bol.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Esta investigação objetivou analisar as expectativas e as realizações no Estágio Curricular Supervisionado (ECS) dos acadêmicos da Licenciatura em Educação Física do Centro de Educação Física e Desportos (CEFD) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A metodologia caracterizou-se pelo enfoque fenomenológico sob a forma de estudo de caso com abordagem qualitativa. O instrumento utilizado para a coleta de informações foi um questionário com perguntas abertas. A interpretação das informações foi à análise de conteúdo. Os participantes foram vinte e oito (28) acadêmicos do 7º semestre do curso de Licenciatura em Educação Física (Currículo 2005) do CEFD/UFSM, matriculados na disciplina de Estágio Curricular Supervisionado III, no 2º semestre letivo de 2009. Concluímos que foi possível ‘identificar que QUASE TODOS (26 de 28) acadêmicos da Licenciatura em Educação Física (Currículo 2005) do CEFD/UFSM conseguiram realizar as suas expectativas no desenvolvimento do Estágio Curricular Supervisionado III (Séries/Anos Iniciais do Ensino Fundamental)’.

          Unitermos: Educação Física. Formação de professores. Formação inicial. Estágio curricular supervisionado. Expectativas. Realizações.

 

          Artigo elaborado a partir do projeto de pesquisa denominado “O Estágio Curricular Supervisionado na formação inicial de professores de Educação Física: um estudo de caso na Licenciatura do CEFD/UFSM”

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 163, Diciembre de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introduzindo a investigação

    Segundo Neuenfeldt e Canfield (1998) os cursos de Licenciatura em Educação Física tem como principal objetivo formar profissionais capazes de atuarem como educadores na rede de ensino pública e particular de educação básica. Também Krug (2001) fez este destaque quando afirma que os cursos de Licenciatura em Educação Física “tem como um dos seus objetivos a habilitação para a docência no ensino fundamental e médio, quando a necessidade de uma relação professor-aluno satisfatória requer, por parte do futuro professor um conhecimento multidisciplinar estendendo-se desde a caracterização das fases de crescimento e desenvolvimento do aluno até os procedimentos a serem adotados nas aulas” (p. 33).

    Entretanto, dentre as disciplinas que constam dos currículos dos cursos de Licenciatura, destaca-se, pela sua relevância, o Estágio Curricular Supervisionado (ECS), que tem por atribuições precípuas colocar o futuro professor em contato com a realidade educacional, desenvolvendo-se estilos de ensino, possibilitando adequadas seleções de conteúdos e estratégias, entre outras finalidades. Desta forma, conforme Teixeira (apud KRUG, 2001, p.33), o ECS “deve fornecer subsídios para a formação do futuro professor, tanto no aspecto teórico quanto prático, a fim de que ele possa desenvolver um trabalho docente competente”.

    Neuenfeldt e Krug (1998) salientam que o ECS é o momento em que o acadêmico da Licenciatura em Educação Física, ou de qualquer outro curso de Licenciatura, sai do comodismo da universidade para se deparar com a realidade das escolas de níveis fundamental e médio. Neste instante, ocorre o confronto entre a formação que o curso ofereceu e/ou oferece as várias teorias e objetivos ideais com o de formar o aluno integralmente, com as reais condições que as escolas possuem para o acadêmico alcançar estes objetivos.

    Além deste choque entre o ideal e o real (KRUG, 2010b), as pesquisas tem evidenciado que a procura pelo curso de Licenciatura em Educação Física não ocorre devido ao desejo da maioria dos ingressantes de virem a trabalhar com a Educação Física Escolar (EFE), mas pela afinidade que tiveram ou ainda tem com a prática assistemática de atividades físicas e/ou esporte (KRUG, 2010a; KRUG; KRUG, 2008).

    Geralmente, de acordo com Neuenfeldt e Krug (1998), os acadêmicos de Educação Física optam pelo curso devido ao gosto que possuem em participar de algum esporte, pensando na satisfação que vão ter em realizá-lo. A preocupação deles é imediatista, está centrada na satisfação pessoal de poder continuar praticando um esporte e ao mesmo tempo poderem estar realizando um curso superior. Contudo, são os acadêmicos que se enquadram neste perfil, os primeiros a desprezarem as disciplinas teóricas do curso e a ignorarem a Educação Física Escolar como futuro campo de trabalho.

    Desta forma, devido a nossa preocupação com a formação dos profissionais de Educação Física que irão trabalhar nas escolas, com a função de educador que os licenciandos virão a exercer e com o possível interesse por este campo de trabalho e conseqüentemente com a função de professor de educação básica, foi que nos motivou a focarmos nosso interesse investigativo na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e, particularmente, no Estágio Curricular Supervisionado do curso de Licenciatura em Educação Física do Centro de Educação Física e Desportos (CEFD), pois concordamos com o que afirmam Ivo e Krug (2008), de que estudar o quê e quem envolve esta disciplina é tarefa daqueles que se preocupam com uma formação de qualidade para os futuros professores.

    Convém salientar que a atual grade curricular (CEFD, 2005) do curso de Licenciatura em Educação Física do CEFD/UFSM proporciona o Estágio Curricular Supervisionado I, II e III nos 5º, 6º e 7º semestres do mesmo, realizados respectivamente no ensino médio, nas séries/anos finais do ensino fundamental e nas séries/anos iniciais do ensino fundamental, com carga de 120 horas destinadas a cada estágio, somando-se a estas 360 horas, mais 45 horas de Seminário em Estágio Curricular Supervisionado, no 8º semestre do curso, totalizando então 405 horas.

    Diante deste contexto originou-se a seguinte questão problemática norteadora desta investigação: quais foram as expectativas e as realizações no Estágio Curricular Supervisionado III (Séries/Anos Iniciais do Ensino Fundamental) dos acadêmicos da Licenciatura em Educação Física (Currículo 2005) do CEFD/UFSM?

    Optamos pelo ECS III por esse ser o último estágio dos acadêmicos e, portanto, significando a última experiência com a escola na grade curricular do curso de Licenciatura em Educação Física do CEFD/UFSM.

    Neste sentido, esta investigação objetivou analisar as expectativas e as realizações no Estágio Curricular Supervisionado III (Séries/Anos Iniciais do Ensino Fundamental) dos acadêmicos da Licenciatura em Educação Física (Currículo 2005) do CEFD/UFSM.

    Assim, para atingir o objetivo geral desta investigação foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos: a) Analisar as expectativas e as realizações dos acadêmicos no ECS III quanto às contribuições aos alunos; b) Analisar as expectativas e as realizações dos acadêmicos no ECS III quanto às condições da escola; c) Analisar as expectativas e as realizações dos acadêmicos no ECS III quanto à orientação; d) Analisar as expectativas e as realizações dos acadêmicos no ECS III quanto à preparação para atuar na escola; e) Analisar as expectativas e as realizações dos acadêmicos no ECS III quanto aos conhecimentos úteis para a escola; e, f) Analisar as expectativas e as realizações dos acadêmicos no ECS III quanto ao desejo de atuar na Educação Física Escolar depois de formado.

    Para justificar a realização desta investigação citamos Ilha; Krug e Krug (2009b) que acreditam que estudos desta natureza podem oferecer subsídios para modificações no contexto da formação de professores de Educação Física, particularmente na compreensão do ECS, auxiliando, conseqüentemente, na melhoria da qualidade da formação inicial.

A metodologia da investigação

    A metodologia empregada nesta investigação caracterizou-se pelo enfoque fenomenológico sob a forma de estudo de caso com abordagem qualitativa.

    Conforme Triviños (1987, p.125) “a pesquisa qualitativa de natureza fenomenológica surge como forte reação contrária ao enfoque positivista, privilegiando a consciência do sujeito e entendendo a relatividade social como uma construção humana”. O autor explica que na concepção fenomenológica da pesquisa qualitativa, a preocupação fundamental é com a caracterização do fenômeno, com as formas que se apresenta e com as variações, já que o seu principal objetivo é a descrição.

    Para Joel Martins (apud FAZENDA, 1989, p.58) “a descrição não se fundamenta em idealizações, imaginações, desejos e nem num trabalho que se realiza na subestrutura dos objetos descritos; é, sim, um trabalho descritivo de situações, pessoas ou acontecimentos em que todos os aspectos da realidade são considerados importantes”.

    Já segundo Lüdke e André (1986, p.18) o estudo de caso enfatiza “interpretação em contexto”. Godoy (1995, p.35) coloca que:

    O estudo de caso tem se tornado na estratégia preferida quando os pesquisadores procuram responder às questões “como” e “por que” certos fenômenos ocorrem, quando há pouca possibilidade de controle sobre os eventos estudados e quando o foco de interesse é sobre fenômenos atuais, que só poderão ser analisados dentro de um contexto de vida real.

    De acordo com Goode e Hatt (1968, p.17): “o caso se destaca por se constituir numa unidade dentro de um sistema mais amplo”. O interesse incide naquilo que ele tem de único, de particular, mesmo que posteriormente fiquem evidentes estas semelhanças com outros casos ou situações.

    O instrumento utilizado para coletar as informações foi um questionário com doze perguntas abertas, que foi respondido por vinte e oito (28) acadêmicos do 7º semestre do curso de Licenciatura em Educação Física (Currículo 2005) do CEFD/UFSM, matriculados na disciplina de Estágio Curricular Supervisionado III, no 2º semestre letivo de 2009. A escolha dos participantes aconteceu de forma espontânea, em que a disponibilidade dos mesmos foi o fator determinante. A fim de preservar as identidades dos participantes, esses receberam uma numeração (1 a 28).

    A cerca do questionário Triviños (1987, p.137) afirma que “sem dúvida alguma, o questionário (...), de emprego usual no trabalho positivista, também o podemos utilizar na pesquisa qualitativa”. Já Cervo e Bervian (1996) relatam que o questionário representa a forma mais usada para coletar dados, pois possibilita buscar de forma mais objetiva o que realmente se deseja atingir. Consideram ainda o questionário um meio de obter respostas por uma fórmula que o próprio informante preenche.

    Pergunta aberta “destina-se a obter uma resposta livre” (CERVO; BERVIAN, 1996, p.138).

    As questões norteadoras que compuseram o questionário estavam relacionadas com os objetivos específicos desta investigação.

    As informações foram coletadas através da aplicação do questionário em dois momentos: anterior a ida nas escolas (expectativas) e no final do semestre letivo (realizações).

    A interpretação das informações coletadas pelo questionário foi realizada através da análise de conteúdo, que é definida por Bardin (1977, p.42) como um:

    Conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens.

    Godoy (1995, p.23) diz que a pesquisa que opta pela análise de conteúdo tem como meta “entender o sentido da comunicação, como se fosse um receptor normal e, principalmente, desviar o olhar, buscando outra significação, outra mensagem, passível de se enxergar por meio ou ao lado da primeira”.

    Para Bardin (1977) a utilização da análise de conteúdo prevê três etapas principais: 1ª) A pré-análise – que trata do esquema de trabalho, envolve os primeiros contatos com os documentos de análise, a formulação de objetivos, a definição dos procedimentos a serem seguidos e a preparação formal do material; 2ª) A exploração do material – que corresponde ao cumprimento das decisões anteriormente tomadas, isto é, a leitura de documentos, a caracterização, entre outros; e, 3ª) O tratamento dos resultados – onde os dados são lapidados, tornando-os significativos, sendo que a interpretação deve ir além dos conteúdos manifestos nos documentos, buscando descobrir o que está por trás do imediatamente aprendido.

Os resultados e as discussões da investigação

    Os resultados e as discussões desta investigação foram explicitados orientados pelos objetivos específicos.

a.     Quanto à contribuição aos alunos

    Em relação às ‘expectativas de contribuições que pretendiam deixar aos seus alunos’ constatamos que TODOS, isto é, vinte e oito acadêmicos (1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9; 10; 11; 12; 13; 14; 15; 16; 17; 18; 19; 20; 21; 22; 23; 24; 25; 26; 27 e 28) tinham ‘boas intenções e estavam dispostos a desenvolverem um trabalho de qualidade’. Este fato vai ao direcionamento do encontrado nos estudos de Neuenfeldt e Canfield (1998) e Neuenfeldt e Krug (1998) que também verificaram boas intenções como expectativas de contribuições a serem deixadas aos alunos pela grande maioria dos acadêmicos da Licenciatura em Educação Física (Currículo 1990) do CEFD/UFSM em situação de estágio. Entretanto, devemos ressaltar que as intenções manifestadas pelos acadêmicos de nossa investigação eram bem diversificadas e mostraram certa dificuldade dos mesmos em definir claramente a função da Educação Física na escola e, especificamente, nas séries/anos iniciais do ensino fundamental. A grande maioria destas intenções estavam no direcionamento da busca do desenvolvimento integral dos alunos. Esta intenção também foi encontrada no estudo de Montenegro (1994) com futuros profissionais de Educação Física quando foi constatado que se fossem atuar na escola, esperavam contribuir de alguma forma, ainda não definida, para a formação dos alunos.

    Já sobre as ‘realizações das expectativas de contribuições que pretendiam deixar aos seus alunos’ verificamos que QUASE TODOS, isto é, vinte e cinco acadêmicos (2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9; 10; 11; 12; 14; 15; 17; 18; 19; 20; 21; 22; 23; 24; 25; 26; 27 e 28) ‘conseguiram alcançar as contribuições aos seus alunos que almejavam’. Somente três acadêmicos (1; 13 e 16) ‘alcançaram outras contribuições não pensadas antes da realização do ECS’. Desta forma, consideramos que este fato não foi um fracasso pedagógico e, sim, uma reestruturação das propostas antes pensadas. Este fato vai no direcionamento do encontrado nos estudos de Neuenfeldt e Canfield (1998) e Neuenfeldt e Krug (1998) que constataram que a maioria dos acadêmicos da Licenciatura em Educação Física (Currículo 1990) do CEFD/UFSM em situação de estágio conseguiram concretizar/realizar as contribuições que pretendiam deixar aos seus alunos.

b.     Quanto às condições da escola

    Quanto às ‘expectativas sobre as condições da escola’ para ministrarem as suas aulas constatamos que a GRANDE MAIORIA, isto é, vinte e dois acadêmicos (1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 11; 12; 14; 17; 18; 19; 20; 21; 22; 23; 24; 25; 26 e 27) esperavam encontrar ‘precárias condições de infra-estrutura’, ou seja, com pouco material e pequeno espaço físico destinado à Educação Física Escolar. Esta situação é semelhante ao estudo de Neuenfeldt e Krug (1998) que verificaram que 88,89% dos acadêmicos da Licenciatura em Educação Física (Currículo 1990) do CEFD/UFSM em situação de estágio esperavam encontrar escolas com pouco e/ou deficiências de material e espaço físico para ministrarem as suas aulas. Conseqüentemente, uma PEQUENA MINORIA, isto é, seis acadêmicos (9; 10; 13; 15; 16 e 28) esperavam encontrar ‘boas condições de infra-estrutura’, ou seja, com materiais e espaço físico destinados às aulas de Educação Física Escolar em quantidade suficiente para ministrarem as suas aulas. Relativamente a esta situação citamos o estudo de Neuenfeldt e Krug (1998) em que observaram que apenas 11,11% dos acadêmicos da Licenciatura em Educação Física (Currículo 1990) do CEFD/UFSM em situação de estágio esperavam encontrar boas condições de materiais e espaço físico nas escolas para ministrarem as suas aulas. Notamos aqui que os acadêmicos da Licenciatura do CEFD/UFSM já possuem consciência das más condições de infra-estrutura (falta de material e espaço físico) que se encontram as escolas, realidade esta denunciada por Farias; Shigunov e Nascimento (2001) quando afirmam que vários estudos realizados em escolas indicam que existe uma falta de locais e materiais, principalmente nas públicas, para o desenvolvimento das aulas de Educação Física.

    Com relação ‘aos alunos’ às ‘expectativas’ da GRANDE MAIORIA, isto é, dezenove acadêmicos (5; 6; 7; 8; 12; 13; 14; 16; 17; 18; 19; 20; 21; 22; 23; 24; 25; 26 e 27) relacionava-se a ‘encontrar problemas’ tais como a ‘indisciplina’. Esta situação é parecida ao estudo de Neuenfeldt e Krug (1998) que verificaram que 55,56% dos acadêmicos da Licenciatura em Educação Física (Currículo 1990) do CEFD/UFSM em situação de estágio esperavam encontrar alunos difíceis de serem controlados. Conseqüentemente, uma PEQUENA MINORIA, isto é, nove acadêmicos (1; 2; 3; 4; 9; 10; 11; 15 e 28) esperavam encontrar ‘bons alunos’ em suas turmas de estágio. Sobre esta situação nos reportamos a Neuenfeldt e Krug (1998) que encontraram em seu estudo apenas 11,11% dos acadêmicos da Licenciatura em Educação Física (Currículo 1990) do CEFD/UFSM em situação de estágio esperavam encontrar bons alunos em suas turmas de estágio.

    Desta forma, notamos que às ‘expectativas’ da GRANDE MAIORIA dos acadêmicos quanto às ‘condições de infra-estrutura e alunos da escola’ ‘não eram boas’, fato este também encontrado no estudo de Neuenfeldt e Canfield (1998).

    Após a ‘realização’ do ECS verificamos que TODOS, isto é, vinte e oito acadêmicos declararam que encontraram ‘precárias condições de infra-estrutura’ na escola para ministrarem as suas aulas. Assim, para a GRANDE MAIORIA, isto é, vinte e dois acadêmicos (1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 11; 12; 14; 17; 18; 19; 20; 21; 22; 23; 24; 25; 26 e 27) confirmou-se às expectativas de encontrarem precárias condições de infra-estrutura na escola para Educação Física Escolar. Entretanto, para a PEQUENA MINORIA, isto é, seis acadêmicos (9; 10; 13; 15; 16 e 28) que esperavam encontrar boas condições de infra-estrutura na escola. Este fato denuncia a existência de acadêmicos que vão para a realização do Estágio Curricular Supervisionado sem o devido conhecimento sobre a realidade das condições físicas e materiais da Educação Física Escolar na rede pública de ensino.

    Já quanto aos ‘alunos’, após a ‘realização’ do Estágio Curricular Supervisionado constatamos que também TODOS, isto é, vinte e oito acadêmicos manifestaram que encontraram ‘problemas com os alunos’ de suas turmas de estágio, principalmente comportamentais. Assim, verificamos que para a GRANDE MAIORIA, isto é, dezenove acadêmicos (5; 6; 7; 8; 12; 13; 14; 16; 17; 18; 19; 20; 21; 22; 23; 24; 25; 26 e 27) confirmou-se às expectativas de encontrarem problemas com os alunos na escola. Conseqüentemente, para a PEQUENA MINORIA, isto é, nove acadêmicos (1; 2; 3; 4; 9; 10; 11; 15 e 28) que esperavam encontrar bons alunos em suas turmas de estágio este fato não se confirmou. Esta situação denuncia a existência de acadêmicos que vão para a realização do Estágio Curricular Supervisionado sem o devido conhecimento sobre as características dos alunos que podem vir a encontrar.

c.     Quanto à orientação

    Quanto à ‘orientação do professor universitário da disciplina de ECSTODOS, isto é, vinte e oito acadêmicos (1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9; 10; 11; 12; 13; 14; 15; 16; 17; 18; 19; 20; 21; 22; 23; 24; 25; 26; 27 e 28) tinham a ‘expectativa’, isto é, esperavam que a orientação fosse ‘boa’, ou seja, de contar com o seu apoio, intervenção, críticas e ajuda. Este fato é discordante do estudo de Neuenfeldt e Canfield (1998) que constataram que somente 67,44% dos acadêmicos em situação de estágio da Licenciatura em Educação Física (Currículo 1990) do CEFD/UFSM esperavam ter uma boa orientação do professor universitário da disciplina de ECS.

    Quanto ao ‘professor da escola’ também TODOS, isto é, vinte e oito acadêmicos (1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9; 10; 11; 12; 13; 14; 15; 16; 17; 18; 19; 20; 21; 22; 23; 24; 25; 26; 27 e 28) tinham a ‘expectativa’, isto é, esperavam que a orientação fosse ‘boa’, ou seja, receber apoio. No estudo de Neuenfeldt e Canfield (1998) foi verificado que somente 75,76% dos acadêmicos em situação de estágio da Licenciatura em Educação Física (Currículo 1990) do CEFD/UFSM esperavam ter uma boa orientação do professor da escola.

    Após a ‘realização’ do ECS verificamos que tanto a ‘orientação do professor universitário da disciplina de ECS’ quanto à ‘orientação do professor da escola’ ‘diminuíram’ em relação à expectativa dos acadêmicos.

    Por parte do ‘professor universitário’ da disciplina de ECS QUASE TODOS, isto é, vinte e sete acadêmicos (1; 2; 4; 5; 6; 7; 8; 9; 10; 11; 12; 13; 14; 15; 16; 17; 18; 19; 20; 21; 22; 23; 24; 25; 26; 27 e 28) disseram que ‘tiveram uma boa orientação’, que foram auxiliados quando precisaram. Somente o acadêmico 3 manifestou que a orientação foi ‘mais ou menos’. Esta situação assemelha-se com a encontrada no estudo de Krug (1998) denominado ‘Avaliando a proposta pedagógica de Prática de Ensino reflexiva (Currículo 1990) no CEFD/UFSM: opinião dos envolvidos’ que verificou que 100% dos acadêmicos aprovaram a mesma e consideraram ótima a orientação do professor universitário da referida disciplina. Entretanto, de acordo com Neuenfeldt e Canfield (1998), é de fundamental importância para os acadêmicos sentirem-se seguros, amparados e terem a quem recorrer quando encontrarem dificuldades que não consigam superar sem auxílio. No entanto, os acadêmicos não podem esperar do professor universitário da disciplina de ECS a solução para todos os problemas, pois, segundo Castro (1996), certas questões relacionadas ao estágio estão muito aquém da responsabilidade apenas do professor orientador, como por exemplo, o número excessivo de alunos para orientar, colocando uma barreira na atuação competente do professor, já que inviabiliza um acompanhamento constante dos alunos em seus campos de estágios, transformando o professor em andarilho, muitas vezes errante.

    Por parte do ‘professor da escola’ também QUASE TODOS, isto é, vinte e seis acadêmicos (1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9; 10; 11; 12; 13; 14; 15; 16; 17; 18; 19; 20; 21; 22; 23; 24; 25; 27 e 28) declararam que ‘tiveram uma boa orientação’, que foram auxiliados quando precisaram. Este fato contraria o estudo de Neuenfeldt e Krug (1998) que constataram que 66,67% dos acadêmicos da Licenciatura em Educação Física (Currículo 1990) do CEFD/UFSM em situação de estágio manifestaram que não tiveram uma boa orientação pelo professor da escola. Somente o acadêmico 26 declarou que a orientação foi ‘ruim’, pois não teve apoio nenhum. Cabe aqui destacar que ter uma boa orientação do professor da escola é um fato raríssimo em se tratando de ECS em Educação Física. Devemos ressaltar que o professor da escola aqui mencionado é o(a) professor(a) de classe, já que tratamos de estágio nas séries/anos iniciais do ensino fundamental e, quem sabe, este é o diferencial da existência de boa orientação, já que este tipo de professor(a) sempre está presente na escola. Segundo Neuenfeldt e Canfield (1998) é justificável os acadêmicos em situação de estágio receberem auxílio do pessoal da escola, pois estes convivem diariamente com o acadêmico, bem como a escola pode estabelecer um maior compromisso com os estagiários, estabelecendo trocas de experiências, trabalho em conjunto e não permitir que os professores de classe de Educação Física abandonem suas turmas para os estagiário.

d.     Quanto a estarem preparados para atuar na EFE

    Sobre as ‘expectativas, antes da realização do ECS, de estarem preparados para atuar na EFE após formados’ verificamos que a MAIORIA, isto é, dezenove acadêmicos (1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9; 10; 11; 12; 13; 14; 15; 16; 17; 18; 19; 20; 21; 22; 23; 24; 25; 26; 27 e 28) manifestaram que ‘estavam preparados’ e a MINORIA, ou seja, nove (Acadêmicos: 3; 5; 7; 12; 13; 17; 20; 23 e 28) que ‘não estavam preparados’ para a atuação docente na escola. Estes resultados assemelham-se ao estudo de Neuenfeldt e Canfield (1998) que constataram que a maioria (56,50%) dos acadêmicos da Licenciatura em Educação Física (Currículo 1990) do CEFD/UFSM declararam, antes da realização do ECS, estarem preparados para atuar na EFE.

    A principal e única ‘justificativa’ para a ‘expectativa, antes da realização do ECS, de estarem preparados para atuar na EFE após formados’ foi ‘as experiências e os aprendizados que tiveram durante o curso’ (Acadêmicos: 1; 2; 4; 6; 8; 9; 10; 11; 14; 15; 16; 18; 19; 21; 22; 24; 25; 26 e 27) fato este que lhes dava ‘segurança’ para exercer a docência. Já a principal e também única ‘justificativa’ para a ‘expectativa, antes da realização do ECS, de não estarem preparados para atuar na EFE após formados’ foi ‘a falta de experiências e os conhecimentos que não adquiriram durante o curso’ (Acadêmicos: 3; 5; 7; 12; 13; 17; 20; 23 e 28) fato este que lhes provocava ‘insegurança’ para exercer a docência. Estas duas justificativas também foram encontradas no estudo de Neuenfeldt e Canfield (1998).

    Após a ‘realização’ do ECS verificamos que TODOS, isto é, vinte e oito acadêmicos (1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9; 10; 11; 12; 13; 14; 15; 16; 17; 18; 19; 20; 21; 22; 23; 24; 25; 26; 27 e 28) manifestaram ‘estarem preparados para atuar na EFE depois de formados’. Este fato está em discordância com o estudo de Neuenfeldt e Canfield (1998) que constataram a existência de somente 77,78% dos acadêmicos da Licenciatura em Educação Física (Currículo 1990) do CEFD/UFSM que sentiram-se preparados para atuar na EFE após a realização do ECS. Dentro deste quadro, consideramos importante salientar que nove acadêmicos (3; 5; 7; 12; 13; 17; 20; 23 e 28) ‘mudaram de opinião sobre a sua preparação’, isto é, depois da realização do ECS, ‘passaram a sentirem-se preparados’, já que antes achavam que não estavam. Esta situação também foi encontrada no estudo de Neuenfeldt e Canfield (1998) onde constataram que 7,69% dos acadêmicos da Licenciatura em Educação Física (Currículo 1990) do CEFD/UFSM que antes do ECS consideravam-se não preparados para atuar na EFE depois de formados disseram-se preparados.

e.     Quanto aos conhecimentos adquiridos no curso úteis para o ECS

    Relativamente às ‘expectativas dos conhecimentos adquiridos no curso que seriam úteis na realização do ECS’ as disciplinas mais lembradas foram a ‘Ludicidade’ com vinte e uma citações (Acadêmicos: 1; 2; 3; 4; 6; 7; 9; 10; 11; 12; 13; 14; 16; 17; 19; 20; 21; 22; 24; 25 e 27), a ‘Didática’ com dezoito citações (Acadêmicos: 1; 2; 3; 6; 7; 9; 10; 11; 12; 13; 14; 19; 21; 22; 24; 26; 27 e 28) e ‘Estudos do Lazer’ também com dezoito citações (Acadêmicos: 1; 2; 3; 4; 6; 7; 9; 10; 12; 13; 14; 16; 19; 22; 24; 25; 26 e 27). Seguiram-se: Aprendizagem Motora (dez citações); Crescimento e Desenvolvimento Motor (seis citações); Brinquedos (seis citações); Ginástica (cinco citações); Todas (cinco citações); Atividades Rítmicas (quatro citações); Atletismo (quatro citações); Biomecânica (duas citações); Psicologia da Educação (duas citações); ECS II (duas citações); ECS I (duas citações); Cinesiologia (uma citação); Educação Física e Necessidades Especiais (uma citação); Jogos Esportivos Coletivos (uma citação); e, Avaliação em Educação Física Escolar (uma citação). Estas informações são parecidas com o estudo de Neuenfeldt e Canfield (1998) que constataram que na expectativa dos acadêmicos da Licenciatura em Educação Física (Currículo 1990) do CEFD/UFSM as disciplinas que mais contribuiriam com a realização do estágio seriam Didática, Esportes Coletivos, Esportes Individuais e Ginástica.

    Já sobre a ‘concretização/realização das expectativas dos conhecimentos adquiridos no curso que seriam mais úteis na realização do ECS’ foram plenamente atingidas, pois TODAS as disciplinas citadas antes do estágio foram renomeadas posteriormente a realização do mesmo. As disciplinas mais lembradas foram a ‘Ludicidade’ com dezenove citações (Acadêmicos: 1; 3; 4; 5; 7; 8; 9; 10; 11; 12; 14; 16; 17; 19; 20; 21; 22; 24 e 26), a ‘Didática’ com dezoito citações (Acadêmicos: 1; 2; 3; 4; 6; 7; 8; 9; 10; 11; 14; 19; 21; 22; 24; 26; 27 e 28) e ‘Estudos do Lazer’ com quatorze citações (Acadêmicos: 2; 3; 4; 5; 8; 9; 10; 11; 13; 14; 16; 19; 22 e 27). Seguiram-se: Aprendizagem Motora (onze citações); Brinquedos (dez citações); ECS I (oito citações); ECS II (oito citações); Crescimento e Desenvolvimento Motor (oito citações); Atividades Rítmicas (seis citações); Jogos Esportivos Coletivos (quatro citações); Todas (quatro citações); Psicologia da Educação (duas citações); Ginástica (duas citações); Educação Física e Necessidades Especiais (uma citação); Biomecânica (uma citação); e, Atletismo (uma citação). Ainda podemos salientar que quatro disciplinas além das previstas foram acrescidas pelos acadêmicos estudados. Foram elas: Prática Educativa; Seminário em Educação Física; Capoeira na Escola e Anatomia, todas com uma citação. Estas informações são parecidas com o estudo de Neuenfeldt e Canfield (1998) que constataram que na realização do estágio dos acadêmicos da Licenciatura em Educação Física (Currículo 1990) do CEFD/UFSM as disciplinas que mais contribuíram foram a Didática, os Esportes Coletivos, os Esportes Individuais e a Ginástica.

f.     Quanto ao desejo de atuar na EFE após formado

    Quanto às ‘expectativas, antes da realização do ECS, de virem a atuar na EFE após formados’ constatamos que QUASE TODOS, isto é, vinte e cinco acadêmicos (Acadêmicos: 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9; 10; 11; 12; 13; 14; 15; 17; 18; 19; 20; 21; 22; 23; 24; 25; 26 e 27) ‘pretendiam virem a atuar na escola’, sendo que um (Acadêmico 1) estava em ‘dúvida’ de atuar ou não e dois acadêmicos (16 e 28) ‘não pretendiam’. Esta situação da existência de acadêmicos com a expectativa, antes da realização do ECS, de pretender, de estar em dúvida e de não pretender atuar na EFE após formados também foi constatado no estudo de Neuenfeldt e Canfield (1998) quando investigaram acadêmicos da Licenciatura em Educação Física (Currículo 1990) do CEFD/UFSM. Neste sentido, citamos Pimenta e Lima (2004) que dizem que o estágio docente é importante para que os candidatos a essa profissão digam, para si, que querem ser professor.

    A principal ‘justificativa’ para a ‘expectativa, antes da realização do ECS, de virem a atuar na EFE após formados’ foi o ‘gosto pela Educação Física Escolar’ com dezessete citações (Acadêmicos: 2; 3; 5; 6; 7; 8; 9; 10; 14; 15; 17; 21; 22; 23; 24; 25 e 27). Em relação a esta justificativa podemos citar Feil (1995) que diz que gostar do que se faz (ou vai fazer) é um fator determinante para que o professor (no caso desta investigação, o futuro professor) faça bem o seu trabalho. Já Krug (2010c) constatou em estudo que o gosto pela Educação Física Escolar foi a principal justificativa da pretensão de acadêmicos da Licenciatura em Educação Física (Currículo 2005) do CEFD/UFSM de atuar na escola depois de formados. Seguiram-se as seguintes justificativas: ‘sente-se preparado’ com cinco citações (Acadêmicos 11; 12; 13; 18 e 20) e ‘estabilidade de emprego’ com três citações (Acadêmicos: 4; 19 e 26).

    A principal ‘justificativa’ para a ‘dúvida’ (Acadêmico 1) e para ‘não pretender’ (Acadêmicos: 1 e 28) atuar na EFE após formado, antes de realizar o ECS foi a ‘desvalorização da Educação Física Escolar’. Esta justificativa pode ser fundamentada por Krug (2008) que constatou que existe uma desvalorização da EFE e que isto acarreta um sentimento de insatisfação com a docência na escola.

    Após a ‘realização’ do ECS verificamos que QUASE TODOS, isto é, vinte e seis acadêmicos ‘desejam atuar na EFE depois de formados’. Este fato está em concordância com a afirmação de Ilha; Krug e Krug (2009a) de que a aceitação da escola como futuro campo de atuação profissional é uma das contribuições do estágio para a formação profissional dos acadêmicos da Licenciatura em Educação Física (Currículo 1990) do CEFD/UFSM. Destes vinte e seis acadêmicos destacamos que vinte e quatro (Acadêmicos: 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9; 10; 11; 12; 13; 14; 15; 17; 18; 19; 20; 21; 22; 23; 24; 25; e 27) mantiveram a sua posição de expectativa de ‘sim’. Este fato é corroborado pela afirmação de Pelozo (2007) de que o ECS dá oportunidades para que os estagiários tenha noções básicas do que é ser professor nos dias atuais e permite ao mesmo que reafirme sua escolha pela profissão e resolva assumir-se como profissional politizado desde o início de sua carreira. Também constatamos que dentre estes vinte e seis que desejam atuar na EFE depois de formados estão dois acadêmicos (Acadêmico 1 que estava em ‘dúvida’ e o Acadêmico 28 que era ‘não’) que ‘mudaram de opinião depois da experiência do ECS’ passando a afirmar que ‘sim’, isto é, que desejam atuar na EFE. Este fato também foi constatado no estudo de Neuenfeldt e Krug (1998) quando houve acadêmicos da Licenciatura em Educação Física (Currículo 1990) do CEFD/UFSM que não pretendiam atuar na EFE, mas que após o ECS mudaram de opinião, passando a desejar atuar na escola. Ainda salientamos que o acadêmico 26 que antes era ‘sim’ passou a ser ‘dúvida’ e o Acadêmico 16 que era ‘não’ continuou ‘não’. Esta situação pode ser fundamentada por Neuenfeldt e Canfield (1998) que afirmam que as experiências pelas quais os acadêmicos de Educação Física passam no estágio, nas suas atuações como professor de Educação Física na escola, são fundamentais para que abracem ou não este campo de trabalho.

    As principais ‘justificativas’ para a decisão de atuarem ou não na EFE após formados, depois da realização do ECS, para TODOS os acadêmicos continuaram as mesmas de antes da realização do ECS, com ‘exceção’ dos acadêmicos 1 e 28 que ‘mudaram’, pois passaram a ‘gostar da Educação Física Escolar’.

Conclusão: uma possível interpretação sobre a investigação

    Pela análise das informações obtidas foi possível ‘identificar que QUASE TODOS (26 de 28) acadêmicos da Licenciatura em Educação Física (Currículo 2005) do CEFD/UFSM conseguiram realizar as suas expectativas no desenvolvimento do Estágio Curricular Supervisionado III (Séries/Anos Iniciais do Ensino Fundamental)’.

    Assim, os resultados obtidos por esta investigação aponta para as seguintes constatações:

a.     Que o acadêmico, freqüentador da disciplina de ECS III, mesmo enfrentando as precárias condições de infra-estrutura das escolas, ou seja, com pouco material e pequeno espaço físico destinado à educação Física Escolar, bem como a ocorrência de problemas com os alunos, tais como a indisciplina, consegue realizar um bom trabalho docente, alcançando boas contribuições de aprendizagens aos alunos; e,

b.     Que o acadêmico, freqüentador da disciplina de ECS III, se sente preparado para realizar a sua docência, bem como confirma a sua decisão de ser professor após a mesma.

    A partir destas duas importantes constatações podemos inferir que, talvez, duas razões tenham sido determinantes para tal:

a.     A ocorrência de uma boa orientação no ECS III tanto por parte do professor universitário responsável pela disciplina quanto por parte do professor da turma de alunos da escola palco do estágio; e,

b.     O oferecimento de uma boa formação profissional inicial proporcionada pelo curso de Licenciatura em Educação Física (Currículo 2005) do CEFD/UFSM, pois segundo Neuenfeld e Canfield (1998) o ECS é um espaço no qual deve ser oferecido a possibilidade do acadêmico converter o seu aprendizado em ensino, é o momento de transpor seus conhecimentos. Para isso, é necessário que tenha capacidade para planejar as suas aulas e de colocá-las em prática, e isso implica em saber estabelecer objetivos, que metodologia de ensino usar e como avaliar as suas aulas.

    Entretanto, mediante a estas constatações e inferências de explicação do fenômeno estudado sugerimos que sejam feitas novas investigações buscando conhecer o perfil do acadêmico que o curso de Licenciatura está formando, verificando assim, se o currículo oficial está condizente com a sua proposta e com os anseios da sociedade, permitindo-se assim um currículo em constante dinamismo que proporcione periódicas mudanças, pois, segundo Ilha e Krug (2008, p.1), “os cursos de formação de professores tem a função de proporcionar aos acadêmicos disciplinas, conhecimentos, estágios, experiências que possibilitem uma base teórico-prática para atuarem no contexto escolar. Diante disso, o currículo representa uma peça chave desse emaranhado de especificidades que compõem a formação inicial”.

Referências

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 16 · N° 163 | Buenos Aires, Diciembre de 2011
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