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Benefícios da musculação pós acidente vascular cerebral

Los beneficios de musculación post accidente vascular cerebral

 

Cursando Educação Física - 4º ano – 8º Semestre

UNILAGO - São José do Rio Preto/SP

(Brasil)

Bruno Raphael de Oliveira Souza

brn_zs@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O acidente vascular cerebral (AVC) é a terceira maior causa de morte por doença no mundo, ficando atrás somente das doenças cardíacas e do câncer. Este estudo objetivou demonstrar que a musculação pode auxiliar na recuperação e na melhora da qualidade de vida de um indivíduo que sofreu um AVC. O estudo de caso envolveu 1 (uma) pessoa com seqüela de acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI), na qual foi aplicado o questionário “SF 36”, para avaliação da qualidade geral de vida e saúde, o mesmo foi submetido ainda a avaliação antropométrica, ao Flexiteste Adaptado e ao Teste para da Cegonha para a verificação dos perímetros musculares e composição corporal, da flexibilidade de determinadas articulações e do equilíbrio postural, respectivamente. Posteriormente foi submetido a um programa de musculação durante 3(três) meses. Os testes foram reaplicados mensalmente, e os dados foram comparados e, de acordo com os resultados obtidos, verificou-se uma significativa melhoria na qualidade de vida geral do participante, além da diminuição do peso corporal, fortalecimento muscular, melhora da flexibilidade, melhora do equilíbrio, entre outros. Assim pode-se afirmar que a musculação pode não só trazer benefícios fisiológicos no sentido de prevenir um novo AVC, mas também é capaz de reinserir a pessoa afetada por um AVC no meio de convívio social, proporcionando sensação de bem-estar, melhora da auto-estima, redução dos sintomas depressivos e ansiosos.

          Unitermos: Musculação. Acidente vascular cerebral. Qualidade de vida.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 159, Agosto de 2011. http://www.efdeportes.com

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1.     Introdução

 Bruno Raphael de Oliveira Souza   De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças cerebrovasculares constituem a terceira maior causa de mortes no mundo (6 milhões de mortes/ano), atrás somente das cardiopatias em geral (7,2 milhões) e o câncer (7,1 milhões). Segundo ANDRÉ (2002) cerca de 40 a 50% dos indivíduos que sofrem um AVC estarão mortos após seis meses. A maioria dos sobreviventes exibirá deficiências neurológicas e incapacidades residuais significativas, o que faz do AVC a primeira causa de incapacitação funcional no mundo ocidental.

    DAMIANI e YOKOO (1995) o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é caracterizado pela interrupção da irrigação sanguínea das estruturas do encéfalo, ou seja, ocorre quando o sangue que sustenta o cérebro com oxigênio e glicose deixa de atingir a região, causando a perda da funcionalidade dos neurônios. Existem dois tipos de AVC, o isquêmico e o hemorrágico. O AVC Isquêmico é o tipo mais comum, ocorre quando não há passagem de sangue para determinada área do cérebro devido a uma obstrução no vaso, ou redução no fluxo sanguíneo do corpo, o AVC Hemorrágico é menos comum, mas não menos grave, e ocorre pela ruptura de um vaso sanguíneo intracraniano, afetando determinada função cerebral.

    Segundo BALDIN (2009) cada área do cérebro coordena determinada função do organismo, as seqüelas provocadas pelo AVC são variadas, como por exemplo, o comprometimento das funções motoras, mentais, perceptivas, cognitivas, até a dependência total. No entanto, as seqüelas se instalam sempre abruptamente, podendo regredir ou mesmo desaparecer depois de algum tempo.

    A musculação é largamente utilizada na medicina física, pelos inegáveis benefícios terapêuticos que apresenta, quando os objetivos são: recuperar a força, melhorar amplitudes articulares, estimular e melhorar a irrigação sanguínea, aprimorar a coordenação motora, entre outros. "Fisioterapia em academias chama-se Musculação" costuma-se afirmar com toda a ra­zão, pois nossa experiência tem demonstrado, através das décadas, que o uso de equipamentos e técnicas de treinamento normais dos atletas de musculação, quando adaptados às condições e limitações físicas das Pessoas Portadoras de Deficiência, tem enorme eficácia na conquista de melhores resultados para este grupo. Igualmente, influem para uma excepcional melhora do quadro psicológico, devolvendo a estas pessoas a auto-estima que às vezes também perdem com o acidente que as tornou fisicamente limitadas, mas não incapacitadas.

2.     Revisão de literatura

    DAMIANI e YOKOO (1995) o AVC pode ser compreendido como uma dificuldade em maior ou menor grau, de fornecimento de sangue e seus nutrientes a uma determinada área do cérebro, determinando o sofrimento ou morte desta (neste caso chamado infarto) e, conseqüentemente, perda ou diminuição das respectivas funções, existem basicamente dois tipos de AVC: o isquêmico, que é quando não há passagem de sangue para determinada área, por uma obstrução no vaso ou redução no fluxo sanguíneo do corpo. Outro tipo é o AVC hemorrágico, que é quando o vaso sanguíneo se rompe, extravasando sangue.

    ANDRÉ (2002) as doenças cerebrovasculares (DCV) constituem a terceira causa de morte no mundo, atrás somente das cardiopatias em geral (AVC mata mais entre nós que a doença coronariana) e o câncer. Cerca de 40 a 50% dos indivíduos que sofrem um AVC estarão mortos após seis meses. A maioria dos sobreviventes exibirá deficiências neurológicas e incapacidades residuais significativas, o que faz do AVC a primeira causa de incapacitação funcional no mundo ocidental.

    ANDRÉ (2002) existem alguns fatores, chamados fatores de risco que estão diretamente ligados a origem do AVC, dentre eles podemos destacar:

  • Pressão Arterial – considerado o principal fator de risco para o AVC, quando a pressão está acima daquela determinada, temos o quadro de “hipertensão arterial”, o que facilita o aparecimento da arteriosclerose (endurecimento da parede arterial).

  • Doença Cardíaca – qualquer doença cardíaca, em especial as que produzem arritmia (quando o coração não consegue bombear sangue suficiente para determinada região, nesse caso, o cérebro).

  • Colesterol – é uma substância existente no nosso corpo proveniente da gordura animal. Níveis aumentados de LDL (mau colesterol) e diminuição do HDL (bom colesterol) estão relacionados ao aparecimento de arterosclerose (aumento de gorduras nas paredes das artérias que dificulta o fluxo do sangue).

  • Diabetes Mellitus – é uma doença que o nível de açúcar (glicose) no sangue fica elevado e há maior prevalência de coagulação sanguínea (quando o sangue se torna mais consistente, aumentando as chances da hipertensão arterial e outras complicações. Por conta dos níveis aumentados de açúcar no sangue há alteração nas gorduras, aumentando as chances de aparecimento da arterosclerose).

    Outros fatores de risco como tabagismo, obesidade, má alimentação, uso excessivo de bebidas alcoólicas, história de doença vascular anterior e sedentarismo também estão ligados ao surgimento do AVC, portanto, preveni-lo é o melhor tratamento. Ter uma vida saudável, com alimentação equilibrada aliada a prática regular de atividades físicas e uma melhor qualidade de vida são fundamentais para a prevenção.

    PAFFENBARGER & OLSEN (1996) afirmam que

    “muito poucos estudos foram desenvolvidos em relação ao acidente vascular cerebral e à atividade física”.

    “no Brasil, não é conhecido nenhum programa de atividade física e/ou esportiva para pessoas com seqüelas de AVC, egressos de programas de reabilitação. Não são conhecidos, também, estudos que tenham sido desenvolvidos com o objetivo de verificar as mudanças de comportamento emocional desses indivíduos, após a realização de um programa de atividade física regular, com ênfase na melhoria da sua qualidade de vida.” COSTA e DUARTE (2002)

    COSTA e DUARTE (2002) Os indivíduos portadores de seqüelas de AVC seguem, normalmente, uma rotina de intervenção e tratamento de acordo com o tipo e causa do acidente vascular cerebral. Esta rotina varia desde a intervenção cirúrgica ao tratamento clínico, passando, posteriormente, para o tratamento fisioterápico. Este consiste, na medida do possível, em restabelecer funções e/ou minimizar as seqüelas deixadas. No entanto, o quadro tende, com o tempo, a se estabilizar e o paciente apresenta, na maioria das vezes, uma hemiparesia ou uma hemiplegia, dependendo não somente da área cerebral afetada, como também da extensão deste acometimento. Isto faz com que a pessoa torne-se um eterno paciente da fisioterapia, desenvolvendo, na maioria das vezes, uma atividade relativa. Outra situação que ocorre habitualmente, e que é ainda pior, é quando o paciente retorna para casa e permanece no sedentarismo. Este sedentarismo, talvez, tenha sido uma das causas provocadoras do seu acidente vascular e agora poderá talvez ser a causa de um novo acidente.

3.     Metodologia

    A pesquisa consistiu em um estudo de caso realizado com um paciente, do sexo masculino, 44 anos de idade, vítima de um Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI) aos 23 anos, em 08 de abril de 1989, durante uma partida de futsal. O pesquisado apresenta hemiparesia do lado esquerdo do corpo, condição de deambulação sem o auxílio de órteses e foi submetido à reabilitação fisioterápica na fase aguda.

    Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram:

  • SF-36 teste para avaliação da qualidade de vida e saúde, o qual consiste em um questionário composto por 36 itens avaliando 08 dimensões assim distribuídas: 10 (dez) itens relacionados com a capacidade funcional; 04 (quatro) itens de aspectos físicos; 02 (dois) itens sobre dor; 05 (cinco) itens relacionados com o estado geral de saúde; 04 (quatro) itens sobre vitalidade; 02 (dois) itens com relação aos aspectos sociais; 03 (três) itens sobre aspectos emocionais e 05 (cinco) itens relacionados com a saúde mental. Para obtenção dos resultados foi utilizado o cálculo do Raw Scale, onde se transforma o valor das questões em notas de 8 (oito) dimensões que variam de 0 (zero) a 100 (cem), onde 0 = pior e 100 = melhor para cada domínio. É chamado de raw scale porque o valor final não apresenta nenhuma unidade de medida.

  • Teste parada da cegonha (TRITSCHLER 2002), que consiste em avaliar o equilíbrio postural, o avaliado permanece sobre o pé de apoio, no qual sente maior confiança (após duas tentativas de verificação), com as mãos apoiadas na altura da cintura e com o outro pé apoiado, com a face plantar, na parte interna do joelho da perna dominante. Após comando do avaliador, o avaliado eleva o calcanhar e permanece em apoio sobre os artelhos até perder o equilíbrio, tocando os calcanhares no chão ou tirando as mãos da cintura, o que caracteriza motivo para interrupção do teste. São feitas seis tentativas consecutivas com 15” (quinze segundos) de descanso entre cada uma, sendo três tentativas com os olhos abertos e três tentativas com os olhos fechados (neste a abertura dos olhos também interrompe o teste). Com o cronômetro, o resultado é aferido em segundos (em número inteiro), sendo que há arredondamento dos decimais para mais ou menos, dependendo da fração decimal se aproximar até 0,5 ou maior que 0,5 respectivamente. É considerado o valor da melhor tentativa executada nas três repetições, como o resultado do teste.

  • Adaptação do flexiteste (PAVEL e GIL 1980) por WALLACE, que consiste na avaliação da flexibilidade de determinadas articulações de forma passiva máxima, utilizando-se de 8 (oito) movimentos: flexão, extensão e abdução do quadril; flexão e flexão lateral do tronco; extensão com adução posterior do Ombro; adução posterior a partir da abdução de 180º do ombro. Inicia-se o teste sem aquecimento movimentando-se o segmento do corpo testado lentamente iniciando-se a partir da posição 0 (zero), até o momento do surgimento da dor ou de restrição ao movimento. Os valores de medida são dados pela comparação da amplitude do movimento realizado com os desenhos existentes no mapa de avaliação, que possui uma pontuação de 0 a 4 caracterizando cinco valores possíveis de medida. Se o movimento realizado estiver situado entre duas posições, será sempre considerado o de valor inferior. As medidas são feitas para cada movimento da seguinte forma: 0=muito pequena, 1=pequena, 2=média, 3=grande, 4=muito grande.

  • Avaliação antropométrica (ROSS 1976), que consiste na aferição de medidas lineares (estatura e altura total), perímetros musculares (pescoço, ombros, braços, antebraço, punho, tórax, cintura, abdômem, quadril, coxas e panturrilas) e avaliação da composição corporal (IMC e RCQ).

    Posteriormente, o avaliado foi submetido a um programa de musculação e atividades aeróbicas, com uma freqüência mínima de 03 (três) vezes por semana, com duração mínima de 40 (quarenta) e máxima de 90 (noventa) minutos, orientadas e acompanhadas pelo pesquisador.

    O programa desenvolvido neste estudo foi composto basicamente por: Musculação, Caminhadas, Bicicleta Ergométrica, Abdominais e Alongamentos.

    As atividades desenvolvidas foram escolhidas levando-se em consideração aspectos como: 1) atividades que pudessem ser realizadas de acordo com a capacidade funcional do participante; 2) atividades que propiciassem motivação, alegria e prazer; 3) atividades que pudessem ser realizadas após o término do estudo.

    Mensalmente processou-se a reaplicação da avaliação antropométrica, já do questionário SF-36 e do teste Parada da Cegonha, processou-se a reaplicação por 2 (duas) vezes, 1 (uma) na fase antes do início do programa de musculação, chamada de fase pré teste e outra na fase final do programa de musculação, chamada de fase pós teste, para a posterior comparação de dados obtidos.

    Os testes foram realizados em dias isolados, não havendo portanto a prática de atividades nos dias de aplicação dos testes.

4.     Apresentação dos resultados

    A Tabela I mostra o quadro geral dos resultados obtidos na avaliação antropométrica.

Tabela I. Quadro geral dos resultados da avaliação antropométrica

    Os resultados apresentados na Tabela I mostram que os resultados obtidos foram melhorando conforme o tempo em que o pesquisado estava sendo submetido ao estudo ia aumentando, isso indica que o sujeito apresentou uma melhoria significativa em todos os segmentos avaliados na antropometria.

    A Tabela II mostra o quadro geral dos resultados obtidos na avaliação do questionário SR-36.

Tabela II. Quadro geral dos resultados da avaliação do Questionário de Qualidade de Vida e Saúde-SF-36.

    Na Tabela II os resultados de todos as dimensões se apresentaram mais elevadas no pós-teste, do que no pré-teste, o que aponta uma melhoria em todos as dimensões avaliadas no SF-36.

    A Tabela III mostra os resultados do Flexiteste.

Tabela III. Quadro Geral dos Resultados do Flexiteste

    A Tabela IV mostra os resultados do Teste Parada da Cegonha.

Tabela IV. Quadro Geral dos Resultados do Teste Parada da Cegonha

5.     Discussão dos resultados

    Os resultados apresentados na Tabela I mostram uma diminuição significativa do peso corporal, além da diminuição da circunferência abdominal e do quadril, o que conseqüentemente levou a diminuição do Índice de Massa Corporal (IMC) e da Relação Cintura Quadril (RCQ), dois importantes indicadores quanto ao risco da obesidade.

    A obesidade é fator de risco para uma série de doenças como: hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, doenças cerebrovasculares, diabetes mellitus II, câncer, osteoartrite, coledocolitíase, entre outras. A obesidade também é fator de risco para alguns distúrbios como: distúrbios lipídicos, hipercolesterolemia, diminuição do higt density lipoprotein (HDL-colesterol bom), aumento da insulina, intolerância a glicose, distúrbios menstruais/infertilidade, apnéia do sono.

    Na Tabela I pode-se observar ainda que houve aumento na circunferência dos demais grupos musculares avaliados, caracterizando portanto um aumento de massa muscular.

    Na Tabela II observa-se, que os resultados de todas as dimensões do SF-36 se apresentaram mais elevadas no pós-teste, do que no pré-teste, com exceção dos aspectos sociais e emocionais, que se mantiveram da mesma forma, com a pontuação máxima, na dimensão referente à capacidade funcional houve um aumento de 15 (quinze) pontos; nos aspectos físicos houve um aumento de 25 (vinte e cinco) pontos; na dor houve um aumento de 12 (doze) pontos, no estado geral de saúde houve um aumento de 10 (dez) pontos e na vitalidade houve um aumento de 15 (quinze) pontos.

    Na Tabela III observa-se variação entre alguns dos movimentos realizados, caracterizando o aumento da flexibilidade de algumas articulações.

    Na Tabela IV observa-se um pequeno aumento no tempo em que o pesquisado conseguiu manter-se na posição, conseqüentemente considera-se um aumento no equilíbrio postural.

6.     Conclusão

    Através dos resultados apresentados nesse estudo pude concluir que realização de um programa de musculação combinada com a prática de exercícios aeróbicos, desde que ambos sejam realizados levando em consideração as limitações e as potencialidades de indivíduos portadores de seqüelas de AVC, podem ser um importante fator na incessante busca pela melhora na qualidade de vida, tendo em vista a melhora da auto-estima, através da melhoria da auto-imagem, da auto-capacitação e da auto-realização, além dos inegáveis benefícios psicológicos, devemos também frisar os benefícios fisiológicos, como o aumento da saúde física, que é outro importante fator constituinte da melhora da qualidade de vida.

    Durante a realização deste estudo ficou provado para pesquisador e pesquisado que limitação não significa impossibilidade, pois foram diversas barreiras transpostas, barreiras estas que o próprio pesquisado nunca imaginou que fosse conseguir vencer, barreiras estas que para muitos dos que se dizem ‘normais’, ‘saudáveis’, são simples, como o fato de participar de uma prova de caminha de 5 km (cinco quilômetros), ou saltar em uma cama elástica, mas que para uma pessoa com limitações físicas não são tão simples assim.

    O programa demonstrou ainda, que a pessoa portadora de seqüelas advindas de um AVC pode e deve ir além dos processos de reabilitação convencional, demonstrou também que a musculação e os exercícios aeróbicos, onde quer que sejam realizados, não trazem consigo somente a busca por uma melhor condição física, mas também o sentimento de liberdade, de autonomia e de independência.

    A cada avaliação percebia que os resultados que para mim representavam dados, para o pesquisado representavam mudanças pessoais importantíssimas, pois para ele se abria um novo horizonte, uma nova forma de enfrentar a vida e de conviver com suas limitações, ele percebeu que não possuía somente deficiência, que as seqüelas provocadas pelo AVC não faziam dele um ‘meio homem’ ou um ‘deficiente’, como o restante da população o intitula, mas que ele é um ser completo como qualquer outro, com diversas potencialidades a serem desenvolvidas, mas para tal precisam de um estímulo.

    Finalmente, posso concluir a prática de atividade física, seja ela musculação como a escolhida para realização deste estudo, ou outra atividade física, é de extrema importância para pessoas portadoras de seqüelas de AVC, tendo em vista que a atividade física pode oferecer a essas pessoas um novo sentido para suas vidas, mais distante da doença ou da deficiência e mais próximo da saúde e de uma melhor qualidade de vida compatível com sua realidade.

    Saúde é o completo estado de bem estar físico, psicológico e social e, não apenas a ausência de enfermidades (Organização Mundial da Saúde).

Bibliografia

  • ANDRE, Charles. Manual de AVC. 1ªEd. 2002.

  • ASSUMPÇÃO JR, Francisco B. Introdução ao estudo da deficiência mental. Memnon.

  • BALDIN, Alexandre Duarte. Atividade física e acidente vascular cerebral. São Paulo: Rev. Eletrônica de Jornalismo Científico Com Ciência. Pág. 01-03, UNICAMP, 2009.

  • BLASCOVI-ASSIS, Silvana Maria. Lazer e Deficiência Mental. Papirus, 1997.

  • CICONELLI, R.M. Tradução para o português e validação do questionário genérico de avaliação da qualidade de vida: medical outcomes study 36-item-short-form health survey (SF-36). São Paulo: Universidade Federal de São Paulo, 1997.

  • CIDADE, Ruth Eugenia Amarante e FREITAS, Patrícia Silvestre de. Introdução a Educação Física e ao Desporto para pessoas portadoras de deficiência. Paraná: Universidade Federal do Paraná.

  • COSTA, Alberto Martins e DUARTE, Edilson. Atividade física e a relação com a qualidade de vida de pessoas com seqüelas de acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI). Brasília: Rev. Bras. Ciên. e Mov. Vol.10 Pág.47-54, 2002.

  • DAMIANI, I.T. e YOKOO, E.I. AVC-Acidente Vascular Cerebral, Trb Pharma, 1995.

  • DELAVIER, Frederic. Guia dos movimentos de musculação abordagem anatômica. Manole, Vol.2.

  • DUNCAN P, STUDENSKI S, RICHARDS L GOLLUB S, LAI SM, REKER D, PERERA S, YATES J, KOCH V, RIGLER S, JOHNSON D. Randomized clinical trial of therapeutic exercise in subacute stroke. Stroke 2003; 34: 2173-2180.

  • MASSARO, A.R. Abordagem diagnóstica e terapêutica do acidente vascular cerebral agudo grave. São Paulo, Diretrizes Assistenciais do Hospital Sírio Libanês, 2006.

Anexos

Anexo 01

TERMO DE LIVRE CONSENTIMENTO E ESCLARECIMENTO

Dados de identificação

Título do Projeto: Benefícios da Musculação Pós Acidente Vascular Cerebral

Pesquisador Responsável: Bruno Raphael de Oliveira Souza

Instituição a que pertence o Pesquisador Responsável: Unilago, Unidade São José do Rio Preto, SP

Telefones para contato: (17) 9151-2210 - (17) 8801-3444

Nome do voluntário: ______________________________________________________________________________

Idade: _____________ anos R.G. __________________________

Responsável legal (quando for o caso): _______________________________________________________________

R.G. Responsável legal: _________________________

    O Sr. (ª) está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa “Benefícios da Musculação Pós Acidente Vascular Cerebral”, de responsabilidade do pesquisador(a) Bruno Raphael de Oliveira Souza.

    Especificar, a seguir, cada um dos itens abaixo, em forma de texto contínuo, usando linguagem acessível à compreensão dos interessados, independentemente de seu grau de instrução:

    Esta pesquisa tem por objetivo verificar os benefícios da musculação pós acidente vascular cerebral.

    A coleta de dados e o programa de treinamento serão realizadas e desenvolvidas por um estudante de educação física, onde será avaliado 01(uma) pessoa, com idade de 40 anos, que passará por 4(quatro) testes e posteriormente será submetida a um programa de treinamento de musculação. O tese será composto pelo Questionário de Qualidade de Vida e Saúde-SF-36, o segundo teste será a Avaliação Antropométrica, o terceiro teste será o Flexiteste, o quarto teste será o denominado Parada da Cegonha.

    Serão obtidas imagens ou gravações, para posterior elaboração do trabalho de conclusão de curso. Não existe qualquer situação de desconfortos e riscos associado à pesquisa.

    A pesquisa trará como benefício para o colaborador, tendo em vista os inegáveis benefícios promovidos através da atividade física.

    O voluntário deverá proceder conforme orientação do pesquisador.

    Não existe qualquer risco associado à realização do trabalho.

    A participação do colaborador é voluntária, este consentimento poderá ser retirado a pedido.

    Não existe chance de danos aos colaboradores na realização desse trabalho.

    Todos os dados e informações coletadas estarão sob responsabilidade dos pesquisadores assim como a integridade e confidencialidade das informações geradas.

Eu, __________________________________________, RG nº _____________________ declaro ter sido informado e concordo em participar, como voluntário, do projeto de pesquisa acima descrito.

    Ou

Eu, __________________________________________, RG nº _______________________, responsável legal por ____________________________________, RG nº _____________________ declaro ter sido informado e concordo com a sua participação, como voluntário, no projeto de pesquisa acima descrito.

São José do Rio Preto-SP, _____ de ____________ de _______

_________________________________ ____________________________________

Nome e assinatura do paciente ou seu responsável legal Nome e assinatura do responsável por obter o consentimento

_________________________________ ____________________________________

Testemunha Testemunha

Informações relevantes ao pesquisador responsável:

    Res. 196/96 – item IV.2: O termo de consentimento livre e esclarecido obedecerá aos seguintes requisitos:

a) ser elaborado pelo pesquisador responsável, expressando o cumprimento de cada uma das exigências acima;

b) ser aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa que referenda a investigação;

c) ser assinado ou identificado por impressão dactiloscópica, por todos e cada um dos sujeitos da pesquisa ou por seus representantes legais; e

d) ser elaborado em duas vias, sendo uma retida pelo sujeito da pesquisa ou por seu representante legal e uma arquivada pelo pesquisador.

    Res. 196/96 – item IV.3:

c) nos casos em que seja impossível registrar o consentimento livre e esclarecido, tal fato deve ser devidamente documentado, com explicação das causas da impossibilidade, e parecer do Comitê de Ética em Pesquisa.

    Casos especiais de consentimento:

  • Pacientes menores de 16 anos – deverá ser dado por um dos pais ou, na inexistência destes, pelo parente mais próximo ou responsável legal;

  • Paciente maior de 16 e menor de 18 anos – com a assistência de um dos pais ou responsável;

  • Paciente e/ou responsável analfabeto – o presente documento deverá ser lido em voz alta para o paciente e seu responsável na presença de duas testemunhas, que firmarão também o documento;

  • Paciente deficiente mental incapaz de manifestação de vontade – suprimento necessário da manifestação de vontade por seu representante legal.

Anexo 02.

Questionário de Qualiade de Vida e Saúde –SF-36

Anexo 03.

Teste Parada da Cegonha

    Teste denominado “parada da cegonha” por TRITSCHLER (2003) - o avaliado permanece sobre o pé de apoio, no qual sente maior confiança (após duas tentativas de verificação), com as mãos apoiadas na altura da cintura e com o outro pé apoiado, com a face plantar, na parte interna do joelho da perna dominante. Após comando do avaliador, o avaliado eleva o calcanhar e permanece em apoio sobre os artelhos até perder o equilíbrio, tocando os calcanhares no chão ou tirando as mãos da cintura (figura 1A e 1B), o que caracteriza motivo para interrupção do teste.

 

Anexo 04.

Adaptação do flexiteste

    Adaptação do flexiteste (PAVEL e GIL 1980) por WALLACE - como já diz o próprio nome, esta é uma adaptação ao flexiteste, realizada em oito movimentos, ( originalmente o flexiteste é realizado em 20 movimentos). São enfatizados os movimentos envolvendo articulações que merecem atenção especial no direcionamneto do trabalho de flexibilidade em academias.Faz-se a posição indicada com o avaliado. Depois disso temos que comparar com as 5 figuras ( numeradas de 0 a 4 ) e dar a pontuação de acordo com a posição que estiver mais parecida com a que o avaliado conseguiu realizar.Somamos os resultados dos oito testes e pronto. Agora é só comparar com a tabela abaixo e saber como está o nosso aluno.

< ou = 8.......

Muito Pequena

9 a 12

Pequena

13 a 16

Pequena

17 a 20

Média(+)

21 a 24

Grande

> que 25

Muito Grande

 

Figuras para comparação

Anexo 05.

Fotos

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