Percepção dos alunos e professores sobre o projeto de iniciação esportiva da Universidade de Cuiabá, UNIC Percepción de los alumnos y profesores sobre el proyecto de iniciación deportiva de la Universidad de Cuiabá, UNIC |
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*Prof. Dr. Docente do Centro Universitário de Várzea Grande, UNIVAG/NAFIMES **Prof.ª Dr.ª Docente da Universidade Federal do Mato Grosso. FEF/NAFIMES ***Prof. Esp. Docente do Centro Universitário de Várzea Grande, UNIVAG (Brasil) |
Fabricio Cesar de Paula Ravagnani* Christianne de Faria Coelho- Ravagnani** christianne.coelho@hotmail.com Allan Kardec Pinto Acosta Benitez*** |
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Resumo A presente pesquisa tem como objetivo compreender a percepção dos alunos e professores da escola a respeito do projeto. A pesquisa foi realizada com 10 alunos das séries iniciais do ensino fundamental, sendo 07 meninos e 03 meninas (média de idade de 10,1±1,79 anos) e 07 professoras da escola (média de idade de 45±10,14). Utilizou-se como instrumento de coleta de dados dois questionários, contendo questões abertas sobre a percepção dos alunos e professores a respeito do projeto. A partir disto, foi realizada análise de conteúdo e as respostas dos professores foram classificadas em percepção positiva ou negativa. Quando foi identificada, nos relatos dos professores, alguma contribuição do projeto na formação dos alunos, esses relatos foram categorizadas em diferentes dimensões: corporal/estética, social/relação interpessoal , cognitiva e dimensão integral. Os resultados mostraram que tanto as crianças como os professores perceberam de forma positiva a participação no projeto. Meninas e meninos deram preferência às atividades diferentes e houve congruência das respostas entre professores e alunos. Além disto, a percepção dos professores mostrou o papel formativo do presente projeto. Concluí-se que o projeto foi percebido positivamente por alunos e professores. A avaliação realizada no presente projeto pode ser entendida como um processo de aprendizagem que contribuirá para maior reflexão e discussão por parte dos professores e direção, acerca do papel e da necessidade de práticas esportivas no ambiente escolar. Unitermos : Iniciação esportiva. Escola. Esporte educacional.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 160, Septiembre de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Pensando na qualificação profissional da educação física numa perspectiva do esporte educacional e na tentativa de romper o modelo esportivista ainda vigente no Brasil, o curso de educação física da Universidade de Cuiabá elaborou o projeto de extensão universitária denominado “Iniciação Esportiva\UNIC”.
O projeto foi criado em 2008 com o objetivo de oferecer às crianças e pré-adolescentes da “Escola Estadual Dom Francisco de Aquino Corrêa” de Cuiabá – MT, vivências de várias modalidades esportivas e, em longo prazo, fornecer subsídios para que estes se tornem mais autônomos e críticos, resgatando os valores educativos que são incorporados à aprendizagem dos esportes.
Apesar de existirem muitas áreas acadêmicas estudando o esporte, ainda há poucos estudos com a temática do esporte educacional, especialmente da iniciação esportiva na escola.
Além disso, são escassos os trabalhos que avaliam a percepção dos sujeitos, que de alguma forma, estão envolvidos no esporte. Muitas vezes as avaliações se reduzem a números objetivos e quantitativos (ex. desempenho físico e crescimento físico) ou apenas a um público seleto (ex. crianças que praticam ou não praticam o esporte).
A presente proposta visa compreender a percepção dos alunos e também dos professores da escola atendida, tentando avaliar se de alguma maneira, esta intervenção tem efeitos “indiretos”, ou seja, se é capaz de beneficiar “protagonistas e coadjuvantes”
Acreditamos que essa temática seja relevante, pois a prática de esportes pode tornar-se um hábito para a vida inteira, particularmente se tiver sido associada às sensações positivas na infância e adolescência. Além disso, o poder transformador do esporte naqueles que os pratica deverá ser percebido por todos à sua volta.
Portanto, o objetivo do trabalho foi compreender a percepção dos alunos e professores a respeito do projeto iniciação esportiva UNIC.
Metodologia
Para a realização deste projeto foi utilizada pesquisa de campo descritiva com abordagem qualitativa realizada no projeto Iniciação Esportiva UNIC, que teve seu início em 02/11/2008, dentro do Núcleo de Práticas Esportivas da Faculdade de Educação Física da Universidade. O projeto contava com a participação dos alunos com idade entre 7 a 12 anos do sexo feminino e masculino, todos estudantes do ensino fundamental da “Escola Estadual Dom Francisco de Aquino Corrêa”, situada em Cuiabá-MT.
Todas as crianças e pré-adolescentes que frequentavam o projeto, foram autorizadas pelos pais ou responsáveis, que assinaram um termo de participação dos mesmos, no momento da inscrição do projeto. Os professores, após serem orientados sobre a participação voluntária na pesquisa, objetivos, procedimentos, riscos e benefícios, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
As modalidades esportivas que serviram como base para o desenvolvimento do projeto foram: basquete, handebol, futsal, vôlei, ginástica e outras. As atividades foram desenvolvidas pelos alunos do estágio obrigatório do curso de educação física da “UNIC”, supervisionados pelo coordenador do projeto.
O projeto iniciação esportiva está pautado na teoria cognitivista da iniciação esportiva universal (Greco; Benda, 1998) e utiliza os princípios do esporte educacional propostos pelo INDESP (1996), ou seja, co-educação, totalidade, emancipação, participação e regionalismo.
Para o desenvolvimento das atividades foi utilizado o agrupamento de crianças de acordo com as séries do ensino fundamental, ou seja, em um dia participam alunos da 1ª e 2ª série, na quarta feira participam alunos da 3ª e 4ª série, respectivamente nos horários das 8 às 9 horas e das 9 às 10 horas.
A pesquisa foi realizada com 17 pessoas, sendo 10 alunos do projeto (7 meninos e 3 meninas) e 7 professoras da escola atendida. Todos participantes da pesquisa foram recrutados de forma aleatória em uma visita à escola no período de aula, no entanto, fora do horário de participação do projeto.
Utilizou-se como instrumento de coleta dois questionários, elaborados pelo pesquisador, contendo questões abertas sobre a percepção dos alunos e professores a respeito do projeto iniciação esportiva\UNIC. No questionário dos professores as perguntas tiveram a finalidade de compreender qual era a percepção dos professores da escola e o que eles achavam que os seus alunos pensavam do projeto. No questionário dos alunos as perguntas foram feitas em forma de entrevista utilizando um gravador digital de voz da marca Powerpack® e tinha a finalidade de compreender a percepção dos alunos referente ao projeto e o que eles achavam que os seus pais e professores pensavam do projeto. Além disto, foram feitas perguntas gerais como idade, sexo e grau de escolaridade a todos os participantes da pesquisa.
Foi realizada análise de conteúdo e as respostas dos professores foram classificadas em percepção positiva ou negativa e quando identificada alguma contribuição do projeto na formação dos alunos, esses relatos foram categorizadas em diferentes dimensões (MINAYO, 2004). Desta forma, foram identificadas 4 dimensões que se apresentaram de forma mais marcante, sendo elas: 1) dimensão corporal/estética, quando os professores relatavam alguma contribuição física/corporal ou da saúde e estética; 2) dimensão social/relação interpessoal, quando os relatos eram relacionados ao comportamento em sala de aula ou fora dela, ou faziam referência ao uso de drogas, violência e criminalidade; 3) dimensão cognitiva, relacionada à aprendizagem, concentração e raciocínio; 4) dimensão integral, quando as respostas foram amplas e que contemplassem todas ou parte das dimensões citadas anteriormente. Estas dimensões foram elaboradas com base nos Parâmetros Curriculares Nacionais (1997-1998).
Os dados foram organizados em tabelas para facilitar a análise e tratados utilizando análise descritiva da freqüência de ocorrência absoluta ou relativa das respostas obtidas.
Resultados
Dos 10 alunos entrevistados neste estudo 70% eram do sexo masculino, 30% do sexo feminino e tinham média de idade de 10,1±1,79 anos. Entre os professores nota-se que 100% eram mulheres e apresentaram média de idade de 45±10,14 anos.
Os dados abaixo apresentam, respectivamente, a frequência dos relatos dos alunos quando indagados sobre: 1) como era para eles participar do projeto; 2) o que gostavam no projeto; 3) o que não gostavam no projeto; 4) o que seus professores pensavam do projeto iniciação esportiva; 5) o que os seus pais pensavam sobre o projeto de iniciação esportiva.
Quando os alunos foram questionados sobre o que representava para eles participar do projeto de iniciação esportiva, para ambos os sexos, as respostas foram todas positivas “legal”, “ótimo”, “gosto muito”, “muito bom”. Já ao serem indagados sobre o que gostavam no projeto, 6 alunos (60%) destacaram as brincadeiras, 3 alunos (30%) afirmaram que gostavam de “jogar bola” ou “dos jogos (jogos esportivos)”, 1 aluno disse que gostava da “ginástica artística” e 3 alunos (30%) afirmaram “gostar de tudo”. As brincadeiras foram citadas pela maioria dos meninos e meninas, enquanto que os jogos foram relatados apenas pelos meninos.
Ao serem questionados acerca do que não gostavam no projeto, 3 alunos (30%) responderam “nada”, 2 alunos do sexo masculino disseram “amarelinha”, 1 aluno respondeu “briga”, 2 alunos relataram “quando não deixam jogar futebol” “quando a tia não deixa jogar mais” e 3 alunos responderam “não gosto de ir embora”.
No que se refere à freqüência das repostas dos alunos em relação à questão “O que você acha que a sua professora pensa do projeto iniciação esportiva que você participa”? Observa-se que grande parte dos alunos (77,8%) acredita que os professores julgam o projeto positivamente, com relatos do tipo “legal”, “ótimo”. Apenas 1 aluno afirmou que “o professor não gosta do projeto” e 1 aluno relatou que “a professora gosta, mais acha que faz muita bagunça na sala” enquanto que outro aluno respondeu que a professora pensava que “é bom pra nós, faz a gente aprender mais”.
Em relação à freqüência das respostas dos alunos quando indagados sobre o que os seus pais pensavam sobre o projeto de iniciação esportiva. A maioria dos alunos (66,7%) relatou que os pais acham o projeto “bom”, “legal” ou “ótimo”. Dois alunos (22,2%) respondera “nada” e (11,1%) 1 aluno relatou que “ela fala que é para mim ir e não faltar”.
As tabelas 1, 2 e 3 expressam os relatos dos professores quando indagados sobre: 1) Como era para eles verem seus alunos no projeto iniciação esportiva; 2) Quais eram os sentimentos deles em relação ao projeto e 3) Quais eram os sentimentos das crianças sobre o projeto, observados por eles.
A tabela 1 mostra que todas as professoras entrevistadas perceberam de forma positiva a participação dos seus alunos no projeto iniciação. Além disso, alimentam sentimentos positivos em relação ao projeto (tabela 1 e 2) e acreditam que os alunos também gostam do projeto (tabela 3).
A maioria dos professores percebe que a participação dos seus alunos no projeto contribui com a formação dos mesmos, de forma geral, denominada aqui de dimensão integral. Dois professores foram específicos ao apontarem os aspectos físico corporal/estético e social/relação interpessoal comportamental (tabela 1 e 2). Grande parte dos professores da escola citou o termo “felicidade” para expressarem os seus sentimentos em relação ao projeto (tabela 1, 2 e 3).
Tabela 1. Percepção dos professores a respeito da participação dos seus alunos no projeto de iniciação esportiva
Tabela 2. Percepção e sentimentos dos professores acerca do projeto de iniciação esportiva
Tabela 3. Percepção dos professores sobre os sentimentos dos seus alunos referentes ao projeto iniciação esportiva
Discussão
A presente pesquisa teve como objetivo investigar a percepção dos alunos e professores a respeito do projeto iniciação esportiva da “Escola Estadual Dom Francisco de Aquino Corrêa”.
Nota-se que a totalidade das crianças percebeu positivamente a participação no projeto, considerando-a “legal”, “ótimo”, “gosto muito”, “muito bom”.
A satisfação dos alunos com o projeto parece ter refletido nas respostas dos professores que, quando solicitados a descreverem quais eram os sentimentos das crianças em relação ao projeto, relataram “Felicidade”, “Realização, interação”.
Os resultados do presente estudo coadunam-se com os observados por Figueira e Pereira (2010) onde 82% dos alunos da quarta-série do ensino fundamental diziam sentirem-se felizes em ir para as aulas de Educação Física.
Interessante observarmos que alguns professores percebem as ansiedades e tristezas de seus alunos da mesma forma que eles. Na fala de alguns professores há congruência com os relatos de seus alunos, como por exemplo, dois professores relataram que as crianças “Gostam muito do projeto. Não querem ficar sem as atividades, gostam de freqüentá-lo, sentem muita falta quando não tem aula do mesmo”; No mesmo sentido, três crianças, quando indagadas sobre o que não gostavam no projeto, disseram “não gosto de ir embora”; “não tem nada que eu não goste só a hora de ir embora”.
No estudo de Figueira e Pereira (2010) citado anteriormente, também foi observado que 95% dos alunos se sentiam tristes ou mais ou menos tristes ao voltarem das aulas de Educação Física.
Quando considerado o gênero, a análise dos relatos permitiu observarmos algumas diferenças na percepção dos alunos em relação ao que gostavam mais no projeto. Os meninos dão preferência aos jogos e brincadeiras. Nas palavras de um aluno “Gosto de jogar bola”. Já as meninas preferem as atividades que envolvam brincadeiras, como relatado por uma aluna “Gosto de brincar, mas não gosto de ir embora”
A preferência dos meninos para os jogos fica evidente quando analisamos o relato do aluno “Quando não deixam jogar futebol” a ser indagado sobre o que não gostava no projeto.
Essas diferenças entre os gêneros têm sido discutidas em inúmeros estudos (ABREU, 1990; BARROSO, 2004) que convergem à idéia de que elas são fortemente moldadas por fatores socioculturais.
Figueira e Pereira (2010) afirmam que “Mesmo antes de nascer, os pais criam uma expectativa relacionada ao sexo das crianças, que brincarão com os jogos e brinquedos “apropriados”, e deverão se comportar segundo os padrões estabelecidos pela sociedade”.
Diante disto, o presente projeto de iniciação esportiva tenta transformar alguns conceitos e práticas por parte dos alunos. Além disso, tenta superar o paradigma reducionista, da simples repetição de movimentos para criar por meio do esporte, um ambiente formativo.
Reverdito et al (2009) ao analisarem conceitualmente as diversas abordagens da pedagogia do esporte, ressaltam que todas são consensuais quando referem-se às obrigações da prática educativa para a intervenção no esporte, seja na iniciação ou no treinamento, e a atenção às dimensões que cercam o processo de formação humana. Segundo os autores o esporte constitui-se de um ambiente repleto de possibilidades para o desenvolvimento humano.
Acredita-se que a resposta dada por um aluno “brigas” quando indagado sobre o que não gostava no projeto pode significar que o presente projeto de iniciação esportiva contribua com a noção de relação social ou interpessoal que sempre tentamos desenvolver em nossas atividades.
O papel educador do projeto na temática da violência e criminalidade foi percebido por uma professora que em seu relato destacou “Para o aluno é uma oportunidade de crescimento e um meio de tirá-lo do mundo da criminalidade”.
De acordo com Verardi e De Marco (2008), durante a prática do esporte, a criança vivencia inúmeras situações que podem ser extrapoladas para a vida diária (respeito às regras, à autoridade, atitudes de cooperação, comportamentos solidários ou agressivos) e que de alguma maneira contribuirão positivamente com a educação destas crianças.
É oportuno destacar que uma parcela considerável dos alunos acredita que seus pais gostem do projeto. Na fala de um aluno “ela fala que é para mim ir e não faltar”.
Essa percepção da aprovação e incentivo dos pais é importante para as crianças, à medida que se constitui em fator gerador de prazer e satisfação com a participação em atividades esportivas (Verardi, De Marco, 2008).
Destaca-se que, quanto maior for o suporte familiar e ambiental, maiores são as possibilidades de adesão e manutenção da atividade física nas crianças e adolescentes (GUEDES et al, 2009).
No presente estudo pode-se constatar que a percepção dos alunos em relação ao que seus professores pensam do projeto foi congruente com as respostas dos professores.
A maioria dos alunos disse que seus professores acham o projeto “legal”, “ótimo” e todos os professores perceberam positivamente a participação dos seus alunos.
Curiosamente um aluno relatou que o professor acha que “é bom pra nós, faz a gente aprender mais” e o professor descreveu que “O projeto é excelente, os alunos quando participam principalmente na quadra com brincadeiras e jogos eles melhoram o seu aprendizado e comportamento em sala de aula”
As percepções correlatas também podem ser observadas ao analisarmos as respostas de professores à pergunta: Quais são os seus sentimentos no que se refere ao projeto iniciação esportiva?
Nota-se que os relatos do tipo “Sentimento de felicidade e dever cumprido no que se refere à educação das crianças” ou “Muito bom...pois sei que estão sendo bem tratados e estão desenvolvendo competências que vão melhorar sua vida” traduzem a percepção dos professores quanto ao papel educador do projeto
Estes achados são extremamente animadores já que a iniciação e formação esportiva consciente, crítica e reflexiva constitui uma das grandes preocupações do presente projeto.
Além disso, fica evidente pelas respostas expressas nas tabelas 1,2 e 3 que os professores atribuem às dimensões física, social e cognitiva grande importância da prática esportiva para a formação dos alunos.
Esses resultados nos remetem à Bracht, (1992) ao afirmar que “o movimento que a criança realiza num jogo tem repercussões sobre várias dimensões do seu comportamento”. Além disso, os achados do presente estudo nos permitem acreditar que alguns princípios fundamentais da pedagogia do esporte, como diversidade, inclusão, cooperação e autonomia estejam sendo trabalhados satisfatoriamente no projeto.
Por outro lado, os professores manifestaram altas expectativas quanto à ampliação do projeto alegando que “Eles gostariam que fosse duas vezes na semana”, “acho que uma (1hora) é pouco para eles, e um dia, deveria ser 2 dias no mínimo”
Provavelmente isso tenha acontecido, pois na escola não há aulas de educação física, como relatou uma professora “Os alunos do 1ª ao 5ª ano não tem professor de educação física. Esse projeto veio somar com a escola”.
Esses achados reforçam a percepção que os professores têm sobre a importância da atividade física na vida das crianças. A escola consitui-se no espaço ideal para o desenvolvimento de atividades físicas básicas e diárias.
Enfim, nossos resultados sugerem que ambos, professores e alunos, percebem positivamente o projeto de iniciação esportiva. A possibilidade de dar voz aos alunos e professores foi um ponto positivo da presente proposta, pois nos permitirá fortalecer e melhorar nossas ações.
Entretanto, a escassez de estudos nesta temática fez com que utilizássemos comparações com as aulas de educação física escolar, as quais podem apresentar diferenças dos projetos pautadas na pedagogia do esporte.
Assim, torna-se necessária a realização de mais estudos que envolvam a avaliação de projetos de iniciação esportiva.
Conclusão
Todas as crianças perceberam positivamente a sua participação no projeto. Houve diferença nas atividades preferidas por meninos e meninas e congruência nas respostas de professores e alunos. A percepção dos professores foi positiva e revelou o papel formativo do presente projeto.
A avaliação realizada neste estudo pode ser entendida como um processo de aprendizagem que contribuirá para maior reflexão e discussão por parte dos professores e direção, acerca do papel e da necessidade de práticas esportivas no ambiente escolar, principalmente porque a escola estudada não possui aulas de Educação Física nas séries iniciais.
Referências bibliográficas
ABREU, N. G. Meninos pra cá meninas pra lá. 1990. Dissertação (mestrado em Educação Física) Universidade Gama Filho - UGF, Rio de Janeiro, 1990
BRACHT, V. Educação Física e Aprendizagem Social. Porto Alegre: MAGISTER, 1992.
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FIGUEIRA, T. B,; PEREIRA, R. S. Aulas de Educação Física no Ensino Fundamental: A Opinião dos Alunos da 4ª Série, Disponível em: http://www.univag.com.br/adm_univag/Modulos/Connectionline/Downloads/08___Aulas_de_educacao_fisica_no_ensino_....pdf. Acesso em: 01 setembro 2010.
GRECO, P. J. Iniciação esportiva universal II: metodologia da iniciação esportiva na escola e no clube. Belo Horizonte: UFMG, 1998.
GUEDES, N. G.; MOREIRA, R. P.; CAVALCANTE, T. F.; ARAUJO, T. L; XIMENES, L. B. Atividade física de escolares: análise segundo o modelo teórico de promoção da saúde de Pender. Rev. esc. enferm. USP. São Paulo. v. 43. n. 4, Dec. 2009.
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MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec, 2004.
REVERDITO, R. S.; SCAGLIA, A. J.; PAES, R. R. Pedagogia do esporte: panorama e análise conceitual das principais abordagens. Motriz, Rio Claro, v.15 n. 3 p., 600-610, 2009.
VERARDI, C. E. L.; DE MARCO, A. Iniciação Esportiva: a influência de pais, professores e técnicos. Arquivos em Movimento, Rio de Janeiro, v.4, n.2, julho/dezembro, 2008.
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Digital · Año 16 · N° 160 | Buenos Aires,
Septiembre de 2011 |