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1.     Introdução

    A literatura tem destacado que a prática regular de exercícios físicos atua na prevenção de diversas doenças como o diabetes, a hipertensão, a osteoporose, o câncer de colo, a doença arterial coronariana e a obesidade, entre outras(1), além disso a prática de exercício físico pode contribuir também para prevenir a incidência de obesidade infantil, assim como, favorecer o aumento da densidade óssea em crianças e adolescentes. Especificamente no caso da natação, tem sido difundido que a sua prática regular pode ser importante também na ajuda ao tratamento da asma em crianças(1).

    Alguns autores destacam que a prática de exercício físico na infância facilita a adesão a esse comportamento na vida adulta(1), a quantidade e a qualidade das aulas de educação física na escola, a participação em programas esportivos fora do ambiente escolar, a indicação médica, o incentivo dos pais são alguns aspectos ocorridos no período da infância que podem influência a adesão a pratica de exercício físico na vida adulta, por outro lado, os programas direcionados a promoção de exercícios físicos e a prevenção de doenças tem como principal argumento o fato do sedentários ser um importante fator de risco, associado ao surgimento e agravamento de doenças crônico-degenerativas(1).

    Com a evolução da tecnologia alguns princípios culturais foram deixados para trás levando a população a serem completamente reféns do mundo tecnológico.

    Muito professores estão preocupados principalmente com a evolução das crianças que não são ativas e quanto deveriam ser, a falta de atividade pode levá-las os mesmo problemas de saúde que os adultos com menor expectativa de vida, a terem conseqüências fatais. O ambiente aquático é ideal para estimular as crianças a brincarem e serem ativas, sendo que a maioria delas adora a piscina e as atividades praticadas nela.(5)

2.     Influencia do meio aquático
A primeira caracterização da seqüência de desenvolvimento aquático foi realizada por Myrtle, pelo final da década de 30. McGraw constatou que, ao nascer, os bebês podem apresentar movimentos coordenados de braços e perna, para se deslocar na água desde que eles sejam colocados na posição de decúbito ventral na água(4) .

    O desenvolvimento humano envolve fatores biológicos e ambientais que interagem de forma dinâmica e complexa ao longo da vida, para alguns autores, o meio aquático pode oferecer diversos benefícios ao desenvolvimento infantil(2) .

    A adaptação ao meio líquido deve ser orientada para que o bebê, a criança e o iniciante, em geral, experimentem habilidades de estabilidade postural. O desenvolvimento dessas habilidades proporciona primeiro, um domínio de movimentos corporais que levam a condições ótimas para a respiração. Segundo, a estabilidade postural pode atuar como fator desencadeador para o desenvolvimento de outras habilidades necessárias à locomoção aquática(4) .

    Segundo Moreno e De Paula o ambiente aquático estimula o desenvolvimento corporal ao provocar movimentos de intensidades e amplitudes diferentes, que muitas vezes não podem ser efetuados no solo; atua também no âmbito psicológico, pelo controle do medo à água; contribui para a distinção de diferentes objetivos, espaços e pessoas(1). Segundo os mesmos autores, a prática aquática auxilia a aquisição da independência e personalidade, podendo influenciar o processo de aquisição da linguagem. Pinto realça que a atividade aquática infantil promove melhoria na qualidade de vida associada a um melhor desenvolvimento da cognição, comunicação, socialização e da motricidade grossa e fina(1).

3.     Fatores ambientais influencia no desenvolvimento da criança

    Diversos estudos abordam os fatores ambientais influentes no desenvolvimento da criança, tais como valores culturais e práticas maternas, nível socioeconômico (NSE), escolaridade materna, nutrição, entre outros, Embora não haja consenso quanto a alguns fatores, o NSE e o grau de escolaridade materna são freqüentemente citados como influentes no processo de desenvolvimento infantil. Segundo Andrade et al, a escolaridade materna acima de cinco anos de estudo, associou-se positivamente à melhor organização do ambiente físico e temporal, maior variação na estimulação diária e maior envolvimento emocional e verbal entre mãe e filho. A boa escolaridade materna seria, assim, um fator de proteção ao desenvolvimento saudável da criança. As mães tinha ensino médio ou superior completo, o que pode ter contribuído para seu interesse na participação dos filhos no programa de estimulação aquática. Segundo Martins et al. , As mães com maior escolaridade tem maior acesso a informações sobre desenvolvimento infantil e, com isso, interagem melhor com seus filhos, respondendo adequadamente às suas solicitações, podendo então promover melhores condições físicas e emocionais para seu desenvolvimento(1).

4.     Habilidade motora no meio aquático

    Nadar é uma habilidade motora presente desde o nascimento e que passa por mudanças em sua organização ao longo da primeira infância(4) .

    Estudos relatam que crianças submetidas à estimulação aquática apresentam melhores habilidades relacionadas à tarefa e ambiente aquático, como movimentação dos diversos segmentos corporais, pequenos deslocamentos no meio liquido, aquisição de equilíbrio e estabilidade postural(1) .

    Desenvolvimento motor (DM) é o processo de mudança no comportamento motor, relacionado à idade do indivíduo. Tradicionalmente o DM foi associado à maturação do sistema nervoso central, porém teorias contemporâneas defendem que outros fatores, como os sistemas musculoesqueléticos, cardiorrespiratórios e o ambiente também estejam envolvidos no desenvolvimento das habilidades motoras . Esses fatores interagem de forma complexa ao longo da vida proporcionando as varias mudanças no organismo humano(2).

    Fernandes e Costa descrevem o meio liquido como um ambiente com várias possibilidades de ação e movimento. Para esse autores, a água é mais que uma superfície de apoio e uma dimensão, é um espaço para emoções, aprendizados e relacionamento com o outro, consigo e com a natureza. Esse meio fornece ao indivíduo experiências e vivencias novas e variadas, favorecendo a percepção sensorial e a ação motora(2).

    Kruel (1990), faz uma análise sobre a importância psicomotor-funcional do aprendizado técnico da natação. Relata que a recreação facilita a coordenação, proporciona trabalho muscular e uma grande amplitude de movimentação de articulações, para todo o corpo. Menciona que a natação deve proporcionar prazer, e que, através da brincadeira, a criança estará aprendendo e aperfeiçoando seu desenvolvimento motor(3).

    Que para a criança ultrapassar seus limites potenciais de aprendizagem a presença do professor é fundamental no auxílio ao aluno, aplicando-se corporal e verbalmente. Nascimento (1984) defende a posição de que o professor deve entrar no ambiente aquático com o aluno, para que os exercícios sejam mostrados com mais clareza(3) .

    Para Falkenbach (1999), os professores, no momento em que interagem com as crianças, fazem do ambiente lúdico um momento de evolução e crescimento infantil(3). Quando o professor está com o aluno no ambiente liquido, alem de favorecimento ao simbolismo, a criança aumenta o veiculo afetivo com o professor, o que facilita o aprendizado, conforme Nascimento (1984), e também, por ser um ambiente diferente do cotidiano, se sente mais segura, com esta presença, para realizar as atividade proposta.

    Finalmente, o meio liquido serve como abrangência para vivencias corporais de jogo e exercício para crianças, e deve ser mais aproveitado para estes fim.

5.     Conclusão

    Nesta revisão, verificou-se que o ambiente aquático é ideal para estimular as crianças através de aprendizagem no desenvolvimento motor, emocional, social, afetivos, seguimentos corporais, habilidades, e etc., tornando a pratica do exercício físico prazerosa e mantendo a criança sempre ativo evitando o sedentários e vários outras doenças.

Referências bibliográficas

1. Pace Alves, Mariana; Leite Junger, Washington; Palma, Alexandre; David Monteiro, Walace; Guerra de Resende, Helder. Motivos que justificam a adesão de adolescentes à prática da natação: qual o espaço ocupado pela saúde? Rio De Janeiro: 03-07-2007

2. Oliveira Silva, Jaqueline de; Caetano Martins, Júlia; Souza Morais, Rosane Luzia de; Fabiano Gomes, Wellington. Influência da estimulação aquática no desenvolvimento de crianças de 0 a 18 meses; um estudo piloto. São Paulo: out/dez. 2009

3. Selau, Bento. O comportamento lúdico infantil em aulas de natação. Porto Alegre: 2000/2

4. Xavier Filho, Ernani; Manoel, Edison de Jesus. Desenvolvimento do comportamento motor aquático implicações para a pedagogia da natação. São Paulo: 04/2002

5. Manual do profissional de fitness aquático. Shape editora e promoções Ltda. 5ª edição. Rio de Janeiro: 2008.

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 16 · N° 160 | Buenos Aires, Septiembre de 2011 © 1997-2011 Derechos reservados