Análise comportamental do trabalhador decorrente da prática de ginástica laboral Análisis del comportamiento del trabajador derivado de la práctica de la gimnasia laboral |
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Graduação em Educação Física pela Faculdade Integrada do Ceará, Estácio, Estácio FIC Docente do curso de Educação Física da Estácio FIC Docente do curso de Educação Física do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, IFCE (Brasil) |
Edilene Ferreira Arruda* Bárbara Cecília Augusto Sampaio* Ricardo Ângelo** Eduardo da Silva Pereira*** |
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Resumo Em virtude da utilização de máquinas para o auxílio laboral em produção de larga escala, o homem tem encontrado grandes desafios, pois a industrialização e automatização exigem do homem mais empenho em suas atividades laborais. Isso significa que a competitividade entre o sistema humano e o sistema eletrônico vem agravando e ou comprometendo cada vez mais a saúde global do trabalhador, uma vez que é exigido dos trabalhadores o que as máquinas podem produzir rápido e facilmente diante de um simples comando. Este estudo objetivou esclarecer e analisar o comportamento do trabalhador frente à Ginástica Laboral, bem como a importância dessa atividade física na saúde e no bem-estar junto ao ser profissional para o melhor desenvolvimento de suas atividades laborais e interação ativa com o meio em que vive, buscando uma melhor qualidade de vida. Participaram da pesquisa 115 indivíduos de ambos os sexos que participavam de sessões de ginástica laboral com uma freqüência de duas a três vezes por semana. Como instrumento para coleta de dados, utilizou-se um questionário quali-quanti abordando parâmetros como freqüência e importância das aulas, percepções antes e após as sessões. Os dados foram tratados por meio da estatística descritiva, utilizando-se do programa Microsoft Excel. No presente estudo ficou evidente a valorização e participação dos trabalhadores em relação à Ginástica Laboral, demonstrando através da percepção desses trabalhadores, que com a prática dessa atividade há uma melhora na condição física, social e profissional, bem como na qualidade de vida. Com isso, conclui-se que, atualmente, é cada vez maior o número de empresários e trabalhadores conscientes de que devem aderir a hábitos de vida salutar. Unitermos: Atividade física. Ginástica laboral. Trabalhador. Saúde.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 162, Noviembre de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
O progresso impôs ao empresariado condições para que aderisse ao novo modelo de empresa, tecnologicamente modificada, mais ágil, mais eficiente, mais produtiva e racional. O homem tem encontrado grandes desafios diante da tecnologia no que diz respeito à utilização de máquinas como mão-de-obra, substituindo-o ou utilizando-o em produção de larga escala. O mundo industriário exige do homem o que as máquinas podem produzir rápido e facilmente diante de um simples comando, isso significa que a competitividade entre o sistema humano e o sistema eletrônico vem agravando e/ou comprometendo cada vez mais a saúde global do trabalhador.
Segundo Lima (2007) o ser humano deve ser analisado não como um somatório de partes ou fragmentos, mas sim, um ser formado de corpo e alma. Pensar o corpo como um sistema de interação, onde suas partes só possuem sentido quando relacionadas com as demais, ou seja, um ser holístico e mutável, que funciona em sintonia direta com o meio em que vive, portanto, um sujeito transformador do mundo e de si mesmo. Uma das alternativas que vem sendo aderida de forma positiva, atendendo as necessidades do homem enquanto ser humano trabalhador é a Ginástica Laboral, que se destina à prática de exercícios físicos dentro do próprio ambiente de trabalho.
Esse tipo de atividade realizada nas empresas tem sido implantado com maior intensidade desde a década de 90 e foi a partir daí que se passou a se preocupar mais com a qualidade de vida do trabalhador, condenando os problemas causados pelo trabalho. Lima (2003), diz que o objetivo da Ginástica Laboral é promover adaptações fisiológicas, físicas e psíquicas, por meio de exercícios dirigidos e adequados para o ambiente de trabalho.
Segundo Mendes e Leite (2004), os objetivos mais importantes para os trabalhadores são: melhorar a postura e os movimentos executados durante o trabalho, diminuir à fadiga central e periférica, promover o bem-estar geral e a qualidade de vida, combater o sedentarismo e diminuir o estresse emocional. Assim, a atividade física na empresa é um importante fator de prevenção de doenças e de promoção de saúde e bem-estar do ser humano, tanto no âmbito físico como mental.
Polito (2006) afirma que o movimento é essencial ao ser humano, pois ele é um estímulo para o desenvolvimento osteo-muscular, cardiorrespiratório e nervoso, além de trazer benefícios psíquicos. A atividade física constitui uma parte integral do homem e este necessita do mínimo de atividade física para manter-se orgânica e emocionalmente sadio.
Allsen, Harrison e Vance (2001) alegam que uma das razões pelas quais as pessoas praticam exercício regulares é a sensação de bem-estar proporcionada por esta atividade. Portanto, parece que as atividades físicas dão a oportunidade de o indivíduo ter uma sensação de sucesso que, por sua vez, reforça a imagem corporal e o autoconceito positivos e que apesar da relação entre a prática de atividades físicas e a sensação de bem-estar ainda não está totalmente compreendida, a maioria das pessoas declaram que se sentem melhor fazendo exercícios e que conseguem um desempenho melhor diante de exigências físicas.
Segundo Fritzen (2000) os seres humanos se desgastam com o trabalho e com as preocupações diárias, dessa forma o nosso sistema nervoso fica tenso, e a tensão diminui a eficiência do trabalho levando a um estado de irritabilidade, assim se faz necessário férias, recreações, momentos livres para descarregar as tensões e a Ginástica Laboral têm como um dos seus objetivos a descontração, diversão, integração entre os trabalhadores.
De acordo com Polito (2006) na antiguidade o trabalho do homem era artesanal e suas ferramentas de trabalho eram rudimentares, com isso o homem executava diversos movimentos utilizando grande parte da musculatura. Após a Revolução Industrial foram inventadas máquinas que superaram o trabalho do homem, transformando, em determinadas funções o trabalho manual em trabalho técnico e repetitivo.
A Ginástica Laboral tem sido apontada como o meio que melhor se adapta à compensação do esforço muscular, devido ao seu largo espectro de movimentos analíticos e aos efeitos benéficos gerais. Os exercícios utilizados são, prioritariamente, os alongamentos, que induzem a distensibilidade do tecido muscular e proporcionam a manutenção dos níveis de flexibilidade obtidos e a realização dos movimentos de amplitude normal com o mínimo de restrição física, portanto é uma atividade simples e suave, que proporciona grande relaxamento e bem-estar e que pode ser realizado em quase todos os lugares e a qualquer hora, não exigindo nenhum equipamento especial (PICOLI, 2002).
Este estudo tem como objetivo principal analisar o comportamento do trabalhador após a Ginástica Laboral, assim como especificamente investigar a relação entre atividade física, saúde e bem-estar e o trabalho e comparar as percepções do trabalhador antes e após a Ginástica Laboral vivenciada no seu ambiente de trabalho.
Material e métodos
O presente estudo foi realizado em empresas públicas e privadas, administrativas e fabris, na cidade de Fortaleza, Ceará. Participaram da pesquisa 115 indivíduos de ambos os sexos sendo 67% (n=77) homens e 33% (n=38) mulheres, que participavam das aulas de Ginástica Laboral com uma freqüência de duas a três vezes por semana e que tinham idade superior a 18 anos, onde 41% (n=47) tinham a idade entre 23 a 30 anos, 38% (n=44) acima de 30 anos e 21% (n=24) entre 18 a 22 anos.
Para coleta de dados foi utilizado um questionário contendo dados sobre a freqüência e importância das aulas, percepções antes, durante e após as sessões, integração e socialização. Após os responsáveis pelas empresas autorizarem a realização da pesquisa, realizou-se o convite aos participantes das aulas de ginástica laboral para colaborarem com o desenvolvimento do estudo. Desta forma, os indivíduos voluntariamente foram submetidos à coleta de dados. Porém, antes de responderem ao questionário, os sujeitos foram informados sobre o conteúdo e a importância da pesquisa e, em seguida, leram e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, garantindo o total sigilo das informações obtidas e preservando os princípios éticos. Os questionários foram preenchidos no local de trabalho logo após a aula de Ginástica Laboral e o mesmo foi entregue ao pesquisador. A coleta de dados ocorreu após a aprovação do Comitê Ética da Faculdade Integrada do Ceará e seguiu conforme as normas da Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde para experimentos envolvendo seres humanos.
Os dados foram tratados através do programa Microsoft Excel. As informações coletadas foram organizadas em planilhas e processadas mediante a utilização de freqüência simples e valores percentuais apresentados sob a forma de gráficos.
Resultados
Verificando os resultados, observa-se que a procura pelas aulas de Ginástica Laboral se dá, principalmente, por jovens adultos entre 23 a 30 anos, provavelmente pela maior percepção dos efeitos nocivos do trabalho no seu corpo.
Quando questionados sobre quanto tempo de trabalho e quanto tempo de participação nas aulas de Ginástica Laboral, dentre os que responderam, 69% (n=81) tinham mais de um ano e 31% (n= 32) menos de um ano de trabalho, enquanto que 68% (n=74) tinham mais de um ano e 32% (n=35) tinham menos de um ano de participação nas aulas de Ginástica Laboral (Gráficos 1 e 2).
Observamos que aqueles que têm mais de um ano de trabalho vêm participando também há mais de um ano nas aulas de Ginástica Laboral. Provavelmente, aqueles que já trabalham há mais tempo já perceberam algum problema relacionado à saúde, seja o estresse ou as LER (Lesões por esforço repetitivo) / DORT (distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho).
Foi perguntado aos entrevistados com que freqüência eles participavam da Ginástica Laboral da sua empresa e foi visto que 59% (n=66) sempre participavam, 30% (n=34) participavam de muitas aulas e 11% (n=12) de poucas aulas (Gráfico 3).
Gráfico 3. Distribuição quanto à freqüência nas aulas de Ginástica Laboral
Analisando os resultados, mais da metade freqüentam sempre as aulas de Ginástica Laboral, portanto percebemos um compromisso muito grande dos trabalhadores diante da Ginástica Laboral.
Perguntamos também qual era a importância da Ginástica Laboral e dentre os que responderam obtivemos o seguinte resultado: apenas 1% (n=1) disse que era nenhuma, 3% (n=3) disseram que era pouca e 96% (n=108) disseram que era muito importante (Gráfico 4).
Gráfico 4. Distribuição quanto à importância da Ginástica Laboral
Analisando as respostas praticamente todos sabem da importância da Ginástica Laboral. Percebemos então que o exercício no trabalho como prevenção de problemas ocupacionais já está bastante massificados entre os trabalhadores.
No estudo conduzido por Almeida e colaboradores (2009), constatou-se que a importância dada ao programa de Ginástica Laboral se reflete na grande aderência pelos funcionários, os quais 97% dos entrevistados queriam, inclusive, a continuidade desse programa de forma permanentemente no cotidiano da jornada de trabalho.
Também foi perguntado aos entrevistados o que os levou a participarem das aulas de Ginástica Laboral, 36% (n=59) pelo conhecimento dos benefícios, 33% (n=54) pela preocupação com a saúde. 20% (n=32) pela diminuição dos problemas posturais, 6% (n=10) por causa da influência dos colegas, 3% (n=5) por outros motivos como descontração, curiosidade, relaxamento, diminuição do estresse e 2% (n= 3) disseram que foi a pedido do supervisor (Gráfico 5).
Gráfico 5. Distribuição do que levou a participar da Ginástica Laboral
Observa-se que o conhecimento dos benefícios da Ginástica Laboral, assim como a preocupação com a saúde e a diminuição dos problemas posturais são os motivos mais relevantes que estão levando os trabalhadores a participarem da Ginástica Laboral.
Ainda há a influência dos colegas de trabalho incentivando os outros a participarem das aulas e percebemos também que a cobrança do supervisor obrigando o funcionário é inexpressiva em meio à conscientização dos trabalhadores que, atualmente, já possuem certo conhecimento da importância da Ginástica Laboral no combate aos problemas ocupacionais.
No questionário perguntamos também a que nível a Ginástica Laboral anima o ambiente de trabalho, com 83% (n=95) dentre os que responderam, disseram que a nível excelente, 15% (n=17) a nível regular e 2% (n=2) a nível insuficiente (Gráfico 6).
Gráfico 6. Distribuição quanto o nível de animação no ambiente de trabalho
Observando os resultados mais de 80% dos entrevistados afirmaram que o nível de animação no ambiente do trabalho é excelente com a Ginástica Laboral. Isso se dá porque a Ginástica Laboral atualmente trabalha nos três âmbitos que afetam o ser humano, o físico, o social e o psicológico, como nos afirma Lima (2007), onde é através de dinâmicas de integração e motivação que cada vez mais as pessoas interagem e socializam-se umas com as outras.
Perguntado em relação aos conhecimentos das doenças que a Ginástica Laboral pode prevenir 74% (n=85) disseram que sim e 26% (n=30) disseram que não tinham o conhecimento sobre as doenças (Gráfico 7).
Gráfico 7. Distribuição quanto ao conhecimento das doenças que a Ginástica Laboral pode prevenir
Os resultados demonstram que a maioria tem conhecimento das doenças que a Ginástica Laboral pode prevenir, porém há uma parcela considerável que ainda não tem conhecimento dos problemas ocupacionais que a Ginástica Laboral pode evitar, diante disso é muito importante e necessário que as empresas dêem maior atenção na divulgação e massificação destes problemas ocupacionais e como preveni-los.
Foi perguntado sobre o que a Ginástica Laboral trouxe de benefícios para o rendimento no trabalho, 29% (n=56) disseram que motivação para o dia-a-dia; 25% (n=50) redução das dores; 24% (n=47) melhoria da flexibilidade; 21% (n=42) Diminuição dos problemas posturais; 1% (n=2) outros benefícios como diminuição das tensões, aumento da concentração e relaxamento, portanto todos apontaram algum benefício adquirido com Ginástica Laboral (Gráfico 8).
Gráfico 8. Distribuição quanto o que a Ginástica Laboral trouxe de benefícios para o rendimento no trabalho
Surpreendentemente a motivação para o dia-a-dia veio em primeiro lugar, deixando praticamente empatados a redução de dores, a melhoria da flexibilidade e a diminuição dos problemas posturais. Esse resultado confirma a definição que Lima (2007) relatou, onde a Ginástica Laboral é conceituada como um fator de motivação consciente, pois visa um comportamento de fixação intencional do que é mais saudável para a qualidade de vida de todos.
Perguntamos também sobre o que melhorou no relacionamento profissional e social com os colegas de trabalho através da participação nas aulas de Ginástica Laboral. No quesito profissional obtivemos um percentual de 81% (n=95) que disseram sim, houve uma melhora; 16% (n=18) disseram que houve, porém pouco e apenas 3% (n=4) disseram que não houve melhora na relação profissional. Já no quesito social obtivemos um percentual de 76% (n=86) que disseram que houve uma melhora sim; 16% (n=19) disseram que houve, porém pouco e 3% (n=8) disseram que não houve melhora na relação social. Somando o primeiro quesito tivemos uma reposta positiva de 97% (n=103) de melhora no relacionamento profissional e 93% (n=105) uma melhora no relacionamento social (Gráficos 9 e 10).
Analisando os resultados, confirmamos a questão da socialização e integração dos funcionários tanto no que diz respeito ao profissional quanto ao social no dia-a-dia. Isso faz com que problemas pessoais dentro da empresa sejam diminuídos significativamente, elevando a parceria, o bem-estar, o trabalho em equipe, a confiança e etc.
Reis (2001) afirmou em sua pesquisa que a implantação da Ginástica Laboral promoveu uma maior motivação e satisfação entre os funcionários frente as suas atividades e à empresa. As manifestações informaram que os funcionários sentiram-se valorizados e respeitados quando perceberam a possibilidade de melhorar a qualidade de vida profissional e pessoal.
Chegando ao ápice da pesquisa, perguntamos o que o trabalhador percebia nos momentos que antecediam as aulas de Ginástica Laboral. 42% (n=68) relataram tensões musculares; 26% (n=41) sensação de cansaço; 22% (n=36) corpo pesado; 6% (n=10) dor de cabeça e dores no corpo; 3% (n=4) nada e 1% (n=2) outras percepções como dores articulares (Gráfico 11).
Gráfico 11. Distribuição quanto ao que se percebe antes da aula de Ginástica Laboral
De acordo com os resultados, a principal percepção dos trabalhadores é realmente a tensão muscular, com isso a sensação de corpo pesado e cansaço estão possivelmente relacionado a essas tensões musculares.
Almeida e colaboradores (2009) observaram que os funcionários dos três turnos de uma empresa perceberam melhorias significativas em seu corpo com o desaparecimento de dores provenientes do trabalho após a inclusão da ginástica laboral na empresa.
De maneira a correlacionar com a pergunta anterior, foi perguntado aos trabalhadores o que eles percebiam nos momentos após a aula de Ginástica Laboral e obtivemos um resultado coerente, pois 47% (n=89) relataram sensação de relaxamento; 24% (n=45) diminuição das dores e tensões; 15% (n=28) ativação da circulação sanguínea; 13% (n=25) liberdade corporal; e 1% (n=3) percebeu outras sensações como o aumento da motivação (Gráfico 12).
Gráfico 12. Distribuição quanto ao que se percebe após a aula de Ginástica Laboral
Quanto aos resultados verificamos que a sensação de relaxamento é bastante relatada e em segundo a diminuição das dores e tensões. Segundo Wilmore e Costill (2006) e Katch e McAdle (2007) o alongamento distensiona a musculatura solicitada, ativando a circulação sanguínea e com isso nutrindo melhor o tecido e recuperando as lesões causadas por esforços intensos.
A região do pescoço e dos ombros são áreas muito solicitadas em pessoas que trabalham em computadores. Estudos realizados por Martins (2000) em funcionários da reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina mostrou que 42,3% dos funcionários sentiam dores no pescoço e 30,8% nos ombros.
Em outro estudo, Militão (2001) percebeu que 63% dos funcionários das empresas investigadas sofriam de dores nos ombros e pescoço antes da implantação da Ginástica Laboral e que com a participação na Ginástica os funcionários reduziram em 29% as queixas de dores no pescoço e ombros.
Foi perguntado também o que eles percebiam no final do dia quando não participavam da Ginástica Laboral. 39% (n=54) dos que responderam percebiam cansaço físico e mental; 27% (n=38) dores musculares e articulares; 22% (n=31) incapacidade de relaxar; 9% (n=13) nada; 2% (n=2) Insônia e 1% (n=2) não avaliaram (Gráfico 13).
Gráfico 13. Distribuição quanto à percepção no final do dia quando não participa da aula
Verificamos que uma grande maioria percebe o cansaço físico e mental, dores musculares e articulares seguido de incapacidade de relaxar. Obtivemos uma porcentagem significativa de quase 10% dos trabalhadores que disseram não perceber nada no final do dia.
Conclusões
Atualmente, em alguns setores do mercado de trabalho, principalmente nos setores administrativos, o trabalhador possui maior conforto, maior tecnologia e conseqüentemente maior inatividade corporal, que abala inclusive o fator psíquico.
Já na área fabril, com um aporte maior de tecnologia, as máquinas ficam cada vez mais rápidas, a produção é cada vez maior, e nesse caso o trabalhador fica sobrecarregado tanto fisicamente quanto psicologicamente, pois além de usar seu corpo, quase que de maneira similar às máquinas, o trabalhador tem que saber manuseá-las, programá-las e prevenir situações problemas.
Nesse contexto, o trabalhador precisa dar maior atenção ao seu corpo, buscando uma melhor qualidade de vida física e psíquica. E é aqui que podemos citar o profissional da Educação Física como agente importante nesse processo.
Diante deste estudo, nos vem à confirmação do crescimento, da valorização e da satisfação dos trabalhadores perante o conceito e a prática da Ginástica Laboral, da importância dos benefícios e principalmente da prevenção dos problemas ocupacionais, que hoje não se limitam somente as LER/DORT, mas também no que diz respeito aos problemas psíquicos oriundos do acúmulo de tensões mentais como o estresse, a ansiedade a depressão dentre outros.
Referências
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