Índice de massa corporal em praticantes  de um programa de atividade física Índice de masa corporal en practicantes de un programa de actividad física Body mass index in practitioners of a physical activity
	Profª Graduada em Educação Física CEFID-UDESC (Brasil)	Annelise do Vale Pereira de Oliveira annedovale@gmail.com
	Resumo           O presente estudo teve como objetivo avaliar o índice de massa corporal (IMC) em indivíduos, antes e depois da participação de um programa de atividade física. Participaram da pesquisa 23 alunos com idade média de (62,00; ±7,77), sendo 17 mulheres (61,70; ±7,74) e 6 homens (64,83; ±8,06). A coleta de dados foi realizada em um período de quatro meses de forma individualizada, com obtenção de peso e altura, por meio de uma balança antropométrica e um estadiômetro profissional. A pesquisa teve delineamento longitudinal, e análise por meio da estatística descritiva. Verificou-se no presente estudo, uma maior adesão das mulheres em programas de atividade física, porém, resultados diferentes de outras pesquisas, visto que as mulheres apresentaram menores índices de massa corporal do que os homens. Ao iniciar o programa, 64,7% das mulheres e 100,0% dos homens apresentavam IMC elevado. Ao término do programa os índices apresentados foram, 52,7% e 83,3 respectivamente. Para obtenção de melhores resultados, dar-se-á continuidade neste programa.           Unitermos: Programa de atividades físicas. Índice de massa corporal. Atividade física.   Abstract           This study aimed to evaluate the body mass index (BMI) in subjects before and after participation in a physical activity program. Participated 23 students in the survey mean age (62.00, ± 7.77), 17 women (61.70, ± 7.74) and 6 men (64.83, ± 8.06). Data collection was conducted over a period of four months on an individual basis, obtaining weight and height, using an anthropometric scale and a stadiometer professional. The study had a longitudinal design, and analysis using descriptive statistics. It was found in this study, a higher compliance of women in physical activity programs, however, different results from other studies, since women had lower body mass index than men. When starting the program, 64.7% and 100.0% of men had high BMI. At the end of the program the results presented were 52.7% and 83.3% respectively. For best results, give this program will continue.           Keywords: Physical activity program. Body mass index. Physical activity.
	EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 161, Octubre de 2011. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    A prevalência da obesidade no Brasil quase triplicou nos últimos 34 anos. Segundo dados do IBGE (2008-09), o excesso de peso entre homens, em 1974-75 era de 18,5% passando para 50,1% em 2008-09. Para as mulheres, o aumento foi menor: de 28,7% para 48%. Estes índices indicam que quase a metade da população brasileira encontra-se com excesso de peso, tornando-se alarmantes estes dados. Entre as regiões do Brasil, o Sul vem obtendo dados elevados, onde o excesso de peso era de 36,6% em 1974-75, 47,3% em 1989, caiu para 44,8% em 2002-2003 e voltou a subir para 51,6% em 2008-09, tornando-se elevado em comparação com as outras regiões (IBGE, 2008-09).

    A obesidade é mais freqüente a partir da quarta década de vida e normalmente aparece primeiro nas mulheres, atingindo 24% delas, mais precisamente a partir dos 45 anos e 15% dos homens depois dos 55 anos (BARRETO, 1999). Segundo o autor, o excesso de peso pode acarretar diversos problemas físicos, psicossociais e mentais. Dentre eles incluem, aumento da mortalidade, elevação da morbidade, com o surgimento de inúmeros distúrbios no homem e na mulher, como, por exemplo, artrose no joelho, varizes, problemas dermatológicos, hérnia de hiato, alterações emocionais, menstruais e hirsutismo.

    O envelhecimento é a característica responsável pela perda progressiva das aptidões funcionais do organismo, aumentando o risco do sedentarismo (KALLINEN, 1995). A prática de exercício físico, além de combater o sedentarismo, contribui de maneira significativa para a manutenção da aptidão física do idoso, seja na sua vertente da saúde como nas capacidades funcionais (VUORI, 1995). Entretanto, os exercícios físicos podem apresentar algumas limitações para os idosos, devido às modificações fisiológicas impostas com o processo de envelhecimento. Isso é preocupante, porque pesquisas indicam que muitas doenças da era moderna, como, doenças cardiovasculares, renais, digestivas, diabetes, problemas hepáticos e ortopédicos estão associadas ao excesso de gordura corporal.

    Portanto, objetivou-se avaliar o índice de massa corporal em indivíduos, antes e depois da participação em um programa de atividade física.

Procedimentos metodológicos

    Trata-se de uma pesquisa descritiva com delineamento longitudinal, com o objetivo principal de avaliar a variação do Índice de Massa Corporal (IMC) em praticantes de atividade física durante um período de 4 meses. A amostra foi composta por 23 integrantes de ambos os sexos, participantes de um programa de atividade física. A amostra foi composta por um grupo sedentário que não costumavam praticar da atividade física regularmente, iniciando duas vezes por semana em sessões de uma hora, durante um período de quatro meses. Durante as aulas foram realizados exercícios de alongamento, caminhada e exercícios musculares localizados (todos com duração média de 20 minutos). Todos os 23 participantes apresentaram um atestado de aptidão física devidamente assinado por um médico responsável, antes do início das aulas. Os dados antropométricos massa corporal e altura foram avalidos por meio de uma balança antropométrica e estadiômetro profissional, seguido dos cálculos de IMC expresso pela relação entre a massa corporal em kg e estatura em m2. A coleta de dados ocorreu sempre na primeira aula do mês, em um ambiente propício e de forma individualizada, para obter melhores resultados, reduzindo as chances de interferências externas. Após a coleta de dados, estes foram tabulados no programa Statistical Package for Social Sciences – SPSS, versão 17.0, auxiliando na análise estatística e construção das tabelas, facilitando a visualização dos resultados. Para análise dos dados foi utilizado à estatística descritiva (médias, medianas, freqüências e desvios- padrão).

Resultados e discussão

    Participaram do estudo 23 idosos, com idade entre 52 e 80 anos, sendo n=17 (73,9%) mulheres e n=6 (26,1%) homens. Na tabela 1, é possível verificar que a pesquisa foi composta por mais mulheres do que homens, sendo que uma grande parte dos participantes encontrava-se na faixa etária entre 50 e 60 anos. Esta grande participação feminina vem ocorrendo em diversas outras pesquisas, podendo elevar os índices de massa corporal final (RECH et al., 2010; BARBOSA et al., 2007). Além da maior participação feminina, é possível verificar que a faixa etária com maior aquisição do programa foi a da quinta década de vida, período em que inicia o maior acumulo de gordura corporal no organismo (IBGE, 2008-09).

Tabela 1. Participantes do estudo, separados por sexo e faixa de idade

    O IMC elevado, corresponde ao excesso de peso do indivíduo, que quando não controlado pode chegar a uma obesidade. De acordo com a tabela 3, ao iniciar o programa, 73,9% da população encontrava-se com IMC elevado. Ao término do mesmo este valor veio a reduzir, chegando a 60,9%, sendo que três alunos saíram da zona de IMC elevado para o adequado. Entretanto, estes índices tornaram-se maiores entre os homens, tanto no início do programa como no final. Estes dados corroboram com outras pesquisas, que apresentam os maiores índices entre as mulheres (SANTOS, 2005; BARBOSA, 2007). Os resultados, apresentados não se diferenciaram estatisticamente (p≤ 0,001), podendo ter ocorrido devido às poucas aulas semanais, visto que a freqüência mínima de aulas para obtenção de resultados satisfatórios é de três vezes por semana (NADAI, 1995). Contudo as aulas tiveram duração de 60 minutos e todos os alunos receberam orientações sobre a importância de uma alimentação adequada, critérios adequados para um bom programa de atividade física (MATSUDO, 1993).

Tabela 2. Caracterização da amostra. Apresentação total do IMC antes e depois do programa de atividade física, separando-os por sexo

Conclusão

    O programa de atividade física para adultos e idosos, vem se tornando fator fundamental para o bom desenvolvimento destes. Diversos programas vêm auxiliando na descrença da pré-concepção negativa de que velhice seria algo ruim e desagradável, para uma imagem de fim de vida cheia de experiências alegres e profundas, através de um ser atuante, por meio de convivência com indivíduos com as mesmas características.

    De acordo com os resultados encontrados neste estudo, verificou-se que os obtidos no programa de atividade física apesar de não serem estatisticamente significativos, foram positivos. Um grande grupo de idosos obteve bons resultados em relação a sua massa corporal. Estes achados foram conquistados, devido à prática de atividade física orientada, combinado com uma boa alimentação. O período de quatro meses foi pouco para o objetivo proposto, porém, o programa terá continuidade, para posteriores avaliações.

Referências bibliográficas

• BARBOSA, A. R.; SOUZA, J. M. P.; LEBRÃO, M. L.; MARUCCI, M. F. N. Estado nutricional e desempenho motor de idosos de São Paulo. Rev Assoc Med Bras. v. 53, n. 1, pg. 75-9, 2007.

• BARRETO, J.G. Fatores de risco da hipertensão arterial. Rev SOCESP. v. 9, pg. 3-9, 1999.

• Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE) Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009 [cited 2010 Sep 05]. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1699&id_pagina=1

• KALLINEN, M.; MARKKU, A. Aging, physical activity and sports injury. An overview of common sports injuries in the elderly. Sports Med. v. 20, pg. 41-52, 1995.

• MATSUDO, V. Recreação, Lazer e Atividade Física para Terceira Idade. In: “EMAF - Encontro Mineiro de Atividade Física”. Curso. Poços de Caldas, mai, 1993.

• NADAI, A. Programa de atividades físicas e terceira idade. Motriz. v.1, n. 2, pg. 120-123, 1995.

• RECH, C.R.; LIMA, L.R.A.; CORDEIRO, B. A.; PETROSKI, E. L.; VASCONCELOS, F.A.G. Validade de equações antropométricas para a estimativa da gordura corporal em idosos do sul do Brasil. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. v. 12, n. 1, pg 1-7, 2010.

• SANTOS, D. M.; SICHIERI, R. Índice de massa corporal e indicadores antropométricos de adiposidade em idosos. Rev Saúde Pública. v. 39, n. 2, pg. 163-8, 2005.

• VUORI, I. Exercise and physical health musculoskeletal health and functional capabilities. Res Q Exerc Sport. v. 66, pg. 276-85, 1995.

Outros artigos em Portugués

	Búsqueda personalizada
EFDeportes.com, Revista Digital · Año 16 · N° 161 | Buenos Aires, Octubre de 2011 © 1997-2011 Derechos reservados