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Avaliação da dorsiflexão após a aplicação do ultrassom e/ou 

alongamento através da fotometria, goniometria e fleximetro

Evaluación de la dorsiflexión luego de la aplicación de ultrasonido y/o estiramiento a través de la fotometría, goniometría y flexímetro

Assessment of range of motion dorsiflexion after application of ultrasound 

and/or through the stretching photometry, goniometry and fleximetry

 

*Fisioterapeuta especialista em Fisioterapia Dermatofuncional e Ciências do Esporte

e Medicina Desportiva, Mestre em Engenharia Elétrica e Informática Industrial

Professora da Escola de Saúde das Faculdades Integradas do Brasil – Unibrasil – Curitiba, PR

*Acadêmico de graduação do 8º período de Fisioterapia

das Faculdades Integradas do Brasil – Unibrasil – Curitiba, PR

(Brasil)

Ana Carolina Brandt de Macedo*

acbrandt@bol.com.br

Fabricio Lopes Conduta**

fabricio_conduta@hotmail.com

Janderson Noberto Pereira da Silva***

janderson_noberto@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          A manutenção de uma boa flexibilidade nas principais articulações associa-se a uma grande melhoria nas dores, pois quanto mais flexibilidade, menor será a incidência de dores musculares Objetivo: O objetivo deste trabalho é realizar avaliação de dorsiflexão após a aplicação do ultrassom e/ou alongamento através da fotometria goniometria e fleximetro. Materiais e métodos: Foi realizado um estudo longitudinal com 40 voluntárias do sexo feminino aprovado pelo comitê de ética da instituição 009/2008. As voluntárias eram estudantes do curso de fisioterapia das Faculdades Integradas do Brasil, faixa etária de 18-35 anos com média de 23, 5 anos ± 6 . As voluntárias foram divididas aleatoriamente em 4 (quatro) grupos distintos: A, B, C e D. O grupo A foi o grupo controle que não realizou tratamento, o grupo B realizou o ultrassom (UST), o grupo C realizou o alongamento e o grupo D foi o grupo que realizou alongamento e ultrassom. Resultados: Entre-grupos gastrocnemio apresentaram significância: alongamento (p= 0.010), ultrassom + alongamento (p= 0.053) e o grupo controle (p=0.009). Na avaliação do sóleo o grupo alongamento apresentou diferença, o grupo UST + alongamento. Nos resultados intergrupos dados mostram que o método de UST + alongamento e UST foram mais significativos. Conclusão: O grupo UST + alongamento e o grupo UST obtiveram maior diferença em relação aos demais grupos, e todos os grupos obtiveram melhores resultados em relação ao grupo controle.

          Unitermos: Alongamento. Ultrassom. Goniometria. Fotometria.

 

Abstract

          Maintaining good flexibility in the main joints is associated to a great improvement in fighting pain, because as flexibility increases, the incidence of muscle pain decreases. Objectives: The objective of this work is the evaluation of dorsiflexion after application of ultrasound and/or elongation by photometry and goniometry fleximeter. Materials and methods: We conducted a longitudinal study with 40 female volunteers approved by the ethics committee of the institution 009/2008. The volunteers were students of physiotherapy of Integrated Schools in Brazil, aged 18-35 years with an average of 23, 6 ± 5 years. The volunteers were randomly divided into 4 (four) different groups: A, B, C and D. Group A was the control group that was not treated, group B performed the ultrasound, the group C performed the stretching and group D was the group that did stretching and ultrasound. Results: Between-groups gastrocnemius showed significance: stretching (p = 0.010), ultrasound + stretching (p = 0.053) and control group (p = 0.009). In the evaluation of soleus, the stretching group showed difference, the group ultrasound + stretching. Results in intergroup data show that the method of ultrasound + stretching and UST were more significant. Conclusion: The group ultrasound + stretching and group ultrasound had greater significance than other groups, and all groups had greater significance than the control group.

          Keywords: Stretching. Ultrasound. Goniometry. Photometry.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 161, Octubre de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A manutenção do comprimento muscular é um poderoso estimulante para a síntese protéica e hipertrofia muscular. No crescimento pós-natal, as fibras do músculo esquelético alongam-se por adição de novos sarcômeros em série, e inclusive músculos adultos são capazes de adaptação a um novo comprimento por adição ou remoção de sarcômeros em série. Para que isso ocorra, o comprimento do sarcômero é ajustado para manter uma relação de comprimento-tensão ideal e com isso gerar uma boa contração muscular. O alongamento muscular é utilizado para manter ou aumentar o comprimento muscular1. Outro recurso reconhecidamente que pode auxiliar no incremento da ADM é o ultrassom terapêutico (UST), que vem sendo empregado há mais de 40 anos no tratamento de diversas patologias que afetam o sistema músculo-esquelético, sendo seus principais efeitos: mecânicos e térmicos2. No UST contínuo prevalece o efeito térmico, porém outros podem ser citados: aumento da extensibilidade do colágeno, promoção de ação analgésica, antiinflamatória ou antiespasmódica na zona tratada, melhora da circulação do local e região, promovendo uma leve hiperemia3. O ultra-som pulsado é caracterizado por pausas entre os ciclos de transmissão, minimizando os efeitos térmicos e maximizando o efeito mecânico da irradiação, o que resulta em um aumento da síntese de colágeno4,5,6.

    Um estudo de Costa7, demonstrou que tecidos aquecidos obtêm maiores amplitudes de movimento em relação a tecidos não aquecidos, comprovando que o aumento da temperatura tem influência considerável na extensibilidade do tecido conectivo, influenciando assim a ADM.

    Sendo assim, o objetivo deste estudo foi analisar ganhos ADM de dorsiflexão após a aplicação do Ultrassom e/ou alongamento através da fotometria, goniometria e fleximetro.

Metodologia

    Neste estudo longitudinal foram selecionados 40 indivíduos do sexo feminino (n=40), com média de idade 23, 5 ± 6,36 anos. Como critérios de inclusão as voluntárias deveriam ser sedentárias, sem nenhuma lesão nos membros inferiores (MMII). A pesquisa foi realizada na Clínica de Fisioterapia das Faculdades Integradas do Brasil. Anteriormente a aplicação da pesquisa os pacientes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido previamente aprovado pelo comitê de ética e pesquisa da Unibrasil (CEP 09/2008).

    As voluntárias foram divididas aleatoriamente em 4 (quatro) grupos distintos: A,B,C e D (sendo que a voluntária que pertencia a um grupo não poderia pertencer a outro). O grupo A foi o controle, o grupo B realizou o UST, o grupo C realizou alongamento e o grupo D foi o grupo que realizou alongamento associado ao UST.

    Para aplicação do ultra-som (marca Sonopulse Ibramed) foi utilizado o modo contínuo, pois eleva mais efetivamente a temperatura do tecido, a freqüência de 3,0 MHz por ser uma área de aplicação superficial; a intensidade de 1 W/cm2, foi utilizada devido este parâmetro aumentar a extensibilidade e aumento do fluxo sanguíneo nas estruturas ricas em colágeno8 , durante 2 minutos, sendo utilizada a técnica de deslizamento na região de transição músculo tendínea. A dose final é determinada com o tempo de aplicação que não exceder 15 minutos e nem ser inferior a 1 minuto, realizando o calculo: tempo=área/ERA9. Para aplicação do UST, as voluntárias foram posicionadas em decúbito ventral, joelhos estendidos, e tornozelo a 90º.

    Para a aplicação do alongamento do gastrocnêmio, as voluntárias foram posicionadas em decúbito ventral, com o joelho estendido, tornozelo em 90°. Para a aplicação do alongamento do músculo sóleo, as voluntárias foram posicionadas sentadas, joelhos fletidos com tornozelo em 90º. O alongamento utilizado foi realizado 3 séries de 30 segundos passivamente, segundo Bandy10.

    Todos os grupos realizaram 10 sessões, 3 x por semana, em dias alternados.

    Para a avaliação foi utilizado a goniometria, flexímetro e fotometria, antes e após a aplicação dos protocolos. O grupo controle não recebeu nenhum tratamento, sendo reavaliado após o tempo de 10 sessões.

    Para a goniometria, utilizou-se o goniômetro (Carci). Marcou-se a cabeça da fíbula, o maléolo lateral e a base do quinto metatarso com marcadores, a fim de assegurar a mesma marcação nas protuberâncias. Os ângulos da dorsiflexão foram quantificados em decúbito dorsal e sentados no plano sagital direito. As hastes permitiram projetar os pontos anatômicos no plano sagital a fim de facilitar a visualização e a marcação dos pontos e evitar erros na angulação11. O braço fixo do goniômetro foi posicionado ao longo do eixo da fíbula. O braço móvel foi posicionado paralelo à borda lateral do pé, com eixo no maléolo lateral. Todas as mensurações foram registradas imediatamente quando a máxima dorsiflexão ativa12.

    A avaliação da ADM também foi quantificada por meio do aparelho flexímetro (Sanny), posicionado na face lateral do pé próximo ao 5° metatarso com o mostrador voltado para o avaliador de acordo com Monteiro13.

    A fotometria foi utilizada com a câmera Olympus Camedia Máster de 5.1 Mega pixels, perpendicular ao plano sagital, focando o membro inferior da voluntária. Algumas marcas de adesivo de formas circulares foram posicionadas sobre a pele e identificadas nas fotografias e utilizadas para quantificar os ângulos, os quais foram determinados através da ferramenta dimensão angular do Software Corel Draw 12 (MicrosoftÒ). Na fotometria a distância do calcâneo até a máquina fotográfica foi 1,50 cm, altura da maquina ao chão 76 cm para avaliação da musculatura do gastrocnêmico. Para a musculatura do sóleo apena a altura da maquina ao chão se modificou, sendo 54 cm. Estas medidas foram as mesmas para as 40 voluntárias. As fotos foram retiradas sem flash e sem zoom.

Análise estatística

    Para análise estatística foi realizada a testagem de normalidade Shapiro-Wilk que permitiu realizar uma ANOVA (Análise de Variância) para medidas repetidas, com nível de significância p<0,05. Para análise das medidas entre grupos foi utilizado o teste Shapiro-Wilk e inter grupos teste Scheffe.

Resultados

    As tabelas 1 e 2 demonstram os resultados da analise estatística entre o grupo do músculo sóleo e Gastrocnêmio indicando os grupos goniometria, fleximetria e fotometria que obtiveram nível de significância (p<0,05).

Tabela 1. Músculo gastrocnêmio

 

Tabela 2. Músculo sóleo

    Na goniometria do músculo gastrocnêmio intergrupos os grupos que demonstraram resultados significativos (p<0,05), foram alongamento, ultrassom e alongamento e grupo controle. Na fleximetria do músculo gastrocnêmio nenhum grupo apresentou resultado significativo (p<0,05). Na fotometria do músculo gastrocnêmio apenas o grupo controle obteve resultado significativo (p<0,05).

    Na goniometria do músculo sóleo apenas o grupo controle obteve resultado significativo (p<0,05). Na fleximetria do músculo sóleo apenas o grupo alongamento e ultrassom obteve resultado significativo (p<0,05). Na fotometria do músculo sóleo apenas um grupo alongamento e ultrassom obteve resultado significativo (p<0,05).

    Na analise entre-grupos os grupos que apresentaram diferença foram os grupos Alongamento + UST e UST.

Discussão

    Existem vários estudos em relação ao tempo do alongamento. Um dos clássicos foi proposto por Bandy e Iron10 que estudaram os efeitos dos alongamentos de 15, 30 e 60 s durante 6 semanas em humanos e concluíram que 30 s é tempo suficiente para se obter ganho de amplitude de movimento (ADM) em adultos jovens. Em relação ao número de repetições por dia, não houve diferença entre os grupos que realizaram 3 repetições e os que realizaram 1 repetição. Sabe-se que para uma completa reabilitação faz-se necessário a restauração da ADM.

    Wessling et al.14 demonstraram, que o alongamento estático e ultrassom térmico aumenta a extensibilidade do músculo tríceps sural, além do alcançado pelo alongamento apenas. Esses resultados podem ser observados também no presente estudo, visto que para os grupos em que foram utilizadas doses térmicas do ultrassom, observaram-se ganhos significativos ao se comparar com os grupos controle e alongamento somente.

    Um estudo que comprovou o efeito do aquecimento na flexibilidade foi o de Costa7, ao realizar um estudo comparativo utilizando 79 estudantes divididos em três grupos: controle, ultra-som e bicicleta, analisando o ganho de flexibilidade do movimento de dorsiflexão do tornozelo após o aquecimento seguido do alongamento do triceps sural. Comprovou-se através desta pesquisa que houve uma forte tendência dos grupos aquecidos terem maiores amplitudes de movimento em relação ao grupo controle, comprovando dados da literatura que o aumento da temperatura tem influência consideravelmente na extensibilidade do tecido conectivo, influenciando assim na ADM.

    O calor também alivia a dor, aumenta a extensibilidade do tecido colágeno e diminui a rigidez articular15. Alguns estudos comprovam a eficácia da associação das duas técnicas, o estudo de Bertolini et al.16, foram selecionados 14 indivíduos divididos em grupo com aplicação de ultrassom, este associado ao alongamento e grupo controle. O grupo I foi submetido somente ao alongamento estático por 20 segundos, e, repousando durante 40 segundos, por 5 vezes, o grupo II foi submetido ao ultrassom (UST). Os resultados do estudo mostraram que o alongamento associado ao ultra-som produziu ganho da elasticidade muscular (p<0,05), representado por um aumento nos ângulos goniométricos em 136,67%. Contudo, o tempo do ultrassom parece ter sido alto, sua freqüência está indicada para tecidos profundos, sendo a mais adequada 3 MHZ.

    No estudo de Silva et al17 utilizou uma amostra composta de 20 indivíduos (20 tornozelos direito), subdivididos aleatoriamente em quatro grupos: A, B, C e D, contendo em cada um 05 indivíduos submetidos à avaliação e à realização do protocolo. O grupo A serviu como controle e os demais receberam, respectivamente, aplicação de UST, alongamento passivo dos plantiflexores e UST associado ao alongamento passivo dos flexores plantares. Houve uma diferença na amplitude de movimento nos indivíduos do grupo B, C e D, respectivamente (p=0,000; p=0,000), sendo evidente um maior de amplitude no grupo D. A partir destes resultados Silva concluiu que houve um aumento da amplitude do tornozelo direito após a aplicação do protocolo específico.

    Com isso, podemos inferir que a associação destas técnicas fisioterapeuticas promoveu o aumento da amplitude, provavelmente pela extensibilidade de tecido conectivo pós-tratamento. Corroborando a eficácia do aquecimento na extensibilidade do tecido.

    Cirelli18 em pesquisa com 15 voluntárias, com o objetivo de comprovar a eficácia do ultrassom na extensibilidade do tendão calcâneo, visando o aumento da amplitude de movimento, foi utilizado o ultrassom de forma continua e concluiu que o método de aplicação ultrassom é importante no aumento da extensibilidade do tendão calcâneo. Contudo em seu estudo, os parâmetros utilizados não ficaram claros.

    Gajdosik et al.19, num estudo comNineteen community dwelling older women (aged dezenove mulheres idosas (com idade entre65–89 years) with active DF RoM 6 10 deg (as mea- 65-89 anos),All women were without a history of)They signed an in- as participantes foram selecionadas em grupos After successfully completing the initial test session, alongamento (n = 10) e grupo controle (n = 9). O protocolo foi aplicado durante 3 vezes por semana ao longo de 8 semanas, Descriptive statistics for the subjectsÕ age, height, mass Todas as mulheres classificaram a saúde atualmente como bom a excelente, sem diferenças entre o grupo de alongamento e o Grupo controle. Concluiu-se que o grupo alongamento teve importância na extensibilidade do tecido em relação ao grupo controle.

    Dois mecanismos são essencialmente considerados responsáveis pelo aumento da ADM após o alongamento muscular: primeiro, uma alteração na sensibilidade dos receptores da dor aumenta a tolerância ao alongamento e, conseqüentemente, a eficácia das técnicas20,21, em segundo, as mudanças na viscoelasticidade dos tecidos, como a diminuição da tensão passiva da unidade músculo-tendínea imediatamente após o alongamento, são as principais razões para o ganho de flexibilidade 22,23 sendo assim, alongamento pode ser usado como um método de recuperação da ADM 24, 25. Sugere-se que estes efeitos ocorrem devido a um efeito de histerese, considerada uma indicação da viscosidade dos tecidos, com uma redução na dissipação de energia dos tecidos após o alongamento22. Além disso, mudanças na rigidez do tendão do músculo podem ocorrer com a adaptação da série e em paralelo de componentes elásticos, e com o rearranjo das fibras de colágeno22 ou pela complacência crescente de componentes viscoelásticos do músculo (aquecimento muscular, tais como aquecimento profundo26,27, aquecimento superficial28,26 e warm-up exercício ativo 26.

Conclusão

    No presente estudo, foram obtidos resultados que mostram a eficácia dos tratamentos propostos. Conforme os dados estatísticos o grupo com maior significância foi o grupo alongamento associado ao UST e o grupo UST tendo em vista que todos os grupos foram significativos em relação ao grupo controle.

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