A percepção de educandos do gênero masculino sobre aulas de Educação Física segregadas entre meninos e meninas La opinión de los educandos de género masculino sobre las clases de Educación Física segregadas entre niños y niñas The students’ perception of male gender on lessons of Physical Education segregated between boys and girls |
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*Graduado em Educação Física pela PUCRS **Graduada em Ciências Biológicas pelo IPA Metodista (Brasil) |
Patrick da Silveira Gonçalves* Caroline Moraes da Rosa** |
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Resumo Partindo-se da idéia de que a escola, assim como sociedade contemporânea, vem se mostrando mais excludente a cada dia que passa e de que cada vez mais não conseguimos conviver com as diferenças, o presente artigo buscou refletir e explorar a visão dos educandos do Ensino Médio regular sobre aulas de educação física separadas por gênero. Tratou-se de um estudo qualitativo que teve como coleta de dados questionários aplicados em duas turmas de primeiro ano do Ensino Médio de uma escola da rede particular de ensino do Município de Porto Alegre. Como resultado, pôde-se identificar que a Educação Física separada por gênero é, na percepção de adolescentes do sexo masculino, mais competitiva, menos divertida e, ainda, diminui o aprendizado, já que as meninas podem contribuir com mais conhecimentos, deixando as aulas interessantes. Foi observado, também, que a separação por gênero pode constituir numa estratégia de defesa pelas escolas, visto que o interesse masculino pelas meninas, assim como a força física, está aumentado na adolescência. Unitermos: Educação Física. Ensino Médio. Gênero.
Abstract Based on the idea that school as well as contemporary society has been more exclusive every day that passes and that increasingly cannot live with the differences, this article sought to reflect and explore the vision of the students on regular high school physical education classes separated by gender. This was a qualitative study was to collect data questionnaires in two classes of first year high school at a school in private schools in the city of Porto Alegre. As a result, we could identify that physical education is separated by gender in the perception of adolescent males, more competitive, less fun, and also decreases the learning, since girls may contribute to more knowledge, leaving classes interesting. Keywords: Physical Education. High School. Gender.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 160, Septiembre de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
Introdução1 / 1
A Educação Física no Ensino Médio vem, cada vez mais, sendo exemplo de segregação dos gêneros no Ensino Médio. Muitas são as instituições, tanto de ensino público quanto privado, que estão deixando de lado o poder que (somente, talvez) a Educação Física tem de ensinar a conviver com o próximo, passando, então, a abordá-la de forma diferenciada para meninos e meninas.
Em um mundo onde a incapacidade de (com)viver com as diferenças se torna mais evidente a cada dia, a Escola, que apesar de não ser uma extensão da família, que deveria ser mais uma fonte de transmissão e formação de valores éticos e morais, vem separando meninos e meninas em turmas diferentes. Esta crença na impossibilidade dos gêneros masculinos e femininos poderem viver de forma harmônica, também nos esportes, pode resultar em formar uma sociedade ainda mais excludente.
O presente estudo teve como principal justificativa a relevância social de que se trata o assunto e também procurar ser norteadora da implementação da Educação Física nas instituições de ensino formal, privadas ou não, que abordem o Ensino Médio. Procurou-se, também, desfazer a idéia de que meninos e meninas são tão diferentes, de modo que não possam praticar atividades físicas juntos.
A realidade da Educação Física no ensino médio
A educação física, em uma proposta curricular para o ensino médio, deveria ser abordada a partir de uma proposta lúdica, visando aperfeiçoar os fundamentos que já vêm sendo desenvolvidos desde o ensino fundamental. Seria, então, o estímulo necessário para que o indivíduo saísse do sistema de ensino formal e buscasse formas de vida fisicamente ativa em um ambiente informal, como clubes, parques, praças, etc.
Contudo, a proposta da Escola para o ensino médio vem desvalorizando a educação física. Conforme Franco (1994), a Escola deve estar sempre visando à formação para a devida inserção no mercado de trabalho, porém deve ter o cuidado de não ser este o único objetivo. A ênfase é dada para as áreas do conhecimento que servem de barreiras para o ingresso em instituições de ensino superior. Deste modo, o benefício que a prática da atividade física pode oferecer será visto somente em longo prazo, desmotivando os alunos e vista como desnecessária em um ambiente escolar.
Muitas são as escolas, especialmente as de ensino privado, onde a Educação Física está perdendo espaço, sendo substituída por disciplinas mais “sérias”, as mesmas que o vestibular exige para aprovação. Barros (1992) afirma que a falta de um conhecimento teórico relacionado aos práticos, torna a educação física sem identidade dentro da escola. Ainda há a preocupação com a aprovação de alunos no vestibular que não passa de uma estratégia capitalista de propaganda, que foge aos princípios da educação de desenvolver o indivíduo em sua totalidade excluindo, então, a disciplina que, talvez a única, tenha potencial para isto.
Algumas escolas, também, por acreditar em uma proposta de ensino mais facilitada, vem trabalhando com as práticas de atividade física em turno inverso. Buscando incluir as disciplinas quantitativas sem se desfazer de nenhuma disciplina, a Educação Física está sendo proposta em outros horários do que os regulares. Isto visa aperfeiçoar o tempo de aula, não havendo desperdícios entre, tomar banho, trocar de roupa e voltar para sala.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2000) da Educação Física para o Ensino Médio orientam para que o desenvolvimento dos alunos deva ser em sua totalidade, e não apenas dos mais habilidosos, como geralmente acontece. Alertam também para a forte inserção do esporte na escola, não criando alternativas igualitárias. Esta ênfase desportiva transforma a Educação Física em um momento de aperfeiçoamento motor e busca de performance, beneficiando poucos, e tornando muitos em espectadores do esporte e não praticantes.
Educação Física e gênero
O Ensino Médio é o marco principal para a diferenciação e experimentações orgânicas acerca da maturação biológica que acometem adolescentes (SARAIVA, 2005). A puberdade é marcada, essencialmente, pelo acelerado desenvolvimento de altura e massa corporal do indivíduo. Para Gallahue (2005) o genótipo define os limites da capacidade de crescimento (medidas corporais lineares, maturação esquelética, maturação sexual e tipo de corpo) enquanto o fenótipo, ou seja, as condições ambientais que cercam este indivíduo determinarão se tais limites serão alcançados.
Espera-se que aos 15 anos, ao final do primeiro ano do Ensino Médio, as características físicas de meninos e meninas já estejam bem definidas, embora possa ocorrer ainda um aumento corporal até os 18 anos de idade. No âmbito social, o adolescente sofre constantes mudanças. Os jogos desportivos são importantes ferramentas no processo de socialização da adolescência (GALLAHUE, 2005). Nele o indivíduo passa a perceber as diferenças, aceitando-as, respeitando-as e se reconhecendo como diferente.
Com base no pressuposto de facilitação das aulas de educação física, algumas escolas vêm, ainda, separando os educandos por gêneros durante as aulas do Ensino Médio, principalmente. Acreditando que o desempenho se dá de forma diferenciada entre meninos e meninas (ROGOFF, 2005), alguns professores vêm sugerindo que esta segregação seja positiva por possibilitar a maior participação das meninas durante os jogos desportivos e o excesso de força dos meninos ao chutar uma bola, por exemplo.
Se tal metodologia está correta, seria possível afirmar que as turmas deveriam ser separadas em vários outros grupos, considerando, portanto, diversas outras especificidades de cada indivíduo. Não sendo esta separação somente entre homens e mulheres, reforçando a histórica concepção de que o homem é muito mais forte e desenvolvido fisicamente do que as mulheres (GOELLNER, 2003).
Teríamos, então, que diferenciar aqueles mais habilidosos dos menos habilidosos, os mais altos dos mais baixos, os mais fortes dos mais, os mais gordos dos mais magros, os que são bons em desportos coletivos dos que preferem os individuais, entre outras tantas diferenciações que podemos encontrar em uma quadra poliesportiva. Segundo esta lógica, estaríamos fugindo da concepção de que a educação física deve ser democrática (SOLER, 2003), atingindo a todos a que ela se propõe atender e não somente um grupo específico.
Metodologia
Esta foi uma pesquisa direta de campo onde se procurou buscar os resultados em suas fontes de origem, buscando aproximar-se mais dos dados e fatos verificados (MATTOS, ROSSETTO JR. e BLECHER, 2008). Tratou-se, ainda, de uma pesquisa de método descritivo exploratório, que teve como característica a descrição e correlação dos fatos ou fenômenos sem manipulá-los, procurando descobrir com precisão os dados requeridos e, ainda, proporcionar uma maior aproximação do problema (GIL, 2002).
A coleta de dados foi realizada durante as aulas de duas turmas de um colégio da rede particular de ensino, de religião católica, localizado na cidade de Porto Alegre e que atende educandos de classe média e classe média alta. Foi realizado um questionário, com o consentimento do colégio, para que os discentes respondessem durante o início da aula de Educação Física.
A população em questão é referente a 36 alunos matriculados no primeiro ano do Ensino Médio, com idades entre 14 e 15 anos, que estejam freqüentando – de forma regular – a disciplina de Educação Física com, média de no mínimo, uma hora e trinta minutos de aula a cada sete dias. Como requisito para a escolha destes indivíduos, foi levado em consideração o fato de a escola aceitar a proposta da pesquisa e oferecer a disciplina de educação física no Ensino Médio dividindo os educandos por gênero.
Foi elaborado e proposto um questionário contendo duas questões abertas e sete questões fechadas para os alunos de um colégio localizado na cidade de Porto Alegre, pois se entende que esta é uma forma de avaliação na qual o indivíduo responde a perguntas estruturadas, diretamente relacionadas ao tema da pesquisa, facilitando assim a obtenção de dados em grandes grupos (MATTOS, ROSSETTO JR. e BLECHER, 2008; SILVA e MENEZES, 2001). Foram, contudo, perguntas que exigiram um mínimo de escrita por parte das pessoas que as responderam. Os voluntários e foram esclarecidos quanto ao objetivo da pesquisa, da participação facultativa e foram garantidos quanto ao anonimato e fins exclusivamente científicos da coleta de dados.
Resultados e análise dos dados
Para a melhor apresentação e discussão dos resultados os educandos foram numerados aleatoriamente de 1 a 36. As respostas serão analisadas em duas categorias distintas onde a primeira, Percepção das aulas separadas por gênero, que envolve as questões 1 e 2 serão transcritas as respostas mais significativas e algumas das respostas onde a maioria que contenham as mesmas idéias se repitam. Na segunda categoria, Implicações da separação dos gêneros, será apresentado o quadro envolvendo as questões 4 a 9, onde aparecerá o percentual de respostas aproximado para cada pergunta. As perguntas que obtiveram respostas em branco ou com mais de uma marcação ou, ainda, que apresentaram caligrafia ilegível não serão consideradas para o somatório de respostas.
Percepção das aulas separadas por gênero
Esta categoria busca interpretar a visão dos educando do gênero masculino sobre suas aulas comparadas às aulas anteriores, quando meninos e meninas compartilhavam o mesmo espaço físico em um determinado momento. Serão transcritas as respostas mais significativas e que se repetem mais vezes, sendo mantida a idéia e a ortografia.
A maioria dos questionados se mostrou favorável às aulas em conjunto, sendo que as respostas que mais aparecem revelam que o nível de concentração caiu. Este fenômeno pode ser observado nas respostas abaixo:
“Com, porque nós nos concentramos mais”
“Com as meninas, porque nos concentramos mais”
“[...] nos concentrávamos mais”
“Se concentrávamos mais”
“Sim. Pois podemos aprender a controlar certas habilidades, como a intensidade do jogo e sermos mais participativos”
O fato de as aulas, ou, pelo menos, as instruções do professor, não chamarem tanto a atenção dos alunos pode ser entendido pelo fato de haver mais alunos do gênero masculino que, geralmente, são mais agitados que as meninas, tirando o foco da aula. As aulas masculinizadas também aumentam o nível de competitividade, conforme as transcrições que seguem:
“Antes, as aulas misturavam os dois e a aula ficava mais ‘leve’”
“Agora tem mais competitividade”
“Porque antes as aulas eram mais amistosas”
“Depende, em relação à comunicação e interação, com as meninas é melhor”
“Agora a aula é mais pegada”
Como a aula está, na percepção dos adolescentes, sendo realizada entre iguais, o índice de disputa aumenta, já que não há a necessidade de se preocupar com quem, teoricamente, é mais fraco fisicamente. Com esta competitividade aumentada, as situações que podem desencadear brigas, portanto, também aumentam. Se antes as aulas eram mais amistosas e cooperativas, agora são muito mais competitivas e geram oposições durante o período letivo, conforme as respostas abaixo:
“Com. Por que fica mais leve as aulas e tem menor bagunça”
“Limitam nossas possibilidades de atividades. Ex: ter que tomar cuidado para não machucar ela”
“Tinha menos brigas”
“Com. As aulas rendem melhor, são mais dinâmicas (mais amistosas)”
“[...] agora a gente pode usar mais a força”
“As aulas eram menos competitivas”
O aumento de competitividade torna as práticas físicas mais tensas descaracterizando-as como um momento de prazer, e tornando-as momentos de ansiedade e com muitas frustrações, já que a busca pela vitória é constante, assim como as derrotas. Um dos fatores que possa fazer com que os adolescentes prefiram as aulas em conjunto é, hipoteticamente, por as aulas de antes serem mais cooperativas, tornando-as mais divertidas, de acordo com os comentários que seguem:
“As aulas eram mais legais”
“[...] com menos diversão”
“A aula demora mais para passar, não é tão divertida”
“São melhores com elas, porque são mais agradáveis”
“Porque são a alegria da Educação Física”
“[...] o ruim é que a aula fica sem graça”
“Acho que as aulas de antes eram mais divertidas [..]”
Além de as aulas terem ficado menos divertidas, a exclusão das meninas pode contribuir para um momento de aprendizado menor, já que elas trazem uma trajetória de vida diferente, devido às diferenças sociais. Além de uma possibilidade maior de aprendizado, as aulas podem ensinar a se preocupar com o outro, numa perspectiva humana, ao encontro dos comentários que seguem:
“Que agora as aulas não tem a ajuda das meninas”
“Com elas. Aprendemos mais”
“Na minha opinião as gurias deveriam fazer com nós, pois poderíamos ter um entrosamento melhor com elas”
“São melhores por nos agraciar com ‘incentivos’”
“Com elas, pois tem maior integração com a turma e dá uma maior beleza”
“Com as meninas porque é bom conversar com elas”
“Com elas, porque poderíamos se entrosar mais com elas”
“Para uma integração entre os sexos”
“[...] elas são maduras e deixam as aulas mais tranqüilas alem de ser bem menos gay”
Contudo, há de se levar em consideração que o interesse em voltar a ter aulas junto às meninas pode ser o resultado de, nesta fase, os interesses afetivos estarem aumentando. As respostas a seguir demonstram a visão dos meninos sobre as meninas:
“Que ficava uma coisa mais atraente [...]”
“Melhor, dá pra ver elas e suas ‘partes’”
“Com, pois podemos conferir suas curvas”
“Com as meninas, porque elas são mais gostosas”
“As aulas antes eram menos ‘gay’. Muito macho pra pouco espaço”
As respostas obtidas demonstraram o grande interesse dos meninos em voltar a ter aulas juntos às meninas, seja por tornar as aulas mais prazerosas, por exigir um menor esforço físico ou então por possibilitar uma maior aproximação dos sexos, tornando mais fácil o aumento dos vínculos afetivos. Entretanto, a maioria das escolas se torna favorável à separação dos gêneros por facilitar as aulas para os professores e, ainda, proteger as meninas, que se encontram fisicamente mais fracas do que os meninos.
Implicações da separação dos gêneros
A tabela a seguir demonstra as perguntas propostas e o número de respostas obtido durante a coleta de dados. As respostas deixadas em branco ou com duas ou mais respostas foram desconsideradas por não poder se interpretar a idéia de quem as respondeu.
Com base no quadro acima se observou que as aulas de educação física se tornam significativas aos educandos a partir do momento em que eles têm a possibilidade de compartilhar seus aprendizados com os colegas.
Apesar de grande parte dos alunos não sentirem diferença na sua participação comparada à quando tinham aulas junto às meninas, um número expressivo se mostrou mais participativo na ausência do gênero feminino. Este fato pode ser entendido pelo fato de as aulas terem se tornado mais dinâmicas, com a ênfase nos esportes, característicos do Ensino Médio.
A inserção dos esportes caracteriza a aula como competitiva (BRASIL, 2000), mas não indica que a disputa seja precursora de violência, como mostra a segunda pergunta. A quantidade de brigas continua a mesma, ainda que o número de meninos tenha aumentado.
Embora as aulas tenham ficado mais competitivas e dinâmicas, quase todos os entrevistados se mostraram insatisfeitos com as aulas separadas, sentindo-se, então, na vontade de ter aulas com as meninas novamente. A justificativa para esta conclusão dá-se na resposta da quarta questão, onde grande parte dos adolescentes acredita que as aulas com as meninas eram mais divertidas. Deve-se levar em consideração o fato deles estarem antes no Ensino Fundamental, onde grande parte das escolas enfatiza os jogos pré-desportivos, sendo assim, mais variados e divertidos.
Reconhecer as dificuldades do próximo e saber como ajudá-lo é fundamental para o desenvolvimento humano (SOLER, 2003). Cada indivíduo possui suas particularidades, tendo algumas habilidades mais desenvolvidas que outras, sendo que as corpóreas são as que ficam mais evidentes durante a prática de atividades físicas. Deste modo, as diferenciações entre meninos e meninas se tornam evidente. É relatado que havia um esforço por parte dos meninos para que as meninas tivessem uma participação efetiva durante as aulas. Este esforço, em uma hipótese, pode não estar mais acontecendo, já que numa visão superficial a aula é para pessoas iguais.
Outro fato interessante a ser considerado é a atenção dirigida ao professor que se dá de forma levemente diminuída na presença de adolescentes do gênero feminino. O interesse pelo sexo oposto pode resultar em pequenas conversas desvirtuando o foco da aula.
A presença das meninas pode ser muito importante, já que culturalmente são condicionadas a ter experiências diferentes às dos meninos. A presença delas pode tornar a aula mais rica, contribuindo para um aprendizado maior de todos (GALLAHUE, 2005) durante os jogos desportivos, inclusive do professor, que deverá pensar em aulas alternativas que atinjam todos os educandos.
Considerações finais
Durante este trabalho, fica claro que os educandos do gênero masculino preferem a Educação Física de forma que contemple meninos e meninas em um mesmo espaço físico e no mesmo período. Desta forma, as aulas passam a ter um caráter cooperativista, tendo menos competições e, conseqüentemente, diminuindo as situações em que possam evoluir para agressões físicas e verbais.
Entretanto, apesar de as aulas em conjunto se tornarem mais divertidas, possibilitando uma maior integração da turma, mais estudos são necessários para que fique evidente o real interesse dos meninos em ter as meninas na mesma aula. Os interesses no sexo oposto estão aumentados na adolescência, o que pode fazer com que as aulas proporcionem um momento de fortalecimento dos vínculos afetivos.
Enfim, a hipótese da separação dos gêneros por parte das escolas, pode ser caracterizada como uma estratégia de preservação das meninas, já que a força dos meninos está aumentada e o assédio masculino é maior.
Referências
BARROS, J.M.C. Educação Física no 1º e 2º grau: um estudo da natureza e conteúdo dos programas. Revista Kinesis 9, Santa Maria, p.97-106,1992.
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica: Brasília (DF), 2000 v. Il.
FRANCO, M.L.P.B. Ensino médio: desafios e reflexões. Campinas, Papirus, 1994.
GALLAHUE, David; OZMUN, John. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 3. ed. São Paulo: Phorte, 2005. 585 p.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 175 p.
GOELLNER, S. V. O esporte e a espetacularização dos corpos femininos. Labrys, n. 4, ago./dez., 2003.
MATTOS, Mauro; ROSSETTO JR, Adriano; BLECHER, Shelly. Metodologia da pesquisa em educação física: construindo sua monografia, artigos e projetos. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Phorte 2008. 256 p.
ROGOFF, Barbara. A natureza cultural do desenvolvimento humano. São Paulo: Artmed Editora, 2005
SARAIVA, Maria do Carmo. Co-educação física e esportes: quando a diferença é o mito. Ijuí: Unijuí, 1999;
SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 3. ed. ver. e ampl. Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distância da UFSC, 2001. 121 p.
SOLER, Reinaldo. Educação Física Escolar. Rio de Janeiro: Sprint, 2003. 188 p.
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