As lutas como conteúdo em Educação Física escolar por parte dos professores da rede municipal de ensino de Paranavaí, Paraná
Las luchas como contenido en Educación Física escolar por parte de los |
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*Docente na rede municipal de educação de Ponta Grossa, PR Graduado em Educação Física pela FAFIPA, Paranavaí Especialização em andamento em Esporte Escolar UEPG, Ponta Grossa. **Graduada em Educação Física pela FAFIPA – Paranavaí. Especialista em Prescrição Personalizada de Exercícios Físicos pela UEM – Maringá Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas Públicas para Educação Física e Esporte (GEPPEFE) – UEM ***Docente na rede municipal de educação de Paranavaí, PR Especialista, adjunta ao Colegiado de Educação Física da FAFIPA, Pr |
João Paulo dos Passos-Santos* Suzana Aparecida de Oliveira** Ieda Carla Cândido*** (Brasil) |
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Resumo As lutas fazem parte dos conteúdos que compõe a cultura corporal de movimento, a qual deve ser ensinada durante as aulas de Educação Física escolar por parte dos professores, para que assim possam auxiliar no processo de formação integral do aluno como um cidadão. O objetivo do estudo foi analisar dentre os professores de Educação Física da rede municipal de ensino de Paranavaí – PR, suas vivências e opiniões a respeito do ensino de lutas na escola. Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa de campo, utilizando uma abordagem quantitativa. Foi aplicado um questionário desenvolvido por Ferreira (2006), adaptado pelos pesquisadores. A população pesquisada foi composta por 20 professores de Educação Física da rede municipal de ensino de Paranavaí - Paraná. Os resultados mostram que 80% deles acreditam que as lutas são importantes para as aulas; 80% responderam que é possível trabalhar o referido conteúdo nas aulas sem experiência/prática nas modalidades existentes; 85% tiveram alguma disciplina de lutas na graduação; 50% utilizam outras informações para preparar as aulas sobre lutas, já 50% não o realizam. Também foi identificado com os pesquisados que, a melhor maneira para se aplicar lutas na escola é de forma adaptada, com atividades lúdicas e recreativas; 65% demonstraram conhecimento adequado em relação às atividades que podem ser utilizadas como forma de lutas durante as aulas; Capoeira e Judô foram considerados como atividades ideais para serem aplicadas durante as aulas; 80% acreditam que esse conteúdo não gera violência; 65% relatam que a agressividade não é estimulada ao ensinar lutas durante as aulas. Pode-se concluir que, os conhecimentos sobre as lutas são adequados pela maioria dos professores de acordo com os PCN’s, eles ainda relatam aplicá-las durante as aulas. Porém, foi identificado um grande número que não utilizam essas atividades obrigatórias, e também não obtém ciência para realizar tal tarefa, sendo necessário um melhor olhar dos responsáveis pedagógicos para verificarem a realidade das aulas. Unitermos: Professores. Educação Física escolar. Lutas.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 162, Noviembre de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A origem das lutas confunde-se com o início da civilização. Sempre fizeram parte do homem, dentro de toda ação de defesa, contra uma fera ou um inimigo, ou de ataque, como a caça ou o combate na guerra, utilizando o corpo ou armas. Hoje está presente a luta, de forma organizada como as modalidades conhecidas, ou como instinto próprio, vinda da necessidade do ser humano em proteger o seu corpo (OLIVER, 2000).
Entende-se que, a localidade exata da origem das lutas, ou dos combates, é bem vasta, e não possibilita sua real localização geográfica, porém indícios levam a crer que surgiram entre a China ou Índia, no século V a.C através do comércio marítimo. Muitos artistas marciais consideram a China como o berço dessa cultura, como se referem Reid; Croucher (2003, apud FERREIRA 2006, p. 38):
(...) um monge indiano chamado Bodhidharma chegou certo dia ao templo mosteiro de Songshan Shaolin, na China, onde passou a ensinar um tipo novo e mais direto de Budismo, que envolvia longos períodos de estática (...) para ajudá-los a agüentar as longas horas de meditação, ensinou-lhes técnicas de respiração e exercícios para desenvolver a força e a capacidade de defender-se na remota e montanhosa região onde residiam.
Na atualidade vivemos em constantes batalhas, as quais podem ser contextuadas como lutas, encontradas em quase todas as ações humanas, a luta pela sobrevivência, contra os problemas sociais, e inúmeros outros oponentes visíveis e invisíveis, desta forma, destaca-se a importância da correta inserção do conteúdo no ambiente escolar, sendo imprescindível para o desenvolvimento, afetivo-social, cognitivo, fisiológico e motor do educando.
Além disto, ela está presente nos documentos regentes na educação, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN´s) e as Diretrizes Curriculares Estaduais (DCE – Paraná) as lutas/artes marciais, sendo um dos conteúdos estruturantes em Educação Física. Encontra-se nos PCN´s a fiel definição a respeito deste conteúdo:
As lutas são disputas em que o(s) oponente(s) deve(m) ser subjugado(s), mediante técnicas e estratégias de desequilíbrio, contusão, imobilização, ou exclusão de um determinado espaço na combinação de ações de ataque e defesa. Caracterizam-se por uma regulamentação específica, a fim de punir atitudes de violência e de deslealdade (BRASIL, MEC, 1997, p. 49).
Pode-se entender como de suma importância o conteúdo de lutas no desenvolvimento do cidadão, sendo que dessa forma, os alunos poderão receber esses estímulos de maneira correta, incitando o educando a entender o real significado tanto como esporte, também como reflexão/relaxamento, para assim desmistificar as batalhas cotidianas de classes e as necessidades humanas. Logo, o objetivo deste estudo foi analisar dentre os professores de Educação Física da rede municipal de ensino de Paranavaí – PR, suas vivências e opiniões a respeito do ensino de lutas na escola.
Metodologia
Este estudo buscou compreender como os professores de Educação Física estão utilizando o bloco de conteúdos proposto nos PCN’s - Educação Física, no que se refere à prática das lutas. Foi realizada uma pesquisa de campo, utilizando uma abordagem quantitativa, através de um questionário semi-estruturado, desenvolvido por Ferreira (2006) e adaptado pelos pesquisadores, ele foi aplicado em 20 professores, de ambos os gêneros, profissionais que atuam na rede pública municipal das escolas de Paranavaí, Paraná.
Os professores ministravam aulas na educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental. O gênero feminino foi predominante com 15 (75%) professores e o masculino 5 (25%). Não foram entrevistados estagiários e somente 5 docentes do município não foram entrevistados.
Apresentação e discussão dos resultados
Através do questionário pode-se chegar aos seguintes resultados dentre os professores:
Quando questionados sobre a importância do ensino de lutas na escola, 16 (80%) acreditam ser importante e 4 (20%) responderam o contrário. Sendo observado através da Figura 1, que a maioria dos decentes crêem na grandeza do ensino das lutas na aula de Educação Física.
Os professores alegam que as lutas contribuem para a formação integral dos alunos e podem ser trabalhada de maneira lúdica ou recreativa, porém, o maior empecilho é a falta de material e conhecimento adequado para ministrar o referenciado conteúdo.
As lutas são consideradas um conteúdo indiscutivelmente importante, por preparar o aluno para conviver em sociedade e assim aprender lutar corporalmente e intelectualmente de maneira correta, sendo um cidadão crítico e solidário nos momentos propícios a esta ação. Dessa forma, a cultura humana inserida no âmbito escolar, em particular nas aulas de Educação Física, seria também transmitida através delas, por meio da evolução histórica, como se pode conferir nas indicações dos PCN´s (BRASIL, MEC, 1997, p. 23):
O ser humano, desde suas origens, produziu cultura. Sua história é uma história de cultura, na medida em que tudo o que faz está inserido num contexto cultural, produzindo e reproduzindo cultura. O conceito de cultura é aqui entendido como produto da sociedade, da coletividade à qual os indivíduos pertencem, antecedendo-os e transcedendo-os.
A maioria dos docentes 16 (80%) responderam que é possível se trabalhar lutas na escola sem ter vivenciado/praticado, e 4 (20%) disseram que não é aceitável (Figura 2). Como a grande parte respondeu ser possível realizar atividades de lutas, sem grande experiência prática, imagina-se que eles consigam realizar essas atividades durante a aula com os educandos.
Também foi identificado dentre a maioria que, deve ser trabalhada de maneira lúdica e recreativa, porém, é necessário procurar outros recursos, como internet, cursos e especialistas em cada modalidade. Apesar da resposta mais expressiva ter sido positiva, alguns professores ainda responderam que, a falta de experiência nas atividades de lutas impossibilita sua disseminação para os alunos.
A Educação Física, hoje, pode ser compreendida como área que tematiza/aborda as atividades corporais em suas dimensões culturais, sociais e biológicas, extrapolando o que se pensa dos professores que somente ministram esportes. Assim, Figueiredo (2004) relata que, a Educação Física ultrapassa a questão da saúde, relacionando-se com as produções culturais que envolvem aspectos lúdicos e estéticos, deixando de ter como foco apenas o esporte ou os exercícios físicos voltados para uma perspectiva restrita à promoção e ao desempenho de atividade física. Dessa maneira, ensinar o movimento não se resume somente ao ato motor, mas também na aprendizagem cultural, por trás do conteúdo, propriamente dito. Sendo observada a luta com um teor ricamente histórico e de grande importância para a aprendizagem motora, ela torna-se indispensável.
De acordo com Ferreira (2006), o ensino superior em turma de licenciatura em Educação Física, caracteriza-se pela preocupação dos acadêmicos em como utilizar o conteúdo da disciplina nas aulas de Educação Física escolar. Alguns encaram a disciplina de lutas como “mais uma disciplina descartável”. Auxiliando no entendimento das respostas negativas, mesmo que de forma sucinta, por parte professores.
Gonçalves Junior; Drigo (2001) descrevem que, apesar da vasta vivência das lutas em si por parte dos atletas e praticantes, por outro lado, é frágil o conhecimento dos mesmos acerca do desenvolvimento do processo de ensino e de aprendizagem. Tal ciência deve considerar, por exemplo, a seleção de estratégias metodológicas, as exigências fisiológicas solicitadas, a adequação das atividades para dada faixa etária ou o respeito à individualidade. Este fato citado anteriormente, também auxilia no entendimento que, existe falha na prática-pedagógica de alguns professores, por não conseguirem ministrar tal conteúdo, ou mesmo por não demonstrarem o mínimo interesse.
Na Figura 3 pode ser observado que, 17 (85%) dos professores tiveram disciplinas de lutas na graduação em Educação Física, e 3 (15%) trouxeram respostas negativas ou não responderam a questão. Fica claro que, quase todos possuem certa experiência, mesmo que remota, para aplicarem algumas atividades sobre lutas.
As modalidades mais frequentes vivenciadas por eles são: a Capoeira e o Judô, seguidas por Caratê e Taekwondo. Sendo verificados então, alguns estilos que podem ser incluídos nos conteúdos das aulas, por terem alguma experiência.
De acordo com Gonçalves Júnior; Drigo (2001) a disciplina de lutas até a data de seus estudos era rara nos cursos de Educação Física, porém, as vivências em academias eram grandes, mas a forma de ministrar esse conteúdo não se restringe somente em executar exercícios sem reflexão e contribuição para o processo de educação. Hoje se sabe que, elas estão presentes em praticamente todos os cursos de graduação em Educação Física, sendo nesse ambiente ministrados os processos metodológicos para ensinar tal conteúdo na escola.
Os que ofereceram respostas positivas em relação à aplicação de lutas nas aulas reforçaram que, as realizam através de práticas recreativas 12 (60%), com ajuda de especialistas 3 (15%), por meio de vídeos 2 (10%), através de aula de campo ou com outras alternativas 1 (5%). Então, foi constatado que, a maioria que aplica atividades de lutas, adapta as técnicas por meio de brincadeiras lúdicas e recreativas, seguido de auxílio de especialistas da modalidade.
Já os que demonstraram respostas negativas, não o fazem por possuírem alternativas 3 (15%), por não terem instrução 2 (10%) e 1 (5%) por não ter colaborador que saiba sobre o tema. Fica claro que, existem dificuldades para aplicar o assunto, porém, não ter conhecimento técnico não impede de deixar o comodismo, e adaptar as atividades para a melhor forma a ser aplicada. Alguns professores não ministram o conteúdo pelo motivo de ocorrer projeto de alguma arte marcial na escola.
Através da Figura 4, fica evidente que 10 (50%) procuram outras fontes para preparar as aulas sobre lutas, e o mesmo número não o faz. A sinceridade foi um fator positivo nesta questão, já que a maioria dos professores possui um tempo realmente corrido, e com o passar dos anos, deixam de buscar outras fontes para a preparação da aula, realizando as atividades por experiência própria.
Betti; Zuliani (2002) contribuem com este estudo no que se refere à importância da fundamentação teórica do professor “(...) para justificar a comunidade escolar e à própria sociedade o que já sabem fazer, e, estreitando as relações entre teoria e prática pedagógica, inovar, quer dizer, experimentar novos modelos, estratégias, metodologias, conteúdos (...)” (p. 80). Então, a necessidade de preparar as aulas, estará contribuindo para a formação integral do aluno, de acordo com as necessidades contemporâneas.
Por meio da Figura 5, encontra-se o conhecimento dos professores em relação às atividades de lutas, onde 13 (65%) expuseram ser qualquer atividade em que dois oponentes se enfrentam, tentando superar o outro e 7 (35%) acreditam ser somente técnicas pré-existentes. A maioria demonstrou o conhecimento correto, entretanto, um número ainda considerado alto apresenta um universo muito limitado em relação à aplicação do conteúdo.
Os docentes que encontram um embasamento pedagógico/científico dentro de algumas obras destinadas ao ensino da Educação Física, sabem que muitas vezes esses documentos chegam a propor algumas atividades ou mesmo explicam como deve ser aplicada durante a aula, nos PCN´s encontra-se a seguinte definição para as lutas:
As lutas são disputas em que o (s) oponente (s) deve (m) ser subjugado (s), mediante técnicas e estratégias de desequilíbrio, contusão, imobilização, ou exclusão de um determinado espaço na combinação de ações de ataque e defesa. Caracterizam-se por uma regulamentação específica, a fim de punir atitudes de violência e de deslealdade. Porem ser citados como exemplo de lutas desde as brincadeiras de cabo-de-guerra e braço-de-ferro até as práticas mais complexas da capoeira, do judô e do caratê (BRASIL, MEC, 1997, p. 37).
Com a contribuição da citação acima, observa-se que alguns docentes ministram as lutas de forma errônea, uma vez que, os mesmos não compreendem o seu real significado, influenciando a aprendizagem dos educandos, pois o seu objetivo principal é caracterizar-se por um oponente, assim sendo, até mesmo o esporte pode ser visto como uma forma de luta, por ocorrer da mesma forma.
Portanto, não seria fácil através da proposta de educação a qual esta vigente no sistema escolar, sintetizar as experiências dos educandos, e a partir daí ensiná-los a serem críticos, emancipados e autônomos, formando assim uma personalidade correta em relação ao conteúdo. Pode-se conferir através das palavras de Nascimento; Almeida (2007, p. 93):
Compreende-se que o trato pedagógico do componente lutas na Educação Física escolar deva comportar necessariamente aspectos da autonomia, criticidade, emancipação e a construção de conhecimentos significativos. As reflexões que apontam para a cultura corporal de movimento como o conjunto de conhecimentos que devem ser “tematizados” pela Educação Física podem municiar, pedagogicamente, para construir possibilidades metodológicas para o trato específico deste tema.
Os docentes ainda foram questionados em relação às lutas que acreditam que devem ser aplicadas durante a aula, onde a Capoeira foi a mais presente 12 (60%), seguida pelo Judô 11 (55%), Caratê 3 (15%) e Sumô 1 (5%). Alguns ainda responderam que todas, ou, qualquer uma desde que de forma lúdica, e tiveram ainda 5 (25%) que não responderam a questão. A Capoeira aparece como o conteúdo mais adequado de acordo com os professores, para ser trabalhada na escola, seguida do Judô, possivelmente por serem culturas incutidas na história brasileira.
Sobre o assunto “luta e violência” dentre os educandos, 12 (80%) acreditam não ocorrer e 9 (20%) responderam que depende da didática do professor que está ministrando os conteúdos (Figura 6). Ficou claro que, a maioria acredita que as lutas não geram violência, sendo entendido então, que é propícia sua utilização.
As lutas bem elaboradas pelos professores devem ser transmitidas aos alunos de forma que não será uma simples briga, que toda arte marcial tem seu princípio filosófico e espiritual, sendo algo muito forte para a formação do caráter de um ser humano adulto, e assim buscam o desenvolvimento do intelecto e da personalidade, e se não obedecidos esses princípios, o praticante será abolido da prática. De acordo com os PCN´s “caracterizam-se por uma regulamentação específica, a fim de punir atitudes de violência e de deslealdade” (BRASIL, MEC, 1997, p. 37).
Seguindo esses pressupostos, as lutas podem ser ensinadas sem gerar nenhuma violência, muito pelo contrário, gerando paz e entendimento sobre o confronto, e como e quando é necessário. Dependendo também, do ministrante para que tal fato ocorra, e ao mesmo tempo, do contexto em que os alunos estejam inseridos.
Os professores acreditam que, atividades de lutas não tornam os alunos agressivos 13 (65%) e 7 (35%) responderam que depende do professor para que isso ocorra. Observa-se de forma ressaltante que, as lutas não influenciam na agressividade dos alunos (Figura 7).
As lutas dentro do contexto escolar muitas vezes, são vistas como um conteúdo com sinônimo de agressividade por parte dos docentes despreparados e incapacitados de criatividade, visto que, em sua graduação tiveram pelo menos uma visão superficial sobre algumas modalidades, assim, mostram-se com certo receio perante a ele, deixando de transmiti-lo, acovardando-se por sua incompetência acadêmica.
Outra forma de desmistificar essa conotação de violência é o docente conferir outros conceitos existentes as práticas das lutas/artes marciais, assim infligirá ao aluno aspectos como: consciência corporal, percepção do outro, autoconfiança, concentração, socialização, entre outros acervos que poderá trazer ao educando. Os PCN´s discutem a real significação da vivência dos conteúdos nas aulas de Educação Física, como pode-se conferir a baixo:
É fundamental também que se faça uma clara distinção entre os objetivos da Educação Física escolar e os objetivos do esporte, da dança, da ginástica e da luta profissionais, pois, embora seja uma referência, o profissionalismo não pode ser a meta almejada pela escola. A Educação Física escolar deve dar oportunidades a todos os alunos para que desenvolvam suas potencialidades, de forma democrática e não seletiva, visando seu aprimoramento como seres humanos (BRASIL, MEC, 1997, p. 24).
Muitas vezes os alunos vêem em filmes ou desenhos animados personagens lutando, e podem virar verdadeiros fãs, após, levam para a vida de uma forma violenta. Provavelmente isso ocorra por não conhecerem as lutas e seus verdadeiros significados, confundindo-se e possivelmente tornando-se um ser humano agressivo. Desse modo, é função do professor de Educação Física apresentar o conteúdo de lutas aos alunos, para que se tornem reflexivos e não ocorram erros irreparáveis na formação da personalidade do aluno.
Conclusão
Os professores entrevistados neste estudo acreditam que as lutas são importantes para serem ensinadas aos alunos e que é possível aplicá-las mesmo sem experiência/vivência prévia. A maioria teve alguma disciplina que abordava o tema. Metade ainda ressalta não preparar as aulas sobre o referido tema e a outra metade respondeu o fazer.
Também foi observado que, grande parte sabe distinguir o real significado da aplicação de lutas durante as aulas de Educação Física. E que esse assunto não torna os alunos mais violentos e agressivos.
De forma expressiva os pesquisados apresentaram o real conhecimento para a aplicação das lutas na escola, como se encontra nos PCN’s ou DCE’s, porém, alguns resultados também parecem ser contraditórios. Assim sendo, sugere-se uma investigação mais profunda em relação da prática pedagógica dos docentes.
Contudo pode-se concluir com o auxílio de Nascimento; Almeida (2007) que, o fundamental é a maneira de conduzir a tematização do conteúdo, no caso o de lutas, sendo que, é o que vale também para o futebol e as demais manifestações da cultura corporal de movimento. Seja qual for o tema a ser abordado, se não for fundamentado e tratado pedagogicamente, corre o risco de gerar conflitos e situações hostis entre os alunos.
Referências
BETTI, M; ZULIANI, L. R. Educação Física Escolar: Uma Proposta de Diretrizes Pedagógicas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, N.1, V.1, 2002.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Educação Física / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997. 96p.
FERREIRA, H. S; As Lutas na Educação Física Escolar. Revista de Educação Física, Nº 135, V.1, 2006.
FIGUEIREDO, Z. C. C. Formação docente em Educação Física: experiências sociais e relação com o saber. Movimento, N.1, V.10, 2004.
GONÇALVES JUNIOR, L; DRIGO, A. J. A Já Regulamentada Profissão Educação Física e as Artes Marciais. Motriz, N.2, V.7, 2001.
NASCIMENTO, P. R. B; ALMEIDA, L. A tematização das lutas na Educação Física Escolar: restrições e possibilidades. Revista Movimento. N.3, V.13, 2007.
OLIVIER, J. C. Das brigas aos jogos com regras: enfrentando a indisciplina na escola. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
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