Análise dos índices de gordura e massa muscular corporais em futebolistas profissionais na fase de pré-temporada Análisis de los índices de grasa corporal y masa muscular en jugadores profesionales de fútbol en la pretemporada |
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Treinador profissional de futebol Professor do Sindicato dos Treinadores do Estado do RS, STPERGS Coordenador do Departamento de Atividade Física e Saúde do Centro Integrado de Saúde, CISA Mestre em Ciências Aplicadas a Atividade Física e Esporte pela Universidade de Córdoba, Espanha |
Cyro Garcia Soares Leães (Brasil) |
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Resumo O nível físico dos atletas no momento do início da execução de um cronograma de treinamentos é fator importante e deve ser considerado. O impacto do cronograma de treinamentos pode variar dependendo da aptidão física apresentada pelos profissionais no momento da primeira avaliação física. Este estudo tem como objetivo determinar a evolução dos jogadores de futebol profissional no que tange aos percentuais de gordura e de massa muscular durante o período preparatório ao Campeonato Gaúcho Série A 2007, comparando com dados disponíveis na literatura especializada. Unitermos: Cronograma de treinamentos. Composição corporal. Futebol.
Resumen El nivel físico de los atletas previo a la ejecución de un programa de entrenamiento es importante y debe ser considerado. El impacto del plan de formación puede variar dependiendo de la aptitud presentad por los profesionales en el momento de la primera evaluación física. Este estudio tiene como objetivo determinar la evolución de los jugadores de fútbol profesional en relación con los porcentajes de grasa y masa muscular durante el período previo a la Serie A Campeonato Gaúcho 2007, en comparación con los datos disponibles en la literatura. Palabras clave: Cronograma de entrenamientos. Composición corporal. Fútbol.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 161, Octubre de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Existem estudos arqueológicos que afirmam que há 300 anos já era praticado no Egito e na Babilônia um jogo com bola praticado com os pés (AANANIAS, 1998).
O futebol em sua forma atual tem mais de 130 anos, surgido na Inglaterra, onde surgiu também, em 1904, a Federação Internacional de Futebol Associado, que tem mais de 150 países filiados. “Sendo o futebol universal” e considerado um dos esportes mais populares do mundo, o futebolista atual está mais valorizado economicamente, aumentando também as exigências que recaem sobre ele. A infra-estrutura de apoio ao futebolista deve ser valorizada pelos dirigentes. Sua integridade física está em jogo e deve ser preservada, assim como suas características morfo-funcionais devem ser avaliadas, reservadas e/ou melhoradas, “levando-se em conta o futebolista como um patrimônio do clube” (AANANIAS, 1998).
Há um consenso de que no futebol moderno há uma valorização cada vez mais evidente da condição atlética em resposta a um futebol total e mais compactado, pois cada vez mais será exigida do jogador uma participação mais dinâmica e em maior diversidade de funções sendo, portanto, mais desgastante. Num futuro breve, os treinadores das equipes usarão um sistema parecido com uma “sanfona”, no qual as equipes devem utilizar o maior número possível de jogadores para defender e atacar, preenchendo os espaços em velocidade (SILVA, 1998). Esse novo conceito tático aumenta as exigências acerca da condição atlética, e, portanto, do processo de treinamento físico. Sendo o futebol moderno um esporte onde a vitória é muito importante, a proporção de acertos deve ser a maior possível. Se há um planejamento bem delineado e embasado cientificamente, os resultados tendem a ser os melhores.
Para um bom trabalho de planejamento de preparação física, faz-se necessário um bom processo de avaliação do futebolista no que tange à massa de gordura e muscular corporal, para avaliar seu estado de saúde e identificar quais as deficiências em parâmetros de saúde e/ou funcionais que possam interferir no seu equilíbrio orgânico e em seu desempenho na competição e corrigi-las.
Objetivo geral
Este trabalho tem como objetivo determinar a evolução dos jogadores de futebol profissional no que tange aos percentuais de gordura e de massa muscular durante o período preparatório ao Campeonato Gaúcho Série A 2007, comparando com dados disponíveis na literatura especializada.
Objetivos específicos
Verificar o valor percentual de massa muscular e de gordura corporal dos jogadores antes e após três semanas de treinamento.
Comparar os valores obtidos.
Caracterização do esforço do futebolista em campo
Conhecer e caracterizar o esforço realizado pelos jogadores de futebol é importante embora difícil (PINTO, 1991). Importante porque entre a competição e a preparação deve existir uma relação de interdependência. Difícil porque, se por um lado os aspectos aleatórios do jogo (as características da oposição, as condições climáticas, o espaço de jogo, etc...) podem alterar significativamente as suas características, por outro, os resultado veiculados pelos diferentes estudos conhecidos apresentam alguma heterogeneidade, o que se admite explicar por vários motivos: Utilização de diferentes metodologias, de amostras de diferentes níveis e realizados em épocas e condições diferentes, nomeadamente em situações de jogo real, em situações de treino e mesmo em laboratório.
Para Ekblom, o esforço realizado num jogo de futebol é intermitente não contínuo, de elevada intensidade, A relação entre períodos de elevada e baixa intensidade parece variar, segundo o mesmo autor, não somente de acordo com o estilo do jogador e sua maneira de jogar mas fundamentalmente com as suas funções dentro da equipe. Esta relação varia ainda de acordo com o nível do jogo (equipes de elite apresentam mais períodos de elevada intensidade quando comparados com jogos entre equipes inferiores) (PINTO, 1991) (REBELLO, 1993).
Devido ao aumento das fases de alta intensidade do futebol moderno, à distância percorrida em campo pelo futebolista atual varia entre 9 e 11 km, com o período útil de jogo diminuído, de 65 (no ano de 74) para 56 minutos (PINTO, 1991).
Segundo Ekblon, 8 a 18% da distância total é percorrida na máxima intensidade, sendo realizados em média 80 sprints de 7 a 20 metros. Os saltos variam de 3 a 12 repetições. As distâncias percorridas com a bola são de pouco mais de 200 metros com cerca de 60 contatos com a mesma (PINTO, 1991) (REBELLO, 1993). Em estudos do mesmo autor, a concentração de lactato no sangue é, em média, de 7 a 8 mmol/l ao final de uma partida, havendo variações de 4 a 12 mmol/l (PINTO, 1991).
A freqüência cardíaca anda em torno de 85% da freqüência cardíaca máxima durante aproximadamente 2/3 do jogo (PINTO, 1991) (REBELLO, 1993). Com estes dados é possível realizar um planejamento científico adequado às necessidades do futebolista.
Em resumo, a intensidade do jogo vem aumentando devido à diminuição do tempo útil de jogo, traduzindo-se em mais e/ou maiores intervalos de recuperação entre as fases ativas do jogo. O futebol moderno exige um jogador rápido, forte, capaz de vencer resistências e agüentar cargas, e paralelamente capaz de durante todo o jogo manter elevados níveis de rendimento mesmo em presença de fadiga (SILVA, 1998). O futebolista tem de ter força, velocidade, resistência e flexibilidade conjugadas de uma maneira eficaz para obter os melhores resultados dentro do desporto de alto nível.
Composição corporal
A composição corporal refere-se à quantidade e proporção dos diversos constituintes do corpo humano, as quais estão relacionadas com a saúde, doença, qualidade de vida e, no caso de atleta, ao estado de treinamento (GHORAYEB, 1999).
A composição do corpo humano pode ser estudada de diversas maneiras, apesar da única maneira direta ser através da dissecação de cadáveres; a densiometria é considerada a medida padrão indireta e freqüentemente é usada para validar outras técnicas.
Para futebolistas de elite, o estudo da composição corporal é essencial para conhecer e determinar o peso ideal, o percentual de gordura e o percentual de massa muscular de cada atleta (CASAJÚS, 1991) (MALLEN, 1997) (SANZ, 1997).
O excesso de gordura representa um peso extra, que pode comprometer negativamente o rendimento físico do atleta. Preparar um atleta significa, geralmente, diminuir ao mínimo sua massa de gordura e potencializar ao máximo sua massa muscular. No caso de futebolistas profissionais, o percentual de gordura oscila entre 9 e 11% e o percentual de massa muscular está em torno de 50%. Portanto, os futebolistas de elite mais qualificados apresentam valores médios de 9% de gordura e acima de 50% de massa muscular (ALVAREZ, 1996) (CASAJÚS, 1991) (MALLEN, 1997).
Materiais e métodos
População e amostra
A população é constituída pelos jogadores profissionais de futebol que disputam o Campeonato Gaúcho Série A. A amostra é composta por 20 jogadores.
Procedimentos
O grupo de jogadores foi submetido à uma avaliação antropométrica, utilizando o protocolo de Faulkner, e após 3 semanas de treinamento, foram reavaliados.
Os materiais utilizados na avaliação foram os seguintes:
um paquímetro da marca Cescorf com precisão de 0,1 cm, para verificação dos diâmetros ósseos;
um plicômetro marca Cescorf com precisão de 1 mm, para verificação das dobras cutâneas;
uma balança com estadiômetro da marca , para verificação do peso e da altura.
As aferições seguem os seguintes protocolos: Peso Gordo: Será utilizada a técnica de Faulkner que é bastante difundida entre os futebolistas de elite do Brasil (CRESCENTE, 1997) (SILVA, 1998, 1999) (TEIXEIRA, 1999). Fórmula:% G =SDC x 0,153 + 5,783. Onde: % G = percentual de gordura; SDC = somatótipo das quatro dobras cutâneas; Peso Muscular: Proposto por Mantiegka (CARNAVAL, 1998) (MALLEN, 1997). Fórmula:PM = PA — (PG + PO + PR), onde:
PM = Peso muscular (Kg); PA = Peso atual (Kg); PG = Peso gordo (Kg); PR = Peso residual (Kg). Para aferição do PG será utilizada a fórmula: PG = % G x PCT/100. Onde: PG = Peso gordo (Kg); PCT = Peso corporal total (Kg). Para verificação do peso corporal total será utilizada uma balança eletrônica Toledo com oscilações de 50 gramas. O cronograma de treinamento utilizados durantes as três semanas são descritos nas tabelas a seguir:
Tabela 1. Semana 01
|
Segunda |
Terça |
Quarta |
Quinta |
Sexta |
Sábado |
Domingo |
Manha |
Treino Aeróbico |
Treino Técnico (Espaço Reduzido) |
Treino de Força |
Treino Tático |
Treino Aeróbico |
Treino de Força |
Folga |
Tarde |
Treino Anaeróbico |
Treino em Espaço Reduzido |
Folga |
Treino em Espaço Reduzido |
Treino Técnico/ Tático |
Folga |
Folga |
Tabela 2. Semana 02
|
Segunda |
Terça |
Quarta |
Quinta |
Sexta |
Sábado |
Domingo |
Manha |
Treino Aeróbico |
Treino Tático |
Folga |
Treino Aeróbico |
Folga |
Folga |
Folga |
Tarde |
Treino de Força |
Treino em Espaço Reduzido |
Treino em Espaço Reduzido |
JOGO TREINO |
Treino Técnico/ Tático |
AMISTOSO |
Folga |
Tabela 3. Semana 03
|
Segunda |
Terça |
Quarta |
Quinta |
Sexta |
Sábado |
Domingo |
Manha |
Treino Anaeróbico |
Treino Técnico |
Folga |
Treino Coletivo |
Treino de Força |
Folga |
Folga |
Tarde |
Treino de Força/ Potência |
Treino em Espaço Reduzido |
Treino de Força |
Treino Anaeróbico |
Treino Técnico/ Tático |
Folga |
Folga |
Resultados e discussão
As tabelas 4 e 5 fazem referência à primeira avaliação. Foi verificada uma heterogeneidade do grupo de jogadores no que tange a composição corporal, para índices percentuais de gordura corporal e de massa muscular.
Tabela 4. Classificação do grupo de jogadores em relação à Gordura Corporal
% Gordura |
de 9 a 10 % |
de 10 a 11% |
de 11 a 12% |
de 12 a 13% |
de 13 a 14% |
de 14 a 15% |
acima de 15% |
% jogadores |
8% |
21% |
17% |
13% |
25% |
8% |
8% |
Média do grupo: 12,37%
Tabela 5. Classificação do grupo de jogadores em relação à Massa Muscular Corporal
% Muscular |
de 43 a 44 % |
de 44 a 45% |
de 45 a 46% |
de 46 a 47% |
de 47 a 48% |
de 48 a 49% |
acima de 49% |
% jogadores |
33% |
4% |
21% |
29% |
4% |
8% |
0% |
Média do grupo: 45,1%
A tabela 4 mostra que 40% dos jogadores estavam com o percentual de gordura corporal acima da média do grupo e apenas 8% apresentavam um percentual de gordura corporal inferior a 10%. A tabela 5 mostra que 37% dos jogadores estavam com o percentual de massa muscular corporal abaixo da média do grupo e que nenhum atleta apresentava índice percentual superior a 49%.
As tabelas 6 e 7 fazem referência à reavaliação do grupo após o período de três semanas de treinamentos.
Tabela 6. Classificação do grupo de jogadores em relação à Gordura Corporal
% Gordura |
de 9 a 10 % |
de 10 a 11% |
de 11 a 12% |
de 12 a 13% |
de 13 a 14% |
de 14 a 15% |
acima de 15% |
% jogadores |
25% |
17% |
25% |
13% |
17% |
0% |
4% |
Média do grupo: 11,4%
Tabela 7. Classificação do grupo de jogadores em relação à Massa Muscular Corporal
% Muscular |
de 43 a 44 % |
de 44 a 45% |
de 45 a 46% |
de 46 a 47% |
de 47 a 48% |
de 48 a 49% |
acima de 49% |
% jogadores |
4% |
17% |
25% |
13% |
25% |
13% |
4% |
Média do grupo: 46,3%
A tabela 3 mostra que 34% dos jogadores apresentaram percentuais de gordura corporal acima da média do grupo e que 25% dos jogadores apresentaram um percentual de gordura corporal inferior a 10%. A tabela 4 mostra que 45% do grupo de jogadores apresentaram percentual de massa muscular acima da média do grupo e que 4% dos jogadores apresentaram percentual superior a 49%.
O Gráfico 1 demonstra o comparativo entre a 1ª avaliação e a reavaliação no que tange ao percentual de gordura corporal dos jogadores.
Gráfico 01. Comparativo entre a 1ª avaliação e a reavaliação no que tange ao percentual de gordura corporal dos jogadores
É possível observar a evolução do grupo de jogadores em relação ao percentual de gordura corporal, pois nos índices mais baixos de gordura corporal houve um aumento percentual de jogadores e nos índices mais altos de gordura corporal houve uma diminuição percentual de jogadores.
O Gráfico 2 demonstra o comparativo entre a 1ª avaliação e a reavaliação no que tange ao percentual de massa muscular corporal dos jogadores.
Gráfico 2. Comparativo entre a 1ª avaliação e a reavaliação no que tange ao percentual de massa muscular corporal dos jogadores
É possível observar, também, uma aquisição de massa muscular por parte do grupo de jogadores, uma vez que nos índices mais altos de massa muscular houve um aumento percentual de jogadores e nos índices mais baixos de massa muscular houve uma diminuição percentual de jogadores.
O gráfico 3 mostra a evolução das médias do grupo para percentual de gordura corporal obtidos nas duas avaliações.
Gráfico 3. Evolução das médias do grupo para percentual de gordura corporal obtidos nas duas avaliações
Observa-se que houve uma melhora do grupo como um todo no que tange a gordura corporal, havendo uma diminuição da média geral do grupo.
O gráfico 4 mostra a evolução das médias do grupo no que tange a massa muscular corporal obtidas nas duas avaliações.
Gráfico 4. Evolução das médias do grupo no que tange a massa muscular corporal obtidas nas duas avaliações
Observa-se que houve um aumento considerável de massa muscular no grupo de jogadores em questão, em média.
A análise dos dados obtidos nos possibilita constatar que o grupo de jogadores se apresentou com índices de gordura corporal e de massa muscular corporal fora dos padrões aceitáveis para futebolistas profissionais, segundo literatura especializada consultada e anteriormente citada. A média do percentual de gordura do grupo, 12,37%, estava acima dos índices recomendados para atletas de alto nível, e mesmo assim grande parte dos jogadores, mais precisamente 40%, apresentou índices superiores a esta média do grupo. A média do grupo para massa muscular era de 45,1%, índice considerado baixo em se tratando de atletas de competição, e ainda 37% dos jogadores apresentaram índices de massa muscular abaixo da média do grupo. Esses valores inadequados na primeira avaliação podem ser motivados por uma falta de cuidado dos atletas no momento off season, ou seja, enquanto não estão treinando em clube algum. Isto faz com que o atleta perca massa muscular e ganhe massa gorda nesse período, tendo como conseqüência uma primeira avaliação física ruim quando da apresentação no novo clube.
Após o período de três semanas de treinamento intensivo, foi notória a modificação dos valores percentuais de composição corporal dos atletas. A média do grupo para gordura corporal foi de 11,4% e a média de massa muscular foi de 46,3%. Esses valores demonstram uma evolução física básica dos jogadores como resposta ao treinamento. O grupo de jogadores que apresentaram percentual de gordura inferior a 10% aumentou de 8 para 25%, e 34% ainda permaneciam com valores acima da média do grupo. A reavaliação mostrou que 4% dos jogadores apresentaram mais de 49% de massa muscular, valor este considerado bom, mas que na primeira avaliação não foi obtido por nenhum jogador. Outro valor que evidencia a evolução física dos jogadores é o percentual de 45% dos jogadores apresentando valores acima da média do grupo para massa muscular. O aumento do condicionamento físico ficou evidente ao constatarmos a diferença entre os valores obtidos para índice de gordura corporal na avaliação e na reavaliação. Além da diminuição da média do grupo, houve uma redistribuição dos valores, aumentando o percentual de jogadores com valores considerados ótimos (abaixo de 10% de gordura corporal) e diminuindo o percentual de jogadores com valores acima da média do grupo e considerados altos, além da queda em 0,9% da média do grupo. Ao constatarmos a diferença entre os índices obtidos para massa muscular, o aumento do percentual de jogadores com valores considerados bons (de 47 a 49%), inclusive com o incremento de jogadores com valor acima de 49%, e a diminuição do percentual de jogadores com valores considerados baixos (abaixo de 44%), além do aumento em 1,2% na média do grupo, podemos considerar, então, que houve realmente uma evolução física com ganho de massa muscular e diminuição da gordura corpórea.
Considerações finais
O objetivo final de um programa de avaliação é o de obter o controle fisiológico das cargas de treinamento, pois seu resultado fornece informações objetivas e precisas (na medida do possível, dentro da multivariedade das exigências físicas do futebol) para o aumento da aptidão física do futebolista. Especificamente no caso dos jogadores estudados, pode-se concluir que os mesmos se apresentaram com índices de massa muscular e de gordura corporal que não condiziam com índices de atletas, e que, após três semanas de treinos, houve um incremento de massa muscular em 1,2% em média e uma diminuição de massa gorda em 0,9% em média. A execução deste estudo foi de extrema importância para o meu desempenho profissional. Como estou ligado diretamente com o futebol de alto rendimento, trabalhando nesta área desde 2001, esta monografia contribuiu de forma direta e reflexiva para o entendimento de alguns fatores e situações que encontramos no dia a dia do trabalho com o grupo de jogadores profissionais.
Particularmente considero que, independentemente do planejamento do treinamento físico a ser seguido, deve haver, sempre, um bom relacionamento e uma boa comunicação entre o treinador e o preparador físico, afim de minimizar os malefícios de um excesso de treinamento ou até mesmo de um déficit físico conseqüente de um treinamento insuficiente. Outro aspecto que julgo ser importante é a consciência profissional de cada jogador. Assim, este jogador estaria, no momento da apresentação ao novo clube, com índices mais próximos do ideal de massa muscular e de gordura, fato este que poderia facilitar o desenvolvimento inicial de um programa de treinamento físico de alto nível, ainda mais nos dias atuais, em que não existe tempo hábil de desenvolvimento físico ideal no futebol, em virtude do calendário de competições e de compromissos dos clubes profissionais.
Bibliografia
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