O estado da arte da dança para portadores de necessidades especiais no Brasil El estado de la danza para portadores de necesidades especiales en Brasil |
|||
*Graduanda em Educação Física pela PUCPR Graduanda em Dança pela FAP **Especialista em Educação Física Escolar pela PUCPR Mestrando em Educação Física pela UFPR (Brasil) |
Jocelaine de Siqueira Gonçalves* jocelaine.siqueira@yahoo.com.br Cleber Mena Leão Junior** |
|
|
Resumo O objetivo da presente pesquisa é realizar um levantamento bibliográfico sobre os temas, chamado Estado da Arte, com a finalidade de obter informações sobre a produção do conhecimento em Dança para Portadores de Necessidades Especiais de 1987 até 2011. Os dados foram buscados em várias plataformas de artigos científicos sobre em revistas brasileira de Educação Física e Inclusão, totalizando 98 obras. Neste trabalho podemos constatar que ainda há poucos estudos científicos sobre o tema abordado. Em vista das ideias mencionadas a dança em cadeira de rodas é o tema mais abordado entre todas as publicações catalogadas, e em seguida à dança inclusiva. Por fim, concluímos que ainda há pouca publicação sobre o tema, dado o tempo de recorte de 1987 até 2011. Unitermos: Educação Física. Dança. Inclusão.
Abstract The aim of this research is to conduct a literature review on the issues, called State of the Art, with the purpose of obtaining information about the production of knowledge in Dance for People with Disabilities from 1987 to 2011. The data were collected in various platforms of scientific articles in magazines about Brazilian Physical Education and Inclusion, a total of 98 works. In this work we can see that there are few scientific studies about the topic. In view of the ideas mentioned dancing in a wheelchair is the most discussed topic among all the publications cataloged, and then the dance inclusive. Finally, we conclude that there is little published on the subject, given the time cropping from 1987 to 2011. Keywords: Physical Education. Dance. Inclusion.
|
|||
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 162, Noviembre de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
1 / 1
Introdução
A Dança como arte, como esporte, como uma forma de expressão ou manifestação cultural de um povo, independente da nomenclatura ou forma de utilização, sempre esteve presente na história da humanidade desde os tempos mais remotos. Dançar é expressar sentimentos através de movimentos, em um ritmo pré-estabelecido, ou também, pode ser definido como o ato de mover o corpo no ritmo da música.
A dança tem ultrapassado os limites dos palcos e dos salões de festa, hoje em dia é parte integrante de diversos esportes olímpicos, tais como: nado sincronizado, ginástica rítmica e artística. A dança foi além, ao ingressar no ambiente escolar, onde atualmente é considerada um dos grandes eixos do currículo da Educação Física Escolar.
E o que está sendo discutido atualmente nos Parâmetros Curriculares Nacionais, é a inclusão de pessoas com deficiência no ambiente escolar, que por falta de capacitação, conhecimento ou receio os docentes, tem deixado esses novos alunos excluídos de suas aulas. Mais o fato é que, a participação desses novos alunos nas aulas de Educação Física poderá lhe oferecer diversos benefícios, tais como: desenvolvimento das capacidades afetivas, de integração, inserção social.
É importante que os professores de Educação Física tenha alguns cuidados, como por exemplo: analisar o tipo e o grau de deficiência que o seu aluno possui, cabe ressaltar a importância de uma orientação médica. Tais cuidados são essenciais, pois as restrições de movimento, posturais e esforço podem implicar em riscos graves para esse aluno. Pois, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), é possível integrar essa criança ao grupo, respeitando suas limitações, e ao mesmo tempo, dar oportunidade para que desenvolva suas potencialidades.
Este estudo buscou realizar um estado da arte de trabalhos científicos publicados no Brasil, que discutam a dança como agente contribuídor no desenvolvimento de pessoas com necessidades especiais, no ambiente escolar.
Com base teórica os profissionais do movimento poderão utilizar a dança como um subsídio nas aulas de Educação Física para inclusão social e desenvolvimento motor desses novos alunos. Justificado a utilização da dança na escola com base científica de seus fatores positivos para pessoa com necessidades especiais.
Justificamos o estudo, relacionando a dança às pessoas com necessidades especiais e a saúde. Buscando neste estudo verificar as reais contribuições dessa arte na escola, e assim obter argumento para justificar sua prática no âmbito escolar.
Este estudo procura analisar referenciais que discute os possíveis benefícios da dança para pessoas com necessidades especiais, verificar em literaturas publicadas anteriormente para compreender como e quais os benefícios que a dança desenvolve nos alunos com necessidades especiais, e se os docentes estão verdadeiramente trabalhando a dança como forma de inclusão dos mesmos, como consta nos Parâmetros Curriculares Nacionais.
Temos como objetivo geral, catalogar, analisar e discutir o material disponível sobre Educação Física, Dança e Inclusão.
Material e métodos
O método de pesquisa realizado, caracteriza-se como Estado da Arte, que realiza o mapeamento das obras de uma determinada área. Ferreira (2002), define o estado da arte como uma pesquisa de caráter eminentemente bibliográfico, que se propõem a mapear e discutir a produção de uma determinada época e área. Sua metodologia é de caráter descritivo da produção científica à luz de categorias que permitam explicitar características dos trabalhos individuais e do conjunto completo do levantamento. E assim, não descartamos Gil (2007), quando relata sobre o tipo de pesquisa bibliográfica, e a caracteriza como um tipo de pesquisa indispensável nos estudos históricos, em muitas situações, não há outra maneira de conhecer os fatos passados se não com base em dados bibliográficos.
A coleta de dados deste estudo delimita-se em abordar apenas os temas que discutam os possíveis benefícios da dança para pessoas com necessidades especiais, buscando publicações de livros e artigos entre 1987 até 2011. Os métodos para obtenção dos documentos bibliográficos foram realizados na biblioteca central da Pontifícia Universidade Católica do Paraná e Biblioteca Pública do Paraná, em Biblioteca virtuais tais como: SciELO- Sienticientific Electronic Library e Portal da Capes, em publicações periódicas tais como, Biblioteca Virtual em Saúde; Boletim Brasileiro de Educação Física; Revista da Educação; Educação Especial e Processos Inclusivos; Centro Esportivo Virtual; Revista Brasileira de Ciência e Movimento; Revista da Faculdade de Educação Física da UNICAMP; Motrivivência: Revista de Educação Física Esporte e Lazer; Revista Eletrônica da Escola e Educação Física e Desporto.
Resultados e discussão
Os dados foram classificados e agrupados, por conta do espaço reduzido, serão apenas discutidos. Ao todo foram coletadas 98 publicações, até poderá ser considerado um valor baixo, mais cabe ressaltar a escassez de trabalhos científicos publicados com o tema estipulado neste estudo, cujos resultados serão destacados e discutidos abaixo.
Tabela 01. Catalogação das publicações por ano
O tema abordado neste estudo está tendo uma repercussão imensa atualmente, muito tem se falado sobre esse assunto, um dos fatores para se explicar esse a fato é a inclusão de pessoas com necessidades especiais na escola regular em conjunto com as novas leis aprovadas pelo governo, que garante o direito à prática de atividade física, as artes e a educação básica.
Segundo a Constituição Federal, no Título III Do Direito á Educação e do Dever de Educar, no art. 4º inciso III (1996), educando com necessidades especiais são aqueles que possuem necessidades incomuns e, portanto, diferentes dos outros alunos no que diz respeito às aprendizagens curriculares compatíveis com suas idades.
Sessão v Art. 46. Estatuto da pessoa com deficiência: II - criar incentivos para o exercício de atividades criativas. Os órgãos e as entidades da Administração Pública Federal direta e indireta responsáveis pela cultura, pelo desporto, pelo turismo e pelo lazer dispensarão tratamento prioritário e adequado aos assuntos objeto deste Decreto, com vista a viabilizar, sem prejuízo de outras, as seguintes medidas:
I - promover o acesso da pessoa portadora de deficiência aos meios de comunicação social;
II - criar incentivos para o exercício de atividades criativas, mediante:
participação da pessoa portadora de deficiência em concursos de prêmios no campo das artes e das letras;
exposições, publicações e representações artísticas de pessoa portadora de deficiência;
III - incentivar a prática desportiva formal e não-formal como direito de cada um e o lazer como forma de promoção social;
IV - estimular meios que facilitem o exercício de atividades desportivas entre a pessoa portadora de deficiência e suas entidades representativas;
V - assegurar a acessibilidade às instalações desportivas dos estabelecimentos de ensino, desde o nível pré-escolar até a universidade;
VI - promover a inclusão de atividades desportivas para pessoa portadora de deficiência na prática da educação física ministrada nas instituições de ensino públicas e privadas;
VII - apoiar e promover a publicação e o uso de guias de turismo com informação adequada à pessoa portadora de deficiência; e
VIII - estimular a ampliação do turismo à pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida, mediante a oferta de instalações hoteleiras acessíveis e de serviços adaptados de transporte.
Muito tem se falado sobre essa temática mais diferente do que todos pensam ainda existem poucos estudos científicos aprofundados sobre “a dança para pessoas com necessidades especiais”. Após uma analise na Biblioteca central da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, de quatro livros com o título esportes adaptados para pessoas com necessidades especais, apenas um aponta dança como uma atividade física indicada para esse público.
Outro fator a ser ressaltado é a rara existência de estudos de trabalhos científicos mais antigos, um fator para tal fato poderá ser que apenas hoje em dia as políticas públicas tenham se preocupado em possibilitar e garantir a inclusão de pessoas com deficiência física na sociedade, no mercado de trabalho e na escola regular.
Apenas 01% do material corresponde há livros, com título que mais fica evidenciado é “a modalidade de dança para cadeirantes”, talvez esse fato justifica-se pelo número expressivo de projetos sociais que incentivam, difundem e desenvolvem a pratica da dança em cadeira de rodas, assim esse esporte adaptado vêm ganhando espaço, é reconhecida como modalidade desde 1989 e em 1994 surgiu os primeiro campeonatos mundiais.
Podemos considerar em primeiro lugar “a dança em cadeira de rodas” como sendo os temas mais pesquisados nas publicações catalogadas, em segundo lugar a “dança para portadores de Síndrome de Down”, na seqüência, “dança para cegos” e em seguida “dança como forma de inclusão social de deficiente físico”, “para deficientes auditivos” e por último a “dança para deficiência intelectual”. Segue o percentual no tabela abaixo:
Tabela 02. Temas de publicações catalogadas sobre Dança
Agora analisando as datas de publicação pode-se destacar um dado talvez possa confirmar o que foi discutido anteriormente onde foi discutido, que a dança para pessoas com necessidades especiais é um assunto que só está sendo debatido atualmente com a inclusão desses novos alunos na escola regular, pois a primeira publicação encontrada neste trabalho só foi encontrada em 1987 com o título: “Dança/arte do movimento para crianças deficientes auditivas”. Que só houve uma nova publicação após cinco anos.
O ano que mais se falou sobre esse assunto certamente foi em 2010, cujo tema abordado neste período que obteve maior ênfase foi analise da dança para portadores de Síndrome de Down.
Considerações finais
Enfim pode-se destacar que esse estudo atingiu os objetivos pelo qual foi proposto, mais que discutir, apontou algumas contribuições que a dança pode proporciona para pessoas com necessidades especiais no âmbito escolar.
A maior conquista no término desde trabalho certamente foi concluir que ainda não há poucos estudos científicos aprofundados publicados anteriormente sobre o tema os benefícios da dança para portadores de necessidades especiais, que pode ser levado em conta que realmente é praticamente obvio que qualquer atividade física pode trazer benefícios a qualquer tipo de pessoa sendo ela portadora de necessidade especial ou não, e isto não seria diferente com dança, mais esse estudo mostrou que ainda há poucas pessoas estudando e se preocupando com as atividades adaptadas nas aulas de Educação Física Escolar.
Além, disto pode apontar com dados em estudos científicos publicados anteriormente quais sãos os benefícios que a dança traz para as pessoas com necessidades especiais que a praticamente nas aulas de Educação Física Escolar. Enfim pode-se observar a necessidade de um estudo mais aprofundado que comprove via pesquisa de campo os dados apontados neste trabalho.
Referências
Brasil. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Ferreira, N. S. A. (2002). As pesquisas denominadas "estado da arte". Educ. Soc. , Campinas, v. 23, n. 79.
Gil. A. C. (2007). Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo.
Secretaria de Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais, Brasília (1998). Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf. Acesso em: 24 set. 2010.
Outros artigos em Portugués
Búsqueda personalizada
|
|
EFDeportes.com, Revista
Digital · Año 16 · N° 162 | Buenos Aires,
Noviembre de 2011 |