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Avaliação da potência muscular. Os resultados dos testes
motores associados aos componentes da aptidão física
entre judocas e não judocas

Evaluación de la potencia muscular. Los resultados de los test motrices 

asociados a los componentes de la aptitud física entre judocas y no judocas

Evaluation of muscular power. The results of motor performance related to 

physical ability components between practitioners and not practitioners of judo

 

*Licenciado em Educação Física

pelas Faculdades Integradas de Itararé – FAFIT-FACIC

**Licenciado em Educação Física

pela Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG

Mestre em Engenharia de Produção

pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR

Doutorando em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP

Professor dos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física

das Faculdades Integradas de Itararé – FAFIT-FACIC

Ediclei Almeida Machado Junior*

edicleiamjr@yahoo.com.br

Bruno Pedroso**

brunops3@brturbo.com.br

Murilo Cassiano da Silva*

muryllocs@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          A presente pesquisa objetivou comparar o resultado dos testes motores de potência muscular de membros superiores e inferiores entre alunos praticantes e não praticantes de judô. Para tanto, foram investigados 20 alunos judocas e 20 alunos não judocas da Rede Municipal de Ensino de Itararé-SP, do sexo masculino, nascidos no ano de 1999. Os testes motores utilizados para a coleta de dados foram o lançamento de medicinebol e o salto horizontal. Fora constatado que, no salto horizontal, os alunos judocas apresentaram uma média 35,36% maior do que os alunos não judocas, que, por sua vez, apresentaram no teste de lançamento de medicinebol uma média 29,88% maior do que os alunos judocas. Conclui-se que, na faixa etária estudada, um ano de prática desportiva regular da modalidade judô não é suficiente para produzir mudanças significativas nas variáveis examinadas.

          Unitermos: Testes motores. Judô. Potência muscular.

 

Abstract

          This study aimed to compare the results of motor performance of muscular power in upper and lower limbs among students’ practitioners and not practitioners of judo. Thus, we investigated 20 students who practiced judo and 20 students who not practiced judo of Municipal Schools of Itararé-SP, male, born in 1999. The motor tests used for data collection were medicine ball throw and horizontal impulsion. It was found that in the horizontal impulsion, judo practitioners had an average of 35,36% higher than not practitioners of judo, which presented the medicine ball throw test an average of 29,88% higher than judo practitioners. We conclude that, in the studied age group, one year of regular practice of judo is not enough to produce significant changes in the examined variables.

          Keywords: Motor performance. Judo. Muscular power.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 162, Noviembre de 2011. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    A iniciação à prática de esportes representa uma etapa ímpar na vida dos desportistas. Para tanto, esta deve ocorrer na fase escolar, tendo em vista que quanto mais cedo inicie, mais estímulos, capacidades e habilidades o praticante desenvolverá (SILVA, 2006).

    O judô, por sua vez, proporciona aos seus praticantes momentos e tarefas em que este precisa desenvolver um pensamento rápido perante um estimulo, uma tomada rápida de decisão, desenvolvendo assim o fator cognitivo.

    De acordo com Bento (2006), ainda que o desporto escolar configure-se como um processo pedagógico, este inevitavelmente está indissociado ao caráter de rendimento. Sob essa ótica, é pertinente ressaltar que uma série de fatores complexos interferem diretamente no desempenho esportivo.

    O treinamento, quando avaliado por meio de testes motores, passa a adquirir outra forma de trabalho, pois o educador irá dispor de dados para desenvolver um tipo de treinamento especifico para cada aluno. Portanto, é indicado que os alunos passem periodicamente por uma bateria de testes motores, objetivando aferir a evolução do treinamento (GUEDES; GUEDES, 2006).

    Segundo Franchini (2006), o judô, modalidade objeto de estudo desta investigação, pode ser considerado como uma ferramenta de ensino aprendizagem, ao passo que este instiga o desenvolvimento das habilidades motoras e dos mecanismos perceptivo (responsável pela interpretação das informações e ações de execução do golpe), decisório (responsável por prever o golpe a fim de esquivar-se ou aplicar o contra golpe) e efetor (responsável em manter o centro de gravidade dentro da base de sustentação).

    Estudos são, com freqüência, realizados no intuito de comparar resultados de testes motores entre populações distintas. Todavia, estudos envolvendo testes motores de potência muscular entre crianças praticantes e não praticantes de judô não foram encontrados na literatura.

    Nessa perspectiva, o objetivo do presente trabalho foi, por meio de um comparativo entre crianças judocas e não judocas, verificar se o treinamento de judô favorece o desenvolvimento da potência muscular de membros superiores e membros inferiores.

2.     Procedimentos metodológicos

    Seguindo a classificação proposta por Gil (2010), o presente trabalho enquadra-se como uma pesquisa exploratória quanto aos objetivos, quantitativa quanto à abordagem do problema e um estudo de caso quanto aos procedimentos técnicos.

    A pesquisa de campo foi realizada com alunos praticantes e não praticantes de judô de uma escola da Rede Municipal de Ensino de Itararé-SP, no mês de outubro de 2010. Foram avaliados 40 alunos do sexo masculino nascidos no ano de 1999 (11 anos), sendo 20 alunos não praticantes de Judô e 20 alunos praticantes de judô, freqüentes entre 12 meses a 15 meses de treinamento, com quatro dias de treino por semana, regularmente matriculados na federação Paulista de Judô.

    Nos testes foram realizadas a avaliação da potência muscular dos membros superiores e inferiores. A potência dos membros superiores foi avaliada através do teste de lançamento de medicinebol de 2 Kg. Já a potência dos membros inferiores foi avaliada através do teste de salto horizontal. Os dados foram coletados por dois profissionais da área da Educação Física e dois assistentes, ocorrendo os testes no período da manhã e da tarde.

    O primeiro teste motor realizado foi o lançamento de medicinebol. Ao arremessar, o avaliado deve sentar-se na cadeira, fixar as costas no assento e apoiar os pés no solo, afastando um pouco as pernas para que os pés fiquem paralelos aos ombros. O professor apóia sobre o tronco do avaliado uma fita para que não ocorram movimentos involuntários por meio de outros membros.

    De acordo com Johnson e Nelson (1979), o objetivo do teste certamente é alcançado quando realizado apenas com a força dos membros superiores, sendo que as pernas formam apenas a base para que o avaliado consiga arremessar a bola. Para isso, devem-se flexionar os cotovelos colocando a bola sobre o tronco próxima ao pescoço, e lançando-a o mais longe possível. A distância do lançamento é registrada no momento em que a bola atingir pela primeira vez o solo. Cada aluno tem três tentativas, em que os dois piores resultados são descartadas, considerando-se somente a maior distância registrada. Sendo assim, este trabalho de pesquisa visa detectar a potência muscular envolvendo velocidade de contração muscular e força de contração pelos músculos envolvidos nos movimentos.

    O segundo teste motor realizado foi o salto horizontal. Este salto é realizado com os indivíduos parados na linha de salto, ou seja, não é valido correr para saltar ou mesmo pegar impulsão com uma das pernas à frente. O salto é realizado com as pernas paralelas sobre a linha de partida e o saltador pode flexionar os joelhos e/ou utilizar os braços como alavanca de impulsão para saltar o mais longe possível, aterrissando no solo. Após a aterrissagem é registrado o pé de apoio mais próximo da linha de partida, sendo que cada indivíduo deve saltar três vezes. Descartam-se as duas menores distâncias, considerando-se somente o maior deslocamento. Portanto, os testes motores neste trabalho visam à potência muscular que tem como base as capacidades motoras, por exigirem envolvimento de outras combinações de fatores relacionados às habilidades motoras (JOHNSON; NELSON, 1979).

    Os dados coletados foram tabulados no software Microsoft Excel e a análise ocorreu por meio da estatística descritiva, realizada também por meio do software Microsoft Excel.

3.     Resultados e discussão

    Segundo Franchini (2006), após o taisô que é a nomenclatura usada para o alongamento e aquecimento da aula, os praticantes de judô realizam atividades como trocas de pegada, pela qual aprimoram o posicionamento tático, entrada de golpes sem movimentação e se deslocando, lutas em pé e a luta de solo.

    Ao observar um treinamento de judô, pode-se constatar em uma primeira impressão que os atletas realizam muito mais força de membros superiores do que nos membros inferiores, pois os treinos envolvem subida e descida da corda, flexão na barra suspensa, mergulhão e flexão de braços.

    Portanto, é dedutível que os gestos motores trabalhados no judô venham a requerer mais o trabalho de membros superiores, o que, por sua vez, resultaria em um maior desenvolvimento na potência muscular dos membros superiores.

    Entretanto, ao contrário do que se esperava, a média da melhor marca obtida no lançamento de medicinebol dos alunos não judocas foi de 2,116 m, enquanto os alunos judocas avaliados nesse teste apresentaram a média de 1,629 m, isto é, 29,88% menor do que os alunos não praticantes de judô.

    Contudo os alunos judocas apresentaram maior potencia muscular de membros inferiores. A média da melhor marca dos alunos judocas no teste de salto horizontal foi de 2,383 m, enquanto os não judocas apresentaram a média de 1,760 m. Sendo assim, os alunos judocas apresentam maior explosão de membros inferiores com 35,36% de vantagem sobre os alunos não praticantes de judô.

    Afere-se, portanto, que os alunos judocas da presente investigação apresentaram uma maior potência muscular de membros inferiores, enquanto os não judocas apresentaram uma maior potencia muscular de membros superiores.

4.     Considerações finais

    Observa-se que, a partir dos resultados obtidos na presente investigação, os alunos judocas apresentaram resultados inferiores em relação aos alunos não judocas no teste de potência de membros superiores. Porém, em se tratando do teste de salto horizontal, os alunos judocas apresentaram resultados superiores.

    Mesmo com ênfase no trabalho de membros superiores, os alunos judocas apresentaram resultados inferiores no teste de potência de membros superiores. Não há referencias que comprovem que os alunos judocas apresentaram melhor resultado no teste de potência muscular de membros inferiores em função do treinamento específico em tal modalidade, ao passo que a hipótese inicial do presente trabalho demonstrou-se equivocada. Portanto, não é possível inferir se, efetivamente, o treinamento de judô na faixa etária estudada influenciou no resultado do teste motor de salto horizontal.

    Conclui-se que, na faixa etária estudada, o treinamento regular de judô por um período compreendido entre 12 e 15 meses não é suficiente para produzir mudanças significativas no resultados de testes motores de potência muscular de membros inferiores e superiores.

Referências

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