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A distancia entre conceitos cultura na Educação Física

La distancia entre conceptos de cultura en la Educación Física

 

Graduando Educação Fisica (Licenciatura)

Universidade Federal de Santa Maria, UFSM

(Brasil)

Paulo Sergio Gomes

p.sergio.gomes@ibest.com.br

 

 

 

 

Resumo

          O presente trabalho busca com referencial teórico o enbasamento de novos educadores da area do movimento humano com as concepções sobre os nossos objetos de estudos como: a cultura e o movimento humano. Com intuito de alinhar novos pensamentos a uma gradativa aprendizagem, nossos referenciais vem de Valter Bracht, Mauro Betti, Go Tani, João Batista Freire, Elenor Kunz, entre outros grandes de nossa literatura.

          Unitermos: Cultura. Educação Física. Conceito. Movimento.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 162, Noviembre de 2011. http://www.efdeportes.com/

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    Diante de um ponto de vista historico podemos salientar que formas de ensino já viam se propagando desde a idade antiga como com os Romanos e Gregos. Essas eram moldadas a suas intenções ou objetivos de tal momento histórico. Na educação Romana não existia democratização; A educação dava ênfase sobretudo, caráter prático, familiar e civil, destinada a formar em particular o civis romanos, superior aos outros povos pela consciência do direito como fundamento da própria “romanidade”. Ja na Grecia era extremamente rigorosa, a educação principalmente de Esparta tinha como objetivo principal formar soldados fortes, valentes e capazes para a guerra. Logo, as atividades físicas eram muito valorizadas. O senso crítico e artístico não eram valorizados, pois os jovens estudantes tinham que aprender a aceitar ordens dos superiores e falar somente o necessário.

    Essa breve introdução histórica nos remete a educação para poucos, que desde muito tempo vinha marginalizando o conhecimento para esta classe dominante, e que em muitas vezes ainda são vistos nas aulas do Século 21, principalmente nas aulas de educação fisica, onde a diferença não pode ser escondida. Vamos retomar o papel da escola, que antigamente (mesmo sendo para poucos) era a reprodução dos conhecimentos, a representação do que o governo ou a sociedade impunha a mesma, e que ela por si, aos alunos. Principalmente nas aulas de educação fisica onde para Bracht (1999) ver e praticar o movimento humano como ciencia clássica de certa forma o condiciona a um reducionismo, o que desde cedo deveria ser evitado, mas na maioria dos casos não ocorre.

    Ao passar por momentos historicos as teorias ou formas de passagem de conhecimento foram mutanto para faclitar a educação ou ve-la como divisor de aguas, algo inegável desde das “antigas” formas de ensino da educação fisica escolar até os dias de hoje é a questão a certo do conceito de objeto de estudo ou de cultura. Varios autores se contradizem em relação a esse assunto, claro que, todos defendendo o ponto mais culminante de sua forma de ensino ou sua fluencia Marksista ou qualquer seja outro vertente filosofica.

[...] as sociedades, como as vidas,

contém suas próprias interpretações.

É preciso apenas descobrir o acesso a elas.

CLIFFORD GEERTZ (S-P)

    Entender como funciona essa tentativa dos autores defenderem como cada manifestação corporal se co-relaciona na perspectiva cultural é bastante importante para entendermos como a pratica se relaciona com a teoria e que daí sim surgem os equivocos nas praticas corporais ou em formas de ensinagem.

    Hoje em dia fica até facil encontrar inumeros trabalhos que defendem propostas e ideais que expressam o referente assunto de forma mais ou menos acentuada. Podemos ver o objeto de estudo “cultura de movimento”, “movimento humano”, ou até mesmo “cultura corporal de movimento” em varias situações, mas em muitas vezes ela é vista de forma superficial ou citada de forma inadequada ao ambiente de inserção.

    Para Go Tani (1988) no livro Educação Fisica Escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista deixa claro que “movimento” é o principal e mais importante foco da educação fisica (Tani et al.1988, pp. 2, 13, 26 e 64), tal qual sua situação histórica refletira momentaneamente.

    A “cultura” para João Batista Freire, embora nem mesmo o proprio a defina como tal, é bastante conhecida pela abordagem construtivista-interacionista. Resende (1995) considera os trabalhos de João Batista Freire como vertentes da pedagogia humanista, relacionando as proposições do autor com a crítica à cientificização do mundo e à exacerbação racionalista da educação e da educação física. Bracht (1999) entende que a obra de Freire se constitui em variante da abordagem desenvolvimentista, cuja base teórica seria oriunda da psicologia da aprendizagem e do desenvolvimento. A discussão de Go Tani daria ênfase ao desenvolvimento motor e a de Freire ao desenvolvimento cognitivo.

    João Batista Freire faz contundente crítica à forma como a escola trabalha com o corpo e o movimento das crianças. Segundo ele, a escola tradicionalmente tem desconsiderado a cultura infantil, rica em movimentos, jogos, brinquedos e fantasia e tem optado por deixar a criança imóvel, na expectativa de que ela aprenda conceitos teóricos de forma disciplinada, castrando sua liberdade e criatividade. Afirma que a criança é especialista em brinquedo e brincar. Por isso, o autor propõe uma educação de corpo inteiro, título de seu livro, educação esta que pressupõe corpo e mente indissociados, valorizando a prática de educação física. A vantagem, segundo ele, seria garantir um bom desenvolvimento das habilidades motoras sem precisar impor às crianças uma linguagem corporal que lhe é estranha.

    [...] organizações de movimentos construídos pelos sujeitos, em cada situação, construções essas que dependem, tanto dos recursos biológicos e psicológicos de cada pessoa, quanto das condições do meio ambiente em que ela vive [Freire, 1989, p. 22].

    Já no livro Metodologia do ensino da educação fisica, de 1992, uma das principais bases teoricas que fundamentam até hoje a proposta critico-superadora que veremos mais a frente, a cultura por ter vindo de uma vertende Marksista (materialismo historico dialético) trata a cultura corporal como linguagem (linguagem essa contestada pela propria autora no livro Posfácio), conhecimento universal onde uma carga histórica de praticas corporais pode ser transposta como algo mutável e agonico dentro de um todo. Partindo do ideal que o Brasil possui uma divisão exacerbada de classes sociais, ou seja, antiga burguesia e ploretariado, a cultura corporal agiria de forma a contribuir aos interresses da classe ploretaria desenvolvendo uma reflexão pedagogica dos valores que a elas e nelas (a sociedade e a cultura corporal) são aplicados, negando a submição do homen pelo homen.

    A grande critica a esse “metodo” vem sendo a sua forma simploria de achar que todas as diferenças da sociedade acabariam após a transformação da mesma ao mundo socialista. Para Jocimar Daolio (2004) a mesma forma que parece algo simplista considerar que as diferenças acorrem somente entre classes sociais e não no interior de cada classe social. O inegável mérito da abordagem crítico-superadora foi o estabelecimento da cultura corporal como objeto de estudo da educação física.

    A cultura vista por Elenor Kunz e consequentemente a abordagem critico-emancipatória (explicada em dois marcos da literatura educacional do Brasil, o primeiro em 1991 intitulado Educação Fisica: ensino e mudanças, e o segundo, de 1994, Transformação didático-pedagógica do esporte. Nessas obras o autor tambem faz uma critica clara as formas tradicionais de ensino da educação fisica escolar aliado a outros autores da decada de 80, onde iniciou-se a superação real entre as dicotomias mente/corpo ou cultura/natureza.

    Elenor Kunz ainda afirma, no início da década de 1990, que a visão tradicional de educação física vinha servindo para reproduzir as contradições e injustiças sociais no país, neste ponto muito proximo ao contexto da abordagem defendida no livro Metodologia do Ensino da Educação Fisica citado acima. Mas, propõe um caminho que considera a educação física parte de um sistema maior, sócio educacional, socioeconômico e político. Deste ponto sim, irá surgir critica a exclusividade da abordagem das ciências naturais e propõe a consideração das ciências humanas e sociais para melhor compreensão e atuação da área. Kunz continua e faz grandes referencias e analises do movimento humano , criticando as visões de que reference a ele como algo simples e objetivo de ser avaliado, independente do ser humano que o executa.

    O autor faz crítica ao uso da expressão "cultura corporal", utilizada, como visto, pela abordagem crítico-superadora, pois toda atividade cultural humana se expressa pelo corpo. Falar em cultura corporal pressupõe, segundo Kunz, considerar que há outras formas de cultura como a intelectual, por exemplo, reforçando, dessa forma, a antiga dicotomia mente/corpo.

    [...] todas estas atividades do movimento humano, tanto no esporte, como em atividades extra-esporte (ou no sentido amplo do esporte), e que pertencem ao mundo do "se-movimentar" humano, o que o Homem por este meio produz ou cria, de acordo com a sua conduta, seu comportamento, e mesmo, as resistências que se oferecem a estas condutas e ações [...] [Kunz, 1994, p. 62].

    Não podemos deixar de citar Valter Bracht que tambem auxiliou na coletânea Metodologia do ensino de educação física, de 1992. Mas Valter possui uma linha de visão levemente diferenciada a citada na abordagem critico-superadora, e é neste ponto que iremos tocar a seguir. O autor cita que o conceito de educação fisica vem sendo citado de duas formas distintas entre si, uma com sentido amplo e outra com sentido restrito.

    Uma com um sentido mais amplo, segundo ele, de forma inadequada, "[...] tem sido utilizado para designar todas as manifestações culturais ligadas à motricidade humana" (1992, p. 15). Bracht entende que para esse sentido a expressão cultura corporal ou cultura de movimento seria melhor que educação física. No sentido restrito, "[...] o termo educação física abrange as atividades pedagógicas, tendo como tema o movimento corporal e que toma lugar na instituição educacional". Ele tambem é defensor que a educação fisica deveria afastar-se do entendimento de que fora ciencia ou de que institui uma nova ciencia e partir para um trato mais proximo a pratica pedagógica. Além do mais ele tambem preocupou-se com a questão da com assuntos pertinemtes a legitimação da educação fisica na escola.

    Com isso Valter Bracht se integra aos estudos da educação fisica denominados “revolucionários”, “criticos”, que iniciaram-se a partir da decada de 80, com a contradição aos teoricos biologicistas. Entendemos que a discussão de Valter toma o corpo na educação fisica como objeto de cultura corporal de movimento.

    Outro grande autor que possui uma grande contribuição na area da da educação fisica principálmente com um clássico livro Educação física e sociedade, de 1991, é Mauro Betti. O teorico se sustenta em uma perspectiva mais sistemica, utilizando para isso um modelo sociológico. Betti entende que a partir do conceito de cultura física é possível para a educação física superar a antiga dicotomia entre a educação do e pelo movimento, ambas finalidades da educação física.

    Algumas outras visões sobre o objeto de trabalho da educação fisica, não foram conceituados acima. Concretizamos nossa meta de expor grande parte dessas “culturas” para alguns dos maiores escritores da area, e das possiveis competencias de cada definição.

    Um bom trabalho é baseado em ideias ou ideais, conceitos ou concretos, vale de cada professor extrair o que de melhor cada base teorica atual nos oferece na busca de um trabalho competente.

Bibliografia

  • BETTI, Mauro (1991). Educação Física e sociedade. São Paulo, Movimento.

  • COLETIVO DE AUTORES (1992). Metodologia do ensino de educação física. São Paulo, Cortez.

  • DAOLIO, Jocimar (1995). Da cultura do corpo. Campinas, Papirus.

  • FREIRE, João Batista (1989). Educação de corpo inteiro: teoria e prática da educação física. São Paulo, Scipione.

  • GEERTZ, Clifford (1989). A interpretação das culturas. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan.

  • KUNZ, Elenor (1991). Educação física: ensino & mudanças. Ijuí, Editora Unijuí.

  • __________ (1994). Transformação didático-pedagógica do esporte. Ijuí, Editora Unijuí.

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