efdeportes.com

Estigmas do destreinamento físico

Estigmas del desentrenamiento físico

Stigma of physical detraining

 

*Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP) - São José dos Campos/SP

**Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Guaratinguetá/SP

***Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Rio Claro/SP

(Brasil)

Marcio Rosa Muniz*

Luis Fernando Ferreira*

Adriano Percival Calvo* **

Marcela de Castro Ferraciolli***

pcdez@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Diversas alterações de desempenho, fisiológicas, metabólicas e estruturais ocorrem em função do destreinamento. Tais alterações ocorrem mais significativamente nas semanas iniciais. No entanto, o estado físico mantém-se acima dos níveis pré-treino por um período longo após o início do destreinamento. A inserção do destreinamento na periodização, mais especificamente, nas etapas de períodos transitórios de treinamento e/ou a pausa do mesmo tem efeitos benéficos para a saúde física e mental do atleta. Entender os efeitos do destreinamento nos diversos sistemas corporais é importante para manutenção do desempenho do atleta. Desta forma, o objetivo deste estudo é revisar sucintamente os efeitos da administração de um período de destreinamento em diversos sistemas corporais como: força muscular, capacidade aeróbia e cardiovascular, e alterações fisiológicas; e sua influência no rendimento de alguns desportos, esclarecendo seus benefícios e esclarecendo pré-conceitos equivocados sobre a inclusão do destreinamento na prescrição do treinamento.

          Unitermos: Destreinamento. Metabolismo. Recuperação física.

 

Abstract

          The Performance, physiological, metabolic and structural change due to detraining. Such changes occur most significantly in the initial weeks. However, the physical status remains above pre-workout for a long time after the start of detraining. The insertion of detraining in accruals, specifically, in steps of transitional periods of training or the break has the same beneficial effects on physical and mental health of the athlete. Understanding the effects of detraining on several body systems is important for maintaining the athlete's performance. Thus, the objective of this study is to review briefly the effects of administration of a period of detraining on several body systems such as muscle strength, aerobic capacity and cardiovascular and physiological changes, and its influence on the performance of some sports, explaining its benefits and pre-clarifying misconceptions about the inclusion of detraining in training prescription.

          Keywords: Detraining. Metabolism. Physical recover.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 162, Noviembre de 2011. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Destreinamento

    A interrupção de um plano de treinamento, independentemente do motivo, estimula a ocorrência do Princípio de Reversibilidade, promovendo uma queda considerável no desempenho e na sensação fisiológica de bem estar do indivíduo, é intitulada de Destreinamento4,5,6,11,12,13. A partir disso, pode-se entender o destreinamento como uma ação pedagógica, profilática, planejada e supervisionada com o objetivo de reduzir o estresse físico e mental do atleta1,15.

    O destreinamento pode ocorrer em virtude de doenças, lesões, férias ao fim de temporada de competições ou término da carreira do atleta. Ou seja, os motivos do destreinamento podem ser os mais variados10,12,14. As conseqüências das adaptações que ocorrem durante o período de Destreinamento não planejado também são diversificadas, como a necessidade do preparador físico programar uma preparação física pré-temporada de competição. Isto significa que o entendimento dos efeitos do destreinamento contribui para o planejamento bem sucedido dos treinamentos físicos.

    A adoção de Destreinamento dentro de um programa de treinamento é importante para prevenção de Overtraning. É evidente que o treinamento físico constante e prolongado promove adaptações metabólicas, fisiológicas e psicológicas ao atleta após um período de treinamento prolongado. Estas adaptações proporcionam melhor rendimento e o desenvolvimento antropométrico compatível do atleta conforme às exigências da modalidade esportiva por ele praticada (BOMPA). Mas, é importante considerar que o esforço físico constante pode promover riscos ao organismo, como aumentar a possibilidade de ocorrência de lesões. Além disso, a demanda técnica e tática (i.e. psicológica) pode estar aquém das possibilidades do atleta. Com isso, o desempenho do atleta pode reduzir dramaticamente, ou estagnar10. Nestes casos, é sugerido que o programa de treinamento tenha uma fase de transição, ou seja, após semanas de treino intenso, o atleta tem a oportunidade de recuperar-se mais completamente com um intervalo de treinamento menos intenso antes de iniciar um novo período de treinamento1,2,3,17,14.

    Esta adoção é sugerida porque, embora perdas ocasionadas pelo destreinamento ocorram mais significativamente nas primeiras semanas de sua aplicação, o estado físico do atleta se mantém acima de seus níveis pré-treino por um período proporcional ao período em que se manteve treinando. Ou seja, quanto mais longo o período de treinamento, mais longo será o período de destreino7,8. Além disso, é importante considerar que o condicionamento físico conquistado pelo atleta de forma lenta, tende a ser mantido por um período de tempo mais prolongado quando comparado às suas conquistas rápidas de condicionamento físico9.

    As perdas ocasionadas pelo destreinamento físico podem ser divididas em perdas centrais (i.e. sistema metabólico e cardiovascular) e periféricas (i.e. sistema sanguíneo arterial e venoso, e conseqüentemente, sistema muscular estriada esquelética) de condicionamentos adquiridos com o treinamento aeróbico, que resultam na diminuição do consumo máximo de oxigênio e, simultaneamente, traz diminuição imediata da força muscular7,12.

Figura 1. Adaptação do esquema de readaptação do consumo máximo de oxigênio em função do destreinamento7

O destreinamento e as adaptações cardiorrespiratórias

    De maneira geral, estes períodos de recuperação (i.e. pausa no treinamento) são inicialmente caracterizados por alterações nos sistemas cardiorrespiratório, neuromuscular e metabólico, que podem induzir ao estado de destreinamento51. As readaptações do sistema cardiovascular ao destreinamento físico parecem estar relacionadas diretamente ao débito cardíaco, que sofre modificações de readaptação da freqüência cardíaca e do volume sistólico. As readaptações do sistema músculo esquelético que controlam a diferença arteriovenosa de oxigênio também podem contribuir para a redução do consumo máximo após períodos de inatividade física7. Mais especificamente, num período de três a seis semanas de inatividade, há um declínio de seis e 14% no VO2 Maximo em atletas de elite20,56,57.

    O destreinamento pode provocar uma redução de 26% do débito cardíaco máximo após 21 dias de destreinamento18. Num período relativamente curto de destreinamento, 10 dias, foi suficiente para promover uma redução de 23% do débito cardíaco19, resultado principalmente pela diminuição do volume sistólico. Em atletas de elite, 21 dias de destreinamento provocaram uma redução de 11% do volume sistólico, atingindo sua estabilização após 56 dias de destreinamento com uma redução de 14% de seu volume pré-destreinamento20.

    No entanto, é importante considerar que outros fatores podem contribuir com a redução do volume sistólico, como afirmam Ehsani, Hagberg e Hickson (1978)21. De acordo com estes autores, três semanas de inatividade em corredores de elite foram suficientes para proporcionar redução da espessura da parede do miocárdio e declínio da dimensão diastólica final do ventrículo esquerdo. Ou seja, a redução do volume sistólico também está associada à perda de massa muscular do coração.

    Quanto à freqüência cardíaca máxima (FCmax), o destreinamento proporciona alterações mais severas nos primeiros dias de inatividade, entretanto, após 84 dias é observada uma redução aproximada de 5% da FCmax pré-destreinamento20. Contudo, é notável que a redução do débito cardíaco é acompanhada de aumento na freqüência cardíaca máxima18 e de variações na diferença arteriovenosa de oxigênio19. Mas, o aumento da FCmax, nas primeiras semanas de destreinamento, não é suficiente para compensar a redução do débito cardíaco, com isso, o débito cardíaco máximo também é reduzido4,18,19,20.

    Quanto ao consumo máximo de oxigênio, as readaptações musculares esqueléticas e a redução de densidade capilar que controlam a diferença artério-venosa de oxigênio contribuem para sua redução após um período de inatividade física18. Por outro lado, é confirmado que o destreinamento provoca redução da diferença artério-venosa de oxigênio, devido à diminuição do fluxo sanguíneo enviados aos músculos esqueléticos, visto que, não foi observada redução na densidade e número de capilares. Entretanto, é considerado que o destreinamento prejudique a utilização de oxigênio pelos músculos, seja pela redução da densidade de capilares ou pela diminuição do fluxo sanguíneo20,25.

    Na população idosa, o impacto do destreinamento na capacidade cardiovascular é mais agressivo, com perdas significativas a partir de duas semanas de destreino22,23. Além disso, as perdas cardiovasculares mantiveram-se constantes após 52 semanas de destreino, atingindo escores abaixo dos conquistados no pré-treino22. Ou seja, de acordo com estes autores, o destreinamento promove perda na capacidade cardiovascular mais precocemente e mais prolongadamente em idosos do que nas populações mais jovens. Entretanto, Melnyk, Rogers e Hurley (2009)24, em um estudo realizado com homens e mulheres com idades entre 20 e 75 anos, submetidos a 9 semanas de treino de força seguido de 31 semanas de destreinamento, concluíram que a idade não mostrou influência nos ganhos ou perdas musculares por treino ou destreinamento.

    Portanto, as adaptações do sistema cardiovascular em virtude do destreinamento físico parecem estar diretamente relacionadas à redução do débito cardíaco em função do aumento da freqüência cardíaca e da redução do volume sistólico.

Destreinamento e adaptações metabólicas

    O exercício físico pode induzir inúmeras mudanças neuroendócrinas e no sistema imune, tanto antes como após a realização de exercícios físicos. As alterações hormonais, enzimáticas e metabólicas podem ser vistas como uma forma de monitorar o estresse imposto ao organismo frente à rotina desses exercícios. Estas perturbações podem ocorrer nos tecidos em diferentes graus, promovendo adaptações específicas de acordo com o tipo, intensidade e duração do treinamento e por meio da capacidade de depleção e renovação de substratos. Pelo mesmo sistema, seu monitoramento também pode ser um indicativo dos efeitos do destreinamento26.

    Segundo Roas e Vaisbeg (2002)27, os principais hormônios que atuam durante o exercício físico são as catecolaminas (i.e. adrenalina e noradrenalina), o cortisol, os peptídeos opióides (i.e. endorfinas), o hormônio de crescimento (i.e. GH)27, o hormônio adrenocorticotrópico (ACTH)28,29, e, conseqüentemente, cortisol31,32

    O destreinamento provoca adaptações metabólicas negativas ao organismo, no entanto, quanto mais intenso e prolongado o treinamento resistido, mais prolongado será o período para que ocorram tais adaptações até os níveis pré-treino34,35. De maneira mais específica nota-se que o destreinamento promove adaptações metabólicas conforme Figura 2, abaixo:

Figura 2. Adaptação metabólicas do organismo em função do destreinamento

    De modo geral, a relação entre os processos anabólicos e catabólicos, que ocorrem como conseqüência do exercício e recuperação, desempenha um papel vital em mediar as adaptações fisiológicas ao treinamento físico39. No início do destreinamento, o processo de catabolismo intensifica. Em virtude disso, há um aumento das concentrações dos hormônios anabólicos como forma de reduzir os efeitos desse processo. Isto significa que um período curto de destreinamento pode representar um estímulo para a remodelação e reparo dos tecidos39.

Destreinamento, adaptações musculares e força

    O músculo esquelético também sofre ação dos efeitos do destreinamento. Reduções na densidade de capilares, na capacidade oxidativa, área média da fibra, atividade eletromiográfica, diferença arteriovenosa máxima e mudanças do tipo de fibra têm sido documentadas em atletas após a interrupção do treinamento. Além disso, o destreinamento parece contribuir para uma queda no desempenho neuromuscular após um período tanto curto12,39 quanto longo de tempo46,47. Desta forma, considerando que o desempenho da força pode ser resultado de fatores neurais43,45,46,47,49, e que o destreinamento afeta o rendimento neuromuscular, logo: o destreinamento provoca perdas drásticas na força muscular40,42,47.

    Quanto à influência do destreinamento sobre os tipos de fibras musculares, é observado que existe um aumento da porcentagem de fibras musculares do tipo II.b concomitante à queda da porcentagem de fibras musculares do tipo II.a40,47. Do ponto de vista do condicionamento físico, o destreinamento provoca redução da velocidade do atleta, em virtude do decréscimo da potência muscular; e compromete drasticamente o condicionamento físico geral do atleta com apenas quatro semanas de interrupção14. Contudo, em modalidades esportivas em que a força é determinante para o desempenho, a ocorrência de uma fase de interrupção do treinamento poderia afetar a força na fase de competição41.

    No entanto, mesmo com a diminuição rápida da força máxima com a interrupção do treinamento, é possível manter certo grau de potência muscular durante várias semanas, desde o treinamento seja apenas reduzido e se mantenha sua intensidade12,44. Nos casos de interrupção completa do treinamento, após seis semanas de inatividade, o nível de força muscular mantém-se acima dos níveis pré-treinamento45. Nas situações de re-treinamento, ou seja, retorno ao treinamento após destreinamento, ocorre aumentos significativos na área transversal de ambas as fibras musculares do tipo II (i.e. tipo II.a e tipo II.b) e um decréscimo na porcentagem de fibras musculares do tipo II.b47.

    Existe uma relação entre agressividade dos efeitos do destreinamento na força muscular em função do tipo de treinamento ao qual o indivíduo foi submetido. Treinamentos de força muscular que incluam maior freqüência de concentrações excêntricas do que concêntricas resistem melhor aos efeitos do destreinamento12,39,40,44,46,48; e a magnitude da perda de força é maior no treinamento com pesos livres do que o treinamento constituído por exercícios isométricos e isocinéticos44. É importante esclarecer que a força muscular decresce após a interrupção do treinamento nas ações musculares isométricas, concêntricas, excêntricas, isotônicas e isocinéticas, e este decréscimo independente da faixa etária, nível de aptidão física, enfermidades associadas e/ou gênero11,54.

    Portanto, o destreinamento leva a uma redução da força em exercícios resistidos nas primeiras quatro semanas de destreinamento25,42,45,48. Mas, após períodos maiores que 16 semanas de destreinamento, o nível de força pode manter-se significativamente acima dos valores anteriores ao treinamento10. Entretanto, embora a perda de força nas primeiras semanas de inatividade seja atribuída a adaptações neurais, tais adaptações podem preservar os picos de força após longos períodos de inatividade do indivíduo43,46.

Administrando o destreinamento

    Compreender os efeitos do destreinamento é importante para prescrevê-lo. Sua administração deve ser cautelosa, visto que há relatos de esportistas que foram vítimas de sintomas de enfermidades dos processos readaptativos do organismo, por interrupção abrupta do treinamento15. Contudo, poucos estudos têm sido realizados para determinar os efeitos de destreinamento ocasionados pela redução do treinamento58,59,60,13. Desta forma, as conseqüências que a pausa no treinamento pode provocar na fisiologia e no desempenho de atletas de alto nível ainda não são completamente entendidas.

    A administração do destreinamento é realizada em função do período transitório. Período transitório é caracterizado por interrupções de treinamento entre quatro a seis semanas após temporada50. Em tal período, é ideal que haja um descanso ativo, com modalidades de baixa intensidade e que minimizem a redução das capacidades adquiridas durante o treinamento50.

    A magnitude do declínio de desempenho observado num período de destreinamento parece estar relacionada (i) ao nível de condicionamento físico, (ii) ao tempo total do destreinamento, (iii) à estratégia de recuperação escolhida (i.e. redução ou interrupção do treinamento) durante o destreinamento, (iv) à duração dos períodos de treinamento anterior, (v) da modalidade praticada, (vi) da faixa etária, e (vi) do gênero11,12,13,51,52,53,55.

    A respeito do condicionamento físico, redução no treinamento de um atleta num intervalo de quatro semanas, ainda pode manter seus níveis de VO2max 58,59,60,13. Por outro lado, os efeitos do destreinamento sobre desempenho neuro-muscular é variável conforme a modalidade, e apresenta um padrão: promove maior queda de força nos indivíduos altamente treinados do que nos moderadamente treinados42,43,45.

    Do ponto de vista da faixa etária, os mais jovens possuem melhores desempenhos no ganho e na perda de força muscular55. Ou seja, com o mesmo treinamento aplicado a ambos os grupos, os mais jovens conquistam melhores resultados, e quando submetidos ao mesmo destreinamento, os mais jovens apresentam menos perda de força comparados aos idosos. No entanto, do ponto de vista do gênero, não há influência desse fator no decréscimo de força até 31 semanas de destreino55.

    Quanto à relação treinamento/destreinamento, é presumido que as observações das depreciações do desempenho ocorram a partir da sexta semana de destreinamento quando houve no mínimo seis semanas de treinamento anterior (i.e. um a relação de 1:1)14. Além disso, um período de redução de treinamento entre quatro a 12 semanas de destreinamento não é suficiente para reduzir o desempenho do atleta a níveis pré-treino, indicando que adaptações ao treinamento podem persistir por longo prazo.

    Do ponto de vista psicológico, é notório que faltam estudos reportando as implicações do destreinamento sobre o desempenho do atleta ou em sua qualidade de vida. As informações a este respeito são suposições de redução de estresse e alívio das pressões do período da temporada de competições.

    Em suma, a incorporação de períodos de três a seis semanas de interrupção de treinamento depois do término do evento principal da temporada pode permitir a recuperação física e mental antes do início de um novo ciclo de treinamento, que é comum em muitos esportes14. Em uma tentativa de reduzir o impacto negativo que a ausência completa de treinamento pode ter no desempenho dos atletas, surgiram diversas estratégias de redução de treinamento, especialmente para atletas de elite51,52,58,59. Isto significa que reduções, ou até mesmo interrupções completas, do treino é uma ocorrência inevitável. As prescrições deste período transitório devem ser administradas caso a caso, considerando os diversos fatores que influenciam a magnitude do declínio do desempenho do atleta.

Conclusão

    O destreinamento leva a diversas alterações, como uma forma de adaptação do organismo a um menor nível de estímulo físico. Muitas destas alterações, como redução da força, alterações no débito cardíaco, se enquadram dentro do princípio da reversibilidade, e representam uma redução do desempenho nas primeiras semanas após a interrupção do treinamento.

    No entanto, dependendo da modalidade praticada, do programa e da intensidade do treinamento prévio, os indivíduos que estão no processo de destreinamento apresentam níveis de desempenho acima dos observados em indivíduos não-treinados por longos períodos de tempo.

    Nos casos em que a interrupção do treinamento não é uma escolha ou opção, a compreensão sobre o processo do destreinamento permite a adotação de estratégias de redução progressiva de treinamento mais eficientes que minimizam seus efeitos, mantém o bem-estar do indivíduo e favorecem o retorno mais rápido do atleta à sua forma física.

    Por fim, o destreinamento é uma parte do ciclo de treinamento e, portanto, deve ser programado. Desta forma, ele contribuirá na redução dos malefícios que o destreinamento inapropriado e promoverá benefícios no desempenho e na qualidade de vida do atleta.

Referências bibliográficas

  1. BOMPA, T. O; CORNACCHIA. L. J. Treinamento de força consciente. São Paulo: Phorte Editora, 2000. 303 p.

  2. WEINECK, J. Treinamento Ideal. 9. ed. São Paulo: Ed. Manole, 1999. 740 p.

  3. MONTEIRO, A.; LOPES, C. Periodização Esportiva – Periodização do Treinamento. São Paulo: AG Editora, 2009. 260 p.

  4. COYLE, E. F. Destreinamento e retenção das adaptações induzidas pelo treinamento. In: AMERICAN COLLEGE OF SPORT MEDICINE. Prova de esforço e prescrição de exercício. Rio de Janeiro: Ed. Revinter, 1994. c.12, p.80-86.

  5. KUIPERS, H.; .KEIZER, H. A. Overtraining in elite athletes: Review and directions for the futre. Sports Med., 1988. v.6, p.79-92.

  6. FRY, R., et al. Overtraining in athletics: An update. Sports Med., v.12, n.1, p.32-65, 1991.

  7. EVANGELISTA, F. S; BRUM, P. C. Efeitos do Destreinamento Físico Sobre a “Performance” do Atleta: Uma Revisão das Alterações Cardiovasculares e músculo-esqueléticas. Rev. Paul. Educ. Fís., 1999. v.13, n.2, p.239-249.

  8. ZATSIORSKY, V. M. Ciência e pratica do treinamento de força. São Paulo: Phorte Editora, 1999.

  9. BARBANTI, V. J. Dicionário de educação física e do esporte. São Paulo: Manole, 1994.

  10. OLIVEIRA, V. L., et al. Efeito de um período de destreinamento sobre variáveis neuromusculares em atletas de handebol. Fit. Perform. J., 2009. v.8, p.96-102.

  11. RASO, V.; MATZUDO, S. M.; MATZUDO, V. A força muscular de mulheres idosas decresce principalmente após oito semanas de interrupção de um programa de exercícios com pesos livres. Rev. Bras. Med. Esporte, 2001. v.7, n.6, p.177-186.

  12. FLECK, S. J.; KRAEMER, W. J.. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular. Porto Alegre: Artmed, 1999.

  13. WILMORE, J. H.; COSTILL, D. L. Fisiologia do Esporte e do Exercício. São Paulo: Manole, 2001.

  14. BOMPA, T. O. Periodização: Teoria e metodologia do treinamento.- 4. ed. São Paulo: Porthe Editora, 2002. 423 p.

  15. LÓPEZ, R. F. A. La medicina deportiva en el entrenamiento deportivo. Desentrenamiento Deportivo: Teoría o hipótesis., EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 5, n.25, 2000. http://www.efdeportes.com/efd25/desentr.htm

  16. GUYTON, A, C,; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996.

  17. LÓPEZ .A. R.; et al. Princípios metodológicos do destreinamento desportivo. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 7, n. 40, 2001. http://www.efdeportes.com/efd37/desentr.htm

  18. CONVERTINO, V. A. Cardiovascular consequences of bed rest: effect on maximal oxygen uptake. Med. and Sci. in Sports and Exerc., 1997. v.29, n.2, p.191-196.

  19. CONVERTINO, V. A., et al. Induced venous pooling and cardiorespiratory responses to exercise after bed rest. J. Appl. Physiol., 1982. v.52, p. 1343-1348.

  20. COYLE, E.F., et al. Time course of loss of adaptations after stopping prolonged intense endurance training. Resp. Environ. Exer. Physiol., 1984, v.57, p.1857-1864.

  21. EHSANI, A. J.; HAGBERG, J. M.; HICKSON, R. C. Rapid changes in left ventricular dimensions and mass in response to physical conditioning and deconditioning. Amer. J. Cardio., 1978. v.42, p.52-56.

  22. TORAMAN, N. F. Short term and long term detraining: is there any difference between Young-old and old people? Br. J. Sports Med., 2005. v.39, p.561-564.

  23. TORAMAN, N. F.; AYCEMAN, N. Effects of six weeks of detraining on retention of functional fitness of old people after nine weeks of multicomponent training. Br. J. Sports Med., 2005. v.39, p.565-568.

  24. MELNYK, J. A.; ROGERS, M. A.; HURLEY, B. F. Effects of strength training and detraining on regional muscle in young and older men and women. Europ. J. Appl. Physiol., 2009. v.105, n.6, p.929-938.

  25. KLAUSEN, K.; ANDERSEN, L.B.; PELLE, I. Adaptive changes in work capacity, skeletal muscle capillarization and enzyme levels during training and detraining. Acta Physiol. Scand., 1981. v.113, n.1, p.9–16.

  26. COYLE, E. F. Physical activity as a metabolic stressor. Am. J. Clin. Nutr., 2000. v.72, n.5, p.12S-20S, 2000

  27. ROSA, L .F. P. B. C.; VAISBERG, M. W. Influências do exercício na resposta imune. Rev. Bras. Med. Esporte, 2002. v.8, p.167-172.

  28. VIRU, A.; SMIRNOVA, T. Independence of physical working capacity from increased glucocorticoid level during short term exercise. Int. J. Sport. Med., 1982. v.3, p.80-83.

  29. GALBO, H. Hormonal and metabolic adaptations to exercise. New York: Thieme Verlag, 1983.

  30. McARDLE, W. D. M.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fundamentos de fisiologia do exercício. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

  31. SHEPARD, R. J.; SINEY, K. H. Effects of physical exercise on plasma growth hormone and cortisol levels in human subjects. In: WILMORE, J.; KEOGH, E. Eds. Exercise and sport science review. New York: Academic Press, 1975, 1-30.

  32. BUONO, M. J.; YAGER, J. E.; SUCEC, A. A. Effect of aerobic training on the plasma ACTH response to exercise between racing cyclists and untrained individuals. J. Physiol., 1987. v.63, p.2499-2501.

  33. McMURRAY, R. G.; HACKNEY, A. C. Respostas endócrinas ao exercício e ao treinamento. In: GARRETT, W. E., et al. A Ciência do exercício e dos esportes. Porto Alegre: Art. Méd., 2003.

  34. CHI, M. M., et al. Effects of detraining on enzymes of energy metabolism in individual human muscle fibers Am. J. Physiol. Cell. Physiol., 1983. v.244, p.C276-C287.

  35. COYLE, E. F., et al. Effects of detraining on responses to submaximal exercise. J. Appl. Physiol., 1985, v.59, p.853-859.

  36. WIBOM, R., et al. Adaptation of mitochondrial ATP production in human skeletal muscle to endurance training and detraining. J. Appl. Physiol., 1992. v.73, p.2004-2010. 

  37. MIKINES, K. J., et al. Effects of acute exercise and detraining on insulin action in trained men. J. Appl. Physiol., 1989. v.66, p.704-711.

  38. WANG, P.T., et al. Effect of a two-month detraining on glucose tolerance and insulin sensitivity in athletes--link to adrenal steroid hormones. Chin. J. Physiol., 2006. v.49, n.5, p.251-257.

  39. KRAEMER, W. J.; RATAMESS, N. A. Hormonal responses and adaptations to resistance exercise and training, Sports. Med., 2005. v.35, n.4, p.339-361

  40. HORTOBAGYI, T., et al. The effects of detraining on power athletes. Med. Sci. Sports Exerc., 1993. v.25, n.8, p.929-935.

  41. KOUTEDAKIS, Y. Variation in fitness parameters in competitive athletes. Sport Med., 1995. v.19, p.373-392.

  42. HÄKKINEN, K.; KOMI, P. V. Electromyographic changes during strength training and detraining. Med. Sci. Sports Exerc., 1983. v.15, n.6, p.455-460.

  43. HÄKKINEN, K.; ALÉN, M.; KOMI, P. V. Changes in isometric force- and relaxation-time, electromyographic and muscle fibre characteristics of human skeletal muscle during strength training and detraining. Acta Physiol. Scand., 1985. v.125, p.573–585.

  44. McCONELL, G. K., et al. Reduced training volume and intensity maintain aerobic capacity but not performance in distance runners. Int. J. Sports Med., 1983. v.14, p.33-37.

  45. NARICI, M.V., et al. Changes in force, cross-sectional area and neural activation during strength training and detraining of the human quadriceps. Eur. J. Appl. Physiol., 1989. v.59, n.4, p.310-319.

  46. COLLIANDER, E. B.; TESCH, P. A. Effects of detraining following short term resistence training on eccentric and concentric muscle strength. Acta Physiol. Scand., 1992. v.144, p.23-29.

  47. STARON, R. S., et al. Strength and skeletal muscle adaptations in heavy-resistance-trained women after detraining and retraining. J. Appl. Physiol., 1991. v.70, p.631-640. 

  48. IVEY, F. M., et al. Effects of strength training and detraining on muscle quality age and gender comparisons. J. Gerontol. A. Biol. Sci. Med. Sci., 2000. v.55, n.3, p.B152-B157.

  49. MATVEEV, L. P. Treino desportivo: metodologia e planejamento. Guarulhos: Phorte Editora, 1997.

  50. MUJIKA I.; PADILLA S. Detraining: loss of training-induced physiological and performance adaptations: part I. Short term insufficient training stimulus. Sports Med., 2000a. v.30, n.2, p.79–87.

  51. MUJIKA I.; PADILLA S. Detraining: loss of training-induced physiological and performance adaptations: part II. Long term insufficient training stimulus. Sports Med., 2000b. v. 30, n.3, p.145–154.

  52. SANTANA, F. S. Efeitos do destreinamento físico na capacidade funcional de idosos submetidos a um programa de treinamento resistido. 2009. 54 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade de Brasília, Brasília.

  53. HARRIS, C., et al. Detraining in the older adult: effects of prior training intensity on strength retention. J. Strength Condit. Res., 2007. v.21, n.3, p.813-818.

  54. LEMMER, J. T., et al. Age and gender responses to strength training and detraining. Med. Sci. Sports Exerc., 2000. v.32, n.8, p.1505-1512.

  55. MARTIN, W. H., et al. Effects of physical deconditioning after intense endurance training on left ventricular dimensions and stroke volume. J. Americ. Coll. of Cardiol., 1986. v. 7, p. 982-989.

  56. PETIBOIS, C., et al. Biochemical aspects of overtraining in endurance sports. Sports Med. 2003. v.33, p.83-94.

  57. NEUFER, P.D. The effect of detraining and reduced training on the physiological adaptations to aerobic exercise training. Sports Med., 1989. v.8, n.5, p.302-321.

  58. NEUFER, P. D., et al. Effect of reduced training on muscular strength and endurance in competitive swimmers. Med. Sci. Sports Exerc., 1987. v.19, p.486-490.

  59. HICKSON, R. C., et al. Reduced training duration effects on aerobic power, endurance, and cardiac growth. J. Appl. Physiol., 1982. v.53, p.225-229.

  60. GARCÍA-PALLARÉS, J., et al. Physiological Effects of Tapering and Detraining in World-Class Kayakers. Med. Sci. Sports Exerc., 2010. v.42, n.6, p.1209-1214.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 16 · N° 162 | Buenos Aires, Noviembre de 2011
© 1997-2011 Derechos reservados