Influência da parte final nas aulas de Educação Física e sua objetividade através de variáveis La influencia de la parte final en las clases de Educación Física y su objetividad a través de variables Influence of final part in Physical Education classes and their objectivity through main |
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*Pós-Graduando em Educação Física Escolar do Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Federal de Santa Maria-RS CEFD/UFSM. Membro do Grupo de Pesquisa em Educação Física do PPGE/UFSM ***Mestre em Ciências do Movimento Humano pela Universidade do Estado de Santa Catarina, UDESC. Professor do Departamento de Educação Física do Centro Universitário de Brusque, UNIFEBE ****Pós-Graduando em Metodologia do ensino da Filosofia e Sociologia Indaial, SC-ASSEVIM |
Cassiano Telles* André Luiz de Oliveira Braz*** Antony Targino de Freitas**** (Brasil) |
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Resumo Observando a necessidade das crianças em concentrar-se na sala de aula após as atividades físicas desenvolvidas na aula de Educação Física, mas vendo que apresentamos uma necessidade muito grande de hábitos de vida saudáveis, tendo em vista que a divulgação dos danos causados pela falta de atividade física, como sedentarismo, obesidade, stress, fumo, entre outros fatores. Procurando saber qual a melhor forma de conduzirmos nossa aula de Educação Física, sendo que estamos sempre buscando aperfeiçoar nossa área, realizamos esta pesquisa desvendando a parte final da aula, área que ate então não possuirá trabalhos e respostas. Para realização utilizou-se uma ação teórico-prática, de natureza básica, cunho qualitativo e quantitativo e objetivos exploratórios, realizada na rede estadual de Brusque-SC com alunos de 15 e 16 anos do gênero masculino. Realizou-se a análise de dois fatores que supostamente poderiam nos dar a resposta esperada, o teste de atenção nos trouxe respostas tanto que satisfatórias, devido à grande melhora obtida com a atividade física, já a freqüência cardíaca nos surpreendeu, pois obteve grandes sinais de recuperação após o exercício principal da aula. Com isso podemos dizer que em nenhum dos dois fatores pesquisados na parte final da aula com ou sem volta à calma, foi benéfica ou maléfica para aprendizagem do aluno, assim chegamos à conclusão que esta não é totalmente descartável e sim pode ajudar e muito o professor. Unitermos: Educação Física. Atenção. Freqüência cardíaca. Volta à calma.
Abstract Noting the need for children to concentrate in the classroom after sport developed in the Physical Education class, but seeing that present a very strong need for lifestyle healthy, with a view that disclosure of the damage caused by the lack physical activity, such as physical inactivity, obesity, stress, smoking, among other factors. Looking to learn how best to conduct our Physical Education class, and we always aim to improve our area, we conducted this research unveiled the final part of the class area that until then will not have work and interests. To perform we used an action theory and practice of basic nature, stamp qualitative and quantitative goals and exploration, held on the network state of Brusque-SC with students of 15 and 16 years male. Carried out the analysis of two factors that supposedly could give us the expected response, the test has brought attention to both answers satisfactory owing to the great improvement obtained with physical activity, as heart rate surprised us, since it has been great signs of recovery after the main exercise class. So we can say in none of the two factors surveyed at the end of the class with or no return to calm, was beneficial or detrimental to student learning, so we come to the conclusion that this is not completely disposable, but can help a great teacher. Keywords: Physical Education. Attention. Heart rate. Back to easy.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 162, Noviembre de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Introdução
As crianças atualmente tendo a grande necessidade de concentrar-se nas aulas após as atividades físicas, mas vendo que por outro lado apresenta uma necessidade muito grande de hábitos de vida saudáveis, tendo em vista que a divulgação cada vez maior dos danos causados pela falta de atividade física, o sedentarismo, a obesidade, o stress, o fumo, entre outros fatores de riscos.
Segundo Nahas (1999), governos e organizações não-governamentais em todo mundo, particularmente nos países mais desenvolvidos, passaram a considerar a promoção da atividade física como questão educacional e de saúde pública de grande importância.
Procurando saber qual a melhor forma de conduzirmos nossa aula de Educação Física, e procurando aperfeiçoar nossa área, procuramos realizar uma pesquisa que desvende esse assunto que até então não possuía trabalhos e respostas exatas.
Apartir disto e tendo em vista que ainda hoje não possuímos respostas para a volta a calma dentro de uma aula padronizada, que é imposta por orientadores procurando fazer com que acadêmicos tenham certa organização em sua aula e não tendo embasamento teórico para responder perguntas como; porque fazer esta parte final?
Com isso precisamos saber qual a sua importância e para que serve este tempo destinado, procurando saber se ele é necessário realmente, realizou-se esta pesquisa que investigou o nível de concentração que os alunos possuem antes de irem para a atividade física e com que nível eles voltam desta atividade.
Também precisávamos parâmetros para investigar qual o nível de ansiedade ou stress que os mesmos encontravam-se antes, durante e depois desta atividade, procurando saber se este nível de stress estava bom para um reinicio de concentração, procurando ver se este tempo da parte final da aula era suficiente ou não para este nível realmente baixar.
Para que isto fosse mensurado procuramos encontrar um equipamento que nos trouxesse facilidade e viabilidade para a realização, chegando ai na freqüência cardíaca, que foi o mais próximo possível de nossas possibilidades.
Com isso procuramos saber sem prejudicar e sim ajudar o profissional, a saber, se realmente aquela atividade está a ajudar com que seu aluno retorne a sala de aula com um nível de stress e atenção satisfatório, sendo que um dos fatores que pode influenciar isto pode ser a atividade final “volta à calma”, na qual nós podemos influenciar, realizando a mesma ou não.
2. Objetivo
2.1. Objetivo Geral
Diagnosticar se o tempo destinado a parte final do desenvolvimento da aula de Educação Física é necessário.
2.2. Objetivo Específico
Averiguar a intensidade cardíaca dos alunos;
Identificar o período em que o aluno se mantêm agitado durante a volta para a sala de aula se não executada a parte final da aula;
Analisar se o nível de atenção dos alunos se modifica se realizada a parte final da aula;
3. Metodologia
Segundo Ramos, Ramos, Busnello (2003) esta pesquisa se caracteriza de uma ação teórico-prática, sendo que foi realizada com uma ação prática fundamentada na teoria, de natureza Básica, tendo em vista a perspectiva de avanço para novos conhecimentos, de cunho Qualitativo e Quantitativo, pois esperamos chegar o mais próximo da realidade encontrada, traduzindo os números em estatísticas e respostas, com objetivos exploratórios realizando maior familiaridade com o problema.
A coleta de dados foi realizada com alunos da rede Estadual de Brusque-SC, com idade entre 15 e 16 anos, do gênero masculino. Para a análise os alunos foram escolhidos de forma indicativa, procurando variar o maximo à personalidade e o comportamento do individuo, sendo coletadas amostras de seis alunos, devido às limitações materiais disponíveis.
Dos instrumentos utilizados
O estudo foi feito através de um banco de dados, os avaliadores realizaram um teste de atenção por cancelamento no qual o estudante o respondeu antes e após a aula de Educação Física.
Também foi utilizado um polar para a mensuração da freqüência cardíaca e um aferidor de pressão arterial, para obter as variações antes e pós a aula de Educação Física.
Os Dados foram coletados da seguinte maneira:
Primeiro Dia:
Primeiro realizou-se a aferição da freqüência cardíaca e pressão em repouso;
Aplicou-se o teste de atenção por cancelamento;
Os alunos realizaram uma aula intensa com a volta a calma em sua parte final;
Realizou a aferição da freqüência cardíaca e pressão após a aula;
Aplicou-se novamente o teste de atenção por cancelamento;
Segundo Dia:
Primeiro realizou-se a aferição da freqüência cardíaca e pressão em repouso;
Aplicou-se o teste de atenção por cancelamento;
Os alunos realizaram uma aula intensa sem a volta a calma em sua parte final;
Realizou a aferição da freqüência cardíaca e pressão após a aula;
Aplicou-se novamente o teste de atenção por cancelamento;
E assim consecutivamente por um período de quatro semanas, observando as variáveis e as analisando através do banco de dados.
4. Análise dos dados
4.1. Teste de atenção
Primeira Matriz com Volta a Calma:
Primeira Matriz sem Volta a Calma:
Notou-se uma variável interessante nesta primeira matriz do teste, sendo ela destinada para a avaliação de atenção seletiva, que consiste na capacidade do individuo em tentar acertar o maior numero de estímulos possíveis.
O numero de estímulos nesta matriz é de 60 estímulos, caracterizadas em 360 figuras espalhadas em um quadrante de 18 linhas, com tempo de um minuto de execução, como mostra a figura 1 como exemplo.
Observou-se que o numero de acertos aumentou após a aula de Educação Física, tanto na aula onde se realizou a volta à calma, quanto na aula sem a realização da mesma, observando-se também que não houve um beneficio ou malefício na realização da mesma devido aos resultados serem tão idênticos.
Segundo Andrade, Santos e Bueno (2004, p. 93):
[...] os fortes indícios de que o exercício favorece o aprimoramento da função cognitiva em razão da melhora na eficiência neural que, por sua vez, é possivelmente produto de um maior fluxo de sangue no cérebro – o que intensifica a atividade do sistema nervoso central. O interesse pela investigação se justifica pelo crescente número de pessoas acometidas por algum tipo de transtorno de humor ou de ansiedade. A melhora do estado emocional geral parece estar relacionada a alterações no metabolismo de neurotransmissores como Ácido Gama-amino-butírico (GABA), dopamina, serotonina e norepinefrina no sistema límbico( área do cérebro associada à recompensa e ao prazer). Também há indícios de influencia na síntese de opióides endógenos (substâncias produzidas pelo corpo que reduzem a sensação de dor e aumentam a de bem-estar).
Figura 1. Ex: Primeira Matriz
Segunda Matriz com Volta a Calma:
Segunda Matriz sem Volta a Calma:
A segunda matriz assim como na primeira o objetivo é avaliar a atenção seletiva do indivíduo, porém com mais dificuldade que a primeira, pois ela consiste em achar as duas figuras representadas no exemplo da figura 2.
Ela é composta por 12 estímulos, caracterizadas nas mesmas 360 figuras da matriz um espalhados em um quadrante de 18 linhas, com tempo de um minuto para a realização.
Observou-se que nesta segunda matriz que os erros pós-aula realizados tanto com volta a calma quanto sem a mesma, também diminuíram, como havia acontecido anteriormente na matriz um, não mudando o conceito anteriormente comentado, no qual a mesma não tivera influência.
Figura 2. Ex: Segunda Matriz
Terceira Matriz com Volta a Calma:
Terceira Matriz sem Volta a Calma:
A terceira matriz diferente das duas primeiras, objetiva avaliar a atenção alternada, onde o sujeito precisa da capacidade de mudança de foco. Neste são apresentados seis estímulos diferentes ao aluno (circulo, quadrado, triângulo, cruz, estrela e traço), totalizando 360 figuras ao todo, onde 20 estímulos estão distribuídos em 18 linhas como exemplo da figura 3.
Observa-se que nesta matriz como nas anteriores, ocorreu uma melhora pós-aula do nível de atenção, não ocorrendo novamente uma diferença significativa entre as aulas com e sem volta à calma.
Sendo assim posso dizer que neste quesito, este tempo decorrente para uma melhora de concentração para a volta a sala de aula se torna desnecessário.
Figura 3. Terceira Matriz
4.2. Freqüência cardíaca
A freqüência cardíaca dos alunos pesquisados foi mensurada em três momentos:
No Início da aula;
No meio da aula;
No final da aula;
Observando também as aulas que eram realizadas, pedindo para que o professor realizasse as mesmas com a mesma intensidade, mudando somente a parte final da aula, executando uma com a volta à calma e outra sem a mesma.
Freqüência Cardíaca com Volta a Calma:
Freqüência Cardíaca sem Volta a Calma:
Nesta variável podemos observar que a freqüência cardíaca também não se alterou de forma significativa, sendo que o menor repouso encontrado foi de 55 Bpm, com o pico máximo que aconteceu na metade da aula atingindo 178 Bpm, tendo uma ótima recuperação cardíaca no final de cada aula.
Segundo Foss (2000, p. 63):
A recuperação cardíaca após exercício depende de cada indivíduo, sendo que cada corpo apresenta uma variável diferente. Durante a recuperação após o exercício, o consumo de oxigênio continua elevado mantendo o batimento cardíaco acima do nível de repouso por períodos de tempo variáveis. O oxigênio adicional consumido acima da quantidade necessária em repouso é denominado oxigênio de recuperação. Durante os três a seis minutos iniciais o declínio cardíaco é denominado rápido.
Com isso posso dizer que o tempo que o aluno perde no final de cada aula, que é aquele momento de sair da quadra, ir ao banheiro e voltar à sala, para a freqüência cardíaca é mais do que suficiente, para restabelecer as condições normais para a volta à teoria.
5. Conclusão
A pesquisa teve por objetivo verificar se era realmente necessário um tempo especifico no desenvolvimento da aula de Educação Física para a parte final da mesma, a popular Volta a Calma.
Realizou-se a análise de dois fatores que supostamente poderiam nos dar a resposta esperada, um foi o teste de atenção por cancelamento, que nos trouxe uma significativa resposta e outro foi à freqüência cardíaca que nos fez pesquisar mais sobre o caso.
Os dados indicaram que os níveis de atenção obtiveram uma melhora significativa após a atividade física (Aula de Educação Física), chegando a números que nos surpreenderam, mas que não alteraram com a realização da volta à calma na parte final, chegou-se a conclusão que a atividade física melhora e muito o nível de concentração dos alunos, mas que a parte final da aula não influência para que esta variável obtenha uma melhora significativa.
Outro ponto analisado foi à freqüência cardíaca que nos trouxe dados surpreendentes, pois esperávamos que neste fator obtivéssemos uma grande variação o que não ocorreu. A freqüência reagiu inicialmente da forma que esperávamos, com uma baixa freqüência em repouso e com um pico máximo em meio à aula, mas o que nos deixou intrigado é que ao final da mesma ela obteve sinais de grande recuperação, tanto com, quanto sem, à volta à calma.
Isto pode ter ocorrido devido ao tempo que se perde até o aluno voltar realmente para a sala de aula, pois ela foi aferida pela ultima vez no momento em que o mesmo chegava para a próxima aula, a qual exigiria dele um nível de agitamento menor.
Em nossa pesquisa ficou evidenciado que em nenhum dos dois fatores pesquisados a parte final da aula é benéfica ou maléfica para o aluno, mas acreditamos que alguns fatores podem influenciar e sim neste contexto, como alguns autores como: Powers; Howley (2000), Powers (2000), Foss; Keteyian (2000), Robergs; Robergs (2002), que trazem que esta recuperação que seria executada de forma ativa x passiva, é benéfica para a remoção contínua dos produtos finais do metabolismo (lactato), e da reestruturação dos substratos endógenos utilizados durante o exercício (Glicogênio e lipídeos), sendo que o restante destes materiais será dividido na intensidade do exercício.
Mas que para isso acontecesse os pesquisados deveriam realizar atividades físicas de no mínimo 60 minutos tendo sessões de 4 vezes na semana, lembrado que a atividade física oferecida nas escolas não é suficiente para que este individuo chegue a níveis de alta intensidade, tendo em conta que a maioria das escolas não possuem nem equipamentos e materiais adequados para a realização dos exercícios.
Assim podemos dizer que esta não é totalmente descartável e sim pode ajudar e muito para que o professor tenha uma integração melhor entre os alunos, ocupando este tempo para reflexões e avisos, ou até deixando que os mesmos realizem alguma atividade que os tragam motivação e possível descontração.
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