Evolução do engajamento de uma criança com paralisia cerebral e com deficiência auditiva em atividades cantadas Evolución de la participación de un niño con parálisis cerebral y discapacidad auditiva en actividades cantadas |
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*Acadêmica do curso de Licenciatura em Educação Física **Doutora em Saúde da Criança e do Adolescente AMA / CDS / UFSC (Brasil) |
Beatriz Dittrich Schmitt* Angela Teresinha Zuchetto** |
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Resumo O objetivo desse estudo foi verificar o tempo de engajamento de um aluno com paralisia cerebral e surdez profunda associada em atividades cantadas. Esse estudo de caso descritivo, analisou uma criança, atualmente com onze anos, participante do AMA. As atividades propostas ocorrem em dois encontros semanais, com duração média de duas horas. Para coleta de dados, selecionaram-se cinco aulas, durante três anos, que continham atividades cantadas. Identificaram-se os tempos de duração das atividades e engajamento do aluno. Constatou-se que uma criança com restrições de mobilidade e com surdez conseguiu evoluir seu engajamento nas atividades cantadas. As características do aluno reforçam a necessidade de auxílio para engajar-se nas atividades. Independente do tipo de comprometimento da criança, todas as atividades são possíveis, desde que os profissionais percebam quais adequações são necessárias para possibilitar à criança realizá-las. Unitermos: Paralisia cerebral. Deficiência auditiva. Atividades cantadas.
Resumen El objetivo de este estudio fue determinar el tiempo de permanencia de un alumno con parálisis cerebral y sordera profunda en las actividades cantadas. Este estudio de caso descriptivo, examinó a un niño, de once años, que participa en el Programa de Actividades Motoras Adaptadas. Las actividades propuestas se realizan en dos reuniones semanales, con promedio de duración de una hora con las actividades. Para la recolección de datos, se seleccionaron cinco clases, durante tres años, que contiene las actividades de canto. Fue identificado los tiempos de duración de las actividades y la participación del alumno. Se encontró que un niño con movilidad reducida y el sordera evolucionar su participación en actividades cantadas. Las características del alumno refuerzan la necesidad de ayuda para participar en las actividades propuestas. Independientemente del tipo de compromiso de los niños, todas las actividades son posibles, siempre que los profesionales a entender qué ajustes son necesarios para permitir a un niño para llevarlas a cabo. Palabras clave: Parálisis cerebral. Discapacidad auditiva. Actividades cantadas.
Apoio: Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão da Universidade Federal de Santa Catarina (PRPE/UFSC).
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 161, Octubre de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Introdução
A paralisia cerebral (PC) é definida como um grupo de distúrbios de caráter não-progressivos causados por lesão no sistema nervoso central os quais dificultam o controle motor e podem ocorrer antes, durante ou após o nascimento (ROSENBAUM, 2003; JONES et al., 2007). Os distúrbios característicos da PC podem estar associados a outras deficiências de desenvolvimento como cognição, comunicação, percepção e audição, variando de acordo com o local da lesão e pode interferir no desenvolvimento global de crianças (REDONDO; CARVALHO, 2000; ROSENBAUM, 2003; GREEN; HURVITZ, 2007; JONES et al., 2007)
Crianças e jovens com deficiência apresentam maiores riscos para o sedentarismo do que a população geral (HOGAN; MCLELLAN; BAUMAN, 2000; LONGMUIR; BAR-OR, 2000; RIMMER; ROWLAND; YAMAKI, 2007). Por essa razão, a prática de atividade física regular é de suma importância. Logo, assim como as pessoas com deficiência física devem realizar atividades físicas, as pessoas com deficiência auditiva, especialmente a surdez, podem perceber a música em toda sua complexidade por meio de vibrações.
As aulas de Educação Física possuem o potencial de motivar e estimular todos os sentidos dos alunos (JUNIOR, 2000). As inúmeras possibilidades de brincadeiras podem despertar o interesse e, ainda, contribuir positivamente no desenvolvimento integral da criança (SANTOS, 2009). Deste modo, a Educação Física se apropria de brincadeiras cantadas que favorecem a aprendizagem através do movimento e estimulam não só aspectos cognitivos, sociais e emocionais, mas também beneficiam o ritmo, a coordenação motora e a linguagem (SANTOS; LUCAREVSKI; SILVA, 2005; CHIARELLI; BARRETO, 2005; FINCK, 2009).
Portanto, é importante oferecer às crianças oportunidades educativas que garantam o aproveitamento de todas suas possibilidades a fim de atingir marcos no desenvolvimento infantil, seja para falar, ouvir ou cantar (REDONDO; CARVALHO, 2000; FINCK, 2009).
Com base nessas considerações, o objetivo dessa pesquisa foi verificar a evolução do engajamento de um aluno com paralisia cerebral e com deficiência auditiva associada em atividades cantadas propostas em aulas de Educação Física Adaptada.
2. Metodologia
2.1. Estratégia de pesquisa
Esta pesquisa descritiva foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade sede do programa, sob processo n° 911/10. O responsável pelo participante assinou o termo de consentimento livre e esclarecido.
2.2. Contexto do estudo
O Programa de Atividade Motora Adaptada (AMA) é oferecido pelo Departamento de Educação Física do Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina, gratuitamente, desde março de 1995 (DEF/CDS/UFSC). O objetivo do programa se relaciona com a tríade: ensino-pesquisa-extensão. Assim, oferece atividades motoras adaptadas no solo e na água a pessoas com deficiências (extensão), oportunizando vivências práticas aos graduandos do curso de Educação Física do CDS (ensino/formação). Também objetiva estimular processos de educação continuada e desenvolver pesquisas na área de atividade motora adaptada. As atividades propostas ocorrem em dois encontros semanais, com média de duração de duas horas, sendo uma no solo e outra na água (ZUCHETTO, 2008).
Foram selecionadas intencionalmente cinco aulas do AMA ocorridas no solo, ao longo de três anos consecutivos, em que os pré-requisitos foram: a) presença do aluno; b) otimização da gestão do tempo da aula pelo ministrante; c) proporção de um acadêmico auxiliar para cada criança presente; d) realização de, no mínimo, uma atividade cantada.
Destaca-se que todas as atividades cantadas possuem uma coreografia específica, a ser seguida conforme a letra da música. Ainda, ao término de cada canção, reinicia-se a atividade desde a primeira estrofe, pois essas repetições facilitam o processo de aprendizagem dos alunos, segundo preconizam Winnick (2004) e Sherrill (2004).
2.3. Participante
A escolha do participante foi intencional, por se tratar de um aluno com PC e com deficit auditivo secundário à má formação encefálica, ocorrida no período pré-natal, atualmente com 11 anos de idade e é assíduo no AMA.
No que se refere ao comprometimento físico, o aluno apresenta triplegia, locomove-se por meio de cadeira de rodas. Quanto ao comprometimento auditivo, apresenta surdez profunda, comunica-se através de expressões faciais que indicam aprovação ou desaprovação, também aponta para indicar seus interesses e observa os acontecimentos ao seu redor.
2.4. Coleta dos dados
Para a coleta de dados, as aulas foram previamente planejadas e, em seguida, ministradas. Durante a ministração, fez-se a filmagem das mesmas e, assim, foi possível realizar o registro cursivo – análise minuciosamente descritiva minuto-a-minuto, a fim de verificar o tempo de engajamento do aluno. Recorreu-se, ainda, ao banco de dados do AMA com o propósito de não só caracterizar o aluno a partir de entrevista semi-estruturada com seu responsável, como também selecionar as aulas, atendendo aos pré-requisitos estabelecidos.
De acordo com a matriz de análise do tempo, preconizada por Richardson (1997) e adaptada para o contexto AMA por Silva (2004), esse trabalho deu ênfase às seguintes modalidades do tempo: a) Tempo da aula – duração total da aula e duração das atividades propostas, especificamente atividades cantadas; b) Tempo de engajamento do aluno – o aluno permanece em ocupação quando realiza as atividades ou está em desperdício quando não realiza as atividades propostas.
2.5. Análise dos dados
Os dados foram analisados de modo descritivo. Considerou-se o tempo de duração de cada atividade cantada e, a partir disso, o tempo de engajamento do aluno.
3. Resultados e discussão
A partir da análise das aulas, apresenta-se, na Tabela 1, a quantidade e a denominação das atividades propostas.
Tabela 1. Quantidade e denominação das atividades propostas
Destaca-se que as atividades cantadas foram realizadas no momento final da aula em todos os casos, sendo as últimas atividades executadas. No momento final da aula, essas atividades oportunizam o relaxamento, a diversão e, sobretudo, estimulam a linguagem e a expressão corporal dos alunos (SANTOS; LUCAREVSKI; SILVA, 2005; CHIARELLI; BARRETO, 2005).
No que se refere ao tempo de duração de cada uma das atividades cantadas propostas nas cinco aulas, apresenta-se a Figura 1.
Figura 1. Tempo de duração das atividades cantadas (cálculo em segundos)
Conforme ilustra a Figura 1, as duas atividades cantadas propostas na aula 1 totalizaram 257 segundos de duração, sendo 104 segundos destinados à atividade “música escravos de jó” e 153 segundos à “música do crocodilo”. Já na aula 2, as duas atividades cantadas propostas tiveram duração de 292 segundos, sendo 138 segundos disponibilizados para a realização da atividade “música do elefante” e 154 segundos para a “música do crocodilo”. Na aula 3, foram destinados 142 segundos para a proposição da atividade “música do crocodilo”. Em contrapartida, na aula 4, o tempo de duração da “música arrãm sãm-sãm” foi 135 segundos e, por fim, na aula 5, durante a execução da “música do homem primitivo”, utilizaram-se 379 segundos.
É importante enfatizar que as atividades cantadas com menor e maior duração de tempo foram “música escravos de jó” e “música do homem primitivo”, respectivamente. Por outro lado, a atividade “música do crocodilo”, presente nas aulas 1, 2 e 3, obteve tempo de duração semelhante nessas três aulas e, assim, obteve média de 149 segundos em cada aula (± 142; ± 154).
Durante as aulas, enquanto as atividades cantadas são propostas, o aluno pode estar em ocupação, por realizá-las, ou em desperdício, por não realizá-las. A partir dessa lógica, recorre-se a Figura 2 para apresentar o tempo de engajamento do aluno nas atividades cantadas.
Figura 2. Tempo de engajamento do aluno nas atividades cantadas (cálculo em segundos)
Destaca-se, na Figura 2, o tempo de engajamento do aluno nas atividades cantadas. É importante ressaltar que estão apresentados antagonicamente quanto o maior e menor tempo de engajamento da criança nas atividades cantadas de cada aula. O tempo de ocupação do aluno não foi crescente durante as atividades analisadas.
Desta maneira, observa-se que, nas duas atividades cantadas propostas na aula 1, o aluno permaneceu menor tempo em ocupação. Entre as aulas 1 e 2, é possível notar que o tempo em ocupação do aluno duplicou, sendo igual a 34 segundos (atividades da aula 1) e passou a ser 101 segundos (atividades da aula 2). Na atividade da aula 3, durante a “música do crocodilo”, o aluno permaneceu maior tempo em desperdício quando comparado com as demais aulas analisadas. Apesar disso, nas atividades das aulas 4 e 5, o aluno permaneceu maior tempo em ocupação. Isso significa que o tempo de engajamento do aluno evoluiu ao longo do período analisado.
Salienta-se que, nas atividades cantadas das aulas 4 e 5, o aluno não ficou em desperdício. As razões que implicaram seu engajamento foram não só o recebimento de auxílio, mas também o interesse despertado pelas atividades, atraindo seu olhar observador e curioso. Assim, evidencia-se que o fornecimento de auxílio alia-se ao engajamento do aluno para, consequentemente, potencializar sua aprendizagem (MAGILL, 2000; SCHMITT et al., 2011).
Desse modo, constatou-se que o aluno ficou em desperdício por não ser auxiliado pelos profissionais (aulas 2, 3), não olhar em direção à atividade enquanto interagia com seus pares e com profissionais (aulas 2, 3), estar aparentemente desmotivado (aula 2), dispersar enquanto brincava com uma bola com guizo e/ou durante as tarefas de autocuidado realizadas pelos profissionais (aula 3). Nesse sentido, a literatura destaca a importância de os profissionais conduzirem o aluno a fazer as atividades propostas (ZUCHETTO, 2008). Destaca-se que o auxílio na execução da sequência dos gestos é imprescindível à sua participação e, por esse motivo, compete ao professor mediar o engajamento da criança.
Durante as atividades analisadas, percebeu-se que o aluno deu indicativos de que compreendia a atividade, pois ficou atento a tudo e a todos ao seu redor em meio à execução da brincadeira. Os fatores que evidenciaram a evolução do aluno e sua compreensão da atividade foram através de sorrisos e, em algumas aulas, gargalhadas. E, sobretudo, aprendeu através de estímulos visuais e proprioceptivos que deveria bater palmas.
É fato que a capacidade visual do aluno é bem desenvolvida e, assim, a aprendizagem através de imitação também foi um componente de grande importância para a evolução do seu engajamento, evidenciando que os alunos surdos aprendem visualmente e podem querer olhar em torno com mais frequência (WINNICK, 2004).
Por fim, entende-se que, durante as aulas analisadas, o envolvimento do aluno melhorou numericamente. Dentre os fatores que justificam essa evolução, assume relevo a circunstância de o aluno, aos poucos, assimilar a essência das atividades cantadas. Além disso, especificamente na atividade denominada “música do crocodilo”, repetida em três das aulas analisadas, o aluno pôde observar o funcionamento da brincadeira e, assim, entendê-la e realizá-la, sendo esta a adequação necessária em todas as atividades propostas, isto é, fazer com que o aluno visualize a atividade, facilitando sua compreensão.
4. Considerações finais
A partir dos assuntos apresentados anteriormente, deve-se enfatizar a evolução do engajamento do aluno nas atividades cantadas propostas nas aulas de Educação Física. Foi possível perceber nesse estudo que uma criança com restrições de mobilidade e com surdez profunda conseguiu evoluir seu engajamento nas atividades cantadas, participando ativamente da brincadeira, revelando expressões de divertimento, alguns deles por iniciativa própria.
Além disso, enfatiza-se que, independente do tipo de comprometimento da criança, todas as atividades são possíveis, desde que os profissionais consigam perceber quais as adequações são necessárias para possibilitar à criança realizá-las. Os professores devem ter consciência disso, a fim de atuarem efetivamente como agentes da educação nesses processos de ensino-aprendizagem.
Referências
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FINCK, R. Ensinando a música ao aluno surdo: perspectivas para ação pedagógica inclusiva. [Tese de Doutorado] Porto Alegre, RS: Programa de Pós-graduação em educação, Faculdade de Educação, UFRS, 2009, f. 235.
GREEN, L. B.; HURVITZ, E. A. Cerebral Palsy. Physical Medicine and Rehabilitation Clinics of North America, v. 18, n. 04, p. 859–882, fev. 2007.
HOGAN, A.; MCLELLAN, L.; BAUMAN, A. Health promotion needs of young people with disabilities: A population study. Disability and Rehabilitation, v. 22, n. 08, p. 352–357, mai. 2000.
JONES, M. W. et al. Cerebral Palsy: Introduction and Diagnosis (Part I). Journal of Pediatric Health Care, v. 21, n. 03, p. 146–152, mai./jun.2007.
JUNIOR, J. M. O professor de educação física e a educação física escolar: Como motivar o aluno? Revista da Educação Física da Universidade Estadual de Maringá. Maringá, v. 11, n. 1, p. 107-117, 2000.
LONGMUIR, P.; BAR-OR, O. Factors influencing the physical activity levels of youths with physical and sensory disabilities. Adapted Physical Activity Quarterly, v. 17, n. 01, p. 40-53, jan., 2000.
MAGILL, R.A. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. São Paulo: Edgard Blücher, 2000.
REDONDO, M. C. F.; CARVALHO, J. Deficiência Auditiva. Cadernos da TV escola, n. 01, 2000.
RICHARDSON, V. In: Aprender a Ensinar. Disponível em: http://www.deb.min-Edu.pt/revista8/ponto_vista04.htm, Acesso em 10 de set. 2010.
RIMMER, J. H; ROWLAND, J. L. YAMAKI, K. Obesity and Secondary Conditions in Adolescents with Disabilities: Addressing the Needs of an Underserved Population. Journal of Adolescent Health, v. 41, n. 03, p. 224-229, set. 2007.
ROSENBAUM, P. Cerebral palsy: What parents and doctors want to know. British Medical Journal, v. 326, n. 7396, p. 970–974, mai. 2003.
SANTOS, J. N. É assim que a gente brinca! Atividades cantadas e suas possibilidades em diferentes contextos de ensino. 2009. [Monografia de Graduação] Florianópolis, SC: Universidade Federal de Santa Catarina; 2009.
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SCHMITT, B. D.; SANTOS, B.; SIQUEIRA, M. G. A.; MIRANDA, T. B; ZUCHETTO, A. T. Educação Física Adaptada: análise da distribuição dos tempos em aulas. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, ano 15, n. 152, jan. 2011. http://www.efdeportes.com/efd152/educacao-fisica-distribuicao-dos-tempos-em-aulas.htm
SILVA, C. G. Distribuição e aproveitamento do tempo em sessões de atividade motora adaptada. [Monografia de Graduação] Florianópolis, SC: Universidade Federal de Santa Catarina; 2004.
SHERRILL, C. Adapted physical activity, recreation and sport – crossdisciplinary and lifespan. Boston, MA: William C. Brown/McGraw Hill; 2004.
WINNICK, J. P. Educação Física e Esportes Adaptados. 3. ed. Barueri: Manole; 2004. 553p.
ZUCHETTO, A. T. A trajetória de Laila no AMA: Histórias entrelaçadas. [Tese de Doutorado] Campinas, SP: Programa de Pós-graduação Saúde da Criança e do Adolescente, Faculdade de Ciências Médicas, Unicamp, 2008, f. 210.
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