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Análise do perfil antropométrico dos acadêmicos do curso de 

Educação Física da Universidade Estadual de Montes Claros

Análisis del perfil antropométrico de los Estudiantes de Educación Física de la Universidad Estatal de Montes Claros

 

*Discente do Curso de Educação Física Bacharelado

da Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES

**Docente do Curso de Educação Física

da Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES

(Brasil)

Adão Soares dos Santos*

Érika Porfírio Almeida Santos*

Karen Lorena Rodrigues Reis*

Talita Boaventura Siqueira*

Alex Sander Freitas**

Vinícius Dias Rodrigues**

viniciusdr26@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          A prática da atividade física pode ser um fator primordial para se manter melhores níveis antropométricos. Nesse contexto a busco do estilo de vida saudável é crescente a cada dia, fica evidenciado na literatura dos inúmeros benefícios que se têm quando utiliza-se de parâmetros saudáveis no dia a dia. O objetivo do presente estudo é fazer uma analise do perfil antropométrico dos acadêmicos do Curso de Educação Física da Universidade Estadual de Montes Claros. A amostra foi constituída de 100 acadêmicos discentes do primeiro ao oitavo período com idade compreendida de 17 a 31 anos de idade. Como resultado deste estudo observou-se a maioria dos pesquisados (85%) apresentam Índice de Massa corporal (IMC) dentro dos níveis considerados normais e que a maioria (56%) dos pesquisados apresentam baixo risco coronariano quando analisado através da Relação Cintura Quadril (RCQ). Quando analisado o IMC e RCQ com a pratica de Exercício Físico percebe-se que houve diferença significativa do RCQ (0,002) quando comparado com os não praticantes e quanto ao IMC também houve diferença (0,01) entre os mesmos. Quando estes índices analisados com relação ao sexo também teve-se diferença significativa dos valores de IMC (0,000) e o RCQ (0,000).

          Unitermos: Antropometria. Índice de massa corporal. Relação cintura quadril.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 160, Septiembre de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    As medidas antropometricas podem ser fator importante para avaliação/alerta de saúde, na dinâmica atual faz-se uma relação direta de um bom estado antropometrico com as práticas de atividade física, dessa forma nas últimas décadas a pratica regular de atividade física tem sido estimulada como busca de estilo de vida saudável. Segundo a Organização Mundial de Saúde (2004), a pratica regular de atividade física reduz o risco de mortes prematuras, doenças do coração, acidente vascular cerebral, câncer de cólon, de mama e diabetes tipo II além de atuar na prevenção ou redução da hipertensão arterial e prevenção do ganho de peso.

    Seguindo este pressuposto a incidência de sobrepeso pode provocar riscos graves à saúde. No que diz respeito ao perfil antropometrico o sedentarismo pode ser um fator influenciador na elevação dos índices de gordura corporal, dessa forma Sotelo et al (2004) afirmam que este traz consigo uma associação com o avanço tecnológico pelo uso contínuo de computadores, por exemplo, pode ser um importante fator de risco, principalmente vindo acompanhado da obesidade, para diferentes doenças.

    Portanto, acredita-se que a prática de atividade física realizada de forma regular possa combatê-lo, cooperando de forma considerável para a manutenção da aptidão física, seja na sua vertente da saúde de um modo geral, seja nas capacidades funcionais de um modo específico, evitando o risco da obesidade, uma doença crônica definida como excesso de gordura corporal, em que ocorre concomitância de fatores de risco genéticos e ambientais.

    Ainda no que diz respeito à antropometria Farkas (1994) a define como a ciência que estuda o corpo humano por meio de análise quantitativa, ou seja, segundo medidas de tamanho, peso e proporções de partes do corpo. Nessa Prerrogativa a Organização Mundial da Saúde (WHO, 1995), ressalta que os indicadores antropométricos devem ser utilizados na determinação do estado nutricional e de saúde de indivíduos e coletividades, sendo importantes no diagnóstico e acompanhamento da situação nutricional e crescimento corporal.

    Estudos destacam que a circunferência da cintura elevada, além da inadequação de outros índices como índice de massa corporal (IMC), razão circunferência cintura/quadril (RCQ) e índice de conicidade (índice C) podem contribuir para o aumento do risco coronariano (PITANGA, 2007).

    No que diz respeito ao Índice de Massa Corpórea (IMC) várias investigações sobre diagnóstico de obesidade e determinação de tipo de distribuição de gordura usam, de forma simultânea ou não, os índices antropométricos índice de massa corporal (IMC), relação cintura quadril (RCQ) e perímetro da cintura (PC), (BAUMAN et al, 2000). A relação destas variáveis com a atividade física é evidente, pois segundo Sênior et al (2002) estudos epidemiológicos e de coorte têm demonstrado forte associação entre obesidade e inatividade física.

    Diante deste contexto, o presente estudo teve como objetivo avaliar o perfil antropométrico dos acadêmicos do curso de Educação Física da Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes.

Metodologia

    O presente ensaio é considerado de caráter descritivo, transversal, quantitativo e com amostra não probabilística, ocorreu no segundo semestre de 2010 na Universidade Estadual de Montes Claros, onde se avaliou no período matutino 100 acadêmicos do primeiro ao oitavo período do curso de Educação Física da Universidade Estadual de Montes Claros com idade variando entre 17 a 31 anos. Consistiu em analisar medidas coletadas e avaliar o perfil antropométrico dos acadêmicos mediante mensurações de peso, altura, circunferência de Cintura, Quadril.

    Para coleta das circunferências da Cintura, Quadril e Perímetro abdominal utilizou-se uma fita métrica do tipo Sanny Medical Antropométrica (2 metros) e para coleta do peso e altura utilizou-se a balança do tipo Fillizola com estadiômetro acoplado, série: 3134 e Número: 23773.

    Como Calculo do IMC utilizou-se formula de acordo com Norton (1996), sendo MC X Estatura2, sendo utilizada a MC, em Kg, e a estatura, em metros. Para fazer a verificação do perímetro da cintura dos indivíduos foi o descrito por Callaway et al. (1991), a saber: o avaliado em pé com abdômen relaxado, os braços descontraídos ao lado do corpo, a fita colocada horizontalmente no ponto médio entre a borda inferior da última costela e a crista ilíaca; as medidas foram realizadas com a fita firme sobre a pele; todavia, sem compressão dos tecidos. Para perímetro do quadril, foram seguidos os mesmos passos descritos por Callaway et al. (1991), entretanto, a fita métrica foi colocada horizontalmente em volta do quadril na parte mais saliente dos glúteos.

    Os dados foram introduzidos e analisados no software SPSS 16.0 for Windows. Inicialmente utilizou-se os procedimentos de estatística descritiva (média e desvio padrão) para a caracterização da amostra, em seguida recorreu-se ao teste “t” de Student para amostras independentes com p≤0,05. Para a classificação do IMC e RCQ utilizou-se a análise de freqüência e porcentagem.

    Todos os pesquisados foram antecipadamente convidados e assinaram termo de consentimento livre esclarecido de acordo com a resolução 196/96 do conselho Nacional de Saúde que regulamenta pesquisa com seres humanos.

Apresentação e discussões dos dados

    Os resultados obtidos neste estudo revelam o perfil antropométrico de estudantes de Educação Física através da classificação do IMC, RCQ, comparação do IMC e RCQ associados à prática de exercício físico, comparação do IMC e RCQ associados ao sexo, representados nas tabelas abaixo.

Tabela 1. Caracterização da amostra

    Na tabela 01 demonstra a caracterização da amostra de acordo com o peso, altura, Índice de Massa Corporal (IMC), Circunferência de Cintura, Circunferência de Quadril e Relação Cintura Quadril (RCQ). Quando comparado o IMC e o RCQ em relação ao sexo, observa-se que não houve uma diferença significativa entre os mesmos, contudo Santos e Fujão (2003) relatam que os homens ultrapassam as mulheres em quase todas as variáveis antropométricas (exceto na largura e circunferência da anca).

Tabela 2. Classificação do IMC de acordo com a Organização mundial de Saúde (OMS, 1997)

    A tabela 02 revela a classificação dos indivíduos de acordo com a Organização Mundial da Saúde (1997) considerando o Índice de Massa Corporal (IMC) na qual demonstra que 85% dos indivíduos são considerados com o peso normal, 12% considerados com sobrepeso e 3% como obesos. Esses valores podem ser considerados bons, pois a Organização de Saúde no Mundo (1997) ressalta que o individuo com IMC de 18,5-24,9 kg/cm² é considerado Eutrofia, de 25,0 a 29,9 pode ser considerado como Pré-Obeso e somente acima de 30,0-34,9 que este pode ser considerado obeso de grau I.

Tabela 3. Classificação do risco coronariano de acordo com o RCQ

    Na tabela 03 está demonstrado à classificação do risco coronariano de acordo com a Relação Cintura Quadril (RCQ) apresentou-se 56% dos pesquisados com risco baixo, 38% com risco moderado, 4% com risco alto e 2% com risco coronariano baixo.

Tabela 4. Comparação do IMC e RCQ associados à prática de exercício físico

    Na tabela 04 está especificado a comparação do Índice de Massa Corporal (IMC) e Relação Cintura Quadril (RCQ) associados com a pratica de Exercício Físico, sendo que dos 40 pesquisados praticantes de exercício físico quando comparados com os 51 não praticantes no quesito RCQ no primeiro apresenta uma média de 0,7627 e o segundo 0,7190 com um desvio padrão de 0,07430 e 0,06278 respectivamente, sendo que houve uma significância de 0,002 uma vez que considerou-se p≤0,01. Quando comparados em relação IMC verificou-se que os praticantes apresentaram uma média de 22,2798 e os não praticantes 20,5269 com o primeiro apresentando desvio padrão de 3,60890 e o segundo 3,02789 e uma significância de 0,01 considerando p≤0,01. Segundo Valdez (1993), o IMC não discrimina a quantidade de gordura corporal, nem tampouco sua distribuição. Desta forma, como já descrito, os indivíduos com bom desenvolvimento músculo-esquelético podem apresentar IMC elevado, sendo erroneamente classificados como obesos os que pode ser constatados pela classificação utilizada, atualmente, para descrever obesidade em homens e em mulheres.

Tabela 5. Comparação do IMC e RCQ associados ao sexo

    Na tabela 05 fez-se a comparação do Índice de Massa Corporal (IMC) e Relação Cintura Quadril (RCQ) associados sexo sendo que em ambos teve-se 32 pessoas do sexo masculino e 68 do sexo feminino, na relação RCQ os indivíduos do sexo masculino apresentou média de 0,7944, desvio padrão de 0,06820 e no sexo feminino apresentou média de 0,7150 com desvio padrão de 0,05837, nestes dados apresentou significância de 0,000 pois p≤0,01. Quando comparados o IMC os indivíduos do sexo masculino apresentou média de 23,4537 e desvio padrão de 3,83887, já os do sexo feminino teve média de 20,4126 e desvio padrão de 2,73798 com significância de 0,000 onde p≤0,01. Em ênfase nestes resultados da-se-á concordância com a afirmação de Guedes e Guedes apud Pontes e Souza (2003) ao qual em pesquisa realizada confirma que o índice de sobrepeso no homem é maior do que na mulher, isto quer dizer 30% e 18,5% respectivamente. Neste contexto, correlações significativas foram notadas em estudo feito por Giugliano et al (2004), entre o IMC e a gordura corporal e o IMC e os perímetros da cintura e do quadril.

Considerações finais

    Este estudo possibilitou demonstrar através da análise do perfil antropométrico de estudantes de Educação Física que o IMC da maioria dos estudantes foi normal, sendo os obesos apresentando 3% do total da amostra analisada. Não houve diferença relevante na comparação do IMC entre os praticantes de exercício físico e os não praticantes. Pôde-se notar em relação ao IMC e o RCQ que existe diferenças pouco significativa comparando com o sexo masculino e feminino.

    Constatamos quanto o Índice de Massa Corporal que os praticantes de exercício físico apresentam número (22,2798) superior aos não praticantes (20,5269) isso pode ser justificado pelo tipo de exercício que os avaliados fazem que em sua maioria que é musculação. Ainda quanto a pratica de exercício físico observamos que nos níveis de IMC e RCQ os avaliados que declararam serem praticantes de exercício físico apresentaram valores maiores (IMC: 22,2798 e RCQ: 0,7627) de que os não praticantes (IMC: 20,5269 e RCQ: 0,7190), considerando p≤0,01. Vale citar também, que quando analisada separadamente por períodos não há diferença significativa entre acadêmicos de períodos diferentes.

Referências

  • BAUMAN A, et al. O relacionamento entre o índice de massa de corpo e circunferência da cintura: implicações para estimativas da predominância da população do excesso de peso. Int J Obes Relat Metab Disord, 2000; 24; 1058- 61.

  • CALLAWAY CW, CHUMLEA WC, BOUCHARD C, HIMES JH, LOHMAN TG, MARTIN AD, et al. Circumferences. In: Lohman TG, Roche AF, Martorell R, editors. Anthropometric standardization reference manual. Champaign: Human Kinetics Books; 1991. p. 44-5.

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  • NORTON K, OLDS T. Anthropometrica. Sidney, Australia: Southwood Press; 1996.

  • ORGANIZAÇÃO DE SAÚDE DO MUNDO. Obesidade: impedindo e controlando a epidemia global da obesidade. Relatório do que consulta da obesidade. Genebra, 3-5 junho, 1997.

  • ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE - OMS. Obesidade. Impedindo e controlando a epidemia global. Genebra, 1997.

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  • PITANGA F. LESSA I. Associação entre indicadores antropométricos de obesidade e risco coronariano em adultos. Rev Brás Epidemiol. 2007; 10(2): 239-8.

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  • SENIOR de Srinivasan, et al. Relação de medidas auto-avaliados da atividade física aos fatores de risco múltiplos da síndrome da resistência de insulina em adultos: o estudo do coração de Bogalusa. J Clin Epidemiol 2002; 55: 997-1006.

  • SOTELO Yom, et al. Prevalência de sobrepeso e obesidade entre escolares da Rede Pública segundo três critérios de diagnóstico antropométrico. Cad Saúde Pública. 2004; 20(1): 233-40.

  • VALDEZ R, et al. A new Index of abdominal adiposity as an indicator of risk for cardiovascular disease. A Cross-Population Study. International Journal of Obesity 1993;17: 77-82.

  • WORLD HEALTH ORGANIZATION. Physical status: the use and interpretation of anthropometry. Geneva: WHO; 1995. Technical Report Series. traduzir

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