Nível de hidratação de atletas de voleibol durante uma competição Nivel de hidratación de jugadores de voleibol durante la competencia |
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*Bacharel em Educação Física – FTC *Especialista em Fisiologia e Prescrição do Exercício – UGF **Graduada em Ciências Econômicas – UFBA **Pesquisadora do Instituto de Saúde Coletiva – UFBA (Brasil) |
Marcos Vinícius Casais Barreto* Danielli Nunes de Oliveira Costa** |
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Resumo Introdução: A hidratação é uma das grandes preocupações a cerca da preparação física dos atletas. Em países tropicais essas preocupações ainda são maiores pelo fato dos atletas sofrerem uma série de respostas fisiológicas relacionadas ao calor. Objetivo: O presente estudo é monitorou o nível de hidratação de atletas de voleibol universitário de uma equipe de Salvador, BA, controlando o peso pré e pós-jogo. Metodologia: Participaram da amostra 12 jogadores de uma equipe de voleibol de Salvador, BA que disputaram a Copa FTC, BA e o campeonato Baiano de voleibol. A analise dos dados foi realizado através da estatística descritiva, utilizando o teste "t" de Student para variáveis dependentes. Resultados: As médias encontradas neste artigo apontarem para menos de 1,02% de perda do PC em todas as partidas, alguns dos indivíduos avaliados perderam mais de 1,02% referente à maior média do grupo nas quatro partidas. Conclusão: De acordo com outros estudos sugere-se que a verificação peso corporal isoladamente não seja o melhor método de indicação do nível de desidratação de atletas, podendo ser utilizado outros marcadores fisiológicos. É de suma importância que todos os atletas façam uma ingesta de líquidos antes, durante e após as partidas com o intuído de se equilibrar as perdas hídricas, suprindo as demandas fisiológicas do organismo, que nesse caso foi verificada através do controle do peso corporal. Unitermos: Hidratação. Exercício físico. Voleibol.
Abstract Introduction: Hydration is a large concern about the physical preparation of athletes. In tropical countries such concerns are even greater because of athletes suffering a series of physiological responses related to heat. Objective: This study is monitored the moisture level of college volleyball players from a team from Salvador, BA, controlling weight and post-game. Methods: A sample of 12 players for a volleyball team from Salvador, BA who competed in the Cup FTC, BA and Baiano volleyball championship. The data analysis was performed using descriptive statistics, using the "t" Student test for dependent variables. Results: The mean values found in this article point to less than 1.02% loss on all PC games some of the individuals lost more than 1.02% higher on the group average in four games. Conclusion: In accordance with other studies suggests that the verification body weight alone is not the best method of indicating the level of dehydration in athletes and may be used other physiological markers. It is imperative that all athletes make a fluid intake before, during and after the games with the intuited to balance the loss of water, supplying the body's physiological demands, which in this case was verified by the controlling body weight. Keywords: Hydration. Exercise. Volleyball.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 160, Septiembre de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Na preparação física atual das equipes desportivas uma das grandes preocupações é o nível de hidratação dos atletas. Em países tropicais essas preocupações ainda são maiores pelo fato dos atletas sofrerem uma série de respostas fisiológicas relacionadas ao calor. A principal forma de desidratação dos atletas é o suor, líquido corporal perdido durante a atividade física que é repleta de substâncias minerais conhecidas com eletrólitos, que tem a função de estabelecer o gradiente elétrico apropriado através das membranas celulares.
No Brasil, um país tropical, a prática de atividades esportivas é dificultada pela presença de temperaturas elevadas, porém, os atletas que vivem nessas regiões já estão mais adaptados por terem uma maior tolerância ao estresse pelo calor, devido aos seus níveis de aclimatação.
A aclimatação acontece através de um conjunto de repostas ou adaptações fisiológicas fazendo com que o indivíduo possa suportar um estresse maior ao calor ambiental, incluindo aumento da capacidade de sudorese, ajudando a minimizar o acúmulo de calor, fazendo com que a pessoa possa ter um tempo maior de performance e diminuído os risco de doenças provocadas pelo calor (Salum, 2006, p. 1).
Segundo Gomes (2001) o estudo pioneiro que demonstrava que a desidratação resulta em dificuldade na regulação da temperatura corporal e que pode causar redução do desempenho foi publicado em 1944 por de Pitts, Johnson e Consolazio.
De acordo com o estudo de Rodrigues e Colaboradores (a. 2002) sobre a hidratação.
As atividades esportivas realizadas em ambientes quentes e úmidos que demandam de grandes esforços físicos elevam a temperatura corporal e aumentam a solicitação dos mecanismos termorregulatórios para facilitar a perda de calor. A sudorese é o principal mecanismo de dissipação do calor durante o exercício em ambientes quentes. Tem sido recomendado à ingestão de água em quantidade suficiente para repor a perda hídrica pela sudorese, o que pode evitar os efeitos adversos da desidratação no rendimento esportivo e o risco de doenças ligadas ao calor (Rodrigues e Colaboradores, 2002, p. 4).
O voleibol é um esporte coletivo em que exige a predominância de algumas valências físicas, essas valências são inerentes à funcionalidade da partida. A modalidade tem uma variação muito grande de esforços, propiciando um grande desgaste ao atleta. Em uma partida, um indivíduo realiza esforços de sub-máximo e máximo, alternado com esforços de baixa intensidade e momentos de repouso.
As variações de intensidade durante a realização de uma partida de voleibol, que pode variar de curta ou curtíssima duração caracterizado durante as cortada, bloqueios e movimentos de defesa, movimentos esses que exige grande variação de valências físicas inerentes a pratica do desporto, dentre elas estão: “potência, flexibilidade, resistência aeróbia, força, velocidade, agilidade, coordenação, equilíbrio e tempo de reação (...)” (Ribeiro, 2004).
“Cerca de 90% da energia necessária para suas ações são de fontes anaeróbias e apenas 10% são aeróbias, colaborando com a idéia de que há superaquecimento do organismo para produção de energia.” (Bossi, 2007 apud Kramer, 2004).
Por o voleibol ser uma atividade esportiva que requer dos atletas grande demanda metabólica com o aumento da temperatura corporal e com as perdas de liquido corporal, o presente estudo tem como objetivo monitorar o nível de hidratação de atletas de voleibol universitário de uma equipe de Salvador, BA, através do controle do peso pré e pós-jogo.
Procedimentos metodológicos
População e amostra
A amostra foi composta por jogadores amadores de voleibol de uma equipe universitária de Salvador, BA. Foram selecionados de forma intencional, por estarem participando tanto de competições no estado e por pertencerem há um programa de treinamento desportivo sistemático, assessorados por uma equipe multidisciplinar, entre eles: preparador físico, técnico, fisioterapeuta, etc. Os indivíduos foram esclarecidos sobre os procedimentos e consentiram para a elaboração da pesquisa.
Participaram da amostra 12 atletas que disputaram a Copa FTC, BA de voleibol e o campeonato Baiano de voleibol, todos selecionados pela comissão técnica para participarem dos jogos, com idade variando entre 19 e 29 anos e altura variando entre 1,61 m e 1,96 m, com uma média de idade de 23,75 anos (DP ± 3,19) e com a estatura média de 1,84 m (DP ± 0,11) sendo todos participantes dos programas de treinamentos e dos jogos da equipe de voleibol.
Tabela 1. Dados dos Atletas
Obtenção dos dados
Para obtenção dos dados do peso corporal (PC) foi utilizada uma balança modelo sport digital tipo “banheiro”, marca Plenna com capacidade máxima de 150 kg com graduação de 50g, a estatura dos atletas foram tomadas no inicio do ano, período em que foram realizadas avaliações diagnósticas do grupo. A pesagem foi realizada antes e após os jogos, sendo que os jogos foram realizados nos dias 01/06/2008 referente ao Campeonato Baiano de Voleibol e nos dias 06, 07 e 08/06/2008 referente à Copa FTC.
A pesagem foi realizada antes do aquecimento para os jogos e logo após o final das partidas, a escolha de realizar as pesagens nos dias dos jogos foi por entender que durante os jogos os atletas são submetidos à maior nível de estresse e que os “fatores psicológicos podem influenciar no desempenho físico do atleta” (BUENO; DI BONIFÁCIO, 2007) e comprometendo as respostas fisiológicas.
Os atletas foram informados e sobre o processo de hidratação e da importância da mesma nos dias de treinamento e dos jogos. Nos dias dos jogos os atletas se hidrataram espontaneamente principalmente durante os intervalos dos jogos. Não foi analisada a quantidade de líquidos ingeridos por nenhum dos atletas nem antes nem durante a partida. Referente os dados, todos os indivíduos avaliados autorizaram a divulgação dos dados, porém sem divulgar as suas respectivas identidades conforme indica a realização de pesquisas com seres humanos.
Análise estatística
O tratamento dos dados foi realizado através da estatística descritiva, utilizando o teste "t" de Student para variáveis dependentes, através do pareamento dos dados (oriundos de um procedimento tipo antes e depois), com o auxílio do pacote estatístico do SPSS 10.0 e do programa Excel versão 2003. Foi adotado p<0,05 como nível mínimo de significância. Este teste "t" de dados pareados serve para avaliar a significância das diferenças das médias de dois conjuntos de escores relacionados, tal como quando os sujeitos são medidos em duas ocasiões. Para comparações entre as médias foi utilizada a correlação de Pearson.
Os estudos de correlações foram realizados segundo os coeficientes de Pearson (BUNCHAFT; KELLNER, 2001). O índice de correlação de Pearson quantifica o quão linearmente associado estão dois conjuntos de dados. (DYTHAM, 2003).
Com base nos dados amostrais, há 95% de confiança de que o peso médio dos atletas antes e depois está no intervalo de confiança. A correlação é significativa (p<0,05) entre o peso dos atletas antes e o peso dos atletas depois da partida. O “r” mostra que a correlação é perfeita (r= 0,99).
Recomendações sobre a hidratação
Andrés (2001) citado por Odriozola (1987) quando um esportista perde mais de 2% de seu peso por desidratação sua capacidade de trabalho físico começa diminuir. Deste modo segundo Begoña e Andrés (2001) citado por Del Corral e Vaquero (1994), ressaltam a importância de se manter o nível de hidratação em todos os esportes.
As partidas de voleibol não têm tempo previsto para seu término, e a prorrogação do tempo de jogo pode ser um fator desencadeante para um quadro de desidratação e fadiga. Por isso, além da reposição de líquidos também é necessário a ingesta de carboidratos promovidos pela depleção das reservas de carboidratos imposta pela atividade prolongada.
Vários estudos relatam que as perdas corporais estão relacionadas à hipohidratação, ao estresse térmico ambiental e a baixa das reservas corporais de glicogênio inibindo repostas da potência aeróbica máxima. A hipótese do glicogênio esta relacionada com o carregamento que suas moléculas promovem nas moléculas de água. Então uma otimização dos fluidos corporais com misturas de carboidrato diminui o tempo para a instalação de um quadro de fadiga acometidos em intensidade sub-máximas. O efeito negativo da hipohidratação na função termorregulatória aumenta o risco de exaustão e choque térmico, dois problemas relacionados ao calor. “As complicações da função renal também têm sido associadas com a hipohidratação e altas temperaturas corporais durante o exercício no calor. Finalmente, um problema muito comum são as chamadas câimbras musculares associadas ao exercício”. (GSSI, 1999).
“A quantidade de suor produzida depende de diversos fatores, como o estresse ambiental a intensidade do exercício, a aclimatação ao calor e o reparo cardiorrespiratório. Alterações em qualquer um desses fatores tende a aumentar a produção de suor” (SALUM, 2006; apud BERGERON, 2001).
A quantidade de líquido perdido poderá variar com aumento da temperatura ambiente ou com o exercício. “Quando há uma redução no volume sanguíneo, o organismo consegue manter o débito cardíaco com o aumento da freqüência cardíaca, tanto na desidratação isotônica quanto na hipertônica e hipotônica”. (Lima, 2000 apud MELO, 1990).
A hipohidratação modifica algumas variáveis fisiológicas durante o exercício. Sua conseqüência direta combinada ao estresse do calor e a queda das reservas de carboidrato e um desempenho físico prejudicado, como um resultado da inabilidade do sistema cardiovascular de manter suas funções. Segundo o Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM, 1996) para evitar os possíveis efeitos adversos da desidratação sobre o desempenho esportivo, à ingestão de água em quantidades suficientes para repor a perda hídrica pela sudorese tem sido recomendada.
Mesmo quando se sente sede, a sensação não é bem correlacionada com as necessidades corporais de líquidos. Segundo o GSSI (2004) os sintomas da sede só são percebidos quando há uma redução da água corporal e um aumento na concentração de sódio, percebido principalmente pelas células cerebrais.
Segundo o ACSM e a National Athletic Trainers Associotion (NATA), a importante e clara mensagem de saúde deveria apenas dizer que, isoladamente, a sede não é o melhor indicador de desidratação ou da necessidade corporal de líquidos.
Segundo o GSSI (2006) a massa corporal costuma ser usada para avaliar as mudanças rápidas na hidratação do atleta, tanto no laboratório quanto em campo. Alterações agudas na hidratação são calculadas como a diferença da massa corporal pré e pós-exercício, sendo que o peso corporal é uma das formas mais utilizadas na educação física como elemento de controle do esforço (Carnaval, 2004; Guedes, 2004), e também utilizada como método de avaliação de perda hídrica. (Nobrega et. al. 2008).
Segundo Camp et al (2002) a desidratação é melhor monitorada pela pesagem antes e depois do exercício (...) o liquido perdido deve ser reposto e o peso deve ser normalizado antes do próximo episódio de treinamento ou competição.
As recomendações dos principais órgãos que estudam a hidratação durante o exercício sugerem que os indivíduos façam à ingestão de líquidos suficientemente antes, durante e após. O Consenso do Conselho Consultivo em Ciência e Educação do GSSI na América Latina recomenda cerca de 1 ou 2 copos (250 a 500 ml) de líquidos pelo menos duas horas antes do exercício, permitindo que se elimine pela urina qualquer excesso de líquido, garantindo um nível de hidratação.
Durante o exercício, os mesmos órgãos recomendam em torno de 1 a 2 copos a cada 15 minutos para compensar as perdas pelo suor. Após a atividade física, sugere beber mais do que se acha necessário, porque a sede não é um bom indicador nestas condições. Podendo beber mais do que 1 litro (4 copos) de líquido para cada kg de peso corporal perdido.
Outra preocupação referente às perdas hídricas durante o exercício físico é a perda de sais minerais, porém a “suplementação de sais minerais não aprimora o desempenho físico em indivíduos ativos. O exercício vigoroso desencadeia uma liberação rápida e coordenada de alguns hormônios que são responsáveis pela regulação do sódio e da água através dos rins”. (MACARDLE, 2003,73).
Segundo MacArdle (2003) outros estudos relatam que a ingestão de bebidas atléticas não trás qualquer beneficio especial à reposição dos minerais perdidos durante a transpiração em comparação com os mesmos minerais ingeridos em uma dieta balanceada.
Já para o GSSI (1999) a água é um líquido amplamente disponível para a hidratação. A ingestão de água pode ajudar a acabar com muitos problemas da desidratação, e a necessidade da composição de misturas ao líquido como carboidrato e eletrólitos podem provocar respostas fisiológicas e desempenho positivo.
Resultados
Na tabela 2 são mostrados os dados referentes aos dados coletados no dia 01/06/2008 e referente ao Campeonato Baiano de Voleibol, a partida teve uma duração de 1h e 54 minutos. O peso médio de antes do jogo (M = 82,48 kg, DP ± 9,52) e pós-jogo (M = 81,62 kg, DP ± 9,37). O peso relativo perdido durante a partida de voleibol teve a média (M= 0,83 kg) e peso absoluto perdido de (M= 1,00%) do peso corporal.
Tabela 2. Jogo do dia 01/06/2008
Na tabela 3 são mostrados os dados referentes aos dados coletados no dia 06/06/2008, a partida teve uma duração de 2h e 34 minutos. O peso médio de antes do jogo (M = 82,60 kg, DP ± 9,39) e pós-jogo (M = 81,83 kg, DP ± 9,27). O peso relativo perdido durante a partida de voleibol teve a média (M= 0,77 kg) e peso absoluto perdido de (M= 0,92%) do peso corporal.
Tabela 3. Jogo do dia 06/06/2008.
Na tabela 4 são mostrados os dados referentes aos dados coletados no dia 07/06/2008, a partida teve uma duração de 2h e 33 minutos. O peso médio de antes do jogo (M = 81,29 kg, DP ± 10,21) e pós-jogo (M = 80,48 kg, DP ± 10,23). O peso relativo perdido durante a partida de voleibol teve a média (M= 0,82 kg) e peso absoluto perdido de (M= 1,02%) do peso corporal.
Tabela 4. Jogo do dia 07/06/2008
Na tabela 5 são mostrados os dados referentes aos dados coletados no dia 08/06/2008, à partida teve uma duração de 1h e 49 minutos. O peso médio de antes do jogo (M = 81,43 kg, DP ± 10,50) e pós-jogo (M = 80,85 kg, DP ± 10,37). O peso relativo perdido durante a partida de voleibol teve a média (M= 0,58 kg) e peso absoluto perdido de (M= 0,71%) do peso corporal.
Tabela 5. Jogo do dia 08/06/2008
Discussões
Analisando as afirmações de McARDLE (2005), que o volume sanguíneo sofre uma redução quando há perda hídrica de 2 a 3% da massa corporal e que isso representa uma sobrecarga significativa para a função circulatória e conseqüentemente no desempenho físico. Tendo em vista que esse estudo a maior media relacionado ao PC perdido foi de 1,02% ou 0,82 kg, sugere que apesar de ter acontecido perda significativa do PC, ela não é capaz de promover prejuízos à função circulatória.
No presente estudo foi observado o estado de hidratação de atletas de voleibol. Na análise ficou evidenciado que os atletas tendem a perder peso significativamente, em duas das quatro partidas em que os atletas foram analisados. Estudos que analisam o peso corporal como preditor de desidratação avaliam que a partir de 1% de peso corporal perdido já é o suficiente para comprometer o desempenho do atleta.
Lima e Madureira (2000) relatam em seu estudo que a hidratação é uma das formas de manter o atleta com as funções corporais em funcionamento, quando um atleta chega a um nível de desidratação com perda da massa corporal de 1 a 2%, compromete as funções do volume sanguíneo representando uma sobrecarga significativa das funções circulatórias e aumento significativo da freqüência cardíaca.
Os dados encontrados neste artigo apontaram para uma tendência de decréscimo no PC médio durante todas as partidas, porém, as partidas em que os atletas perderam mais PC foram as que estão descritas nas tabelas 2 e 4. Nestas partidas os atletas perderam em média 1,00% e 1,02% do peso corporal respectivamente.
Segundo Perrela et al (2005) a cada kg perdido o organismo aumenta cerca de 0,4ºC da temperatura corporal, prejudicando as respostas fisiológicas e o desempenho físico. A NATA (National Atletic Trainers Associotion) considera que 1% de perda de PC esta classificada como Eu - hidratação e/ou desidratação mínima conforme tabela 5 e não compromete significativamente com as funções fisiológicas dos atletas.
Tabela 6. Índice do Estado de Hidratação
Apesar das médias encontradas neste artigo apontarem para menos de 1,02% de perda do PC em todas as partidas alguns dos indivíduos avaliados perdeu mais de 1,02% referente à maior média representada na tabela 4. Contribuindo com a idéia que além as avaliações serem importantes para verificar o perfil de um grupo, as avaliações são mais importantes para prever as características de cada individuo cooperando para a preparação individualizada e na atividade dos profissionais da área de saúde para determinar com maior precisão a ingesta de líquidos.
Os atletas que obtiveram perdas maiores que 1% do PC pode esta com algum grau de desidratação e outros fatores que podem interferir com o desempenho dos mesmos. Para Camp et al (2002) aumento da temperatura corporal já esta relacionada a perdas acima de 1% do peso perdido e à medida que a desidratação aumenta a freqüência cardíaca, debito cardíaco e temperatura retal. Podendo levar a níveis letais.
Na analise individual realizada nas quatro partidas, percebe-se que o percentual do peso perdido tem uma variação de 0% a 2,75% de peso perdido expressando uma relevante diferença entre todos os avaliados. Sugerindo que a
(...) resposta fisiológica desencadeada durante as partidas de voleibol eleva a temperatura corporal dos atletas, e que essa desidratação em conjunto com o baixo consumo de água, poderia desencadear outras respostas fisiológicas, como a perda de eletrólitos. (Passanha, 2008, p.).
Conclusão
Com a análise dos dados coletados percebe-se que todos os atletas têm a tendência de perder peso. A partida com maior média perda de PC foi de 1,02%, porém, quando verifica individualmente nota-se que há perdas superiores que 2% do PC. Essa análise realça a possibilidade de ter acontecido uma perda significativa pelo fato da hidratação espontânea não ser um método adequado, somado ao fato do voleibol ser um esporte de alta intensidade, não tendo tempo previsto para seu termino, aumentando a temperatura corporal e desencadeando diminuições significativas do PC e do grau de desidratação.
Outro ponto importante é que este estudo não levou em consideração a temperatura e umidade relativa do ar.
De acordo com outros estudos sugere-se que a verificação peso corporal isoladamente não seja o melhor método de indicação do nível de desidratação de atletas, podendo ser utilizado outros marcadores fisiológicos.
Propõe-se ainda um trabalho de conscientização aos atletas visando esclarecer e orientar a importância da hidratação, para uma melhor performance e a manutenção da saúde e se possível à presença de nutricionistas com o intuito de prescrever soluções hidroeletrolíticas de acordo com as demandas individuais dos atletas.
É de suma importância que todos os atletas façam uma ingesta de líquidos antes, durante e após as partidas com o intuído de se equilibrar as perdas hídricas, suprindo as demandas fisiológicas do organismo, que nesse caso foi verificada através do controle do peso corporal.
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