Análise da flexibilidade em estudantes da rede pública Análisis de la flexibilidad en estudiantes de las escuelas públicas |
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*Graduado em Educação Física pela Universidade Estadual da
Paraíba-UEPB |
Andrée Philippe Pimentel Coutinho* Professor Dr. Semio Wendel Martins Melo |
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Resumo O presente estudo teve como objetivo avaliar o nível de flexibilidade em escolares de ambos os sexos. A pesquisa é de caráter quali-quantitativo, sendo efetuada no período de março de 2011 na cidade de Campina Grande-PB. Foi utilizado o teste de sentar e alcançar do banco de Wells. Na forma de teste individual numa amostra de 20 indivíduos com faixa etária entre 13 a 16 anos, sendo 10 do sexo masculino e 10 dos femininos. Os resultados observados demonstraram que dos 20 escolares estudados, mais da metade estão abaixo do nível de flexibilidade padronizado, havendo uma predominância dos valores de melhor desempenho para o sexo masculino, chegando a níveis de excelência; um baixo índice que se mostrou preocupante foi para o sexo feminino, estando em categorias como “abaixo da média” e “ruim”, já que mulheres seriam mais propensas a obter maior flexibilidade. Os estudos nos levam a concluir que a atividade física pode levar a uma melhora no nível de flexibilidade, no entanto, os alunos da escola Felix Araujo não se encontram nos padrões previstos, nos levando a indagar sobre o desempenho dos alunos no que tange à educação física e a pratica das atividades, os dados categorizaram os alunos em “abaixo da media” para o estudo proposto. Unitermos: Flexibilidade. Atividade física. Escolares.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 163, Diciembre de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A flexibilidade é um dos componentes da aptidão física relacionada à saúde que tem intrínseca relação com a qualidade de vida, uma vez que está diretamente ligada a capacidade do ser humano de se movimentar com liberdade e independência. O movimento é um dos aspectos importantes do desenvolvimento e da cultura humana, por meio dele crianças e adolescentes adquirem maior controle sobre seu corpo.
Segundo Dantas (1999), ela é uma qualidade física importante, não só para atletas, que buscam desempenho ou para pessoas que praticam atividade física regularmente, mas também para o desempenho das atividades cotidianas. A flexibilidade apresenta grande relação com o bem-estar do ser humano. Está em íntima relação com a sua motricidade.
A flexibilidade e, principalmente, os itens maleabilidade da pele e elasticidade muscular, são poderosamente influenciados por alguns fatores: idade, sexo, hora do dia, temperatura ambiente; nível de treinamento; ativação ou não dos níveis de flexibilidade por meio de atividade física. Vale ressaltar, ainda que independente do fator limitante, a individualidade biológica deve ser considerada, ou seja, pessoas do mesmo sexo e idade podem possuir graus de flexibilidade totalmente diferentes entre si, mesmo mantidas estáveis às demais variáveis. (DANTAS, 1999).
Níveis altos de flexibilidade podem desproteger as articulações levando a lesões, exemplificadas por luxações e frouxidões ligamentares; bem como, níveis baixos levam a um quadro de hipomobilidade. Baixos níveis de flexibilidade podem estar ligados a problemas posturais, algias, níveis de lesão, diminuição de tensões neuromusculares (MARCEDO et al, 2008).
A flexibilidade é resultado da interação de vários fatores como a capacidade flexível da articulação, capacidade extensível da musculatura e dos tendões, podendo ser definida como a habilidade de mover o corpo e suas partes dentro dos seus limites máximos sem causar danos às articulações e aos músculos envolvidos (DANTAS, 2005).
Em pessoas saudáveis se admite que a capacidade e a liberdade de executar movimentos geram conforto, levando ao bem-estar. A falta de exercícios físicos específicos gera a atrofia muscular causando dificuldades na execução de movimentos primordiais em atividades rotineiras. Caracterizando a flexibilidade como sendo um dos principais componentes da aptidão funcional.
Nesse contexto, o professor tem que investir na aplicabilidade de um ensino de educação física facilitador do aprendizado dos movimentos, despertando no aluno o interesse e a convicção de que o movimento não pode ser apenas o corpo, como se os pensamentos e emoções não fizessem parte de um todo. Preocupados com esse problema tivemos como o objetivo do presente estudo foi de avaliar o nível de flexibilidade em escolares de ambos os sexos.
Metodologia
A amostra deste foi composta por 20 indivíduos do sexo masculino (10sujeitos) e feminino (10 sujeitos) de 13 a 16 anos de idade que foram selecionados na Escola Estadual de 1º e 2º Grau Felix Araújo no município de Campina Grande – PB, Paraíba.
O projeto de pesquisa teve como alvo alunos devidamente matriculado e que frequentavam aulas de educação física. Optou-se por envolver sujeitos que é unicamente dessa instituição, por conta das características transversais, descritivas e qualitativas do estudo.
Os critérios de seleção foram: serem matriculados na escola com uma frequência de 75% das aulas de educação física e desejaram participar do estudo. Os protocolos de intervenção no estudo foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba e acompanham normas da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisa envolvendo seres humanos.
A inclusão dos sujeitos no estudo ocorreu por desejo em participar do experimento e mediante autorização e comprovação do responsável. Os testes foram realizados na própria escola no horário da aula de educação física garantindo-se uma distribuição que reproduzisse mais fielmente.
O procedimento utilizado inicialmente foi convidar cada aluno a participar do estudo, explicando-lhes como se realizará o estudo, apresentando-lhes o termo de consentimento livre e esclarecido e aplicando-lhes os procedimentos necessários para a avaliação da flexibilidade caso aceite participar. De cada participante, foram registrados num formulário os seguintes dados: gênero e status flexibilidade.
A coleta de dados aconteceu durante o mês e de março 2011. Informações acerca dos níveis de flexibilidade habitual foram obtidas por intermédio do banco de "Well", para realizar o teste "sentar e alcançar" "SIT- AND - REACH - TEST" de flexibilidade. O método utilizado está de acordo com a teoria descrita por FREITAS JR. & BARBANTI (1993, p. 43), que afirma à padronização de (Aahper, 1976), envolvendo as pessoas de maneira que são avaliadas: sentadas no chão, com os pés encostados na caixa, pernas estendidas, as mãos permaneciam sobrepostas e deslizavam sobre a caixa, o máximo de distância que era conseguido pelo avaliado em três tentativas, prevalecendo sempre a maior. O registro foi efetivado em centímetros.
Este instrumento é composto pelo banco de "Well” que se constitui de uma caixa de madeira especialmente construída apresentando dimensões de 30,5 x 30,5 centímetros, tendo a parte superior plana com 56,5 centímetros de comprimento, na qual é fixada de medida sendo que o valor 23 coincide com a linha onde o avaliado deverá acomodar seus pés.
Resultados
Na tabela 1. Estão dispostos os dados relativos ao sexo masculino.
De acordo com o gráfico, observam-se valores diferenciados entre os alunos, para tanto, os alunos que alcançaram valores entre 29 e 30 cm estão considerados medianos, de acordo com a idade os quais se encontram, sendo assim, quatro dos alunos mantiveram-se na media para o exame, 40% estão do limiar previsto para um nível normal de flexibilidade, no entanto, o que preocupa são os que estiveram entre os valores 24 e 28 cm produzindo assim um padrão abaixo da media, e nesta categoria estão à maioria dos alunos, ou seja, 50% categorizam o sexo masculino dos alunos do 8º Ano da escola analisada.
Tabela 2. Estão dispostos os valores femininos
Para mulheres a flexibilidade toma valores maiores que a dos homens, seus níveis medianos se situam entre os valores 34 a 37 cm, fator adquirido pela própria fisiologia feminina, entretanto, os dados analisados foram alarmantes, concentrando a maior parte das alunas (50%), com valores abaixo da media, e não somente esta categoria, como também alunas com valores consideradas “ruins” (<ou= 28) para o estudo do exame.
Discussão
Considerando os critérios de classificação usados neste estudo, os alunos do gênero masculino atingiram os padrões normativos de flexibilidade recomendados para promoção da saúde. No entanto, em relação ao gênero feminino, remete a uma baixa classificação nos teste de flexibilidade, transparecendo suas dificuldades com as aulas de educação física na escola.
Conclusão
De acordo com estes resultados podemos concluir que o nível de flexibilidade apresentou uma tendência similar entre ambos os sexos com um discreto melhor desempenho no gênero masculino. A educação física nas escolas tem como objetivo incorporar da prática de Atividade física que desenvolva a flexibilidade dos alunos no seu cotidiano apresentando um comportamento positivo em relação à qualidade de vida do mesmo.
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