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Nível de atividade física e autonomia funcional de 

idosos fisicamente ativos em Santarém do Pará

Nivel de actividad física y autonomía funcional de personas mayores físicamente activas en Santarem do Pará

 

*Pós-graduação em fisiologia do Exercício (ANICUNS)

** Pós-graduação em Fisiologia do Exercício (ANICUNS)

*** Mestre e Doutorando (UTAD), IFPA

**** Mestre/a em Ciência da Motricidade Humana (UCB-RJ), IFPA

Instituto Federal do Pará, Altamira, Itaituba, PA

(Brasil)

Cleomara da Silva Castro*

Carla da Silva Imbiriba**

Juraci Castro***

Eliana Mendonça****

Marco Mendonça****

marco.souza@ifpa.edu.br

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo objetivou avaliar o perfil do Nível de Atividade Física (NAF) e da autonomia funcional de idosos fisicamente ativos. A pesquisa teve duração de cinco meses, com uma amostra, composta por n=26 indivíduos, entre mulheres e homens considerados idosos com faixa etária a partir de 60 anos, com participação de no mínimo três meses, assíduo (que participam com regularidade, pelo menos duas vezes na semana, em três aulas semanais) nas aulas de ginástica do Programa Esporte e Lazer da Cidade. Como instrumentos de coleta de dados foram utilizados o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), Teste GDLAM, peso e estatura para avaliar o IMC. Os participantes realizaram os testes nos locais de realização das atividades do Programa Esporte e Lazer da Cidade. Os dados foram analisados através do Programa Office Excel. Um dos fatores importantes para resultado não satisfatório nesta pesquisa é a pouca participação dos sujeitos nas atividades físicas propostas. A partir dos resultados obtidos, pôde-se estabelecer o perfil do grupo que compôs a amostra e conclui-se que, são considerados ativos, porém com um nível de autonomia funcional considerado fraco e com sobrepeso (IMC acima de 25 kg/m²).

          Unitermos: Nível de Atividade Física. Autonomia Funcional. Idosos.

 

Abstract

          This study aimed to assess the profile of physical activity level (PAL) and the functional autonomy of physically active elderly. The study lasted five months, with a sample consisting of 26 individuals, men and women considered elderly aged above 60 years, participation in at least three months, frequent (which participate regularly, at least 2 times a week, 3 hours per week) in gym class of Sport and Leisure City. As data collection instruments were used the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), Test GDLAM, weight and height to assess BMI. Participants performed the tests in place of the implementation of the activities of Sport and Leisure City. The data were analyzed by the Program Office Excel. One factor contributing to this unsatisfactory result is the lack of research subjects' participation in physical activities proposed. From the results obtained, we could establish the profile of the group that composed the sample it appears that they are considered active, but with a level of functional autonomy considered weak and overweight (BMI above 25 kg / m²).

          Keywords: Physical activity. Functional autonomy. Elderly.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 161, Octubre de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Nos dias atuais, como conseqüência das mudanças do estilo de vida e de trabalho, poucas pessoas praticam atividades físicas. Elas se deslocam utilizando o transporte coletivo ou o próprio carro. No mais das vezes, devido à natureza do serviço que executam, passam horas sentadas. Este fato também pode ser observado durante o momento de lazer: por exemplo, quando vão a um barzinho, um cinema, assistindo TV, ou na internet; nos shoppings, as pessoas permanecem sentadas por muito tempo, nas praças de alimentação, ou ficam encostados nos corredores.

    Comportando-se dessa forma, a maioria das pessoas se exercita ou caminha cada vez menos, geralmente com a desculpa de que não tem tempo. Essa inatividade física tem sido uma prioridade na área da saúde pública, um dos motivos é a preocupação com o aumento do risco de doenças crônicas, doenças mentais e mortalidade prematura (DALACORTE, 2008).

    Com a diminuição da movimentação há uma redução do gasto energético. Este fato pode ser encarado como um dos geradores do fenômeno que se enquadra dentro das doenças hipocinéticas. Segundo Allsen et al (2001), hipocinesia designa doenças relacionadas à inatividade ou a falta de atividade física regular, que se manifestam, especialmente, associadas a patologias como as cardiopatias, hipertensão arterial sistêmica, altos índices de gordura corporal, problemas articulares e lombálgicos.

    Essa falta de atividade física pode causar processos degenerativos e/ou agravar lesões, como também provocar a perda progressiva de capacidades físicas (WEINECK, 2003). É essencial que o ser humano, em especial o idoso, busque alternativas para amenizar situações que envolvem o processo de envelhecimento, as patologias, etc. Para tanto, há uma gama de atividades físicas que intervém onde o indivíduo deseja, no global ou no específico, como os esportes, a dança, a ginástica, as lutas, a capoeira, os jogos, a musculação, etc., tudo isso colabora positivamente.

    Segundo Casagrande (2006), “O envelhecimento humano é definido como um processo natural, irreversível, atinge todo ser humano e provoca uma perda estrutural e funcional progressiva no organismo”. Acredita-se que o exercício físico atue como forma de prevenção e reabilitação da saúde do idoso, fortalecendo a aptidão física, melhorando sua independência e autonomia, mantendo por mais tempo a execução das atividades da vida diária. Acredita-se que o exercício físico atue como forma de prevenção e reabilitação da saúde do idoso, fortalecendo a aptidão física, melhorando sua independência e autonomia, mantendo por mais tempo a execução das atividades da vida diária.

    Uma das mais evidentes alterações que acontecem com o aumento da idade cronológica é a mudança nas dimensões corporais. Com o processo do envelhecimento, existem mudanças principalmente na estatura, no peso e na composição corporal. A estatura sofre diminuição em função da compressão vertebral, do estreitamento dos discos e da cifose. Observam-se, ainda, diminuição da massa livre de gordura, incremento de gordura corporal e diminuição da densidade óssea. Com essas mudanças no peso e na estatura, o índice de massa corporal (IMC) também se modifica com o transcorrer dos anos. A importância desse índice reside no fato de que, durante o processo do envelhecimento, valores acima da normalidade estão relacionados com o incremento da mortalidade por doenças cardiovasculares e diabetes (MATSUDO, MATSUDO e BARROS NETO, 2000).

    Felizmente, o nível de aptidão funcional pode ser melhorado, mantido ou, pelo menos, sua taxa de declínio pode ser minimizada, realizando-se algum tipo de exercício físico sistematizado. A inclusão num programa de exercício regular pode ser um tipo de intervenção efetiva para reduzir ou, mesmo, prevenir o número de declínios funcionais associados ao envelhecimento (MAZZEO et al., 1998).

Casuística

População e amostra

    A população do presente estudo foi composta por 26 idosos acima da faixa etária de 60 anos de ambos os gêneros que praticam ginástica no programa PELC pelo menos duas vezes por semana sendo realizado em Santarém do Pará.

Método

    A pesquisa é do tipo descritivo e quantitativa, tendo três pontos importantes entre eles temos o nível de atividade física (IPAQ), o índice de massa corpórea (IMC) e a autonomia funcional (GDLAM). Participaram da pesquisa 26 idosos do programa PELC do município de Santarém, e realizaram uma bateria de testes do Grupo de Desenvolvimento Latino Americano para Maturidade (GDLAM); entre eles temos (LPS) levanta-se da posição sentado, (LPDU) levantar da posição decúbito dorsal ventral, (LCLC) levantar da cadeira e locomover-se pela casa e o (VTC) teste de vestir e tirar a camiseta.

Discussão dos resultados

Tabela 1. Resultados das características antropométricas da amostra

    A tabela 1 apresenta as características antropométricas da amostra, incluindo os valores médios da idade, peso, estatura e IMC dos idosos avaliados, sendo que cada dado está constituído por seu respectivo máximo, mínimo, e o desvio padrão. Percebe-se que, medialmente, a amostra apresentou o IMC maior que 25 kg/m², que de acordo com Fernandes Filho (2002), encontra-se em sobrepeso. Tomando por base a pesquisa feita por Kura et al (2004), valores acima de 27 kg/m² podem aumentar os riscos para a saúde dos indivíduos.

Tabela 2. Tempo de participação no PELC

    A tabela 2 apresenta o tempo de participação dos da pesquisa no PELC. Em sua maioria (73,1%) participam há mais de 24 meses e a menor parte (7,7%) participa há seis meses ou um ano. Isto constata que os idosos em estudo não são considerados iniciantes nos grupos, pois já possuem a partir de seis meses de participação.

Tabela 3. Freqüência semanal de participação no PELC

    Um dos critérios de inclusão para a obtenção da amostra foi a freqüência dos sujeitos nos grupos de ginástica do PELC. A tabela 3 mostra que a maior parte (69,2%) participa pelo menos dois dias, dos três dias que têm atividade no PELC.

Tabela 4. Resultado absoluto e percentual quanto à classificação do nível de atividade física da amostra (n=26)

    Na tabela 4 há classificação do Nível de Atividade Física investigado por meio do Questionário Internacional de Atividade Física – IPAQ- versão curta. Nela pôde-se constatar que a maior parte da amostra (92,3%) foi considerada ativa. Dos 26 sujeitos participantes da pesquisa, 24 foram considerados ativos, pois praticam algum tipo de atividade física ou mantém-se em movimento durante o dia.

Tabela 5. Tempo, em min/sem, de atividade sedentária e atividade física da amostra (n=26).

    Na tabela 5 verificou-se que a amostra apresentou o tempo, em minutos por semana, a média de atividade sedentária e nível de atividade física de 1138,8 e 728,9, com desvio padrão de 543,8 e 574,4, respectivamente.

Tabela 6. Resultados obtidos por teste, em segundos, e do IG do grupo avaliado (n=26)

    A tabela 6, apresentam os dados obtidos através do teste GDLAM. Nela percebe-se que o IG do grupo em estudo apresenta um perfil fraco de autonomia funcional. O melhor desempenho foi diagnosticado no teste de levantar-se da cadeira e locomover-se pela casa, com classificação muito boa.

Conclusão

    O grupo amostral por fim foi considerado ativo, porém com o IG da amostra observa-se que ela se encontra em um nível considerado fraco, de atividade física e também, de acordo com o IMC, está em sobrepeso. Esta é uma pequena divergência, pois um grupo ativo é fraco em autonomia funcional e está com sobrepeso.

    Um dos fatores importantes para resultado não satisfatório nesta pesquisa é a pouca participação dos sujeitos nas atividades físicas propostas. Apesar de serem grupos de idosos, a não obrigatoriedade de participação do projeto ocasiona a freqüência esporádica, ou seja, não participam ativamente, como diagnosticou o estudo.

    Acredita-se que falta mais transparência por parte dos profissionais que trabalham com este grupo, pois percebe - se que os idosos entendem ou sentem a melhora física, emocional e psicológica a partir da inclusão nos grupos de idosos, porém desconhecem os reais motivos que levam as essas mudanças e como ocorrem estes processos. Levando a acreditar que o real motivo para a inclusão nesse tipo de projeto é o fator social. A partir de relatos dos próprios, eles ficam sozinhos em casa, filhos trabalham, netos estudam e acabam sofrendo carência afetiva. A socialização ameniza essa falta de carinho, de diálogo em casa.

    Assim, supõe-se que as atividades que o Programa desenvolve mantêm os idosos mais ativos, porém não trabalha a autonomia funcional dos mesmos. Por isto, com o objetivo de melhor a qualidade de vida do idoso é preciso atentar-se à manutenção da independência. Para a realização das atividades do cotidiano, a aptidão funcional deve ser mantida em certos níveis para que determinadas tarefas motoras possam ser executadas. Essas atividades dependem de capacidades físicas como força, coordenação, equilíbrio, velocidade e agilidade e por isso, sugere-se que, os grupos de ginástica do PELC direcionem suas atividades para o emprego de ações relacionadas às do cotidiano, de modo que o grupo, gradativamente, vá melhorando seu desempenho nessas ações.

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