Análise do perfil dos professores das academias de Santa Maria, RS Análisis de las características de los profesores de los gimnasios de Santa María, RS |
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Universidade Federal de Santa Maria, UFSM (Brasil) |
Maíra Frigo Flôres | Jaqueline Bastos Sangoi Graziele Felkl Brandão | Angelita Alice Jaeger |
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Resumo As academias vêm tendo um imenso crescimento na área de prestação de serviços de cultura física. Entretanto, cada região geográfica tem características econômicas e sociais que devem ser respeitadas e consideradas, no intuito de melhorar esse serviço prestado. Assim, essa pesquisa busca fazer uma análise do perfil dos professores das academias de Santa Maria, e contou com 19 professores, de 9 academias devidamente registradas na cidade. Dados muito interessantes puderam ser extraídos desta pesquisa, mas salienta-se a necessidade de maiores estudos na área, para facilitar comparações e o melhor entendimento das variáveis que se relacionam a essa área. Unitermos: Academias. Professores de Educação Física. Perfil.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 161, Octubre de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
O crescimento urbano desordenado modificou o estilo de vida do homem, e com isso a prática de atividades físicas (Vargas apud Rufino, Soares e Santos, 2000). Junto à diminuição da carga de atividade física, reduziram-se os locais adequados a essas práticas, formando-se um cenário favorável à instalação das academias de ginástica, que representam um espaço tecnológico de formação e preservação do corpo (Silveira, 2000).
A área da Educação física não escolar está em desenvolvimento e junto com ela, o espaço de atuação de graduados em Educação Física. As academias de ginástica e musculação, caracterizam uma significativa parcela do mercado, sendo uma das principais empregadoras desses graduados (Antunes, 2003). A proliferação das academias de ginástica e musculação é um fenômeno internacional e, devido à rapidez dessa expansão, um melhor conhecimento desse fenômeno se faz necessário para buscar seu aprimoramento (Santos, Silvestrini e Silva, 2008).
Conforme Tahara, Schwartz e Silva (2003), a população está cada vez mais se preocupando com a melhoria da qualidade de vida, e isso vem proporcionando um grande aumento de público nas academias de ginástica. Comentam ainda que diversos estudos foram realizados em populações específicas, em cidades com grande número de habitantes ou mesmo fora do âmbito nacional, sem que se tenha um enfoque atualizado da população que freqüenta academias, especialmente em cidades de menor porte, nesse país. Assim, buscamos responder qual o perfil dos profissionais das academias de Santa Maria no ano de 2003?
Metodologia
A população do estudo foi as academias da cidade de Santa Maria devidamente registradas junto á prefeitura municipal no ano de 2003, de onde participaram desta 19 professores de academias.
O instrumento utilizado foi um questionário semi-estruturado que foi aplicado previamente em uma academia não participante da pesquisa, para testar sua validade, fidedignidade e objetividade.
Os dados foram coletados pelos pesquisadores e analisados descritivamente, utilizando-se a técnica de Análise de Conteúdo. Esse tipo de análise, segundo Richardson (1989) favorece o foco apenas nas questões mais relevantes para o estudo, representando um excelente meio para análise das questões qualitativas.
Discussão dos resultados
Nessa pesquisa, os dados mostraram que os professores são, na sua maioria, homens (58%), formados em educação física (95%), sem pós-graduação (76%), mas que alegam grande intenção de fazê-la (64%), nas áreas de Musculação e Fisiologia do Exercício (52%). Em pesquisa semelhante, Santos, Silva e Silvestrini, (2008), (57,14%) dos professores entrevistados fizeram alguma especialização e (42,86%) não fizeram.
Estes atualizam seus conhecimentos por meio de cursos (64%), livros e televisão (64%), seminários e revistas (56%). Um dado surpreendente é que apenas (16%) declarou atualizar-se por meio da Internet, o que parece contrastar com o ambiente informatizado e facilidade de acessar as informações nesse meio. Estes dados vão de encontro aos encontrados por Antunes (2003), onde (86,15%) dos professores alegaram participar de eventos como simpósios, cursos, congressos, palestras e convenções para se atualizarem; (55,38%) lêem livros, revistas e artigos científicos da área; (24,62%) utilizam a troca de experiências através de reuniões e discussões com outros profissionais; (15,38%) cursam pós-graduação; (6,15%) dizem que se atualizam praticando ginástica ou musculação; (4,62%) dizem que se atualizam através da televisão e através de estágio em outras academias; (3,08%) dizem que se atualizam treinando em academias maiores; (1,54%) dizem que se atualizam assistindo fitas de vídeo sobre ginástica ou musculação, através da resposta ou reação (feedback) dos clientes e procurando conhecer novos aparelhos e exercícios. Já Santos, Silva e Silvestrini (2008) , os professores entrevistados mostraram que (57,14%) buscam essa atualização uma vez por ano, (14,29%) não acha necessário e (28,57%) também buscam de outras maneiras.
A grande maioria (49%) está formada a menos de cinco anos, tendo atuado em diversas áreas desde então, e utilizando-se da demonstração (42%) como procedimento ao dar aula, sem ter uma metodologia definida (52%). Quanto a carga horária que cumprem, (64%) faz uma jornada de trabalho de 21h a 60h semanais. Segundo Antunes (2003), (23,08%) tem menos de 2 anos de experiência no trabalho, (36,92%) tem de 2 a 5 anos, (27,69%) tem de 6 a 10 anos, apenas (10,77%) tem mais de 10 anos e o restante não respondeu. Santos, Silva e Silvestrini (2008) corroboram que o número de professores de academia formados há menos de 10 anos corresponde a (85,71%) dos entrevistados e (14,29%) são formados há mais de dez anos, mostrando que professores de academias são na maioria recém formados.
Conclusões
Diversos estudos sobre academias vêm sendo feitos, mas o enfoque é dado apenas em um dos fatores que envolvem o funcionamento da academia, e não em sua totalidade. Ainda, os dados de uma região não podem ser aplicados à outra região, devido ás particularidades de cada uma, que aparecem influenciando os estudos.
A falta de políticas públicas e privadas de fomento a cultura da prática de exercícios físicos, proporcionando à população desde infra-estrutura adequada, informações, melhorias na educação física escolar, dentre outras ações, viabilizaria a aderência dos indivíduos a um estilo de vida mais saudável. Assim, concordando com Saba (2003), conclui-se que só desta forma essa prática perderá a altíssima rotatividade visualizada hoje, e modificará conceitos e hábitos sociais arraigados, e maléficos a saúde dos indivíduos.
Referências bibliográficas
ANTUNES, A. C. Perfil profissional de instrutores de academias de ginástica e musculação. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Ano 9, Nº 60, Maio 2003. http://www.efdeportes.com/efd60/perfil.htm
RICHARDSON RJ. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas,1989.
RUFINO, V. S., SOARES, L. F. S. e SANTOS, D.L.. Características de freqüentadores de academias de ginástica do Rio Grande do Sul. Revista Kinesis n. 22 p. 57 – 68 2000.
SABA, F. K. F. Determinantes da prática de exercício físico em academias de ginástica. Dissertação de Mestrado. USP, São Paulo, SP, 1999.
SABA, F. Mexa-se: Atividade Física, Saúde e Bem-estar. São Paulo: Takano, 2003.
SANTOS, G. E., SILVESTRINI, J. e SILVA, V. R. Comparação entre o perfil do profissional de academia de musculação e o perfil do profissional de educação física escolar. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Ano 12, Nº 116, Janeiro 2008. http://www.efdeportes.com/efd116/perfil-do-profissional-da-educacao-fisica.htm
SILVEIRA, E. F. G. Planejamento da qualidade aplicado às academias de ginástica. Dissertação de mestrado. Santa Maria, RS, Brasil, 2000.
TAHARA, A. K., SCHWARTZ, G. M. e SILVA, K. A. Aderência e manutenção da prática de exercícios em academias. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Brasília V. 11 n. 4 p. 1-12 out./dez. 2003.
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