Análise da aptidão física em praticantes de futsal feminino do Projeto Segundo Tempo Universitário Análisis de la aptitud física en jugadoras de futsal femenino del Proyecto Segundo Tiempo Universitario |
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*Universidade Federal de Santa Maria **Universidade Federal de Pelotas (Brasil) |
Eduardo Albuquerque* | Juliano Farinha* Ricardo Drews** | Gabriela Machado Ribeiro** |
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Resumo Este estudo objetivou descrever algumas variáveis da aptidão física relacionadas à saúde de atletas universitárias da modalidade de futsal feminino, da Universidade Federal de Santa Maria, participantes do Programa Segundo Tempo. A pesquisa foi realizada com 6 atletas universitárias, do sexo feminino, com idades entre 18 e 25 anos, submetidas à avaliação de testes de composição corporal, flexibilidade, impulsão vertical, impulsão horizontal, força manual dos membros direito e esquerdo, agilidade e velocidade. Os resultados apontaram que as atletas, na média, apresentaram valores muito abaixo dos índices de referência de seus respectivos testes. A equipe analisada, na qual não apresentou bons resultados na maioria dos testes, acenou para o fato de que não é possível considerá-la como equipe de rendimento. Recomendamos aos profissionais dirigentes da equipe que proporcionem exercícios físicos de recuperação às atletas, visando o aperfeiçoamento das capacidades físicas. Unitermos: Aptidão física. Agilidade. Composição corporal. Flexibilidade. Força manual. Impulsão horizontal. Impulsão vertical. Velocidade.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 163, Diciembre de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Introdução
A aptidão física relacionada à saúde consiste em congregar vários aspectos que influenciam, condicionam e definem os níveis de saúde dos indivíduos. A conceituação para a aptidão física segundo a literatura adquire diferentes formas de expressão. O conceito utilizado pelo American College of Sports Medicine (2000, p. 57) resume que aptidão física seria “uma série de atributos que as pessoas têm ou adquirem que se relacionam com a capacidade de realizar atividade física”.
Como fator de interferência, a aptidão física não é determinada exclusivamente pela atividade física. Outros fatores interagem significativamente no processo de aquisição de aptidão física, como os ambientais, genéticos e sociais. Ela pode variar bastante também em função da idade, raça, gênero e nível social (MAZO; LOPES; BENEDETTI, 2001).
Dentre esses fatores que podem determinar a condição física das pessoas estão componentes relacionados à força e resistência musculares, à flexibilidade, à capacidade cardiorrespiratória e à composição corporal. Estes componentes também condicionam a aptidão relacionada à performance esportiva, entretanto, em níveis de esforço máximo.
Com relação à melhoria da saúde, a aptidão física estaria representada pelos componentes que têm algum aspecto que possa ser parâmetro de boa saúde e/ou com o baixo risco para desenvolvimento prematuro de doenças, especialmente as hipocinéticas – aquelas associadas à inatividade física (AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 1999 e 2000).
Tendo a conceituação e entendimento de que bons níveis de aptidão física trazem diversos benefícios à saúde possibilitando a prevenção e controle de algumas doenças como a hipertensão, diabetes mellitus (tipo II), osteoporose e as doenças cardiovasculares, colaborando com o melhor desempenho na realização das atividades de vida diária e auxiliando na redução da ansiedade, depressão e estresse, (AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 1999), objetivamos através de este estudo avaliar a aptidão física relacionada à saúde e em segundo a performance esportiva de atletas da modalidade de futsal feminino, participantes do Programa Segundo Tempo da Universidade Federal de Santa Maria.
2. Metodologia
2.1. Sujeitos
Os sujeitos que caracterizaram este estudo são 06 mulheres, com idades entre 18 e 25 anos, atletas universitárias da modalidade de futsal feminino, da Universidade Federal de Santa Maria, participantes do Programa Segundo Tempo. Adotou-se como critério de inclusão o tempo de prática do futsal, há, no mínimo, 6 meses, com frequência semanal de duas vezes por semana. Além disso, não apresentar nenhuma alteração visual, somatossensorial, auditiva, ou ferimentos que impedissem ou dificultassem a realização dos testes.
2.2. Instrumentos
As medidas antropométricas necessárias ao presente estudo foram obtidas, utilizando-se os seguintes instrumentos: balança com estadiômetro para determinar a massa corporal total e a estatura devidamente calibrada e aferida, com precisão de 100 gramas e escala de 0 a 150 Kg; aparelho de bioimpedância elétrica; fita métrica flexível com 2 m de comprimento; estetoscópio e esfignomanômetro com fecho de metal mensurando em milímetro de mercúrio (mmhg); monitor cardíaco mensurando em número de batimento por minuto (bpm).
Em relação às variáveis de aptidão física, a flexibilidade foi avaliada através do teste de sentar-e-alcançar (AAPHERD, 1980); potência muscular através do teste de salto vertical com livre movimentação dos membros superiores e salto horizontal parado (MATSUDO, 1995); composição corporal pelo teste de bioimpedância elétrica (POLLOCK, GARZARELLA & GRAVES, 1995); agilidade através do teste Shuttle Run; força muscular de membros superiores pelo teste de preensão manual; velocidade através do teste de velocidade de deslocamento - corrida de 30m; (JOHNSON & NELSON, 1979).
2.3. Procedimentos
As participantes foram devidamente esclarecidas sobre todos os procedimentos adotados na pesquisa e primeiramente foram submetidos à avaliação antropométrica (massa corporal total (MCT); medida em quilogramas; estatura (EST) em metros; pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD) em milímetros de mercúrio; freqüência cardíaca em repouso (FCR), medida em número de batimentos por minuto; percentual de gordura (% G), utilizando a equação de (SIRI 1961, apud GUEDES, 1994), através da equação de densidade corporal de Guedes, (1994) ).
Após a avaliação antropométrica, foi realizada a avaliação das variáveis de aptidão física e desempenho motor (flexibilidade;avaliação da composição corporal;potência muscular;força; força explosiva de membros inferior; agilidade e velocidade ).Todos os testes foram realizados no ginásio 3 do Centro de Educação Física e Desporto da Universidade Federal de Santa Maria, no horário da noite,, individualmente e havendo um prévio treinamento dos avaliadores para posterior aplicação dos testes, no qual foi realizado pelos mesmos avaliadores.
2.4. Tratamento estatístico
Para a realização dos procedimentos estatísticos será utilizado o Software Statistical Package for Social Sciences (SPSS 13.0). Os dados estão demonstrados e analisados através de estatística descritiva (média e desvio padrão) em comparativo a parâmetros indicados como ideais para aptidão física relacionada à saúde de seus respectivos testes.
3. Análise dos resultados e conclusão
A partir da avaliação da aptidão física das participantes do Programa Segundo Tempo, pudemos constatar que as meninas apresentaram índices muitos baixos de aptidão física relacionada à saúde tanto quanto a performance da média em relação aos parâmetros indicados como ideais para aptidão física relacionada à saúde e ao rendimento foram insatisfatórios.
Podemos verificar essa situação analisando as tabelas a seguir:
Tabela 1. Análise média da composição corporal
Tabela 2. Análise média de flexibilidade de cada participante
Tabela 3. Análise Média de Força dos Membros Superiores (Direito e Esquerdo) de cada Participante
Tabela 4. Análise média de impulsão vertical de cada participante
Tabela 5. Análise média de impulsão horizontal de cada participante
Tabela 6. Análise média da agilidade de cada participante
Tabela 7. Análise da velocidade de cada participante
A partir desses resultados, sugerimos aos profissionais dirigentes da equipe que proporcionem exercícios físicos de recuperação às atletas, visando o aperfeiçoamento das capacidades físicas nos testes que obtiveram níveis aquém do esperado. Para que uma equipe esportiva atinja resultados satisfatórios de performance, o nível da condição física de seus atletas deverá ser construído coletivamente com variáveis motoras positivas adquiridas com o treinamento físico.
A variedade do repertório motor de cada atleta dependerá da vivência motora adquirida ao longo dos anos durante o processo de crescimento e desenvolvimento. O aperfeiçoamento de uma habilidade motora ou um novo movimento durante o treinamento será facilitado se o atleta obteve este repertório motor bem desenvolvido durante todo este processo de desenvolvimento esportivo.
No entanto, a equipe analisada apresentou resultados baixos dos índices de referência na maioria dos testes, sem atingirem níveis de esforço máximo e não permitindo que apontássemos este grupo como uma equipe de alto rendimento no contexto esportivo. Utilizando os recursos da análise da composição corporal, aptidão física e desempenho motor, utilizados neste estudo, é possível predizer que as participantes provavelmente não terão êxito se participarem de campeonatos em que participem equipes bem preparadas e com bom nível de aptidão física. Portanto, recomendamos que os testes sejam refeitos futuramente para motivar cada vez mais as participantes e acompanhar o progresso das mesmas.
Referências bibliográficas
AAPHERD Health related physical fitness test manual. American Alliance for Health, Physical Education, Recreation and Dance. Reston, VA, 1980.
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AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE (ACSM). Exercise and Physical Activity for Older Adults: Position Stand. Medicine & Science in Sports & Exercise v.30, n.6, p.992-1008, 1998a.
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE (ACSM). ACSM’s Resource Manual for Guidelines for Testing and Prescription. 3rd ed. Philadelphia: Williams & Wilkins, 1998b.
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AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. ACMS’s Guidelines for Exercise Testing and Prescription. 6th ed. Philadelphia: Williams & Wilkins, 2000. 368p.
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Progression models in resistance training for healthy adults – position stand. Medicine and Science in Sports and Exercise. v.34, n.2, 2002, p.364-380.
GUEDES, D. P. Composição corporal: princípios, técnicas e aplicações. 2. ed., rev. Londrina: APEF, 1994.
JOHNSON, B. L. & NELSON, J. K. Pratic Measurements for Evolution in Physical Education. 4. ed. Edina, MN. Brugess, 1979.
MAZO, G. Z.; LOPES, M. A.; BENEDETTI, T. B.Educação física e o idoso: Concepção gerontológica. Porto Alegre: Ed.Sulina, 2001.
MATSUDO, V. K. R. Teste em ciências do esporte. 5ed. São Caetano do Sul: Gráfico Burti, 1995.
POLLOCK, M.; GARZARELLA L.; GRAVES J. The measurement of body composition. In: Maud P, Foster C, editors. Physiological assessment of human fitness. Champaign: Human Kinetics, p: 185-91, 1995.
TRISCHLER, K. Medidas e Avaliação em Educação Física e Esportes de Barrow e MCGee. Barueri, SP: Manole, 2003.
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