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Tendência dos estudos sobre os kata no karatê

Tendencia sobre los estudios sobre los kata en el karate

 

*Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ciências do Movimento Humano

Centro de Ciências da Saúde e do Esporte – CEFID/UDESC. Santa Catarina/Brasil

**Mestrando do Programa de Pós-graduação em Ciências do Movimento Humano

Centro de Ciências da Saúde e do Esporte – CEFID/UDESC. Santa Catarina/Brasil

***Prof. Doutor do Programa de Pós-graduação em Ciências do Movimento Humano

Centro de Ciências da Saúde e do Esporte – CEFID/UDESC. Santa Catarina/Brasil

(Brasil)

Ana Claudia Vieira Martins*

martinsacv@gmail.com

George Roberts Piemontez**

grpeventos@hotmail.com

Sebastião Iberes Lopes Melo***

d2silm@udesc.br

 

 

 

 

Resumo

          Os Kata são uma das componentes de treino do karatê que consiste em simular um combate contra adversários imaginários. O caráter competitivo é o ápice da avaliação do desempenho dos atletas. Deste modo, este estudo tem por objetivo, analisar a produção científica nacional e internacional relacionada aos kata competitivos do karatê no período de 1970 a 2010. Para tanto foi realizada uma revisão sistemática dos artigos publicados nos idiomas (português, inglês, espanhol, alemão, italiano e japonês) e disponibilizados na rede mundial de computadores (internet) através dos bancos de dados (PUBMED, LILACS, ScIELO, MEDLINE, COCHRANE, BIREME), além de livro-texto. Foram encontrados 24 artigos, sendo 5 em português, 18 em inglês e 1 em italiano. Os critérios de seleção foram baseados na análise do título, palavras-chave, objetivos e da metodologia. A proporção de artigos encontrados em cada área foi de: 50% na fisiologia, 4,16% com antropometria, 8,33% na cinesiologia, 4,16% na área cultural e 33,33% na psicomotricidade. Pode-se observar que os estudos com kata tiveram seu ápice na década de 90 com ênfase nas respostas fisiológicas no kata. Verifica-se que os estudos encontram-se em uma fase exploratória, sendo a maioria direcionada a avaliação do desempenho esportivo.

          Unitermos: Kata. Karatê. Desempenho.

 

Abstract

          The Kata is one of the components that karate training is to simulate a fight against imaginary opponents. The competitive nature is the culmination of evaluating the performance of athletes. Thus, this study aims to analyze the scientific production related to national and international competitive karate kata in the period 1970 to 2010. To that end, we performed a systematic review of articles published in languages ​​(English, Portuguese, Spanish, German, Italian and Japanese) and made available on the World Wide Web (Internet) through the databases (PUBMED, LILACS, SciELO, MEDLINE, Cochrane, BIREME), and textbook. Found 24 items, 5 in Portuguese, 18 in English and one in Italian. The selection criteria were based on analysis of the title, key words, objectives and methodology. The proportion of items in each area was: 50% in the physiology, anthropometry with 4,16%, 8,33% in kinesiology, 4,16% in culture and 33,33% in psychomotor. It may be noted that the studies with kata had its peak in the 90s with an emphasis on physiological responses in the kata. It appears that the studies are in an exploratory phase, most directed the evaluation of sports performance.

          Keywords: Kata. Karate. Performance.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 162, Noviembre de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O karatê é uma palavra de origem japonesa, formada por dois caracteres: “Kara” e “”, que significam respectivamente “vazios” e “mão”. Sua origem se dá a partir das técnicas de defesa sem armas de Okinawa, tendo como base filosófica o Budo japonês, traduzindo-se pela busca constante do aperfeiçoamento, autocontrole e na contribuição pessoal para a harmonização do meio onde está inserido (SILVARES, 1987; SOARES, 1998).

    Atualmente o treino do karatê é sistematizado e dividido essencialmente em três componentes: o kihon (prática dos fundamentos técnicos: bases, defesas, socos e pontapés), o kumitê (aplicação dos fundamentos técnicos: combate propriamente dito) e o kata (simulação de combate contra adversários imaginários) (SILVARES, 1987; SOARES, 1998).

    No que diz respeito à origem dos kata, pode-se dizer que foram criados por antigos mestres do karatê, os quais levaram muitos anos de estudos para idealizarem os kata atualmente praticados. Estes kata segundo Lopes Filho et al (2009), consistem em seqüências pré-determinadas de técnicas que simulam um combate imaginário contra vários adversários, que baseiam-se no Kihon (fundamentos técnicos de base, defesa, chutes e socos). Para a boa execução de um Kata, estes autores ressaltam que se faz necessário o uso correto das técnicas, a aplicação ideal da força, controle da respiração e de várias habilidades coordenativas. Diferentes exercícios formais são praticados nos diversos estilos existentes, porém, atualmente, somente os Kata de quatro estilos são reconhecidos pela WKF (World Karate Federation), que são: Goju-ryu, Shito-ryu, Shotokan e Wado-ryu (LOPES FILHO et al, 2009).

    Para que se chegue nesta componente de treino do karatê, o praticante deve exercitar, compreender e treinar o kihon para que cada movimento tenha sua interpretação, forma, tempo e aplicação na simulação do combate. Em se tratando de avaliação do desempenho nesta componente, a competição torna-se o ápice para os kataístas, que são avaliados segundo as Regras da Confederação Brasileira de Karatê (CBK) e da World Karate Federation (WKF).

    Quanto à forma de avaliação dos kata, enquanto desempenho esportivo, segue-se as Regras da Confederação Brasileira de Karatê (CBK) e da World Karate Federation (WKF), especificados os critérios de decisão em seu artigo 5. A competição de kata divide-se em provas individuais e de equipes, sendo permitido no máximo 3 kataístas por equipe, exclusivamente feminina ou masculina. Os kataístas devem executar na competição os kata obrigatórios (SHITEI) e livres (TOKUI), de acordo com os estilos reconhecidos pela WKF (World Karate Federation). Além disto, para cada eliminatória, os kataístas devem executar um kata diferente. Ressalta-se que cada kata possui um número fixo de movimentos (MANUAL DE ARBITRAGEM, 2009; REGRAS DE COMPETIÇÃO DE KATA, 2009).

    Outro ponto de destaque na avaliação do kataísta, diz respeito ao embusen ou diagrama (linha de atuação ou execução do kata), que deve seguir uma linha pré-determinada de atuação podendo ser em forma de “T”, “I” ou “H”, sendo que o primeiro e o último movimento devem ser executados na mesma linha de atuação (MANUAL DE ARBITRAGEM, 2009; REGRAS DE COMPETIÇÃO DE KATA, 2009).

    Constata-se diante do exposto que o kata sofreu ao longo dos anos, modificações em sua essência filosófica, em função de seu caráter competitivo, e conseqüentemente na melhor representação do desempenho do kataísta. Ressalta-se, portanto que, embora com modificações, o kata procura resgatar e preservar a filosofia Budô em seus praticantes de modo a manter o equilíbrio físico e mental, otimizando também o kime.

    Até o presente momento, nenhuma revisão sistemática foi conduzida com a finalidade de analisar os estudos sobre os kata do karatê. Com o intuito de preencher esta lacuna do conhecimento, tem-se como objetivo analisar as pesquisas realizadas no período de 1970 a 2010 sobre os kata competitivos do karatê.

Método

    Esta pesquisa caracteriza-se como um estudo bibliográfico e documental (ALVEZ-MAZZOTTI e GEWANDSZNAJDER, 2002; LAVILLE e DIONE, 1999), desenvolvido a partir de artigos científicos publicados em periódicos e livro-texto, no período de 1970 a 2010. Para tanto realizou-se duas etapas para o processo de revisão sistemática: 1) Identificação e seleção das bases de dados; 2) Levantamento e análise da produção científica.

    A primeira etapa consistiu em selecionar bases de dados que atendessem a dois critérios de inclusão: 1) caracterizar-se como uma base de dados cientificamente confiável; 2) apresentar-se nos idiomas português, inglês, espanhol, japonês e italiano. Os artigos não disponibilizados gratuita e integralmente, foram encaminhados à Biblioteca Universitária do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte (CEFID) para que fossem solicitados via Commodity. Deste modo foi possível selecionar seis bases de dados na rede mundial de computadores: PUBMED, LILACS, ScIELO, MEDLINE, COCHRANE, BIREME.

    A segunda etapa objetivou o levantamento de dados que possibilita o levantamento e análise de produção científica nos idiomas português, inglês, espanhol, japonês e italiano, desenvolvida através de quatro passos: 1) busca simples de produções científicas sobre as categorias principais deste estudo, usando os descritores karatê, kata, desempenho, e suas traduções correspondentes; 2) delimitação do período de publicação entre 1970 a 2010; 3) análise preliminar da relevância do artigo aos termos investigados; 4) estudo minucioso dos artigos analisando-se criticamente a metodologia adotada e os resultados obtidos. Deste modo foi possível selecionar 5 artigos no idioma português, 18 no inglês e 1 no italiano.

    A análise dos conteúdos foi realizada com o apoio do quadro operacional (LAVILLE e DIONE, 1999), utilizando as ferramentas de unidades de significância e reagrupamento temático. Deste modo, as apresentações descritivas, expondo as características metodológicas e os resultados, e sintéticas, as quais resumem as informações através do quadro-síntese, visaram demonstrar o entendimento global dos estudos, sem que houvesse negligência dos aspectos específicos de cada uma das produções científicas investigadas.

Resultados e discussão

    Entre os 27 artigos consultados, 24 se mostram pertinentes ao tema. Doze procuram caracterizar o sistema energético predominante nos kata, bem como 1 aponta analisa o perfil antropométrico dos atletas; 2 apresentam as análises cinesiológicas das técnicas soco direto (choku-zuki), soco invertido (gyaku-tsuki), defesa alta (Jodan age-uke) e defesa baixa (Gedan barai); 1 faz uma análise dos aspectos culturais referentes ao kata e sua influência filosófica na prática desta modalidade; 8 tratam de aspectos psicomotores no que diz respeito ao treinamento e memorização dos kata para aperfeiçoamento das técnicas. A proporção de artigos encontrados em cada área foi de: 50% na fisiologia, 4,16% com antropometria, 8,33% na cinesiologia, 4,16% na área cultural e 33,33% na psicomotricidade.

    Os resultados dos estudos incluídos nesta pesquisa são apresentados de maneira específica a cada assunto, e posteriormente serão abordadas as características comuns aos mesmos.

    Na área da fisiologia, 12 estudos buscam pela caracterização dos esforços físicos e respostas fisiológicas do kataísta. Estes apontam para um sistema energético predominantemente anaeróbio alático, justificada por um conjunto de períodos de baixa intensidade interrompidos por períodos de descanso ativos. Além disto, é um meio eficiente para melhora do desempenho do atleta quando inserido na rotina de treinamento (SCHMIDT, ROYER, 1973; STRICEVIC et al, 1980; SHAW, DEUTSCH, 1982; ZHER, SALE, 1993; FRANCESCATO, TALON, DI PRAMPERO, 1995; IMAMURA et al, 1997; IMAMURA et al, 1998; IMAMURA et al, 1999; INVERNIZZI, LONGO, SCURATI, 2008; SANTOS, 2008; DORIA et al, 2009; MILANEZ et al, 2009; VOLTARELLI et al, 2009; VIERO, 2010).

    As variáveis comuns aos estudos de modo que permitissem caracterizar este sistema energético foram o comportamento da freqüência cardíaca (FC), pressão arterial (PA), consumo máximo de oxigênio (VO2máx) e lactato (La). No que diz respeito aos procedimentos metodológicos, 8 estudos (SCHMIDT, ROYER, 1973; STRICEVIC et al, 1980; SHAW, DEUTSCH, 1982; ZHER, SALE, 1993; FRANCESCATO, TALON, DI PRAMPERO, 1995; INVERNIZZI, LONGO, SCURATI, 2008; MILANEZ et al, 2009; VIERO, 2010) avaliaram as variáveis fisiológicas durante execução de kata obrigatórios (Shitei kata) e livres (Tokui kata), e destes 3 (SHAW, DEUTSCH, 1982; ZEHR, SALE, 1993; INVERNIZZI, LONGO, SCURATI, 2008) com ênfase nas alterações do ritmo (intenso, moderado, intervalado e contínuo), 1 variando o tempo de duração dos kata (FRANCESCATO, TALON, DI PRAMPERO, 1995), e 1 associando tempo de duração com a área de deslocamento no dojô (INVERNIZZI, LONGO, SCURATI, 2008).

    Os demais estudos (quatro) associam outros testes para comparação dos resultados fisiológicos no kata, sendo que dois deles adotam instrumentos já validados para avaliação da resposta fisiológica durante a execução do kata (SCHMIDT, ROYER, 1973; DORIA et al, 2009).

    Referente às variáveis antropométricas, isocinéticas e de potência muscular, apenas 1 estudo foi realizado (SANTOS, 2008) e que permitiu identificar o perfil dos atletas do sexo masculino como sendo endo-mesomorfo e com baixo percentual de massa gorda (%MG). Quanto ao feminino houve indefinição quanto à determinação do perfil, devido à variação deste percentual. Em relação às variáveis isocinéticas e de potência muscular também não foi possível determinar o perfil dos atletas de kata. Este fato foi atribuído a escassez dos estudos sobre os kata, dificultando as comparações, sugerindo-se uma metodologia de avaliação destas variáveis, mais eficiente para comparação com atletas de referência.

    Análises cinesiológicas das técnicas do Shitei kata (exercícios obrigatórios) foram realizadas em 2 estudos. Em um deles foram descritos os principais grupos musculares solicitados na execução das técnicas soco direto (choku-zuki) e o braço que realizada a puxada (hiki-te) (LOPES FILHO et al, 2010). No outro as técnicas soco invertido (Gyaku-zuki), a defesa alta (Jodan Age Uke) e a defesa baixa (Gedan Barai). Esta descrição foi realizada através do método bibliográfico (LOPES FILHO, FROSI, LIMA, 2009).

    Um único estudo analisou os aspectos culturais relacionados aos Shitei kata (exercícios formais obrigatórios), através do método bibliográfico, de modo que se compreenda a essência dos kata enquanto forma de desenvolver o físico, crescimento pessoal e promoção dos aspectos terapêuticos de seus praticantes (ALVEZ-MAZZOTTI, GEWANDSENAJDER, 2002).

    No que diz respeito aos estudos na área da psicologia e desenvolvimento motor, dos 8 estudos, 1 envolve a aplicação de um treinamento mental para trabalhar a simetria do corpo durante a execução do kata (SHIRAI et al, 2005); 2 avaliam a performance dos atletas em termos de tempo de execução e distância dos pontos de marcação das linhas de atuação (embusen), com os olhos vendados e não vendados (HELGESEN, 2006; LAYTON, AVENELL, 2002); 4 associam a melhora de tempo do desempenho na execução dos kata com tempo de treinamento dos atletas (LAYTON, MORAN , 1999; LAYTON, AVENELL, 1999; LAYTON, LAWRENCE, MORAN, 1999; LAYTON, MORAN, 1999) e 1 a relação entre o tempo de treino, o desempenho do tempo na execução dos kata e a qualidade da execução (LAYTON, 1999). Estes estudos apontam a eficácia de programa de treinamento mental, melhorando a prática do karatê tradicional além de auxiliar na preparação e precisão dos planos de trabalho para atletas de diferentes níveis. Além disto, a relação entre tempo de treinamento e a melhora no desempenho do tempo de execução dos kata apresentam projeção positiva na maioria dos estudos.

    As variáveis selecionadas nestes estudos (tempo de treinamento, tempo de execução e distância dos marcadores nas execuções dos kata) foram analisadas no Heian kata (LAYTON, LAWRENCE, MORAN, 1999; LAYTON, MORAN, 1999; SHIRAI et al, 2005; HELGESEN, 2006; LAYTON, MORAN, 1999; LAYTON, AVENELL, 2009), Taikyoku kata (LAYTON, MORAN, 1999) e o Tekki kata (LAYTON, 1999). Em apenas 1 deles adotou-se protocolo validado (SHIRAI et al, 2005). Ressalta-se que estes estudos envolveram equipamentos de baixo custo (câmeras digitais, cronômetros, marcadores de chão, vendas de olhos), o que simplifica sua reprodução em qualquer ambiente quando comparados ao uso de equipamentos mais sofisticados e de difícil transporte.

    Analisando os estudos sobre os kata do karatê, constata-se que os kata parecem ainda moldar-se no campo científico, tendo como mola propulsora o desempenho esportivo, concentrando-se, em sua maioria, nos aspectos fisiológicos e psicomotores inerentes a sua prática.

    Embora sendo poucos os estudos, estes quando comparados ao kumitê e ao kihon, apresentam-se em um processo científico lento, iniciando na década de 70 (com apenas 1 estudo), porém sem peridiocidade, o que mostra uma área ainda a ser explorada. Verifica-se que nas décadas de 90 e entre os anos de 2000 a 2009, houve maior concentração dos estudos (9 e 8 estudos, respectivamente) quando compara-se com os demais anos de publicação (seguintes houve um aumento no número de estudos: década de 80 com 1 estudo e 2010 com 3 estudos).

    No que diz respeito ao tamanho da amostra, a década de 90 realizou estudos com mais de 10 sujeitos, sendo que em outros anos o número de sujeitos foi abaixo de 8.

    Quanto às características dos manuscritos incluídos nesta pesquisa, 19 apresentam suficientemente detalhados os procedimentos metodológicos adotados na seleção da amostra e instrumentos utilizados. Entretanto, apenas 2 apresentaram definições das variáveis de estudo.

Considerações finais

    Considerando os kata como um dos componentes do treino de diferentes estilos de karatê, que sua inserção competitiva teve início na década de 70 e que a maioria dos estudos concentra-se entre 1990 e 2009, permitem se revelar em fase exploratória quando compara-se aos estudos sobre outras componentes de treino do karatê (kihon e kumitê).

    Dentre os estudos, há um forte direcionamento para aqueles que objetivam avaliar o desempenho esportivo nos kata, o que oportuniza estudos futuros em outras áreas de conhecimento como a Biomecânica e a Pedagogia. A maioria apresenta detalhamento metodológico, permitindo sua reprodução, enquanto outros perdem o preciosismo de uma descrição mais detalhada do que realmente se pretende analisar.

    Aponta-se também um pequeno número de sujeitos na amostra na maioria dos estudos (n≤8), com exceção da década de 90, dificultando ou não permitindo generalizar os resultados encontrados para o grupo como um todo.

    Verifica-se que, se por um lado expõe-se a necessidade de aprofundamento deste tema, por outro, aponta-se a obrigatoriedade de incluir e detalhar os critérios metodológicos, de modo que se possa melhorar a análise e compreensão do fenômeno.

    Analisando os estudos e suas trajetórias, pode-se dizer que, os kata parecem não despertar interesse nos pesquisadores, podendo ser atribuído: a) ao número e a disponibilidade de praticantes com perfil técnico condizente aos objetivos dos estudos; b) a atenção dos estudos focada no kihon (fundamentos técnicos de chutes, socos, ataques e defesas) e kumitê (combate propriamente dito) que expressam o contato contra um adversário ou objeto fixo (aparador de chutes e socos, saco de pancada) e que, portanto, impressionam com resultados sobre impacto, força e velocidade, que interferem na rotina de treinamento e na prevenção de lesões musculoesqueléticas.

    Embora os kata façam parte da história do karatê, sua trajetória é ainda tímida, procurando ampliar seus horizontes para investigar outras variáveis pertinentes à prática, ao treinamento e ao próprio desempenho esportivo.

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