A influência da atividade física na obesidade La influencia de la actividad física en la obesidad The influence of physical activity in obesity |
|||
Graduando em Educação Física pela Faculdade Presidente Antônio Carlos de Ponte Nova, UNIPAC (Brasil) |
Domingos Sávio dos Santos |
|
|
Resumo A obesidade refere-se á condição em que o indivíduo apresenta uma quantidade excessiva de gordura corporal. A obesidade é considerada um problema de saúde pública devido a sua alta incidência na população em geral. Atualmente, o índice de massa corporal (IMC) é o padrão clínico de uso mais freqüente para a estimativa da obesidade. Este artigo apresenta revisão de literatura sobre Atividade Física e Obesidade, justificando os benefícios da atividade física para a qualidade de vida de indivíduos obesos. Unitermos: Obesidade. Atividade física. Sobrepeso.
Abstract Obesity refers to a condition where a person has an excessive amount of body fat. Obesity is considered a public health problem due to its high incidence in the general population. Currently, body mass index (BMI) is the clinical pattern of most use to estimate obesity. This article presents a literature review on Physical Activity and Obesity, explaining the benefits of physical activity for the quality of life of obese individuals. Keywords: Obesity. Physical activity. Overweight.
|
|||
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 161, Octubre de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
1 / 1
Introdução
A obesidade, segundo a O.M.S. (Organização Mundial de Saúde), é uma doença causada pelo excesso de gordura no organismo. A obesidade é considerada um problema de saúde pública devido a sua alta incidência na população em geral. De acordo com os dados que apresenta, seis bilhões de habitantes do planeta (23,4%) encontram-se com excesso de peso. No Brasil, calcula-se que 40% da população esteja acima do peso normal (SAPATÉRA & PANDINI, 2005).
A obesidade refere-se á condição em que o indivíduo apresenta uma quantidade excessiva de gordura corporal, que pode ser avaliada ou estimada a quantidade real de gordura corporal ou sua porcentagem do peso total (WILMORE & COSTILL, 2001).
McArdle (2009) considera que o termo obesidade refere-se à condição de gordura excessiva que acompanha uma constelação de co-morbidades que incluem apenas um ou todos os seguintes componentes da “síndrome dos obesos”: intolerância à glicose, resistência à insulina, dislipidemia, diabetes tipo 2, hipertensão, concentrações plasmáticas elevadas de leptina, tecido adiposo visceral aumentado e maior risco de doença cardíaca e de câncer.
Segundo Lopes et al. (2004), o excesso de peso é geralmente atenuado ou exacerbado pelos fatores ambientais como alimentação e exercício físico. Outras investigações sugerem que é o gasto energético e não a ingestão calórica que difere entre as pessoas magras e obesas.
Atualmente, o índice de massa corporal (IMC) é o padrão clínico de uso mais freqüente para a estimativa da obesidade. Estimamos o IMC de uma pessoa pela divisão do peso corporal em (quilogramas) pelo quadrado da altura em (metros) (WILMORE, COSTILL & KENNEY, 2010)
Pelo resultado utilizando o IMC Reis (2009) define:
Sobrepeso: acima de 25,
Obesidade: acima de 30,
Grau I: 30- 34,
Grau II: 35-39,
Grau III: acima de 40.
A prevalência de hipertensão aumentou 35,7% numa população estudada por Carneiro et al. (2003, apud Reis, 2009), naqueles com relação cintura-quadril entre 0,73 e 0,88, para 66,6%%, naqueles com RCQ >0,97 (p<0,05), independente do IMC.
As relações da circunferência de cintura para quadril que ultrapassa 0,80 para mulheres e 0,95 para homens ele o risco de morte até mesmo após fazer os ajustes para o IMC (McArdle, Katch, Katch, 2009).
Todos devem ter conscientização da relevância dos comportamentos e hábitos que visam melhorias relativas à saúde.
O objetivo dessa revisão é demonstrar a importância da atividade física por ser um fator relevante no controle do peso. O sedentarismo é uma das causas que influencia na obesidade, acarretando grandes índices de doenças causadas pela obesidade.
A revisão de literatura baseia-se em periódicos e livros de fisiologia que abordassem o tema proposto. Para isso, foram consultadas as bases do Efdeportes, Scielo, Bireme e Lilacs.
Atividade física regular reduz substancialmente o risco de morte por doença cardíaca coronária e diminui o risco de infarto, diabetes e pressão alta. Atividade física também ajuda a controlar o peso corporal, contribui para ossos, articulações e músculos sadios, diminui os sintomas de ansiedade e depressão e estão associadas à menor número de hospitalizações, visitas médicas e medicação.
A atividade física é uma forma saudável, que pode ajudar os obesos a conquistar uma vida saudável.
Revisão literária
Atividade física e obesidade
Silva et al. (2007) cita que a atividade física desempenha um papel de decisiva importância, não apenas pela sua contribuição para o equilíbrio balanço energético, mas também reduz os riscos de doenças associadas à obesidade.
A prática regular de exercícios físicos é um importante fator de saúde, tornando-se um bom controle e prevenção da obesidade. Estudos mensurando o nível de atividade física em crianças e adolescentes obesos revelaram que existe uma preferência por atividades sedentárias no grupo obeso (SILVA, 2009). As atividades sedentárias como assistir televisão, usar computador e jogar vídeo game está cada vez mais freqüente no dia-dia das crianças e adolescentes.
O treinamento físico pode alterar a composição física corporal. Muitas pessoas acreditam que a atividade física tem pouca ou nenhuma influência na mudança da composição do corpo, e que mesmo a prática vigorosa do treinamento físico queima uma quantidade excessivamente pequena de calorias, mas alguns estudos demonstraram de maneira conclusiva a eficácia do treinamento físico na promoção de alterações moderadas na composição do corpo. A atividade é importante para manutenção e a perda de peso. Além das calorias que são queimadas durante o treinamento físico, ocorre queima substancial de calorias durante o período que sucede a prática do exercício, por causa consumo de oxigênio em excesso após o exercício (EPOC) (WILMORE, COSTILL & KENNEY, 2010).
Em relação à atividade física, geralmente a criança obesa é pouco hábil no esporte, não se destacando. Para a atividade física sistemática, deve-se realizar uma avaliação clínica criteriosa. No entanto, a ginástica formal, feita em academia, a menos que muito apreciada pelo sujeito, dificilmente é tolerada por um longo período, porque é um processo repetitivo, pouco lúdico e artificial no sentido de que os movimentos realizados não fazem parte do cotidiano da maioria das pessoas. Além disso, existe a dificuldade dos pais e/ou responsáveis de levarem as crianças em atividades sistemáticas, tanto pelo custo, como pelo deslocamento. Portanto, devem-se ter idéias criativas para aumentar a atividade física, como descer escadas do edifício onde mora, jogar balão, pular corda, caminhar na quadra, além de ajudar nas lidas domésticas (RECH & SIQUEIRA, 2010).
Milbradt et al. (2009, p. 3) afirma que existe uma influência direta do baixo nível de atividade física sobre o desenvolvimento da obesidade na infância e adolescência. Logo, uma das alternativas para o tratamento da obesidade é aumentar o nível de atividade física.
O condicionamento físico obtido com a prática de exercício reduz a morbidade (aparecimento de doenças) e mortalidade, mesmo em pessoas que se mantém obesa (JUNIOR, 2008).
Melby & Hill (1999) ressaltam que em relação à importância da atividade física como elemento preventivo da obesidade, existem diversas maneiras pelas quais a atividade física pode agir no balanço energético. Dos três componentes dos gastos energéticos diários: gasto metabólico em repouso (GMR), efeito térmico dos alimentos (ETA) e a termogênese devida a atividade física (TAF), o principal componente nos gastos energéticos diários é sem dúvida alguma a TAF. A energia gasta durante a atividade física, varia de acordo com as características do exercício, como por exemlplo: frequência, intensidade e duração e também depende do praticante devido ao peso corporal, capacidade aeróbia, dentre outros fatores.
Fonseca, et al (1998, pag.1) sustenta que a obesidade em adolescentes resulta do desequilíbrio entre atividade reduzida e excesso de consumo de alimentos densamente calóricos, tendo mostrado que o número de horas que um adolescente passa assistindo TV é um importante fator associado à obesidade, acarretando um aumento de 2% na prevalência da obesidade para cada hora adicional de televisão em jovens de 12 a 17 anos.
A Taxa Metabólica Basal (TMB) é o principal componente do gasto energético diário, podendo representar de 50% (nos indivíduos muito ativos fisicamente) a 70% (nos mais sedentários) do total de energia gasta diariamente (WAHRLICH & ANJOS, 2001).
O exercício físico é uma forma de tratamento de obesidade que eleva o gasto energético e minimiza os efeitos negativos da restrição energética, pois é capaz de reverter a queda na TMB. O exercício aeróbio preserva a massa magra e ajuda a manter a TMB durante um programa de redução de peso, desde que não haja um déficit energético muito grande. Além disso, a combinação de dieta e de exercício de intensidade moderada geralmente promove uma maior perda de peso do que a dieta isolada. O exercício combinado à restrição energética promove redução no peso corporal, maximizando a perda de gordura e minimizando a perda de massa magra. As alterações de composição corporal induzidas pelo treinamento físico também dependem do tipo, da intensidade e duração deste, sendo que os efeitos de manutenção de massa magra são freqüentemente vistos quando se aplica treinamentos de força (FRANCISCHI et al, 2000).
No estudo feito pela Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), uma parceria entre o Ministério da Saúde e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com objetivo de descrever a prática de atividade física em adolescente brasileiro. A população-alvo incluiu alunos do 9º ano do ensino fundamental de escolas públicas e privadas de todas as capitais brasileiras e do Distrito Federal.
A prática de atividade física nos sete dias anteriores à entrevista foi investigada. Os adolescentes foram inicialmente questionados sobre o modo de deslocamento para a escola, incluindo a duração de tais deslocamentos, por meio da seguinte pergunta: "Nos últimos sete dias, em quantos dias você foi a pé ou de bicicleta para a escola?" Pergunta idêntica foi feita em relação ao retorno da escola. Além disso, questionou-se o tempo de tais deslocamentos: "Quando você vai a pé ou de bicicleta para a escola, quanto tempo você gasta?" Posteriormente, os jovens foram questionados sobre o número de aulas de educação física que tiveram na semana anterior à entrevista. "Nos últimos sete dias, quantas vezes você teve aulas de educação física na escola?" Logo após, os jovens responderam sobre a prática de outras atividades físicas, tanto fora quanto dentro da escola. "Nos últimos sete dias, sem contar as aulas de educação física da escola, em quantos dias você praticou alguma atividade física, como esportes, dança, ginástica, musculação, lutas ou outra atividade com a orientação de professor ou instrutor"? "Normalmente, quanto tempo por dia duram essas atividades que você faz com professor ou instrutor?" "Nos últimos sete dias, no seu tempo livre, em quantos dias você praticou atividade física ou esporte sem professor ou instrutor?" "Normalmente, quanto tempo por dia duram essas atividades que você faz sem professor ou instrutor"? Por fim, os jovens foram questionados sobre o número de horas diárias despendidos assistindo televisão: "Num dia de semana comum, quantas horas por dia você assiste à TV?" (HALLAL et al. 2010).
Definiu-se como ativo o adolescente que somou trezentos minutos por semana ou mais de prática de atividade física, somando-se todos os domínios: aulas de educação física, deslocamento para a escola (ida e volta), atividade física fora e dentro da escola (atividades extraescolares, tempo livre, outras). Também foram estimados: (1) o percentual de jovens inativos (não pratica atividade física); (2) que assistem a duas ou mais horas de televisão por dia; (3) que tiveram duas ou mais aulas de educação física na semana anterior à entrevista (HALLAL et al. 2010).
A amostra incluiu escolares do 9º ano do ensino fundamental (n=60.973). Foram investigadas a prática de atividade física nos últimos sete dias, incluindo modo de deslocamento para a escola, prática de atividade física dentro e fora da escola e participação nas aulas de educação física. Consideraram-se ativos os jovens que acumularam > 300 min/sem de atividade física. A proporção de ativos foi de 43,1%, sendo maior nos meninos (56,2%) em comparação às meninas (31,3%). Metade dos adolescentes (49,2%) relatou ter tido duas ou mais aulas de educação física na semana anterior à entrevista; 79,2% relataram assistir a duas horas diárias de televisão ou mais. Os dados do PeNSE indicam baixa prevalência de jovens ativos e com duas ou mais aulas de educação física por semana, além de elevada prevalência de comportamento sedentário. Tais dados podem ser utilizados como linha de base para o monitoramento de atividade física em escolares brasileiros, mas desde já sugerem a necessidade de intervenções para a promoção de atividade física em adolescentes brasileiros (HALLAL et al, 2010).
Considerações finais
O sedentarismo tem um impacto na saúde, podendo causando varias doenças. A obesidade precisa ser tratada como problema de saúde pública. A prática regular de exercícios físicos é um importante fator de saúde, tornando-se um bom controle e prevenção da obesidade.
Nesta revisão literária pode-se observar a relevância da atividade física para promoção da melhoria da saúde e controle do peso corporal.
É importante sempre ressaltar que para reduzir o peso corporal é importante mudar o estilo de vida progressivamente, e principalmente é um processo que requer muita determinação.
No estudo feito pela Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), uma parceria entre o Ministério da Saúde e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) relatou que os adolescentes brasileiros tem elevada prevalência de comportamento sedentário. A quantidade de adolescentes que relataram assistir a duas horas diárias de televisão ou mais tem a proporção maior do que praticam 300 minutos de atividades físicas por semana. Para promover a atividade física e a saúde entrem adolescentes será preciso mudanças de comportamentos de vida dos jovens.
Referências bibliográficas
FRANCISCHI, R. P. P. et al. Obesidade: Sua Atualização Sobre Etiologia, a Morbidade e Tratamento. Revista Nutrição 2000; 13:17-28
FONSECA; SICHIERI; VEIGA. Fatores associados à obesidade em adolescentes. Revista de Saúde Pública. Universidade de Estado de São Paulo, v. 32, n. 6 541-549, dez.1998.
HALLAL et al. Prática de atividade física em adolescentes brasileiros. Ciênc. saúde coletiva vol.15 supl.2 Rio de Janeiro Oct. 2010
JUNIOR; BIER, A. A Importância da Atividade Física na Promoção de Saúde da População Infanto-Juvenil. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Ano 13 – n 119, abril 2008. http://www.efdeportes.com/efd119/atividade-fisica-na-promocao-de-saude.htm
LOPES; MARTI, ALIAGA, JESÚS et al. Aspectos Genéticos da Obesidade. Rev. Nutr.; v.17, n.3, p.327-338, jul./set. 2004.
McARDLE, W. D; KATCH, F. I; KATCH, V. L. Fisiologia do Exercício: Energia, Nutrição e Desempenho Humano. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
MELBY C. L; HILL J.O. Exercício, Balanço de Macronutrientes e Regulação do Peso Corporal. Sports Science Exchange. Gatorade Sports Science Institute, v. 12, n. 1, jul/ago/set. 1999.
MILBRADT et al. Influência da atividade física e sua relação com o sedentarismo em crianças e adolescentes em idade escolar. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Ano 14 – n 132, Marzo 2009. http://www.efdeportes.com/efd132/atividade-fisica-e-sua-relacao-com-o-sedentarismo.htm
RECH, S; MARCELINO SIQUEIRA, P. C. M. Obesidade infantil: A Atividade Física com Aspecto Preventivo. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Ano 15 – n 143, Abril 2010. http://www.efdeportes.com/efd143/obesidade-infantil.htm
REIS, P. C. Obesidade e Atividade Física. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Ano 13 – n 130, Marzo 2009. http://www.efdeportes.com/efd130/obesidade-e-atividade-fisica.htm
SAPATÉRA; PANDINI. Obesidade na Adolescência. EFDesportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Ano 10 – n 85, Junio 2005. http://www.efdeportes.com/efd85/obesid.htm
SILVA, A. J. et al. Obesidade Infantil. Monte Claros. CGC Artes Gráficas, 2007.
SILVA, E. Influência da Prática de Atividade Física para Adolescente com Obesidade. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Ano 13 – n 128, Enero 2009. http://www.efdeportes.com/efd128/atividade-fisica-para-adolescentes-com-obesidade.htm
WAHRLICH. V; ANJOS. L. A. Aspectos históricos e metodológicos da medição e estimativa da taxa metabólica basal: uma revisão da literatura. Cad. Saúde Pública vol.17 nº 4 Rio de Janeiro July/Aug. 2001.
WILMORE, J. H; COSTILL, D. L. Fisiologia do Esporte e do Exercício. 2 ed. São Paulo: Manole, 2001.
WILMORE, J. H; COSTILL, D. L; Kenney, W. L. Fisiologia do Esporte e do Exercício. 4 ed. São Paulo: Manole, 2010.
Outros artigos em Portugués
Búsqueda personalizada
|
|
EFDeportes.com, Revista
Digital · Año 16 · N° 161 | Buenos Aires,
Octubre de 2011 |