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Modalidades de exercitação corporal em academias: reflexões plurais

Modalidades de ejercitación corporal en los gimnasios: reflexiones múltiples

 

*Profissional de Educação Física do Curso de Educação Física

do Centro Universitário para o Desenvolvimento para

o Alto Vale do Itajaí, UNIDAVI

Professor Doutor do Curso de Educação Física

da Universidade Regional de Blumenau, FURB

Professor do Curso de Educação Física e História do Centro Universitário

para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí, UNIDAVI

Scheila da Silva*

Eduardo Cartier**

eduardocartierlarangeira@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo qualitativo de caráter reflexivo teve por objetivo central analisar as relações dos serviços oferecidos pelas academias de ginástica e musculação e a consolidação destes no âmbito da realidade empírica. Elaboramos como problema de pesquisa como se dá as relações dos serviços oferecidos pelas academias de ginástica e musculação e a consolidação destes no âmbito da realidade empírica? Resultados de pesquisas mais recentes têm sugerido que os programas regulares de exercícios físicos devem ser considerados de extrema importância, não apenas pela sua atuação direta na redução dos riscos prospectivos de doenças crônico-degenerativas. Neste sentido os programas de exercício físico como vêm sendo ofertados à população através das academias de ginástica limitam a participação de indivíduos que não possuem condições financeiras para custear a prática nesses ambientes, sendo que desta forma o incentivo a prática de atividade física acaba se tornando um tanto quanto ilusório quando não se pensa nessa parcela da sociedade. No que tange a Educação Física esta continuará alienante e alienada enquanto for exclusivamente física, tecnizada – estimulado pelas franquias que adentram as academias de ginástica entre outras características capitalistas.

          Unitermos: Academias de ginástica e de musculação. Franquias. Atividade física.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 161, Octubre de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Diversas são as modalidades de exercitação corporal oferecidas pelas academias de ginástica e de musculação (AGM) à população de maneira geral e com isto cresce o número de praticantes de exercícios físicos no interior destes estabelecimentos.

    A procura por melhores condições de saúde e por sua vez um nível de aptidão física adequado, considerações estéticas e a diminuição de agravos em saúde tem sido buscado pelos praticantes de exercício físico em AGM no sentido de obter melhor qualidade de vida, proporcionando assim a possibilidade de buscar a entrada na senescência em condições funcionais sustentáveis e seguramente uma participação ativa na sociedade.

    Cartier et al. (2006); Guedes e Guedes (2003) sinalizam que inúmeros são os estudos que atestam os benefícios do exercício físico, para saúde do indivíduo, bem como os efeitos deletérios quando da inatividade física e neste sentido os princípios biológicos do exercício físico também permitem uma compreensão da necessidade de ao executar um programa de exercício físico considerar os fatores que possibilitam uma prática segura e eficiente, sobretudo a realização concreta dos objetivos dos sujeitos praticantes.

    É seguro afirmar desta forma, a importância do exercício físico para a melhoria da qualidade de vida do indivíduo para qualquer população, desde que seguindo as orientações e prescrições adequadas por algum profissional devidamente capacitado.

    A participação em um programa de exercícios físicos regular é uma forma de intervenção efetiva para reduzir e prevenir inúmeros declínios funcionais associados ao envelhecimento. Portanto, os benefícios associados ao exercício regular e a atividade física irão contribuir para um estilo de vida saudável e independente, melhorando a capacidade funcional e a qualidade de vida (MAZZEO et al., 1998).

    Contudo, é necessário compreender a dinâmica que rege estas perspectivas relacionando aos sistemas desenvolvidos no interior das AGM, bem como nos sistema de saúde pública, embora não seja o escopo da obra.

    A promoção da saúde, enquanto estratégia da saúde pública surgiu como uma reação à medicalização da saúde na sociedade em geral, e no interior do próprio sistema de saúde. O novo delineamento que está sustentando o novo paradigma para o entendimento do processo saúde/doença privilegia a idéia de que esse processo é resultado de uma produção social (WESTPHAL, 2006). Neste sentido, o confronto da idealização de saúde nos programas de exercícios físicos merecem discussões de natureza biológica e social.

    Com base nestas considerações preliminares é que elaboramos como objetivo principal deste estudo analisar as relações dos serviços oferecidos pelas academias de ginástica e musculação e a consolidação destes no âmbito da realidade empírica.

    A relevância deste estudo se dá a partir da necessidade de refletir de maneira crítica acerca das conformações mercadológicas impostas pelas AGM, quando direcionam a entrada dos professores de Educação Física no campo de atuação profissional, a partir da realização imprescindível dos cursos das franquias, uma vez que não credenciados não se estabelecem no interior destes estabelecimentos.

    Do ponto de vista prático o professor de Educação Física devidamente conhecedor deste processo teria condições de buscar a reorganização destas práticas e com isto transformando as condições de trabalho e sendo autor da sua realização profissional.

    Elaboramos como problema de pesquisa como se dá as relações dos serviços oferecidos pelas academias de ginástica e musculação e a consolidação destes no âmbito da realidade empírica?

    Partimos do contexto que se percebe a inconsistência dos programas oferecidos pelas AGM, na medida em que diversos programas oferecem atividades padronizadas que atestam contra os princípios biológicos do exercício físico, uma vez que estabelecem um paradigma de exercitação em que a autonomia e a compreensão sobre tal atividade se torna no mínimo dificultosa, afinal a condição de alienação1 não proporciona ao indivíduo ser sujeito de sua própria história rumo à emancipação humana.

Aspectos relacionados à dinâmica dos programas franquiados

    As modalidades de ginástica oferecidas pelas academias seguem padrões designados por franquias que se estabeleceram através da sistematização de atividades físicas no sentido de proporcionar um programa de exercício físico que seja adequado aos praticantes e aos professores envolvidos.

    Estas aulas de ginástica são desenvolvidas por profissionais ligados diretamente as franquias e as mesmas são oferecidas para os profissionais do ramo que atuam nas academias e se vinculam as franquias.

    Diversos são os benefícios que estes programas/franquias oferecem, afinal é sabido que o exercício físico proporciona ao indivíduo melhores condições de saúde, embora saibamos que o exercício físico de maneira geral necessita do respeito aos seus princípios biológicos.

    Para Leite (1996) a prática de exercícios físicos proporciona ao indivíduo melhoras na qualidade de sua vida, dando-lhes uma maior capacidade para as tarefas do dia-a-dia, para o lazer e alterar favoravelmente a taxa de declínio de suas funções biológicas. Bompa (2002) e Barbanti (1996) também asseveram que o treinamento físico produz reflexos de adaptação morfológica e funcional, com o objetivo de aumentar o rendimento num determinado espaço de tempo, tendo variáveis imprescindíveis para o controle de treinamento, destaca-se, volume e intensidade de treino.

    Resultados de pesquisas mais recentes têm sugerido que os programas regulares de exercícios físicos devem ser considerados de extrema importância, não apenas pela sua atuação direta na redução dos riscos prospectivos de doenças crônico-degenerativas, mas, sobretudo pela sua interferência na magnitude dos outros fatores de risco modificáveis (CARTIER, VATANABE e STIZ, 2008).

    Entretanto, para Weineck (2003) os princípios do exercício físico servem para otimizar a escolha e execução de métodos por praticantes e professores, sendo que os mesmos devem estar atentos para que estes princípios não sejam considerados ou utilizados isoladamente, mas no contexto que se inserem.

    Percebemos que uma das limitações impostas a este tipo de programa/franquia não considera preponderantemente tais componentes, na medida em que as individualidades de maneira geral são preteridas ou ignoradas.

    As atividades se configuram com o surgimento constante de novos adeptos, desta forma a continuidade do/no processo de desenvolvimento do indivíduo se torna bastante prejudicado. Santos (2005, p. 122) evidencia que “o planejamento do treino é responsável por assegurar as condições necessárias para a continuidade desse processo”, logo na medida em que são ignorados perde-se as capacidades de otimização e adequação dos benefícios vindo desta prática.

    Podemos observar também que quando o processo de oferta das modalidades de ginástica acontece vinculado à outra prática de exercitação corporal como a musculação, esta acaba se tornando parte do treino de musculação e não é vista mais como uma modalidade que desenvolve benefícios para saúde sem estar vinculada a outra prática, afinal quando o indivíduo não quer fazer a parte aeróbia do treinamento de musculação nos aparelhos recorre a opção de fazer uma aula de ginástica como forma de substituição.

    Para se conseguir estruturar uma aula de ginástica em que se tem uma turma composta sempre pelos mesmos indivíduos, que se propuseram a praticar esta modalidade específica em busca de um objetivo, logo não é uma tarefa muito fácil, ainda mais quando se devem considerar todos os princípios biológicos do exercício físico para conseguir desenvolver uma aula que respeite as individualidades de cada praticante.

    Monteiro (2006, p. 15) assinala que:

    para prescrição e orientação corretas quanto à prática do exercício, deve-se estar ciente das características e das particularidades do aluno, no que diz respeito tanto a hábitos diários quanto à aptidão física atual. Todo treinamento, então, deveria ser programado de maneira individualizada para maior controle de suas variáveis.

    Quando essa turma é composta todos os dias por indivíduos diferentes, novos praticantes a cada aula, praticantes esporádicos e os assíduos desta forma além do professor ter que ministrar uma aula que seja atrativa, que englobe os princípios biológicos, precisa de certa forma atingir os objetivos dos praticantes.

    Quanto mais complexas forem às aulas exigirão uma capacidade ainda maior de coordenação motora e aptidão física de cada indivíduo, cada um levará um tempo diferente para assimilar o gesto até conseguir executá-lo, o que faz parte do processo de adaptação a este estímulo, “assim, nem todos os indivíduos deverão apresentar progressão na adaptação aos esforços físicos no mesmo ritmo” (GUEDES e GUEDES, 2003, p. 211).

    Destarte, para que se desenvolva uma seqüência de aulas que visem uma melhora no desempenho, além de considerar os indivíduos que a praticam precisa-se dosar as cargas que serão aplicadas para que se tenha uma evolução.

    Neste sentido, é preciso promover adaptações de forma coerente se a turma não é constituída pelos mesmos indivíduos todo dia, em que há uma variabilidade de praticantes a cada aula, assim “as adaptações metabólicas e funcionais induzidas pelos exercícios físicos tendem a retornar aos estados iniciais após a paralisação ou até mesmo a interrupção temporária dos programas” (GUEDES e GUEDES, 2003, p. 212).

    Tubino (2003) ressalta que as pessoas, mesmo possuindo idêntica condição inicial, respondem de maneira diferenciada aos estímulos. Independente da condição apresentada pelos indivíduos inicialmente sua progressão perante as cargas oferecidas no decorrer das aulas nem sempre serão superadas num mesmo momento, uns indivíduos são mais treináveis do que outros e respondem ao processo de forma mais rápida que outros, e a adaptação ocorrem da mesma forma, enquanto outros levam mais tempo para assimilar e responder ao mesmo treinamento.

A característica capitalista de franquias na sociedade

    Nos últimos anos as franquias têm literalmente tomado conta do mercado2 no ramo das modalidades de ginástica e a cada ano surgem novas tendências, e novos grupos de franquias que vêm sendo implantados dentro deste sistema capitalista, de forma demasiadamente rápida e sem controle.

    Todos esses sistemas têm sua formação básica dentro de um modelo altamente capitalista, e as AGM acabam aderindo e implantando os mesmos, devido ao lucro e a imagem que se incorporam a esses sistemas, pois tudo que é novidade chama a atenção e se possui um nome que tem uma forte presença na mídia acaba se tornando a atividade da moda.

    A submissão das franquias, dos treinamentos e suas vinculações para atraírem adeptos, assim como a padronização do exercício físico sem dúvida alguma comprometem a capacidade individual de exercitação física do sujeito.

    A saúde e a qualidade de vida não estão vinculadas a nenhuma modalidade de ginástica específica de alguma franquia por mais que esta tenha muitos adeptos nas mais diversas cidades. Os praticantes de qualquer modalidade podem freqüentar aulas de ginásticas tão boas e eficientes quanto às oferecidas pelas franquias desde que estas sejam ministradas por profissionais capacitados e comprometidos com o seu trabalho e profissão, e desta forma proporcionando práticas que se aproximem o máximo possível das suas capacidades individuais respeitando suas limitações, e propiciando seu desenvolvimento.

    A partir do momento em que as AGM pensarem somente em rentabilidade, mas realmente em oferecer modalidades de ginástica com o intuito de melhorar a qualidade de vida de seus adeptos, visando à saúde e o bem-estar do indivíduo sem deixar de lado as individualidades deste enquanto praticante da mesma, as franquias e suas formas de exercitação continuarão tomando conta do mercado.

    A sociedade e os seres humanos não são aquilo que em função de suas possibilidades e sua natureza podem ser. Isso transparece nas sociedades industriais principalmente no mundo do trabalho. Como causa, temos um tipo de pensamento que se efetiva na razão instrumental ou racionalidade técnica. Isto é, as relações sociais em seu conjunto são direcionadas por uma razão instrumental, coisificando-as (BRACHT, 2003).

    Os indivíduos devem compreender a modalidade que praticam, e não simplesmente praticá-la, se tornando consciente dos benefícios que são agregados a elas, para assim conseguir discernir a importância desta para o seu dia-a-dia, e não simplesmente praticar uma modalidade por pertencer a esta ou aquela franquia.

    Enquanto as AGM mantiverem-se vinculadas a estas franquias exigindo o credenciamento nas mesmas, de seus profissionais para contratação, a modalidades de exercitação corporal continuarão a serem desenvolvidas nesta perspectiva. E a falta do respeito aos princípios biológicos do exercício físico é algo que preocupa a consolidação de um programa de exercício físico.

Pensando um programa de exercício físico que considere acesso as demais populações

    Os programas de exercício físico como vêm sendo ofertados à população através das AGM, limitam a participação de indivíduos que não possuem condições financeiras para custear a prática nesses ambientes, sendo que desta forma o incentivo a prática de atividade física acaba se tornando um tanto quanto ilusório quando não se pensa nessa parcela da sociedade.

    O incentivo às práticas corporais, por exemplo, deve privilegiar estratégias que garantam a existência de espaços prazerosos e adequados (pistas de caminhadas, ciclovias, praças públicas, espaços para a prática de esporte e lazer, por exemplo) [...]. Trata-se de investir no debate sobre o planejamento urbano, a mobilidade urbana e as desigualdades e iniqüidades no acesso a espaços públicos saudáveis (MALTA et. al., 2009, p. 82).

    Faltam programas/projetos sociais que incluam o acesso da população de forma geral sem restrições, um exemplo disso são as academias ao ar livre que vem sendo implantadas em algumas cidades.

    Segundo Malta (2009), existem programas já implantados de academias ao ar livre que estão sendo avaliados, os listados foram a Academia da cidade de Recife e Curitibativa criados por meio de parcerias entre o Ministério da Saúde, CDC/USA, Unifesp, Saint Louis University, UFPel e USP e outros dois projetos também neste âmbito a Academia da cidade de Belo Horizonte - MG e de Aracajú, SE, conduzidas pela UFMG e UFS. As avaliações realizadas nestes programas/projetos reuniram evidências que demonstram a efetividade destas práticas, que podem ser difundidas e adequadas para outros contextos. Sendo que a implantação de muitas destas academias ao ar livre surgem a partir de um sistema privado de saúde.

    Precisamos de implantações de projetos que visem esta prática e que tenha o foco de abranger a sociedade de modo geral, por meio de promoção de atividade física gratuita, em que o indivíduo tenha a oportunidade de estar se exercitando sem nenhum custo.

    Segundo Cartier e Zoboli (2011, p. 149):

    as práticas corporais, no âmbito da saúde pública e coletiva, têm uma relação que interfere no sujeito e na sua subjetividade, na sua forma de pensar e se relacionar com os outros que implica na proposição de uma política sócio-econômica participativa, transversal e intersetorial que compreenda e produza saúde de modo a garantir condições favoráveis de saúde para que os diversos atores e setores - públicos e privados - consigam se articular com vistas a um sistema de saúde mais participativo e justo.

    Esses projetos podem ser desenvolvidos por meio de parcerias com a secretaria de saúde, pois na medida em que oferecermos mais condições de saúde à população, poderemos ter sujeitos mais ativos e a partir disto menos gasto com a saúde pública.

    O ano de 2007 marca a elaboração do Plano Nacional de Práticas Corporais e Atividade Física visando à indução das respectivas políticas públicas no nível municipal [...] mediante uma estratégia nacional de contratos de cooperação. Seu objetivo é difundir o tema da atividade física e promover a construção e implementação de projetos nas escolas, ambientes de trabalho e áreas públicas de lazer, facilitando o investimento em espaços urbanos mais saudáveis e a ampliação do acesso à informação para a produção de modos de viver mais saudáveis no cotidiano do cidadão. (MALTA et al., 2009, p. 83)

    As cidades que possuem programas/projetos que têm como objetivo incentivar a população a se tornar mais ativa, poderiam investir em maior divulgação, ampliação e estruturação de programas de exercícios físicos para os mais diversos locais, e não exclusivamente no centro da cidade.

    As atividades podem ser realizadas sem muitos equipamentos e recursos. A criação de grupos de caminhada, alongamento e ginástica funcional se estabelecem como uma boa possibilidade de exercitação.

Considerações finais

    A prática de exercício físico é necessária para a promoção da saúde e qualidade de vida durante todo o processo de desenvolvimento do ser humano. A promoção, prevenção, proteção e recuperação à saúde é de extrema importância ao sujeito de modo a garantir a sua independência funcional, sobretudo na terceira idade.

    Compreendemos a partir do estudo que os direcionamentos da Educação Física, no que tange as franquias inseridas dentro das academias de ginástica e musculação contemplam a perspectiva de reprodução capitalista, na medida em que desenvolve sua prática de maneira a assegurar a importância do exercício físico adestrado e determinista.

    Do ponto de vista das praticas corporais, se faz necessários espaços populares para que – de fato – a população menos favorecida economicamente tenha acesso.

    Explorar as atividades de maneira a oferecer processos de treinamento não seguros, ideologicamente a serviço do capital parece ser altamente nocivo ao ser humano, quando este necessita fundamentalmente de autonomia e reflexão para manter uma relação social saudável e compartilhada.

    No que tange a Educação Física esta continuará alienante e alienada enquanto for exclusivamente física, tecnizada – estimulado pelas franquias que adentram as AGM, entre outras características capitalistas. Para Manuel Sergio (1999) a palavra física apresenta e sustenta uma clara significação ideológica. Na realidade, a Educação Física pode levar a uma definição de ser humano conformista, imobilizado no tempo e, acima do mais, uma idéia de natureza humana dividida (ontológica e metafisicamente) em corpo e alma e, por conseqüência, sem um projeto global de humanidade.

    Quando a saúde deixa de ser considerada como apenas ausência de doença, passando a ser conceituada como completo bem estar físico, mental e social, mudam-se as estratégias assistenciais da saúde, desta forma a prevenção passa a ser prioridade na promoção da saúde, abrindo espaço para outras categorias de profissionais (ALCÂNTARA, 2004).

    A atividade física está associada também com uma melhor mobilidade, capacidade funcional e qualidade de vida. No entanto, tão importante quanto estimular a prática regular de atividades físicas mudanças para a adoção de um estilo de vida ativo. E para isto necessitamos repensar as condições materiais que oferecemos para a sociedade tornar-se relativamente ativa.

Notas

  1. Para Marx (2002) o capitalismo produz a alienação do ser humano afastando-se de si mesmo e dos outros seres humano na medida em que seu corpo, seu espírito, e seus amigos lhe são afastados.

  2. Estamos compreendendo mercado a partir das considerações de Cartier et al. (2006), em que este sinaliza como um espaço virtual e físico em que se tem o consumo e oferta de mercadorias.

Referências

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  • CARTIER, E.; VATANABE, S.; STIZ, E. A musculação e o idoso: fatores que levam os indivíduos com mais de 60 anos a praticar musculação como exercício físico. Revista Científica JOPEF – Online, Fórum Internacional de Qualidade de Vida e Saúde. Curitiba: Korppus, v.1 n.4, 2008.

  • CARTIER, E. ZOBOLI, F. Educação Física na saúde pública e coletiva: uma perspectiva de formação. In: ANDRADE, M. R. S. de. et. al. (Orgs.). Formação em Saúde: Experiências e Pesquisas nos Cenários de Prática, Orientação Teórica e Pedagógica. Blumenau: Edifurb, 2011, pp.141- 154.

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