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Perfil funcional de pacientes acamados submetidos ao tratamento

fisioterapêutico do programa de saúde familiar de Biguaçu, Brasil

Perfil funcional de pacientes postrados sometidos a tratamiento kinesiológico del programa de salud familiar de Biguazu, Brasil

 

*Graduanda/o do curso de Fisioterapia da Universidade do Vale do Itajaí
**Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia

da Universidade do Estado de Santa Catarina

(Brasil)

Daniella Rebellato Ferreira*
Gregório Francisco Ferreira Neto*
Gustavo Fernando Sutter Latorre**

gustavo@perineo.net

 

 

 

 

Resumo

          Dentre as modalidades de atenção básica a saúde vem conquistando lugar especial os Programas de Saúde Familiar (PSF), aonde a atenção fisioterápica soma esforços especialmente no tocante a minimizar os comprometimentos funcionais dos pacientes em geral, dentre os quais os acamados exigem uma atenção ainda mais especial. Conhecer o perfil funcional dos pacientes acamados em programas deste tipo pode ajudar nas tentativas de ajuste terapêutico da modalidade. Metodologia e resultados: Para quantificar e qualificar o perfil funcional dos pacientes acamados do PSF da cidade de Biguaçu foi realizada avaliação funcional através do Índice de Barthel em 8 pacientes, média etária 62,1, que satisfizeram os critérios de inclusão, dentre os quais 85,7% apresentaram grau de comprometimento severo. Conclusão: O grau de severidade funcional dos pacientes acamados exige atenção maior quanto à reabilitação desta funcionalidade, sugerindo a fisioterapia como peça fundamental na equipe dos PSFs.

          Unitermos: Fisioterapia. Avaliação funcional. Acamado. Programa de saúde familiar.

 

Abstract

          Among the types of primary care has gained special place the Family Health Program (PSF), where the physiotherapy attention especially sum efforts to minimize the functional impairment of people, among which the bedridden requiring further special attention. Knowing the functional profile of the bedridden patients in such programs can help in adjust therapeutic modality. Methods and results: To quantify and qualify the functional profile of the bedridden PSF pacients from Biguaçu City, functional evaluation was performed using the Barthel Index in 8 patients, average 62.1 years old, who met the inclusion criteria, of whom 85,7% were classified with severe impairment. Conclusion: The severity of functional bedridden patients requires focus on the rehabilitation of this feature, suggesting physical therapy as a key player in the teams of the PSFs.

          Keywords: Physical therapy. Functional evaluation. Bedridden. Family health program.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 161, Octubre de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O processo de democratização, a busca do direito universal à saúde, da equidade, bem como o progresso científico e tecnológico ocorrido nos últimos anos, provocou a revisão dos paradigmas e elaboração de novas propostas para a saúde, buscando estratégias de reorganização do modelo assistencial vigente, com reformas sanitárias e criação de um sistema descentralizado da atenção à saúde (SOUZA, 2007). Neste âmbito, o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecido pela Constituição e regulamentado pela Lei Orgânica da Saúde 8.080/90, tem por objetivo principal proporcionar a população brasileira acesso às ações e aos serviços de saúde, através de entidades vinculadas ao sistema, observando seus princípios básicos (SANTA CATARINA, 2002; APM, 2006; BRASIL,1999). Dentre as ferramentas disponíveis ao SUS para alcançar estes objetivos têm caráter especial a estratégia da Saúde da Família.

    A Saúde da Família é vista sob uma ótica de reorientação do modelo assistencial, operacionalizada mediante a implantação de equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde. Há uma compreensão ampliada do processo saúde/ doença e, portanto, da necessidade de intervenções de maior impacto e significação social (SOUZA, 2007). As equipes de Saúde da Família são compostas, no mínimo, por um médico de família, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e 5 ou 6 agentes comunitários de saúde e, nos últimos anos, de ao menos um fisioterapeuta. Recomenda-se que cada equipe acompanhe 600 a 1000 famílias, entre 2400 a 4500 pessoas. É esta equipe que identifica, mediante diagnóstico, as necessidades e organiza a demanda a partir da comunidade, das famílias e dos domicílios, prestando assistência integral e realizando atividades de informação, de orientação e de promoção de saúde (APM, 2006; BODSTEIN, 2002; COFFITO, 2011).

    A Organização Mundial de Saúde (OMS) define acamado como toda a pessoa restrita a seu próprio domicílio, por qualquer inabilidade, incapacidade de locomover-se por si só a qualquer centro de atenção à saúde (LICHTENFELS et al, 2004). Observa-se um grande crescimento do número de idosos e de jovens submetidos a injúrias por causas externas, gerando um aumento progressivo de pacientes acamados. As incapacidades são uma agressão a autopercepção do indivíduo e a aceitação da incapacidade, decorrente da lesão, e levam a alterações psicológicas (FELICIO et al, 2005).

    No tocante ao paciente acamado cabe ao fisioterapeuta estimular a movimentação no leito, estimular a deambulação, prevenir ou minimizar complicações pulmonares, evitar complicações circulatórias, reduzir a dor, evitar atrofia muscular e manter a amplitude de movimento, promover relaxamento, prevenir e tratar edema decorrente do período prolongado no leito e a prevenção de úlceras de pressão (VOJVODIC, 2004). A presença do fisioterapeuta na comunidade se torna relevante na medida em que contribui para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação, obedecendo assim os princípios do atual modelo de saúde e conseqüentemente promovendo a melhoria da qualidade de vida da população. A participação desse profissional em programas como o PSF e em ações semelhantes de cuidados primários é indispensável para a concretização das diretrizes de uma assistência integral a saúde (BARROS, 2002; SOUZA, 2007).

Metodologia

    Trata-se de estudo descritivo-exploratório (MARCONI E LAKATOS, 2006), onde a amostra foi recrutada de forma intencional, composta por indivíduos previamente cadastrados nos Programas de Saúde da Família (PSF) das áreas 5, 10 e 14 do município de Biguaçu, Santa Catarina, Brasil. Após ter sido submetido e aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Vale do Itajaí sob o Parecer no. 134/07, o presente estudo foi realizado nas dependências da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, na Clínica Integrada de Atenção Básica à Saúde – CIABS, na cidade de Biguaçu – Santa Catarina. A população integrante foi composta por indivíduos acamados, de ambos os sexos, faixa etária indeterminada, que estivessem sendo assistidos pelas visitas domiciliares do Programa de Saúde da Família (PSF) das áreas 5, 10 e 14, do município de Biguaçu - SC. Os critérios de exclusão foram: indivíduos funcionalmente independentes, portadores de doenças infecto-contagiosas e/ou não assistidos pelas visitas domiciliares do Programa de Saúde da Família (PSF) das áreas 5, 10 e 14, do município de Biguaçu - SC.

    Através da listagem de indivíduos assistidos pela visita domiciliar dos PSFs acima citados, foi realizado o contato telefônico para o agendamento da visita e aplicação do instrumento de coleta de dados.

    Os indivíduos foram abordados pelos acadêmicos considerando os aspectos éticos que permeiam o trabalho com seres humanos, contemplando as determinações da Resolução no. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Foi aplicado um instrumento de avaliação funcional denominado Índice de Barthel (COLLIN et al, 1988) para avaliar a capacidade funcional dos indivíduos. O instrumento contém 10 questões fechadas, que versam sobre as atividades de vida diária, como alimentação, vestuário, higiene, controle de esfíncteres e atividades motoras, como deslocamentos, subir e descer degraus. Para o preenchimento do questionário, os acadêmicos perguntaram diretamente ao indivíduo acamado. O instrumento foi também respondido por terceiros (parentes e/ou cuidadores), caso o indivíduo avaliado fosse não contactuante.

    Os dados foram interpretados por cada item do Indicador de Barthel, totalizando dez itens, onde a pontuação igual a 100 significa que o indivíduo é totalmente independente, > 60 indica elevada probabilidade de o indivíduo conviver na comunidade, < 40 indica importante dependência, e < 20 indica elevado risco de morte (COLLIN et al, 1988). Foi utilizado ainda outro formato para categorizar o Indicador de Barthel onde foi avaliado o nível de independência. Os indivíduos foram classificados funcionalmente em: independente, com dependência leve, moderada, grave ou severa. Se o somatório for menor que 45 pontos, apresentaria um comprometimento funcional severo; ser for entre 45 e 59 pontos, apresentaria comprometimento grave, sendo o indivíduo incapaz de cuidar de si; entre 60 e 80 pontos: moderado; 80 e 99 pontos: leve; e 100 pontos, o indivíduo seria considerado independente, conforme Rufaza e Moreno (1997).

Resultados

    A amostra foi composta por homens (seis) com idade variando de 36 a 84 anos (X= 59 anos); e por mulheres (2), com idade de 63 e 80 anos (X= 71,5 anos), resultando na idade média do grupo de 62,13 anos. O diagnóstico médico dos homens era o seguinte: 2 apresentavam Acidente Vascular Encefálico (ABE), 2 Traumatismo Raquimedular (TRM), 1 Paralisia Cerebral (PC) e 1 Doença de Alzheimer; nas mulheres o diagnóstico foi o seguinte: Acidente Vascular Encefálico e Osteoartrose. Quem respondeu o questionário foram as seguintes pessoas: 3 foram o próprio paciente; 2, os filhos; 2, as esposas; e 1, o sobrinho. A média de preenchimento de tempo foi de 18,12 minutos (com uma variação de 10 a 25 minutos, porém a maioria (4) levou 20 minutos para respondê-lo).

    A partir da interpretação dos resultados delinea-se o seguinte perfil, conforme Collin, Wade e Horne (1988): 7 pessoas (87,5%) da amostra apresentaram elevado risco de morte, pois o somatório foi menor do que 20 pontos; duas pessoas (homem e mulher, ambos com AVE) tiveram somatório de 15 pontos; 1 (homem) de 5 pontos e outras 4 de zero pontos (em que todos eram homens). Somente uma pessoa (12,5%), que era mulher, apresentou elevada probabilidade de conviver na comunidade, pois seu somatório foi de 95 pontos (Gráfico 1).

Gráfico 1. Resultado Geral da Classificação Funcional pelo

Indicador de Barthel conforme Collin, Wade e Horne (1988)

    Ainda pode ser acrescentada outra classificação funcional para os pontos de corte, tais como: independente, com dependência leve, moderada, grave ou severa. Assim, nesta pesquisa evidenciou-se o seguinte achado: a maioria (87,5%) apresentou um somatório menor que 45 pontos, logo tendo um comprometimento funcional severo, e apresentando uma dependência total; e apenas uma mulher pode ser considerada independente, ou apresentando um comprometimento funcional leve, pois eu somatório foi 95 pontos (Gráfico 2).

Gráfico 2. Resultado Geral da Classificação Funcional

pelo Indicador de Barthel conforme Rufaza; Moreno (1997)

    Dessa forma, pode-se conjugar do mesmo gráfico para a demonstração dos resultados de ambos os pontos de corte do Indicador de Barthel.

Discussão

    A maior parte dos pacientes da amostra (87,5%) apresentou um grau severo de comprometimento funcional segundo o Indicador de Barthel. Rosa et al (2003), em sua análise sobre os fatores determinantes da capacidade funcional entre idosos, chamaram a atenção para a alta chance de ocorrência de dependência funcional moderada a grave nos indivíduos que apresentaram AVE e para aqueles que eram não contactuantes. Se essa amostra realmente corresponder ao padrão encontrado nos pacientes dos Programas de Saúde Familiar em geral, parece relevante, portanto, planejar programas específicos de intervenção para eliminação de certos fatores de risco relacionados com a dependência funcional.

    Segundo Ricci (2005), a dificuldade ou incapacidade na realização de tarefas como autocuidado e AVDs representam risco elevado para a perda da independência funcional. É nesse contexto que o atendimento domiciliar surge como uma alternativa de modalidade de assistência à saúde para o tratamento de indivíduos com algum grau de dependência. Felício et al (2005), em seu estudo sobre a atuação do fisioterapeuta no atendimento domiciliar de pacientes neurológicos, afirma que a imobilidade é um fator causal da parestesia, da dor e das úlceras de decúbito e apontou resultados positivos para a fisioterapia. Os pacientes do grupo estudado pelo autor receberam atendimento fisioterapêutico no domicílio, e desta forma apresentaram condições clínicas mais favoráveis, principalmente em relação à dor e parestesia. Estes pacientes variavam a postura durante o dia e permaneciam no leito por menos tempo. A pesquisa pode demonstrar que o fato de serem assistidos por este profissional tornou este grupo diferenciado.

    Vojvodic (2004) complementa, ainda, que a falta de mobilidade pode levar o indivíduo ao descondicionamento físico global, tornando-o suscetível a uma série de fatores de risco para a saúde, como o aumento da pressão arterial, aumento do peso corporal, diminuição da flexibilidade entre outros como já citado anteriormente. A implantação de um programa de atendimento fisioterapêutico em pacientes acamados tem como objetivo minimizar os efeitos negativos do imobilismo, melhorando a qualidade de vida.

    O diagnóstico das moléstias continua sendo importante para o tratamento clínico, porém, associado a isso, deve haver compreensão quanto aos aspectos funcionais. Eles não envolvem somente a saúde física e mental, mas também as condições socioeconômicas e de capacidade de autocuidado, as quais irão revelar o grau de independência de um indivíduo. A avaliação da capacidade funcional torna-se, portanto, essencial para escolha do melhor tipo de intervenção e monitorização do estado clínico funcional do indivíduo (RICCI, 2005).

    A realidade da inclusão do fisioterapeuta no PSF ainda é limitada em algumas regiões; contudo, a população das regiões beneficiadas demonstra grande satisfação quanto aos serviços prestados por estes profissionais. Experiências isoladas em algumas regiões brasileiras mostram que inserção deste profissional enriquece e desenvolve ainda mais os cuidados de saúde da população (BRASIL et al, 2005).

    A fisioterapia pode, junto à equipe de saúde da família, atuar de forma a realizar atendimentos domiciliares em pacientes acamados ou impossibilitados, desenvolvendo atividades para que estes pacientes consigam realizar atividades comuns de vida diária de forma independente, implementando a qualidade de vida e prevenindo maiores complicações (FERREIRA, 2005). Apesar de ainda limitada à poucos locais, a atuação do fisioterapeuta no PSF pode ser decisiva. O grau de severidade funcional dos pacientes acamados exige atenção maior quanto a reabilitação desta funcionalidade, e sendo o fisioterapeuta o profissional mais qualificado para este tipo de reabilitação, merge a fisioterapia como peça fundamental na equipe dos PSFs.Estudos futuros explorando o grau de eficácia da atuação fisioterapêutica hoje disponível nos PSFs parecem ser bem vindos.

Referências bibliográficas

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  • RICCI, N. A.; KUBOTA, M. T.; CORDEIRO, R.C. Concordância de observações sobre a capacidade funcional de idosos em assistência domiciliar. Revista Saúde Pública. v.4, n.39, p. 655 - 662, 2005.

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  • RUZAFA, J.C. ; MORENO, J. D. Evaluating physical incapacity: the Barthel index. Rev Esp Salud Publica, vol. 71, n.2, p. 127-137, mar-apr. 1997.

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  • SOUZA, W. B. Inclusão do Fisioterapeuta no PSF: pela integralidade da atenção a saúde e reorientação do modelo assistencial. Revista FisioBrasil. v.11, n.184, p. 46-49, jul/ago. 2007.

  • VOJVODIC, C. Síndrome do Imobilismo. Especialização de Fisioterapia Respiratória em ventilação mecânica com ênfase em traumato-cirúrgico. 2004. Disponível em: http://www.capscursos.com.br/docs/S%Dndrome%20do%20Imobilismo.pdf, Acesso em: 10 outubro 2007.

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