Escola de Leonardo: uma possível aproximação da leitura gramsciana com a Educação Física La Escuela de Leonardo: un posible acercamiento a la lectura gramsciana de la Educación Física |
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*Doutoranda do Programa de Pós –Graduação em Educação UEM. Docente do Departamento de Educação Física- Universidade Estadual de Maringá, Paraná **Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação Física, UEM, Maringá, Paraná ***Professora Doutora do Programa de Pós-Graduação em Educação Física, UEM Docente do Departamento de Educação Física, Universidade Estadual de Maringá, Paraná ****Professora Doutora do Programa de Pós-Graduação em Educação/ UEM Docente do Departamento de Fundamentos da Educação, UEM, Paraná |
Vânia de Fátima Matias de Souza* Silvia Bandeira da Silva Lima** Ieda Parra Barbosa Rinaldi*** Ângela Mara de Barros Lara**** (Brasil) |
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Resumo As relações sociais estabelecidas na sociedade pautada num sistema neoliberal, cujo enfoque centra-se na exclusividade das palavras eficiência e qualidade, acabam influenciando o ambiente escolar, interferindo no processo de socialização dos saberes historicamente produzidos, precarizando o trabalho docente e restringindo as ações e atuações do professor. Percebendo que essas relações se efetivam quando refletimos acerca da atuação do professor/profissional de educação física, buscamos um suporte para iniciarmos nossas discussões no campo dos saberes historicamente produzidos para que pudéssemos encontrar possíveis ilações e caminhos para estruturarmos um novo olhar, ou um pensamento que pudessem romper com a linearidade técnica instrumental, racionalizada como sendo a verdade absoluta da área. Para tanto, travamos nossas discussões nas leituras Gramscianas, com o objetivo de discutir a partir do pensamento de Gramsci as relações estabelecidas entre o sujeito e sua formação, em especial no campo de formação do professor/profissional de Educação Física. Unitermos: Gramsci. História da Educação. Formação em Educação Física.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 160, Septiembre de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A construção teórica do pensamento gramsciano centra-se na existência de um entrelaçamento entre os elementos constitutivos de formação do homem, a partir dos conceitos e princípios de hegemonia, educação e sociedade civil. Esse emaranhado assumido por Gramsci, em especial, nas “Cartas do Cárcere”, destaca para a formação humano o papel da educação. Para Gramsci, a educação impõe e é requisitada como um instrumento ambivalente de discriminação e equalização, de ocultação da realidade real e desocultação da mesma realidade.
Este fato ocorre pois para Gramsci, nenhum plano de mudanças poderá ser realizado sem uma educação adequada aos interesses do proletariado, apontando para a necessidade de uma dialética, de uma consciência histórica que promova uma nova perspectiva tendo como objetivo maior da educação um projeto cujo enfoque seja centrado no homem.
Nesse sentido, entendendo que a educação rompe com a linearidade formal do ambiente escolar, chamamos para a discussão os estudos realizados por Gramsci, mesmo tendo a compreensão que adentrar em seus estudos, é um árduo caminho, repleto de inquietudes, anseios e angústias dispersas nas análises e nas reflexões por ele acenada. Isto porque ao longo de sua obra, fazendo uso das palavras de Sasson (1995), observa-se uma linguagem nova e complexa, que se mede de um modo jamais esquemático ou passivo com os problemas da ciência histórica e política, renunciando a toda uma precedente e contemporânea codificação dogmática do marxismo, criando inéditos conceitos e critérios interpretativos.
Gramsci enredou seu pensamento, enraizando-se ao determinismo histórico no qual se teceu notórias contribuições na análise do marxismo. No entanto, sua oposição ao marxismo surpreende em patamares teóricos e tende a superar as visões paradigmáticas acerca do materialismo e idealismo. Fato este que se evidencia ao analisarmos os dizeres de Gramsci ao afirmar que o vício fundamental de todo materialismo, é pensar que o objeto, o real, o sensível é concebido apenas sob forma do objeto ou da intuição; mas não como atividade humana, práxis, não subjetivamente. Para Gramsci (2000) ocorre, que o lado ativo em contraste com o materialismo foi desenvolvido pelo idealismo, mas só abstratamente, porque o idealismo, naturalmente, ignora a atividade real, sensível, como tal” (GRAMSCI, 2000).
Gramsci navega e não mede esforços para superar a visão de unilateralidade e idealismo presente nos contextos de entendimento social, para ele muito mais que o campo teórico o alicerce também deve sustentar-se na prática, afirma ainda que por meio do primado da práxis, que é entendida como a atividade sensível humana, é que se extrai a sua obra de transformação, logo a educação passa a exercer uma função crucial nesse processo de transformação. E, a Educação Física, vista aqui como uma pratica social que permite ao homem tornar-se um ser social por meio da sua expressividade, do esporte, enfim dos elementos da cultura do movimento, possibilita que essa ação seja efetivada, uma vez que promove-se nas aulas regulares momentos de discussão e interação com o outro, por meio do outro, onde as potencialidades, diferenças e limitações do grupo são acenadas e as soluções devem ser buscadas no grupo, a partir do coletivo, das intenções e objetivos do grupo social a que se pertence.
Nesse enfoque, é possível encontramos a justificativa de uma Educação Física como algo para além do movimento técnico, ou seja, é preciso conhecer os processos técnicos do movimento, navegar na racionalidade técnico instrumental, para que o homem possa criar, recriar transformar seu gestual porque, uma aula de Educação Física sustentada nessa perspectiva de formação humana, sua ação possibilita a superação, isto porque, promove a separação de estrutura e superestrutura, pois uma e outra não existem fora da história e do seu desenvolvimento, podem ser convencionalmente distintas, mas só são verdadeiras no seu movimento e recíproco condicionamento.
Para Gramsci (2000) a negação do dualismo não ocorre mediante uma pura e simples passagem para a prática. As ideias não são algo artificial e sobreposto mecanicamente à realidade, não são aparência e ilusão (GRAMSCI, 2000).
Confirmando sua interpretação de Marx, Gramsci realiza um reconhecimento na história do pensamento. Considera que é o hegelianismo por causa da sua tentativa de superar as concepções tradicionais de idealismo e de materialismo. Desta expressão materialismo histórico se deu o maior peso ao primeiro membro, enquanto deveria ser dado ao segundo: Marx é essencialmente um ‘historicista’” (GRAMSCI, 2000).
Na nota do Caderno 11, na qual Gramsci esclarece o termo “monismo”. Seu significado não é, “certamente, nem o materialista nem o idealista, mas identidade dos contrários no ato histórico concreto, isto é, atividade humana (história-espírito) em concreto, indissoluvelmente ligada a uma certa ‘matéria’ organizada (historicizada), à natureza transformada pelo homem. Filosofia do ato (práxis, desenvolvimento), mas não do ato ‘puro’, e sim precisamente do ato ‘impuro’, real no sentido mais profano e mundano da palavra” (GRAMSCI, 2000). Não mais metafísica, seja da matéria, seja da ideia, mas atividade do homem; análise, e, como veremos, orientação moral desta mesma atividade. Recusa do materialismo histórico na medida em que tende a “tornar-se uma ideologia no sentido pejorativo, isto é, uma verdade absoluta e eterna” (GRAMSCI, 2000). Negação de uma “objetividade” que prescinda da atividade criadora do homem; a separação entre atividade (história) e matéria é, por outro lado, uma “abstração sem sentido” (GRAMSCI, 2000).
Tendo esse conhecimento entendemos que mesmos que ainda de forma inicial as discussões realizadas por Gramsci, podem contribuir significativamente para um novo olhar para o campo da Educação Física. Entendemos é claro que, analisar Gramsci seu pensamento numa relação com a práxis da formação do campo da Educação Física, é um processo que se fragmenta e se aproxima no campo da ideia e do real, que torna o momento de angústia em momento de reflexão. Não é possível tratar Gramsci desvinculando o da história ou das suas matrizes básicas, por ele postas, como a questão da educação da hegemonia e da cultura.
Como já dizia Benjamim (1987), articular historicamente o passado não significa conhecê-lo tal como ele propriamente foi. Significa apropriar-se de uma reminiscência, tal como ela relampeja no momento de um perigo. Nesse sentido este texto tem por objetivo central discutir as ilações apontadas nos textos de Gramsci relacionadas à questão da hegemonia e do papel da educação na formação do sujeito. Para tanto serão traçados dois eixos de análise, o primeiro eixo diz respeito ao conceito de hegemonia trazido por Gramsci. O segundo traçará um panorama da educação na obra Cadernos do Cárcere de Gramsci, fazendo possíveis apontamentos na relação com o trato com a Educação Física. Tal ênfase justifica-se uma vez que Gramsci traz apontamentos para a construção das relações sociais, que aqui são destacadas como fonte para se observar os embates históricos e as discussões que são postas no cenário social que constitui o universo educacional.
Hegemonia: apontamentos do conceito em Gramsci
O conceito gramsciano de hegemonia pode ser elucidado primariamente quando traz as reflexões que Gramsci faz acerca da elucidação das relações que são estabelecidas no contexto social, haja vista que torna-se possível evidenciar esse fato ao observar os apontamentos por ele realizados quando se apropria de situações para explicar por exemplo as relações de senhor e escravo, a sociedade de consumo e o fetichismo das mercadorias, o puritanismo, o taylorismo e o fordismo como ideologias dominantes, populares meios de comunicação de massas, como o cinema e a televisão, analisados como instrumentos de domínio cultural, e as novas metodologias em uso no campo literário, como a teoria crítica e o desconstrutivismo.
Ressalto que faz-se necessário destacar que o termo hegemonia tem por vezes uma variedade de sentidos nos escritos de Gramsci. Ora pode significar, preponderância ou supremacia de Estados e nações. Pode indicar capacidade de direção a partir imediatamente da vida produtiva, como nos EUA fordistas; em todo caso, não pode prescindir da base econômica. Mas é decisivo o momento político, a iniciativa que pode permitir a um grupo político (os jacobinos) interpretar os interesses de uma classe (a burguesia) para além da consciência que ela conseguiu alcançar dos seus próprios interesses, impondo-se a ela, levando-a adiante (GRAMSCI, 2000 ).
Logo, observa-se que o conceito de hegemonia no pensamento gramsciano é concebido enquanto direção e domínio, isto é, como conquista, por meio da persuasão e do consenso, não atuando apenas no âmbito econômico e político da sociedade, mas também sobre o modo de pensar, sobre as orientações ideológicas e inclusive sobre o modo de conhecer.
A hegemonia a partir desse entendimento é a capacidade de unificar por meio da ideologia e de conservar unido um bloco social, não se restringindo ao aspecto político, mas compreendendo um fato cultural, moral, de concepção do mundo. A profunda conexão dos conceitos de sociedade civil, organização e regulamentação das instituições que constituem a base do Estado, sociedade política, passagem da necessidade econômica para a liberdade política, da força para o consenso e hegemonia, indica que esta última se concretiza na sociedade civil como direção cultural e na sociedade política enquanto direção política: é a criação da vontade coletiva para uma nova direção política e também a reforma Intelectual e moral para uma nova direção cultural.
Essas relações são importantes, para a compreensão das relações estabelecidas no campo da Educação Física, pois conforme ressalta Taffarel e Albuquerque (2010) a nova hegemonia estimula a pequena política em detrimento da grande política proporcionando a grande política da conservação. Apresenta elementos sobre o Estado educador que através de novas estratégias nas relações entre o Estado e a sociedade civil consolida e aprofunda, no espaço brasileiro, o projeto neoliberal de sociabilidade, o projeto da burguesia mundial para a atualidade – a Terceira Via, com uma nova interpretação do mundo, uma nova ideologia, sintonizando o “novo estado democrático” com os organismos da sociedade civil, ou seja, a articulação entre a esfera estatal e a esfera privada, incorporando e superando a concepção de individualismo do pensamento (neo)liberal.
Taffarel e Albuquerque (2010) afirmam que, esse ideário tem como objetivo prático: construir consciência política que não permita ao individuo compreender seu real papel sócio-político a partir de sua posição nas relações de produção; induzir a percepção de que seus valores são decorrentes de sua capacidade de se autogovernar e que metas e objetivos são independentes das condições concretas; estimular possibilidades de associações para participação em processo isolados sem que isto signifique incentivar a consciência política de pertencer a uma dada classe social que não detém meios de produção e que é super explorada.
Nesse sentido, não podemos fugir do fato de que a Educação Física, assim como o setor educacional em geral constitui-se a partir dos interesses sociais geridos pelos interesses do capitalismo e por consequência das agencias, e organismos internacionais que buscam hegemonizar o processo de formação dos profissionais.
Observa-se que aqui, a ideia de hegemonia se incorporam os múltiplos aspectos da vida: economia, política, dinheiro, trabalho, lei, linguagem, religião, instrução, ou seja, é possível que se observe que todo o campo dos American Studie (GRAMSCI, 2000). Parte-se do pressuposto de que a hegemonia não é uma construção monolítica, e sim o resultado das medições de forças entre blocos sociais atuantes em determinado contexto histórico. O regime de hegemonia comporta, assim, espaços de lutas e deslocamentos em seu próprio interior, notadamente os que se expressam nos campos cultural e comunicacional. Avalia-se que as relações de poder estão atravessadas por contradições que, em maior ou menor grau, entreabrem possibilidades de reversão das formas de domínio material e imaterial.
De acordo com Gramsci (2000), o conceito de hegemonia caracteriza a liderança cultural-ideológica de uma classe sobre as outras. As formas históricas da hegemonia nem sempre são as mesmas e variam conforme a natureza das forças sociais que a exercem. Os mundos imaginários funcionam como matéria espiritual para se alcançar um consenso reordenador das relações sociais, consequentemente orientado para a transformação. O caráter processual do conceito gramsciano, o por vir tem conexão com a utopia ainda-não-ser.
A constituição de uma hegemonia é um processo historicamente longo, que ocupa os diversos espaços da superestrutura. Para Gramsci, a hegemonia pode (e deve) ser preparada por uma classe que lidera a constituição de um bloco histórico (ampla e durável aliança de classes e frações). A modificação da estrutura social deve preceder uma revolução cultural que, progressivamente, incorpore camadas e grupos ao movimento racional de emancipação.
Na obra de Gramsci observa-se que o autor não rejeita compreender a essência do moderno e perceber seus traços na cultura, nas formas políticas, até mesmo onde uma suposta ortodoxia marxista negava, para dar um dos exemplos mais evidentes, o próprio movimento das estruturas do capitalismo (GRAMSCI, 2000).
Gramsci perscruta em seus Cadernos do Cárcere os novos métodos de organização do trabalho e as tentativas de introduzir na vida americana novos costumes, uma ética conforme as necessidades de formação de uma mão de obra rigorosamente inserida no ciclo produtivo industrial.
Para Gramsci a individualista pura é aquela segundo um plano em sentido integra. Como relata no Caderno 8, ao afirmar que o corporativismo poderia ser ou se tornar, desenvolvendo-se, esta forma econômica média de caráter passivo (GRAMSCI, 2000). No sucessivo Caderno 10, explica que a hipótese ideológica poderia ser apresentada nestes termos: ter-se-ia uma revolução passiva no fato de que, por intermédio da intervenção legislativa do Estado e por meio da organização corporativa, teriam sido introduzidas na estrutura econômica do país modificações mais ou menos profundas para acentuar o elemento plano de produção, isto é, teria sido acentuada a socialização e cooperação da produção, sem com isso tocar (ou limitando-se apenas a regular e controlar) a apropriação individual e grupal do lucro.
Educação: uma reflexão sob a luz de Gramsci
Gramsci (1979) compreende que em termos metodológicos e de formação, que todos precisam ter acesso à cultura dominante, a cultura socialmente construída, apropriada de maneira privada, que dê as devidas condições de todos serem dirigentes, ou melhor, de todos estarem em condições de assumirem funções de dirigentes. Mesmo não sendo este o fim último para Gramsci (1979) isto permitiria com que as pessoas tivessem acesso àquilo que historicamente foram privadas, do conhecimento construído coletivamente, transformado em propriedade privada.
A partir deste conteúdo dialético que Gramsci (1979) compreende a transmissão tradicional do conhecimento, não como um tipo ideal, mas como parte de um processo político de construção de uma outra hegemonia ou de uma contra hegemonia. Gramsci compreende que toda relação de hegemonia é necessariamente uma relação pedagógica, processo de aprendizado pelo qual a ideologia da classe dominante se realiza e se transforma em senso comum, mas como pedagogia política pode permitir a transmissão de um saber prático.
Para Gramsci (1979) é um erro metodológico caracterizar de maneira unitária as atividades intelectuais e distingui-las dos diversos agrupamentos sociais. Gramsci aponta ainda que em qualquer trabalho físico, mesmo o mais degradado, existe um nível mínimo de qualificação técnica e isto representa um nível mínimo de atividade criadora, de atividade-intelectual.
Para colaborar com esse pensamos buscamos as afirmações de Saviani (2007) que afirma que uma cisão na unidade da educação, antes identificada plenamente com o próprio processo de trabalho. Para Saviani a educação não gera a ética e também não institui a cidadania. Entretanto, a educação, como assinalou Mauriac se referindo à palavra francesa “instituteur”, que significa professor, mestre, educador, “institui a humanidade no homem”. Nas palavras do autor a educação é entendida como instrumento, como um meio, como uma via através da qual o homem se torna plenamente homem apropriando-se da cultura, isto é, a produção humana historicamente acumulada. Nesses termos, a educação fará a mediação entre o homem e a ética permitindo ao homem assumir consciência da dimensão ética de sua existência com todas as implicações desse fato para a sua vida em sociedade. Fará, também, a mediação entre o homem e a cidadania, permitindo-lhe adquirir consciência de seus direitos e deveres diante dos outros e de toda a sociedade. E fará, ainda, a mediação entre ética e cidadania viabilizando, ao homem, a compreensão dos limites éticos do exercício da cidadania, assim como da exigência de que a ética não se restrinja ao plano individual-subjetivo mas, impregnando a sociedade, adquira foros de cidadania. Em outros termos, pela mediação da educação, será possível construir uma cidadania ética e, igualmente uma ética cidadã.
Gramsci (2000) considera além da escola única, propriamente dita, o partido como tendo uma função diretiva e não organizativa, isto é, de educar, considerando as características mais gerais até as mais específicas de formação socioeconômica e política do desenvolvimento do grupo social, educar no sentido político e filosófico. Gramsci compreende que a construção de uma educação emancipatória depende da corrosão do bloco histórico dominante. Deste modo, Gramsci não se limita à crítica da sociedade existente, mas também oferece instrumentos para se pensar e realizar, com o auxílio da escola e das demais instituições da sociedade civil, uma nova estrutura social. Mesmo considerando em termos dialéticos que a política educacional estatal age e se manifesta na superestrutura, no entanto, sua ação visa à infraestrutura, onde ela procura assegurar a reprodução ampliada do capital e as relações de trabalho e de produção que se sustentam, ao mesmo tempo, compreende a escola como um espaço político a não ser descartado, pois é um espaço de disputa e de se traçar estratégias políticas, sendo uma delas o acesso ao conhecimento historicamente acumulado e socialmente construído, enquanto uma necessidade de todos, como um direito da classe trabalhadora em se apropriar de um determinado tipo de cultura, a qual não se refere apenas à apropriação do conhecimento elaborado, compreende, também, a forma de pertencimento do humano, enquanto humano, no mundo.
A explicação das condições de existência tem para Marx (1996), a sustentação da ciência. Não obstante, as ciências (especificamente falando da Economia) só se justificam compreendidas como sociais e históricas analisando a sociedade em todos os seus constituintes e contradições. Logo a, história como síntese estaria posta na imbricação entre Teoria e Prática, sendo esta o único critério de verificação da verdade, constituindo-se o materialismo histórico numa “Teoria da Prática”. Desse modo, não poderia descuidar da via central de formação dos homens, o processo educacional.
De acordo com o pensamento de Marx e Engels (1992), um projeto histórico educacional pauta-se em três vértices: ontológico, social e político. No âmbito ontológico, a educação deve pautar-se no trabalho, na produção material como princípio, perspectivando o desenvolvimento integral da personalidade. No âmbito social, deve erigir-se uma relação aberta e dinâmica entre Escola e Sociedade. Finalmente, no plano político, a educação deve ser pública, gratuita e às expensas do Estado que deve restringir se ao seu financiamento, não ao controle do ensino (MARX, 1980).
Na sequência a esse pensamento é possível retomar o princípio de escola única para Gramsci (1979) não diz respeito a uma escola igual para todos, uma vez que a igualdade é colocada como resultado do processo, mas uma escola que proporcione a todos os homens o acesso ao conhecimento, de acordo com suas necessidades, com suas respectivas realidades históricas, uma escola que proporcione a todos a condição de se tornar dirigentes. A educação para ser efetiva deve ter como norte a emancipação como elemento central, bem como considerar as contradições históricas objetivas. Uma formação concreta deve ser aquela que em seu dinamismo exponha as contradições que estão presentes na sociedade, ou seja, aquela que pressupõe o princípio de não-identidade entre realidade e conceito, entre forma social e existência humana.
Segundo Gramsci, em que pese o fato de que, em qualquer formação social capitalista, o poder do bloco dominante repouse, em última análise, no controle dos aparelhos coercitivos do Estado, a estratégia do partido revolucionário deve corresponder ao grau de desenvolvimento da sociedade civil em cada país. Assim, naqueles países onde a sociedade civil é pouco desenvolvida, a estratégia mais adequada para as classes dominadas derrubar o poder dominante é a “guerra de movimento” (GRAMSCI, 2001; GRAMSCI, 2000). No entanto, o notável desenvolvimento da sociedade civil no Ocidente fez com que o poder estatal, representado pelos aparelhos coercitivos, se tornasse uma mera “trincheira avançada” das defesas. A sociedade civil tornou-se o sistema de “fortalezas e de fortins avançados”, que, por meio da impregnação ideológica de todo o sistema social, assegura estabilidade em longo prazo ao bloco dominante (GRAMSCI, 2000).
A educação a partir da Escola de Leonardo: uma possível aproximação com a Educação Física
No texto apresentado por Schlesener (2009) observa-se uma releitura dos textos gramscianos, sobretudo das Cartas do Cárcere nas quais o pensador italiano discutia com sua família sobre a educação de seus filhos e sobrinhos. No livro observa-se de forma explicitar a dimensão política da educação para Gramsci, que, embora não tenha sido um pedagogo, ao acentuar a dimensão cultural da política, propôs também uma pedagogia de emancipação humana para a construção de uma nova sociedade, inspirada nos princípios do socialismo marxiano.
No texto observa-se o destaque nas relações de hegemonia e a importância da formação cultural para a instituição política, por meio da metáfora do homem novo, fundamentada na figura de Leonardo da Vinci, modelo, para Gramsci, do ideal de homem a ser formado num novo contexto social e político a ser implantado pelo socialismo.
Na visão gramsciana, Leonardo, assim como outros homens do Renascimento, era o homem completo, plenamente desenvolvido em todas as suas capacidades e possibilidades: era o homem omnilateral.
A educação nas cartas do cárcere e Indagações sobre política e educação. Em cada capítulo, Schlesener (2009) apresenta uma breve introdução, o que permite ao leitor uma visão bastante clara da própria estrutura do texto e de seu conteúdo.
Com a problematização sobre a fragmentação do homem e a redução do mundo ao controle meticuloso da razão, produzidos durante a modernidade. Aponta que na história da modernidade, a fragmentação do mundo ao controle meticuloso da razão. Como o mundo dos sentidos, que se identifica com o mundo natural e que permitia a conciliação do homem com a natureza, foi domesticado no curso da história, submetido para cumprir os objetivos do mundo do trabalho? (SCHLESENER, 2009, p. 24)
Discutir a formação multidisciplinar de Leonardo, sobretudo na oficina (escola) de Verrocchio. Afirma que a visão de Gramsci sobre o período. Nesse sentido, acentuar a genialidade de Leonardo da Vinci significa mostrar que suas potencialidades somente puderam ser desenvolvidas porque encontraram as melhores condições sociais. Gramsci as retomou para pensar as condições fundamentais para a construção do socialismo. Na sequencia afirma que toda filosofia possui uma dimensão política e uma proposta educativa. Desse modo, Schlesener (2009) inicia com uma reflexão sobre a metodologia de Gramsci e as suas recomendações acerca da leitura de seus textos. O desafio é “[...] dar conta de um pensamento que, na sua riqueza e diversidade de temas abordados, sempre abre novas perspectivas de leitura e interpretação” (SCHLESENER, 2009, p. 62).
A visão de Gramsci acerca das relações entre política e educação como base na construção de uma nova civilização. Assim, o conceito de educação se funda na noção ampliada de política. No capitalismo, a educação é entendida como um processo por meio do qual o indivíduo se adapta ao meio e às necessidades sociais do modo de produção. Na formulação de uma nova sociedade, fundada nos princípios socialistas, a educação deveria ter um outro papel: formar coletivamente, assegurando o desenvolvimento integral da personalidade individual. Em outras palavras, formar o homem omnilateral. Tal formação não se daria exclusivamente nas escolas, mas também em outros mecanismos, como jornais operários, associações de cultura, conselhos de fábrica, grupos de estudo, sindicatos e no partido.
Segundo Schlesener (2009), a educação para Gramsci, apresenta um significado muito mais abrangente que aquele que se costuma atribuir cotidianamente, reduzindo a função de educar ao sistema escolar. Educar se significa interagir com os outro, conhecer o conjunto de relações tanto em um dado momento histórico quanto em seu movimento de formação e transformação, conhecimento que nos torna ativos e capazes de organizar movimentos para mudanças efetivas. A educação não se restringe ao espaço da escola, mas faz parte da vida e da luta das massas trabalhadoras por sua identidade e autonomia; o proletariado só pode chegar a ser dirigente a partir de suas lutas e de sua organização política e nas várias instituições que é capaz de criar para alcançar esses objetivos (SCHLESENER, 2009, p. 79).
Para Gramsci no entendimento de Schlesener (2009), seu método sustenta-se num ensino que liberte à medida que transforma a aprendizagem numa troca na qual se acessam as condições e os métodos para pensar com a própria cabeça, e que pode ser o gérmen de uma nova sociabilidade. Para Gramsci, uma escola única somente seria possível em uma sociedade na qual se instaurassem novas relações sociais entre trabalho intelectual e trabalho industrial. Somente seria possível na sociedade socialista. Contudo, Schlesener (2009, p. 123) afirma que isto não significa que não se possam pensar mudanças ou propostas inovadoras no sistema escolar capitalista. Para Schlesener (2009) não significa que a escola seja o ponto de partida de mudanças sociais radicais, mas sim que ela é um dos mecanismos de formação do homem e, inserida em processos mais amplos de organização política, poderia contribuir para mudanças radicais (SCHLESENER, 2009, p. 123).
Da mesma forma que no capítulo anterior, Schlesener conclui de maneira otimista:
Schlesener (2009) afirma que ficam claros os pressupostos educativos de Gramsci no momento em que ele escrevia para seus familiares preocupado com a educação dos filhos, na União Soviética, e dos sobrinhos, na Itália fascista. Algo que chama a atenção é que, apesar de defender uma educação que respeite as características individuais e forme pessoas capazes de pensar com a própria cabeça, livres portanto, Gramsci não abria mão da disciplina. Esta, não poderia ser coação ou impedimento para a criação, mas sim uma forma de organizar-se metodicamente para alcançar certos objetivos (SCHLESENER, 2009, p. 143).
Segundo Schlesener (2009) não devemos ser ingênuos: na sociedade capitalista a função da escola é o preparo para o trabalho. Nem por isso, devemos nos conformar. Em tempos de fim das grandes utopias, quando parece não haver alternativa à sociedade vigente, torna-se urgente recuperar a dimensão política da educação para ter condições de perceber os limites de nossa própria atividade de educadores e entender que alguma renovação precisa partir de nossa atividade [...] (SCHLESENER, 2009, p. 165).
Uma das condições de mudança, apesar de todos os limites impostos pela sociedade capitalista, seria a gestão democrática, um primeiro momento de um processo mais amplo de renovação das relações sociais (SCHLESENER, 2009, p. 173). Assim, a análise realizada por Schlesener (2009), permite apontar para uma relação existente intrinsicamente entre a educação, as relações sociais e a discussão da hegemonia em voga. Esse modelo de escola permite-nos pensar uma nova possibilidade de ação pedagógica na área da Educação Física sustentada nos princípios e saberes históricos que considerem o homem enquanto sujeito social ativo que consegue romper com a hegemonia imposta recriando novas possibilidades de intervenção.
Essa discussão delineia, para o fato de que a partir das elaborações de Gramsci acerca do senso comum, podemos compreender que o processo de difusão e popularização de novas concepções de mundo “ocorre por razões políticas, isto é, em última instância, sociais; entretanto, o elemento formal (a coerência lógica), o elemento autoritário e o elemento organizativo têm uma função muito grande neste processo” (Gramsci, 1995). Afirma ainda, que nas massas, a filosofia não pode ser vivida senão como uma fé. O elemento mais importante é de caráter não racional. No grupo social ao qual pertence, na medida em que este pensa as coisas também diferentes como ele, o homem do povo pensa que, no meio de tantos ele não pode se equivocar radicalmente, como o adversário, argumentador queria fazer crer; que ele próprio, é verdade, não é capaz de sustentar e desenvolver as suas razões como o adversário faz com as dele, mas que em seu grupo, existe quem poderia fazer isto, certamente ainda melhor do que o referido adversário, e de fato, ele se recorda de ter ouvido alguém expor, longa e coerentemente, de maneira que ele se convenceu de sua justeza, as razões da sua fé (GRAMSCI, 1995, p. 26).
Segundo Gramsci (1995), constitui-se no meio didático mais eficaz para agir sobre a mentalidade popular, desse modo não se deve cansar jamais de repetir os próprios argumentos. Gramsci propõe uma elevação intelectual da massa, para que, fazendo a crítica de suas posturas, supere o senso comum.
Assim, buscando essa analise de forma interligada com a história da educação, torna-se possível realizar breves incursões apropriando-se dos clássicos da educação, pois observa-se que esta primazia de Gramsci encontra-se e distancia-se de autores clássicos, pois na visão de Durkheim, a doutrina pedagógica, que se apoia na concepção do homem e sociedade. O processo educacional emerge através da família, igreja, escola e comunidade. Parte do ponto de vista que o homem é egoísta, que necessita ser preparado para sua vida na sociedade. A ação exercida pelas gerações adultas sobre as que ainda não estão maduras para a vida social, tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança determinados números de estados físicos, intelectuais e morais que dele reclamam, por um lado, a sociedade política em seu conjunto, e por outro, o meio especifico ao qual está destinado (DURKHEIM, 1973, p. 44).
Para Durkheim, o objeto da sociologia é o fato social, e a educação é considerada como o fato social, isto é, se impõe, coercitivamente, como uma norma jurídica ou como uma lei. Desta maneira a ação educativa permitirá uma maior integração do indivíduo e também permitirá uma forte identificação com o sistema social. A autoridade não é violenta, ela consiste em certa ascendência moral. Liberdade e autoridade não são termos excludentes, eles se implicam. Ser livre não consiste em fazer aquilo que se tem vontade, e sim em se ser dono de si próprio, em saber agir segundo a razão e cumprir com o dever. E justamente a autoridade de mestre deve ser empregada em dotar a criança desse domínio sobre si mesma (DURKHEIM, 1973, p.47).
Para Dewey, a escola é definida como uma micro comunidade democrática. Seria o esboço da socialização democrática, ponto de partida para reforçar a democratização da sociedade. Educação e democracia formam parte de uma totalidade, definem a democracia com palavras liberais, onde os indivíduos deveriam ter chances iguais. Em outras palavras, igualdade de oportunidades dentro dum universo social de diferenças individuais.
Gramsci em contrapartida a Durkheim e Dewey acena para o fato de que as superestruturas do bloco histórico constituem uma totalidade complexa em cujo interior se distinguem duas esferas essenciais: a sociedade política e a sociedade civil. A sociedade política agrupa o aparelho de Estado, entendido este em seu sentido restrito, realizando o conjunto das atividades da superestrutura que dão conta da função de dominação. Por sua vez, a sociedade civil constitui a maior parte da superestrutura e é formada pelo conjunto dos organismos chamados privados e que correspondem à função de hegemonia que o grupo social dominante exerce sobre a sociedade global. Assim, a educação no grupo social, na ação conjunta do sistema, e o capital acaba possibilitando a interiorização de preceitos, valores e condições de legitimidade desse sistema, tornando a educação um processo sucumbido a ele.
Nesse modelo de educação, é possível observar as ilações existentes no contexto de formação da Educação Física, uma vez que de acordo com a Escola de Leonardo o homem se constitui a partir das relações e interações com o meio, suas reflexões e apontamentos tornam-se eficazes à medida que permitem desencadear ações em que os sujeitos refletem constantemente acerco do mundo social, e seus contextos de forma a transformá-lo de forma significativa, rompendo com a linearidade da execução pelo simples saber- fazer. O ser toma lugar na discussão, o homem passa a ser o ponto central da ação, enquanto um sujeito ativo e participativo de forma operante na sociedade da qual parte.
Considerações finais
Para Gramsci o homem, nas concretas condições sociais e ambientais, é criador de história. A Educação Física nesse contexto pode permitir que o homem, seja como indivíduo, pense suas ações enquanto classe. A classe é dirigente, se capaz de dirigir em primeiro lugar a si mesma e de guiar um complexo e articulado movimento político e intelectual. Portanto, quem faz o movimento ,a transformação é o intelectual orgânico ou seja, não há ação individual. Precisamos então modificar as categorias e estruturas de ação da práxis pedagógica da área.
De acordo com Gramsci, o momento político da supremacia de um grupo e de um alinhamento social não deve ser entendido em sentido restrito. Logo, as aulas de educação Física devem ser um momento para se promover a hegemonia em suas relações maiores, ou seja, romper com a mera reprodução do sistema, buscando ressaltar na sua amplitude máxima, “direção intelectual e moral”, pois as aulas de Educação Física, suas ações praticas estão intimamente ligadas à educação, a capacidade de suscitar um consenso, que é, ao mesmo tempo, reconhecimento de perspectivas históricas, conhecimento do mundo e ética correspondente. Portanto, para conseguirmos este alto grau de consciência, é necessária uma reforma que abranja não só os intelectuais, mas, com eles, no sentido mais amplo, as massas.
Agora se pode enfrentar o problema do socialismo. O movimento das massas é a condição iniludível do socialismo. “Por isso, qualquer traço de iniciativa autônoma é de inestimável valor” (GRAMSCI, 2000).
Para Gramsci, a “guerra de posição”, que se torna necessária no Ocidente, não se deve só a circunstâncias defensivas. A “reforma intelectual e moral” é a “guerra de posição”, é a conquista tenaz, gradual, difusa das mentes e das consciências, condição de uma libertação verdadeira. Sobre este ponto talvez sejam necessários alguns esclarecimentos adicionais.
Ao mesmo tempo, o papel da subjetividade é o terreno em que se manifestam e se chocam os fatores da transformação e os instrumentos de uma conservação que no Ocidente, observa Gramsci, são mais difundidos e resistentes. Neste terreno, num e noutro sentido, é decisivo o papel dos intelectuais: ao construir e fortalecer a hegemonia das classes dominantes, ou a ela se oporem, dando vida a uma cultura que assimile as múltiplas e complexas exigências de progresso da sociedade.
Chegamos ao final dessa analise entendendo que não existe um processo de formação do homem que se centre apenas no saber fazer, mas as incursões teóricas, o pensar a educação para além da racionalidade técnica, permite uma reflexão ao ser, ao agir e ao criar, possibilitando a interlocução entre o ser e o agir, numa sociedade civil regida por ditamos políticos sociais e econômicos que alteram o rumo das ações de acordo com as necessidades vigentes de cada momento da história.
Referencias
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