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Estudo comparativo da força de preensão manual 

em mulheres entre diferentes modalidades esportivas

Estudio comparativo de la fuerza de prensión manual en mujeres de diferentes modalidades deportivas

 

Laboratório de Performance Humana

Departamento de Educação Física

Universidade Federal de Viçosa

(Brasil)

Alex de Andrade Fernandes

Roberto Andaki Junior

João Carlos Bouzas Marins

alexafernandes@ig.com.br

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo principal deste estudo foi comparar os índices de força de preensão manual de mulheres em diversas modalidades esportivas. A amostra foi constituída por 63 atletas, com faixa etária entre 14 e 56 anos com idade media de 40,9 ± 7,1 anos, pertencentes às modalidades: handebol (n = 36), tênis (n = 16) e atletismo (n = 11). Para o registro da força manual foi empregado um dinamômetro manual de marca Jamar®. O tratamento estatístico para a análise dos dados, empregou uma análise de “One Way Anova” seguido do teste de “Tukey”, para estabelecer a comparação entre as modalidades. Entre as diversas modalidades, as tenistas apresentam os maiores valores na mão direita 37,2 ± 5,3 Kgf e as veteranas do atletismo na mão esquerda 35,7 ± 4,1Kgf, registrando as menores médias as atletas de handebol em ambas as mãos, sendo a diferença na mão direita considerada significativa (P < 0,05). Os níveis de força obtidos na mão direita foram sistematicamente superiores aos obtidos na mão esquerda. Com base nos resultados apresentados, é possível concluir que o tipo de modalidade esportiva pode influenciar o perfil de força máxima de preensão manual.

          Unitermos: Força de preensão. Atletas. Avaliação física.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 162, Noviembre de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A força em suas mais variadas formas de manifestação é relevante para atletas que buscam sua máxima performance, uma vez que associada aos elementos como a velocidade e a resistência, podem ser determinantes para o sucesso esportivo.

    O rendimento esportivo é dependente de uma série de fatores, dos quais se destaca a força, que pode ser influenciada por elementos internos e externos. Entre os elementos internos destacam-se: a secção transversa da fibra muscular, o número de fibras musculares, ângulo de movimento, a coordenação e a velocidade de contração das fibras musculares, o gênero, tipo de fibra muscular e a idade. Já entre os elementos externos se enquadra: a hora do dia, o método de treinamento, a motivação, nutrição, doping, entre outros fatores (McARDLE, et al. 2003).

    O sistema neuromuscular da mulher alcança sua maturação plena próximo dos 20 anos de idade. Entre as 3ª e 4ª décadas a força máxima permanece estável ou com reduções pouco significativas. Em torno dos 60 anos é observada uma redução da força máxima muscular entre 30 e 40%, o que corresponde a uma perda de força de cerca de 6% por década dos 35 aos 50 anos de idade e, a partir daí, 10% por década. No idoso ocorre também redução da massa óssea, mais freqüentemente em mulheres, que, quando em níveis mais acentuados, caracteriza a osteoporose, podendo predispor à ocorrência de fraturas. Após os 35 anos há alteração natural da cartilagem articular que, associada às alterações biomecânicas adquiridas ou não, provoca ao longo da vida degenerações diversas que podem levar à diminuição da função locomotora e da flexibilidade, acarretando maior risco de lesões (NÓBREGA, et al. 1999).

    Para determinar níveis de força, podem ser empregados diferentes tipos de metodologias de testes que se caracterizam de acordo com os objetivos do avaliador e a forma de manifestação de força que se pretenda monitorar. Os testes podem ter como meta avaliar grandes e pequenos grupos musculares diante os diferentes tipos de força: pura, dinâmica, explosiva e de resistência muscular localizada. Como exemplos da variedade de testes, (MARINS E GIANNICHI, 2003) destacam os seguintes testes: de carga máxima, de repetição máxima, de salto vertical, salto horizontal, força abdominal, flexão e extensão de membros superiores na barra, arremesso da bola medicinal, dinamômetria dorsal e dos membros inferiores e de dinamômetria manual.

    A dinamômetria manual representa uma forma prática, rápida, e segura para mensurar a força de preensão manual (HILLMAN, et al. 2005), principalmente em estudos populacionais como os já realizados em grupos de: sedentários (KURINA, et al. 2004), militares (SANTOS, et al. 2003), fisioterapeutas (VICENTE, et al. 2002), praticantes de musculação (DUBAS, et al. 2004), trabalhadores do setor administrativo (LIMA, et al. 2004), atletas de escalada (BERTUZZI, et al. 2005), karatê (PEREIRA, et al. 2001), basquetebol (SANTOS, et al. 2004), handebol (BARTHOLASSE, et al. 2004), natação (LOPES, et al 2004), crianças (NEU, et al. 2002) e adolescentes (RAUCH, et al. 2002).

Objetivo

    Os objetivos deste estudo foram: a) comparar os índices de força de preensão manual em diversas modalidades, b) estabelecer o percentil de cada uma modalidade, c) observar a amplitude da força d) observar a distribuição percentual dos níveis de classificação de preensão manual seguindo a tabela proposta por ROBERGS e ROBERTS (2002).

Metodologia

    O modelo de estudo desenvolvido foi do tipo estudo transversal que se caracterizou pelas observações e mensurações de variáveis de interesses que são feitas simultaneamente, constituindo uma radiografia instantânea do que ocorre em um dado momento, sendo também viável por ser rápido e de baixo custo.

    A amostra foi constituída por 63 atletas com idade entre 14 e 56 anos, pertencentes às modalidades: handebol, tênis e atletismo. Estas modalidades, com a exceção do atletismo foram selecionadas considerando que ocorre uma participação direta da força de preensão manual para seu desempenho.

    Os atletas avaliados foram voluntários que concordaram em participar do estudo, em sua maioria durante a realização de competições. As atletas do handebol pertenceram à equipe da ASPAS, localizada na cidade de Ipatinga-MG. As atletas de tênis foram participantes do Aberto de tênis da Cidade de Viçosa-MG. As atletas de atletismo participavam do Campeonato de Atletismo de Veteranos realizado na cidade de Viçosa-MG. Todos os dados foram coletados entre 20 de janeiro a 30 de novembro de 2005. O quadro 1 apresenta as principais características do grupo estudado.

Quadro 1. Principais características dos grupos estudados (média, desvio-padrão [dp], valor máximo e mínimo)

    Para coleta de dados foram utilizados os seguintes aparelhos: balança digital de marca Pech Line®, utilizada para medir o peso corporal; antropômetro de marca Person Check®, para medir a estatura dos avaliados; e dinamômetro manual de marca Jamar® e de modelo PC5030J1, para medir a força de preensão manual.

    O Procedimento experimental, adotado para a aplicação do teste de dinamômetria manual seguiu os procedimentos recomendados por MARINS e GIANNICHI, (2003) sendo eles: O avaliado permanecia em pé com o dinamômetro manual posicionado as falanges médias e distais dos dedos da mão estavam envolvendo a manivela ajustável do dinamômetro. O membro testado permaneceu estendido durante todo o momento de aplicação da força. O avaliado não podia apoiar o aparelho ou as mãos em qualquer parte do corpo, seja nas pernas ou o quadril. Foram executadas três tentativas em cada membro de forma alternada, sendo considerada a maior das três tentativas, registradas em Kg força (kgf). Também foram coletados outros dados como: a estatura, peso, idade, a mão de maior habilidade do avaliado, além do horário em que foram aplicados os testes.

    Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa, conforme o processo interno da UFV nº 40928260538 de acordo com a resolução do Conselho Nacional de Saúde nº196/96.

    O tratamento estatístico para a análise dos dados, empregou uma análise de “One Way Anova” seguido do teste de “Tukey” para estabelecer a comparação entre as modalidades, além da distribuição percentual dos resultados apurados. Também foram estabelecidos os percentis de cada modalidade na mão direita e esquerda.

    Este trabalho apresenta algumas limitações baseadas em fatores que interferem nos níveis de força e que não foram controlados pelo avaliado, sendo elas: a) a área transversal do músculo, já que não foi realizado nenhum tipo perimetria para determiná-la estabelecendo assim algumas relações; b) motivação: não foi utilizado com os atletas nenhum tipo de controle psicológico que pudesse alterar os resultados; c) horário do dia, tendo em vista que os horários de coleta de dados foram totalmente aleatórios; d) métodos de treinamento, considerando que os atletas foram avaliados em diferentes períodos de treinamento; e) medicamentos, já que não foi possível estabelecer um controle se os atletas consumiram medicamentos que pudessem interferir na força muscular como, por exemplo, os esteróides anabólicos.

Resultados e discussão

Modalidades

    A figura 1 apresenta os valores médios do melhor registro de força da mão direita e esquerda entre três tentativas nas mulheres das seguintes modalidades: veteranas do atletismo, tênis, handebol.

Figura 1. Comportamento da força de preensão manual da mão direita e esquerda nas mulheres considerado 

a média do maior valor registrado por cada atleta entre três tentativas sendo separados por modalidades

    O tratamento estatístico “One Way ANOVA” seguido do teste de “Tukey” indicou que existe diferença significativa (P< 0,05) para mão direita das atletas de tênis em relação às de handebol. Já na mão esquerda não existe diferença significativa entre as modalidades.

    Observando a figura 1 tem-se a seguinte classificação para as modalidades na mão direita: 1º tênis, 2º veteranas do atletismo, 3º handebol. Na mão esquerda: 1º veteranas do atletismo, 2º tênis, 3º handebol. A relação existente referente aos maiores índices de força manual e o tênis provavelmente foi determinante para que as atletas ocupassem a 1ª posição na mão direita. Quando os resultados das tenistas são comparados ao trabalho de TSUJI e TSUNODA (1995), (Quadro 2) com atletas japonesas observa-se que os resultados obtidos são menores do que os registrados neste trabalho.

    Quando se observa o resultado médio apresentado por cada modalidade têm-se os seguintes valores para mão direita: atletismo 35,8 Kgf, handebol 33,2 Kgf, tênis 37,2 Kgf, e na mão esquerda: atletismo 35,7 Kgf, handebol 31,6 Kgf, tênis 33 Kgf. Quando estes resultados são comparados ao estudo de (MATHIOWETZ, et al. 1985) com uma população de sujeitos normais e mesma faixa etária das modalidades acima, observa-se que todas as modalidades apresentaram valores superiores à média do estudo de MATHIOWETZ, et al. (1985). O mesmo acontece quando comparamos o resultado deste estudo aos trabalhos de (NICOLAY, et al. 2005), (HILLMAN, et al. 2005), (LUNA-HEREDIA, et al. 2005), (MASSY-WESTROPP, et al. 2004). Os melhores índices de força apresentados pelos avaliados deste estudo podem ser justificados pelo fato de se tratar de uma população de atletas.

    O quadro 2 apresenta os resultados de força de preensão manual de algumas modalidades esportivas, sendo possível estabelecer uma série de comparações com os resultados obtidos no presente estudo.

Quadro 2. Coletânea de trabalhos de preensão manual em diferentes modalidades

    O rendimento obtido na mão direita pelas atletas de handebol apresentou um equilíbrio quando comparado com as seleções do Chile e Uruguai e inferior as seleções do Brasil, Argentina e Paraguai. Na mão esquerda o rendimento obtido é superior as seleções do Chile, Uruguai e Paraguai e inferior ao das seleções do Brasil e Argentina (BARTHOLASSE e PELLEGRINI, 2004). Mesmo apresentando níveis de força menores que os das seleções do Brasil e Argentina que dominam a modalidade em nível de continente americano, os resultados obtidos por essa amostra podem ser considerados “bons” uma vez que a amostra das seleções apresenta média de idade de (18 anos) e deste estudo (17 anos), e deve ser levado em consideração o fato de esta é uma equipe de destaque estadual e mesmo assim apresenta níveis de força iguais ou superiores aos de seleções sul-americanas.

Percentil

    Considerando os resultados obtidos nas diferentes modalidades foi possível construir um quadro de percentil, colaborando assim para a formação de uma base de dados para populações especificas do gênero feminino, nas mãos direita e esquerda e oito tipos de modalidades (quadro 3).

    O quadro 3 apresenta o percentil de cada modalidade nas mãos direita e esquerda dos atletas.

Quadro 3. Percentil de força de preensão manual em diferentes modalidades

    Para avaliação do nível de força de preensão manual FERNANDES FILHO (2003) propõe que seja considerado o somatório dos valores obtidos nas duas mãos. Seguindo a proposta desse autor e considerando o percentil de 95%, os avaliados desta amostra apresentam os seguintes resultados quando somados os valores das mãos direita e esquerda: atletismo - 85 Kgf; tênis - 82,5 Kgf; handebol - 87 Kgf. Esses resultados, quando comparados aos da tabela de classificação apresentada por FERNANDES FILHO (2003), originária de uma população canadense na mesma faixa etária, proporcionaram que todas as modalidades avaliadas apresentassem valores superiores. Este é um indicador positivo, uma vez que esperasse maiores níveis de força de uma população de atletas. Entretanto os trabalhos de LUNA-HEREDIA et al. (2005), HILMAN et al. (2005), NICOLAY et al. (2005), não apresentam valores superiores quando comparadas aos da tabela apresentada por FERNANDES FILHO (2003). Isso sinaliza que esta tabela de referência poderá implicar erros de interpretação.

Amplitude da força

    A figura 2 permitem observar de forma geral o comportamento da força manual como valor máximo, mínimo sua média nas modalidades, na mão direita e mão esquerda figura.

Figura 2. Amplitude da força de preensão manual em ambas as mãos em mulheres nos diferentes tipos de modalidades.

MD = Mão direita; ME = Mão esquerda

    A figura 2 permite observar de forma geral o comportamento da força manual entre as modalidades. Na mão direita, o menor valor apresentado está entre os atletas de handebol 21 Kgf e como o maior valor entre as veteranas do atletismo 48 Kgf. Já na mão esquerda o menor valor apresentado está entre as atletas de handebol 20 Kgf que também apresentam o maior valor como 46 Kgf. O fator idade pode ser determinante para os atletas de handebol apresentassem os resultados mais baixos, uma vez que a amostra possui média de idade de 17,3 ± 2,8 anos, onde não se espera maiores níveis de força e ainda registra a idade mais baixa (14 anos). Quando comparamos ao trabalho de (WASSY-WESTROPP, et al. 2004) na mesma faixa etária temos que os menores valores apresentados pelas atletas são superiores aos de uma população de sujeitos normais, o que era esperado em se tratando de atletas.

    Na mão direita a amplitude é bem parecida entre as modalidades com 21 Kgf para o tênis e handebol e 20 Kgf veteranas de atletismo, para a mão esquerda existe um equilíbrio entre as veteranas do atletismo e as tenistas 19 Kgf e 17 Kgf respectivamente. Já com as atletas de handebol a amplitude e bem elevada variando 26 Kgf. A maior amplitude apresentada pelas atletas de handebol não mão esquerda pode ser justificado pelo fato de registrar uma idade de (14 anos), onde se espera baixos níveis de força. A amplitude apresentada pelas modalidades esportivas são inferiores a do estudo de (WASSY-WESTROPP, et al. 2004) com exceção do handebol na mão esquerda, o que mostra um bom desempenho das atletas.

    Quando estas modalidades são comparadas ao trabalho de NICOLAY et al. (2005) com os seguintes valores 20,4 Kgf de média, 10,4 Kgf como menor valor registrado e 32,5 Kgf como maior valor registrado, este estudo foi realizado com uma amostra composta por sujeitos normais. Observa-se assim que os valores médios, mínimos e máximos que os atletas avaliados no presente estudo apresentam são superiores, o que é interessante uma vez que melhores níveis de força eram esperados para esta população.

Percentual de classificação

    A figura 3 apresenta a distribuição percentual em cinco categorias dos níveis de força de preensão manual na mão direita seguindo a tabela proposta por ROBERGS e ROBERTS (2002)

Figura 3. Distribuição dos níveis de classificação para força de preensão manual da mão direita, seguindo a 

classificação proposta por ROBERGS e ROBERTS (2002), em mulheres nos diferentes tipos de modalidades

    A figura 3 permite analisar de forma geral o percentual de classificação apresentado pelas modalidades femininas na mão direita. O maior percentual na categoria “excelente” pertence às atletas de tênis com 25% seguido das veteranas do atletismo 9,2% e handebol 8,3%.

    O maior percentual na categoria “bom” com 36,3% é apresentado pelas veteranas do atletismo seguindo das de tênis 25% de handebol 16,6%.

    Maior percentual na categoria “regular” com 72,4% é apresentado pelas atletas de handebol seguido das veteranas de atletismo 54,5% de tênis 50%. Já com única modalidade a atingir a categoria “ruim”, estão as atletas de handebol com 2,7%.

    O fato de grande parte da amostra de todas as modalidades estar concentrado na categoria “regular” e nas superiores a ela, passa a se tornar um bom indicador dos níveis de força dessa população de atletas uma vez que a força é fator determinante para o sucesso esportivo. Quando a tabela de ROBERGS e ROBERTS (2002) é comparada com o trabalho de HILMAN et al. (2005), que estabelece valores de normalidade para população de sujeitos normais, observa-se que os registros médios obtidos por eles são classificados como “regular”.

    A figura 4 apresenta a distribuição percentual em cinco categorias dos níveis de força de preensão manual na mão esquerda seguindo a tabela proposta por ROBERGS e ROBERTS (2002) em mulheres.

Figura 4. Distribuição dos níveis de classificação para força de preensão manual da mão esquerda seguindo 

a tabela proposta por ROBERGS e ROBERTS (2002) em mulheres nos diferentes tipos de modalidades

    A figura 4 permite analisar de forma geral o percentual de classificação apresentado pelas modalidades femininas na mão esquerda. O maior percentual na categoria “excelente” pertence às veteranas do atletismo com 45,4%, seguido das de tênis 37,5% e handebol 14%.

    O maior percentual na categoria “bom” com 27,3% é apresentado pelas veteranas doa atletismo seguido das de handebol 16,6% e tênis 12,5%.

    O maior percentual na categoria “regular” com 69,4% é apresentado pelas atletas de handebol seguido das de tênis 50% e veteranas do atletismo 27,3%.

    Como grande parte da amostra de todas as modalidades está concentrado na categoria “regular” e nas superiores a ela, passa-se a ter um bom indicador dos níveis de força dessa população de atletas. Quando a tabela de ROBERGS e ROBERTS (2002) é comparada com o trabalho de NICOLAY et al. (2005), que estabelece valores de normalidade para população de sujeitos normais, observa-se que os registros médios obtidos por eles são classificados como “insuficiente”. Assim os atletas deste estudo, nas modalidades avaliadas, apresentam valores superiores, o que pode ser considerado como normal devido ao efeito atividade física.

Considerações finais

    Considerando os objetivos propostos neste trabalho, têm-se como conclusões: a) entre as diversas modalidades estudadas, as tenistas apresentam os melhores níveis de força na mão direita e as veteranas do atletismo na mão esquerda, a especificidade da força manual com o tênis provavelmente foi determinante para bons resultados na mão direita; b) os dados permitiram a construção de normas de rendimento específicas para as modalidades, tendo em vista o rendimento específico; c) a amplitude da força apresenta pouca variação em todas as modalidades; d) a utilização da tabela de classificação de força de preensão manual proposta por ROBERGS e ROBERTS (2002), proporcionará uma ampla variação entre os níveis de perfil de força, tendo grande parte da amostra classificada na categoria “regular” e nas superiores.

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