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Incidência de gols ocorridos em 

campeonato estudantil de futsal masculino

Incidencia de goles ocurridos en un campeonato estudiantil de futsal masculino

 

*Faculdade Sogipa de Educação Física de Porto Alegre

**Escola de Educação Física da UFRGS

(Brasil)

Esp. Alison Ricardo Staudt*

alison@colegioconcordia.com.br

Dr. Rogério Da Cunha Voser**

rpvoser@ig.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Este trabalho teve por objetivo identificar onde ocorreu a maior incidência de gols da competição, dos perdedores, dos ganhadores e do campeão. Para a investigação foram utilizadas 43 súmulas do 9º Estudantil Paquetá Esportes, realizado no ano de 2009. Sendo que o tempo de jogo que era de 30min, foi dividido em 6 períodos de tempo, de 5 minutos cada. Conclui-se que a maior incidência dos gols na competição ocorreu nos últimos períodos de cada tempo, totalizando 47,63% dos 191 gols. Os vencedores das partidas apresentaram um perfil semelhante ao da competição, com um total de 142 gols, a maior incidência de gols ocorreu nos últimos períodos de cada tempo, com um percentual de 47,88%. Os perdedores dos confrontos marcaram no total 49 gols, com um percentual de 46,92% destes sendo marcados nos últimos períodos de cada tempo. O perfil da equipe campeã esteve também em concordância com o que foi apresentado na competição. Com 32 gols marcados, 53,12% foram marcados no 3º e 6º períodos do jogo. Pode-se afirmar que o perfil da competição apresentou uma incidência de gols maior nos últimos períodos de cada tempo de jogo.

          Unitermos: Futsal. Incidência de gols. Análise de jogo. Escola.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 160, Septiembre de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O futsal é considerado um dos três esportes mais praticados em nosso país. Devido a esse número elevado de praticantes possui, na mesma proporção, enorme importância. Ao verificarmos a literatura podemos perceber que existem algumas versões sobre o seu surgimento. O fato em comum nessas versões é o berço do esporte: a escola; sendo este o principal elemento na iniciação, difusão e início competitivo deste esporte no país.

    Inúmeras escolas têm buscado vincular sua marca ao esporte, criando equipes para competições em nível escolar e amador. Sendo assim, o trabalho destas equipes acaba cada vez mais importante e qualificado. Para Voser (2003) existe uma necessidade de mais qualificação e conhecimento das ciências que cerceiam o futsal.

    No Futsal o tempo de incidência de gols é de extrema importância, pois, se conseguirmos distinguir em quais momentos a equipe sofre e realiza mais gols podemos saber de que forma procedermos na parte tática do jogo orientando nossa equipe a ter um rendimento maior e uma defesa mais atenta.

    O presente estudo tem o objetivo de identificar o tempo de incidência de gols no 9º Estudantil Paquetá Esportes, na categoria de Futsal Masculino Juvenil.

    Serão demonstrados o tempo de incidência geral de gols da competição, o tempo de incidência de gols dos vencedores das partidas, o tempo de incidência de gols dos perdedores das partidas e ainda o tempo de incidência de gols da equipe campeã da competição.

    De posse destes dados será estabelecido uma comparação entre os dados desta competição com outros estudos já publicados.

Revisão de literatura

    Neste capítulo serão apresentados alguns estudos relacionados com a proposta do artigo. Tais estudos relatam diversos cenários onde foram verificados os tempos de incidência de gols em diversas competições, bem como alguns conceitos sobre a importância do scout.

    Bello Junior (1998a) analisou o tempo de incidência de gols ocorridos na Copa Verão de São Paulo no ano de 1997. O total de gols da competição foi de 319 gols em 31 jogos, sendo que aproximadamente 30% destes foram marcados nos 10 minutos finais do jogo.

    Balzano (2000) ao analisar e comparar a ocorrência e a origem dos gols nos jogos das equipes profissionais de futsal que participaram da fase classificatória da Liga Nacional 1999, em 28 jogos, verificou que foram marcados 199 gols, com uma incidência de 35,17% dos gols sendo marcados nos últimos 10 minutos.

    Pedroso (2004) analisou o tempo de incidência de gols durante uma competição de futsal feminino em nível nacional, observando que ocorreu uma maior incidência de gols nos últimos cinco minutos de cada período do jogo.

    Em outro estudo realizado por Dias e Santana (2006), observou-se que no Campeonato Mundial de Futsal 2004, a maior incidência de gols ocorreu nos últimos 10 minutos do jogo.

    Santos (2009) em seu estudo sobre o tempo de incidência de gols na 1ª fase do Campeonato Gaúcho de Futsal de 2009 verificou o maior número de gols na última fração de tempo que era dos 35’01” aos 40’, neste tempo ocorreram 35 dos 141 gols atingindo uma média de 24,82 % de gols, quase um quarto de todos os gols foram marcados, nos últimos 5 minutos de jogo.

    Souza (2006) ao acompanhar os jogos do Sport Club ULBRA, realizados em seu ginásio, constatou que dos 54 gols (prós e contras), ocorridos nestas partidas, a maior incidência ocorreu no 1º e 4º períodos dos jogos.

    Luxbacher (1996) acredita que a incidência de gols em uma partida seja maior quando o desgaste físico das equipes que a disputam esteja maior, pois nestes momentos a boa performance física dá condições para que a qualidade técnica possa ser apresentada plenamente.

    Greco e Benda (1998) afirmam que no jogo de futsal implica-se estar capacitado para se sobrepor às exigências deste jogo.

    Voser (2003) relatou que a maior incidência de gols nos últimos minutos do jogo pode ser atribuída principalmente ao desequilíbrio emocional, preparo físico comprometido e pela desestrutura tática das equipes (devido ao elevado número de faltas coletivas).

    Bello Junior (1998b) também relata que a elevada incidência de gols neste período está associada principalmente ao preparo físico e da sua condição emocional dos jogadores.

Material e métodos

    O presente estudo de corte quantitativo e transversal (SILVA e MENEZES, 2005), analisou todas as 43 súmulas dos 43 jogos ocorridos no 9º Estudantil Paquetá Esportes no ano de 2009. Este material foi utilizado com autorização do coordenador técnico da competição. Os dados das súmulas referentes ao estudo (gols e o tempo no qual ocorreram) foram repassados a uma planilha do software “Excel” na forma de scout. O tempo de jogo foi dividido em seis períodos:

Resultados e discussão

Gráfico 1. Incidência de gols ocorridos em toda a competição

    No gráfico 1 é possível verificar a incidência de gols da competição. Temos uma total de 191 gols na competição, sendo que destes 21 (10,99%) marcados no 1º período; 32 (16,75%) no 2ª período; 42 (21,98%) no 3º período; 16 (8,37%) no 4º período; 31 (16,23%) no 5º período e 49 (25,65%) marcados no 6º período do jogo. Os resultados apontam uma tendência crescente de ocorrência de gols nos últimos períodos de cada tempo (3º e 6º períodos), totalizando 91 (47,64%) gols.

Gráfico 2. Incidência de gols feitos pelos vencedores das partidas

    O gráfico 2 apresenta a incidência de gols marcados pelas equipes que foram as vencedoras das partidas na competição. Ocorreu um total de 142 gols das equipes vencedoras, sendo que destes 15 (10,56%) ocorreram no 1º período; 25 (17,60%) no segundo período; 31 (21,83%) no 3º período. No 4º período foram anotados 9 gols (6,33%), no 5º período 25 gols (17,60%) e no 6º período 37 gols (26,05%). Assim como verificado na competição como um todo, a tendência aponta para uma maior incidência de gols nos últimos períodos de cada tempo (3º e 6º períodos).

Gráfico 3. Incidência de gols feitos pelos perdedores das partidas

    No gráfico 3 foi verificada a incidência de gols dos perdedores das partidas disputadas na competição. De um total de 49, 6 (12,24%) foram marcados no 1º período; 7(14,28%) no 2º período; 11 (22,44%) no 3º período; 7 (14,28%) no 4º período; 6 (12,24%) no 5º período e 12 (24,48%) no 6º período.

Gráfico 4. Incidência de gols feitos pelo campeão da competição

    No gráfico 4 verifica-se a incidência de gols da equipe campeã da competição. De um total de 32 gols, 3 (9,37%) ocorreram no 1º período, 7 (21,87%) no 2º período, 9 (28,12%) no 3º período, 4 (12,5%) no 4º período, 1 (3,12%) no 5º período, e 8 (25%) no 6º período.

    Os resultados obtidos na competição em geral demonstram uma maior incidência de gols no 3º e 6º período, com um percentual de 47,63% dos gols marcados neste período.

    O perfil das equipes vencedoras das partidas acompanha o perfil da competição. Com um total de 47,88% dos gols sendo marcados nos 3º e 6º período do jogo.

    Com 46,92% dos gols marcados nos 3º e 6º períodos o perfil das equipes perdedoras também está seguindo o perfil da competição e das equipes vencedoras.

    A equipe campeã da competição apresentou uma incidência de gols marcados nos 3º e 6º períodos da competição, com um total de 53,12% dos gols marcados nestes períodos.

    Pode-se afirmar que os perfis da competição, das equipes vencedoras, das equipes perdedoras, e da equipe campeã, evidenciam uma maior incidência de gols nos 3º e 6º períodos dos jogos.

    Existe uma dificuldade de relação entre este estudo e outros estudos nesta área, por se tratar de uma competição escolar, onde os tempos são reduzidos e os períodos de jogo foram divididos de forma diferente. De qualquer forma faremos uma relação proximal dos resultados obtidos neste estudo com outros já realizados.

    Os estudos de Pedroso (2004), que observou uma maior incidência de gols nos últimos cinco minutos de cada tempo, vêm ao encontro com o que foi verificado neste estudo.

    Santos (2009) verificou uma maior incidência de gols (24,82%) nos últimos 5 minutos de jogo. Esta tendência também aproxima-se da demonstrada neste estudo.

    Em seu estudo, Souza (2006), verificou uma maior predominância de gols marcados no 1º e 4º períodos do jogo, tendência esta não corroborada com os achados deste estudo.

    Os estudos de Balzano (2000), Bello Junior (1998a) e Dias e Santana (2006), demonstram uma prevalência de gols marcados nos últimos 10 minutos de jogo. Desta forma, não podemos relacionar diretamente os resultados destes estudos com os apresentados pelo presente estudo.

    Luxbacher (1996) relaciona a maior incidência de gols no período onde as equipes apresentam um maior desgaste físico, pois neste momento há melhores condições para que a qualidade técnica possa ser apresentada por parte daqueles que estejam com uma performance física mais adequada.

    Voser (2003) relaciona uma maior incidência de gols nos últimos minutos do jogo ao desequilíbrio emocional, preparo físico, comprometimento, e pela estrutura tática das equipes. Bello Junior (1998b) também associa esta maior incidência de gols neste período ao preparo físico e emocional dos jogadores.

    Sendo este estudo o primeiro a tratar do assunto em nível escolar, e com as adequações já relatadas acima, recomenda-se que sejam realizados outros estudos semelhantes para comprovar as hipóteses levantadas.

Referências

Outros artigos em Portugués

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