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Campanha de vacinação contra a gripe no ano de 2011: 

avaliação da cobertura vacinal na população de Montes Claros, MG

La campaña de vacunación contra la gripe en 2011: evaluación de la cobertura en la población de Montes Claros, MG 

 

*Enfermeira Especialista em Saúde da Família. Secretaria Municipal

de Saúde de Montes Claros, MG e Professora da UNIMONTES

**Enfermeira Especialista em Saúde Pública e Gestão da Clínica

na Atenção Primária. Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros, MG

***Enfermeiro formado pelas Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros (FIP-MOC)

****Enfermeira Especialista em Saúde da Família

Diretora de Vigilância em Saúde e Professora da UNIMONTES

Cláudia Mendes Campos Versiani*

Ludmila Pereira Macedo**

Patrick Leonardo Nogueira da Silva***

Rosângela Barbosa Chagas****

ludmilapmacedo@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo tem por objetivo avaliar a cobertura vacinal da população de Montes Claros/MG durante o período de campanha contra a gripe em 2011. Trata-se de uma pesquisa documental, de caráter descritivo com abordagem quantitativa. Este estudo foi realizado na Secretaria Municipal de Saúde da cidade de Montes Claros no setor de Vigilância Epidemiológica através do Banco de Dados público – SI-PNI (Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização) – que fora acessado pela mesma Instituição e, posteriormente, tabulados na mesma. No município de Montes Claros/MG apresentava um total de 7754 crianças nas quais 7031 (90,68%) foram vacinadas com a primeira dose da vacina, e destas apenas 5592 (72,01%) voltaram para receber a segunda dose da vacina. No município foram registrados 3632 profissionais na qual houve um aumento vacinal deste grupo totalizando 3717 (102,34%) profissionais vacinados. Em 5898 gestantes, apenas 2510 (42,56%) foram vacinadas. No que diz respeito à vacinação em indígenas, o município não tem registros de doses aplicadas nesse grupo. E quanto aos idosos, de 48691, 40713 (83,62%) foram vacinados. Desta forma, conclui-se que a campanha de vacinação não foi satisfatória para algumas categorias de risco para a doença, fazendo-se necessário trabalhar estratégias que viabilizem o aumento da população imunizada no município de Montes Claros/MG.

          Unitermos: Campanha vacinal. Gripe. Influenza A. H1N1.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 163, Diciembre de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A influenza ou gripe é uma infecção viral aguda do sistema respiratório que tem distribuição global e elevada transmissibilidade. Classicamente, apresenta-se com início abrupto de febre, mialgia e tosse seca. Em geral, tem evolução auto-limitada, de poucos dias. Sua importância deve-se ao seu caráter epidêmico, caracterizado por disseminação rápida e marcada morbidade nas populações atingidas (BRASIL, 2005).

    Os vírus da influenza são classificados como ortomixovírus, com três tipos antigênicos: A, B e C. O mais importante epidemiologicamente é o tipo A, capaz de provocar pandemias, seguido do tipo B, responsável por surtos localizados (BRASIL, 2001).

    Os vírus da influenza A são subclassificados com base nas características de dois antígenos, a hemaglutinina (H) e a neuraminidase (N), havendo três subtipos de hemaglutininas (H1, H2 e H3) e duas neuraminidases (N1 e N2). A imunidade a estes antígenos - especialmente a hemaglutinina - reduz a probabilidade de infecção e diminui a gravidade da doença quando esta ocorre (BRASIL, 2001).

    As pessoas idosas e aquelas com doenças de base têm maiores risco de complicações. São também especialmente vulneráveis às complicações as pessoas imunocomprometidas, tais como os receptores de transplantes, os recém-nascidos internados em UTIs e os pacientes com AIDS. Sendo assim, a vacina contra influenza não faz parte dos calendários e da vacinação de rotina na infância, indicando-se apenas para proteção dos grupos considerados mais vulneráveis (BRASIL, 2001).

Materiais e métodos

    Trata-se de uma pesquisa documental, de caráter descritivo com abordagem quantitativa. Este estudo foi realizado na Secretaria Municipal de Saúde da cidade de Montes Claros no setor de Vigilância Epidemiológica.

    Os dados relacionados ao estudo foram obtidos através do Banco de Dados público – SI-PNI (Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização) – que fora acessado pela mesma Instituição e, conseguinte, tabulados na mesma, nas quais constavam informações quantitativas sobre o alcance de metas vacinal em diferentes grupos de risco para a doença. As informações do Banco de Dados público do SI-PNI foram aquelas em que o registro das vacinas da Campanha contra Gripe no município de Montes Claros – MG estavam devidamente compreendidas entre o período de 25 de Abril a 20 de Maio de 2011, sendo a coleta de dados realizada pelos funcionários da Vigilância Epidemiológica em Junho de 2011.

Resultados

    De acordo com o Ministério da Saúde, Programa Nacional de Imunização, foram estabelecidos 05 grupos de risco como prioridade vacinal na qual a meta era vacinar 80% do público alvo, sendo este as crianças com idade entre 6 meses e 2 anos de idade; trabalhadores de saúde; gestantes; indígenas e idosos.

    Nas crianças fazia-se necessário a aplicação de 02 doses com intervalo de tempo de 30 dias da primeira dose. De acordo o gráfico 01, no município de Montes Claros/MG apresentava um total de 7.754 crianças nesta faixa etária, sendo que destas, 7031 (90,68%) foram vacinadas com a primeira dose da vacina satisfazendo a meta. Destas 7.031 crianças vacinas, apenas 5.592 (72,01%) voltaram para receber a segunda dose da vacina. Sendo assim, da primeira para a segunda dose da vacina em crianças houve uma taxa de abandono de 20,47%.

Gráfico 01. Crianças de 06 meses a 02 anos de idade - Campanha 2011

    Segundo o gráfico 02, considerando os trabalhadores de saúde, a vacinação dos mesmos fora feita em dose única conforme diretrizes do Ministério da Saúde e em Montes Claros/MG foram registrados 3.632 profissionais na qual houve um aumento vacinal deste grupo totalizando 3.717 (102,34%) profissionais vacinados, satisfazendo a meta estipulada.

Gráfico 02. Trabalhadores de saúde - Campanha 2011

    Quanto às gestantes, os indígenas e os idosos, conforme o gráfico 03, das 5.898 gestantes, apenas 2.510 (42,56%) foram vacinadas, de forma a não atingir as metas vacinais. No que diz respeito à vacinação em indígenas, o município não tem registros de doses aplicadas nesse grupo, até por que não há no município tribos indígenas. E aos idosos, de 48.691, 83,62% (40.713) foram vacinados, atingindo a meta.

Gráfico 03. Gestantes, indígenas e idosos - Campanha 2011

Discussão

    Vários estudos têm mostrado que as crianças e os adultos jovens representam uma parcela importante da população acometida pela gripe (BLACK & ARMSTRONG, 2006). Este maior acometimento de crianças pode refletir uma diferença de susceptibilidade entre os indivíduos de acordo com a idade. A infecção humana é mediada por um receptor que se expressa principalmente nos bronquíolos terminais e alvéolos em adultos, mas que é distribuído homogeneamente em todo o trato respiratório no pulmão fetal. Além disso, existem evidências de que sua expressão decresce com a idade. Assim, em crianças, este receptor deve se expressar nas vias aéreas altas, aumentando o risco de infecção (GOICOECHEA, 2007).

    É também recomendável a prática da vacinação nos profissionais de saúde que atuam na assistência individual de casos de infecção respiratória e de trabalhadores de asilos e creches, como forma de reduzir o potencial de transmissibilidade da doença em comunidades fechadas e grupos mais vulneráveis à infecção (BRASIL, 2005).

    A infecção pelo vírus da Influenza A (H1N1) em gestantes deve ser acompanhada cuidadosamente, principalmente na presença de fatores de risco (SISTON et al.; 2010).

    Os idosos são mais vulneráveis às doenças pulmonares agudas, como conseqüência da gripe. Para protegê-los de complicações mais sérias, o Ministério da saúde planeja todo ano, em parceria com gestores estaduais e municipais, a Campanha de Vacinação do Idoso. A vacina antigripe diminui o risco de se contrair a doença em 90% dos casos e raramente provoca reações. A vacinação contra a gripe em idosos contribui para diminuir as internações hospitalares e óbitos por problemas respiratórios. O vírus influenza acomete todos os grupos etários, mas a ocorrência da doença em maiores de 60 anos e em pessoas com doenças como diabetes, problemas pulmonares crônicos, cardíacos e doenças do sistema imunológico gera agravos de saúde mais sérios e pode até levar à morte (BRASIL, 2007).

Conclusão

    Com a realização desta pesquisa, foi possível identificar a cobertura vacinal da população de Montes Claros/MG durante a campanha de vacinação contra a gripe no ano de 2011.

    Em se tratando das crianças com idade entre 06 meses e 02 anos de idade, a meta da primeira dose foi satisfatoriamente alcançada, porém havendo uma taxa de abandono considerável, propiciando assim a não imunização da criança contra a doença, uma vez que apenas uma dose não deixa a criança protegida.

    A vacinação nos trabalhadores de saúde foi realizada de forma satisfatória abrangendo pouco mais do total estipulado. À medida que se formam novos profissionais de saúde a necessidade de vaciná-los aumenta em razão dos mesmos manterem cuidados diretos com os pacientes podendo, assim, ser o transmissor do agente infeccioso.

    As gestantes apresentam o grupo de risco preocupante, uma vez que como visto no quantitativo total de pessoas imunizadas pertencentes a esse grupo, o serviço de saúde deveria ampliar as buscas ativas das mesmas a fim de evitar uma possível transmissão vertical do vírus para o feto.

    A classe indígena não apresenta nenhum registro vacinal. Neste caso, justifica-se pelo fato do município não contar com tribos indígenas.

    Com o aumento da expectativa de vida, o número de idosos esperados para as Campanhas Anuais de Vacinação vem aumentando gradualmente.

Referências

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