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Influência do tipo de modalidade esportiva no tempo 

de resposta de crianças: ginástica artística versus judô

Influencia del tipo de modalidad deportiva en el tiempo de respuesta de los niños: gimnasia artística versus judo

 

*Cento Universitário de Belo Horizonte Uni-BH

**Núcleo de estudos em Ginástica- Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia

Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais - NEGIN-EEFFTO/UFMG

***Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte – FESBH

(Brasil)

Adriana Célia Pimenta Oliveira* **

Tiago Barbosa Gusmão* **

Thiago Teixeira Mendes*

Márcio Mário Vieira** ***

adrianapimenta88@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo do presente estudo foi analisar a influência da prática da Ginástica Artística e Judô no tempo de resposta de crianças. Participaram do estudo 30 indivíduos voluntários de ambos os sexos, as crianças, ginastas e judocas com faixa etária entre 9 e 11 anos, média de idade entre 10,6 (± 0,8), inexperientes na tarefa. Foi utilizado um aparelho composto de duas estruturas: uma plataforma contendo seis recipientes enumerados de 1 a 3 e uma central de controle ligada a um microcomputador, constituída por diodos que fornecem estímulo visual para iniciar a tarefa e uma chave de resposta para registro da medida de tempo de resposta. Um software foi desenvolvido para medida e armazenamento dos tempos de reação e tempo de movimento fornecido pelo aparelho. A tarefa consistiu em transportar bolas de tênis da parte inferior da plataforma para a parte superior em uma ordem pré-determinada (1-1/2-2/3-3) na maior velocidade possível. O teste foi composto por dez tentativas da tarefa de transporte manual. Para a análise estatística foi conduzida uma Anova one way (3 grupos) a qual não registrou diferença significante entre os grupos [F(2, 27)=0,37210; p=0,7]. Os ginastas apresentaram maior tempo de resposta que os demais grupos correspondendo ao pior desempenho. Com desempenho intermediário encontramos o grupo de crianças (grupo controle). O grupo de judocas apresentou o melhor desempenho com o menor intervalo de tempo de resposta. Conclui-se que para os grupos de crianças pesquisados a pratica da modalidade esportiva não demonstrou diferenças significativas, para a tarefa de transporte de bolas de tênis na plataforma, porem o grupo de judocas dentre os grupos apresentou melhores valores para o tempo de resposta.

          Unitermos: Tempo de resposta. Ginástica artística. Judô.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 159, Agosto de 2011. http://www.efdeportes.com

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Introdução

    O esporte é um convite ao desenvolvimento e aperfeiçoamento de modelos paralelos, diferenciados e autônomos, com estruturas próprias e distintas de valores, de princípios e finalidades (BENTO, 2007). É uma expressão cultural variada, multidimensional e, como tal, ocupa na sociedade contemporânea posição de relevância como um fenômeno sociocultural e político, suscetível de uma abordagem científica. Tal abordagem deve considerar a possibilidade da formação esportiva como conteúdo do desenvolvimento global do indivíduo, caracterizando-se pelo princípio da totalidade e assim produzindo desempenhos ímpares que se destacam da grande maioria da população (GAYA; TORRES, 2007).

    Os esportes possuem habilidades motoras específicas que foram construídas e modificadas ao longo do tempo (WOOLLACOTT; SHUMWAY-COOK, 2003). O comportamento habilidoso é fruto do desenvolvimento de diferentes componentes, dentre eles as capacidades. As capacidades consistem em traços ou qualidades relacionadas ao desempenho individual das habilidades motoras, elas estão relacionadas ao processo de controle e aprendizagem motora (SCHMIDT, 1988). Esses traços relativamente permanentes e estáveis constituem-se em estruturas decisivas para os bons níveis de desempenho e para a aquisição de habilidades motoras (MAGILL, 2000). Dentre o conjunto de capacidades que podem determinar o desempenho humano o tempo de resposta, intervalo de tempo entre o estimulo e o termino da tarefa, pode representar uma importante medida para a capacidade do indivíduo de realizar tarefas com o maior nível de certeza e precisão, características do indivíduo habilidoso (SCHMIDT, 1988, MAGILL, 2000). O caráter habilidoso das ações desempenhadas pelos indivíduos depende das capacidades que foram desenvolvidas e da quantidade e qualidade das experiências motoras do individuo (SOUZA, ALMEIDA, 2006). Níveis ideais de desempenho tanto nas atividades diárias ou em habilidades esportivas não requererem somente eficiência na elaboração da estrutura da tarefa, mas também um bom nível das capacidades que constituem a tarefa em questão (MORI; OHTANI; IMANAKA, 2002). Esses níveis permitem o controle de situações que requerem reações rápidas (altos níveis de precisão) ou de maior coordenação (SCHMIDT, 1993; GRECO, BENDA, 1998).

    O tempo de resposta consiste na soma do tempo de reação (TR) e o tempo de movimento (TM) acumulando suas funções. O TR refere-se ao intervalo de tempo entre a apresentação de um estímulo e o início da resposta, considera-se a contração muscular como início da resposta ao estímulo (SCHMIDT; WRISBERG, 2001; WEINECK, 1999; MAGILL, 2000). Nesse intervalo o individuo processa aspectos relacionados à antecipação e a tomada de decisão. O TM refere-se ao tempo entre o fim do estímulo e o término de um movimento, representa outra forma de avaliar as habilidades motoras, uma vez que o indivíduo realiza movimentos em maior velocidade ou maior número em determinado tempo (SAGE, 1977). Dessa forma, podemos inferir que o principal fator de influência sobre o TM é a força muscular e para o TR são os mecanismos centrais de processamento antecedentes ao movimento (HENRY; ROGERS, 1960; SCHMIDT, 1988). O produto final da interação TR e TM se caracteriza como o tempo de resposta, uma capacidade mais próxima da análise em situações do cotidiano, uma vez que TR e TM não se apresentam dissociados no desempenho das habilidades motoras (NASCIMENTO et. al., 2009).

    Outra variável que deve ser mencionada que contribui para o desempenho no esporte é o “timing” ou antecipação e pode ser dividida em três. A antecipação efetora envolve a previsão do tempo de duração da execução de seu próprio movimento, para que a resposta coincida com um evento externo. A antecipação receptora implica na presença do estímulo antes e durante a resposta, na qual o executante deve avaliar a duração do evento externo. A integração da antecipação efetora com a antecipação receptora é chamada de antecipação coincidente (FERRAZ, 1993). E, finalmente, a antecipação perceptiva está relacionada à ausência de estímulos antes que a resposta seja iniciada, na qual o executante deve aprender o padrão de regularidade dos estímulos de forma a poder fazer previsões espaciais e temporais necessárias (CORREA et al., 2005)

    Em um estudo com idosos Santos e Tani (1995) definiu dois grupos através do seu tempo de reação em uma tarefa de organização temporal. Um grupo com tempo de reação curto (idosos com tempo de reação melhor) e tempo de reação longo (idosos com tempo de reação inferior). No estudo foi verificado que com a repetição da tarefa o tempo de reação dos grupos foi semelhante.

    A Ginástica Artística (GA) é uma modalidade esportiva bela e conflitante, pois os atletas apresentam exercícios de alta dificuldade mesmo tendo a aparência juvenil e infantil. No treinamento da GA os ginastas precisam executar os exercícios nos aparelhos e infinitas possibilidades de execução, desta maneira os treinamentos se baseiam em um grande número de repetições. O processo de aprendizagem de um elemento de dificuldade é lento, pois este é separado em diversas etapas e cada uma delas e executado inúmeras vezes até se atingir o padrão técnico ideal (LOPES; NUNOMURA, 2007). A GA, em particular, é uma modalidade esportiva complexa, composto por movimentos específicos que visam uma execução perfeita dos elementos, sendo classificada com uma habilidade cujo ambiente é estável (FERREIRA, 1994).

    Os praticantes de GA são estimulados a desenvolver habilidades baseadas na flexibilidade, força, velocidade, resistência muscular, coordenação motora, equilíbrio, conscientização corporal e capacidade de reação (Souza; Almeida, 2006). Sua característica principal é o uso das acrobacias como componentes principais da modalidade. Essas acrobacias proporcionam aos seus praticantes inúmeros benefícios na capacidade perceptiva. Para Feigley (1987) característica marcante da GA é a execução de exercícios de alta complexidade que envolve vôo, rotação, suspensão e inversão, e são realizados em superfícies, alturas, e dimensões de espaço variadas. A GA pode contribuir para o desenvolvimento da criança, pois apresenta diversidade de movimentos e demanda muitas capacidades físicas e motoras, as quais podem facilitar a aquisição de habilidades importantes para as demais modalidades esportivas. A importância de se ampliar o repertório motor da criança através da riqueza de materiais e da grande variedade de movimentos proporcionados pela ginástica artística está intimamente ligada a aos aspectos da melhora da coordenação (NISTA-PICCOLO, 2005; LOPES; NUNOMURA, 2007).

    O Judô é uma arte marcial que, por não permitir técnicas de socar e chutar caracteriza o fator força como de extrema importância, com inegável sobrecarga do sistema musculoesquelético (CARAZZATO et. al., 1996). E em contraposição a GA, o judô consiste em uma modalidade de oponência na qual os atletas realizam constantes mudanças em sua movimentação, fazendo com que o adversário tenha que processar novas informações a todo o momento. Os mecanismos mais utilizados no judô são os órgãos sensoriais, os mecanismos perceptivos e os mecanismos decisórios, pois são os responsáveis pela captação e seleção da informação ambiental, possibilitando uma tomada de decisão mais rápida e eficiente (FRANCHINI; STANISLAW, 2003). O judô apresenta uma característica singular por aceitar diferentes biótipos entre seus competidores; atletas altos e baixos, leves e pesados, brevilíneos e longilíneos são vistos em treinamento. Apesar dessa ampla variedade, o esporte seleciona e desenvolve no praticante algumas características comuns, tais como equilíbrio, agilidade, força estática de membros superiores e explosão de membros inferiores, assim como capacidade aeróbica e anaeróbica (CARAZZATO et. al., 1996).

    Um forte indicador de melhora no treinamento é a diminuição do tempo de resposta, essa capacidade pode ser influenciada diretamente por aspectos ligados a força ou a processos neurocognitivos (HENRY, 1960). Todavia, esses aspectos apenas se encontraram em seu estado ótimo na fase adulta, o que determina que os processos maturacionais pelos quais as crianças passarão durante a vida representam marcadores desse desenvolvimento (GALLAHUE; OZMUN, 2005). As informações fornecidas pelo tempo de resposta são fundamentais para a análise dos treinamentos e são importantes indicadores do nível de habilidade, além de consistir em fontes de feedback e motivação para os atletas (FLORIANO et al., 2007). Contudo, considerando as diferentes características das modalidades esportivas elas poderiam influenciar de forma diferente o desenvolvimento da capacidade de resposta em habilidades motoras. Assim, o objetivo do presente estudo foi analisar a influência da prática da Ginástica Artística e do Judô no tempo de resposta de crianças.

Matérias e métodos

Amostra

    Participaram do estudo como voluntários, 30 crianças de ambos os sexos, ginastas e judocas com faixa etária entre 9 e 11 anos, média de idade entre 10,6 (± 0,8), inexperientes na tarefa. O grupo de ginastas e judocas apresentou tempo de prática entre 1,6 (± 0,5) anos, sendo todos os atletas filiados e que tenham participado de uma competição organizada por sua respectiva federação. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte, sob parecer de número 023/2010.

Instrumento e tarefa

    Foi utilizado um aparelho composto de duas estruturas: uma plataforma contendo seis recipientes enumerados de 1 a 3 e uma central de controle ligada a um microcomputador, constituída por diodos que fornecem estímulo visual para iniciar a tarefa e uma chave de resposta para registro da medida de tempo de resposta. Um software foi desenvolvido para medida e armazenamento dos tempos de reação e tempo de movimento fornecido pelo aparelho.

    A tarefa consistiu em transportar bolas de tênis da parte inferior da plataforma para a parte superior em uma ordem pré-determinada (1-1/2-2/3-3) na maior velocidade possível. O teste foi composto por dez tentativas da tarefa de transporte manual.

Figura 1. Desenho esquemático do aparelho utilizado.

Delineamento e procedimento experimental

    Os indivíduos foram divididos nos grupos (n=10) crianças (controle), judocas e ginastas de acordo com a modalidade praticada. Os voluntários foram recebidos pelos pesquisadores responsáveis, que verbalmente informaram os procedimentos do teste. Após total compreensão da tarefa os voluntários iniciavam a realização do teste de posicionamento manual para análise do tempo de resposta. O teste era constituído de 10 tentativas em sequenciamento pré-determinado e em velocidade máxima. As tentativas foram consideradas erradas quando a bola caía da plataforma ou o indivíduo não percebia o acendimento dos diodos. Essas tentativas foram descartadas.

    Antes do início de cada tentativa os sujeitos receberam a informação da sequência de movimentos a ser realizada através da apresentação de um cartão de 8 x 11 cm. Ao sinal “prepara”, fornecido pelo experimentador, a chave será pressionada, e após um estímulo visual (acendimento dos diodos) a chave deveria ser solta iniciando o transporte das bolas de tênis na ordem pré-definida entre os recipientes. Ao término da sequência de posicionamento das bolas, a chave deveria ser pressionada novamente caracterizando o fim da tarefa.

Resultados

    A análise do comportamento dos grupos no teste determinou que os ginastas apresentaram maior tempo de resposta que os demais grupos correspondendo ao pior desempenho. Com desempenho melhor encontramos o grupo de crianças (grupo controle). O grupo de judocas apresentou o melhor desempenho sendo com o menor intervalo de tempo de resposta quando comparado ao grupo de ginastas (Figura 2).

Figura 2. Gráfico da Média do tempo de reposta dos grupos

    Para a análise estatística foi conduzida uma Anova one way (3 grupos) a qual não registrou diferença significante entre os grupos [F(2, 27)=0,37210; p=0,7].

Discussão e conclusão

    O presente estudo teve como objetivo analisar a influência do tipo de modalidade esportiva no tempo de resposta de crianças, sendo comparados a ginástica artística e o judô. Os resultados encontrados não demonstraram diferença entre as modalidades. Esses achados podem estar relacionados à idade das crianças, a especificidade da tarefa e/ou ao tempo de pratica da modalidade esportiva.

    O tempo de resposta na literatura ainda é pouco estudado, muitos estudos fazem a associação do TR e o TM, porém quando se associa as duas variáveis para se chegar ao tempo de resposta, há pouco na literatura. Em estudo realizado por Chaves Filho et al. (2010) associou o TR e TM em ginastas e judocas através de um estimulo visual. Os resultados encontrados mostraram que quando associadas às duas variáveis o grupo de ginastas mostrou significância, diferentemente do grupo de judocas que não mostrou significância quando associadas às mesmas variáveis. Desta maneira estes resultados corroboram resultados encontrados no presente estudo, que mostram o grupo de judocas, mesmo sem diferenças estatísticas, apresentam um menor tempo de resposta.

    Santos e Tani (1995) investigou em idosos a influência de tempo de reação curto (idosos com tempo de reação melhor) e tempo de reação longo (idosos com tempo de reação inferior), como uma característica de organização temporal de desempenho, utilizando uma tarefa de "timing" antecipatório em indivíduos idosos. O efeito da prática pode ser observado nos dois grupos que demonstraram uma diminuição gradativa de erros na fase de aquisição e mantiveram o mesmo nível de desempenho após um intervalo de sete dias, na fase de retenção. O efeito do tempo de reação curto ou longo no resultado de desempenho numa tarefa de "timing" antecipatório foi diluído durante o processo de aprendizagem, ou seja, após um período de prática, o grupo tempo de reação longo, que tinha um desempenho inferior, se equiparou ao desempenho do grupo tempo de reação curto, o que poderia estar relacionada a uma mudança de estratégia na programação de tempo. Lopes e Nunomura (2007) afirmam ser importante ampliar o repertório motor sendo assim importante relacionar o “timing”, pois a ginástica é uma modalidade fechada (exercícios pré estabelecidos) e para o Franchini e Stanislaw (2003), o judô é uma modalidade aberta (depende da situação e do oponente), considerando a necessidade da utilização dos órgãos sensoriais, os mecanismos perceptivos, e os mecanismos decisórios.

    Criar uma situação ótima para a resposta refere-se a um senso de oportunidade relativo à escolha do momento e do tempo de duração de uma determinada ação. Esta organização temporal do movimento, ou "timing", implica na predição ou antecipação de eventos. Antecipação é vista como um processo perceptivo explicado pela utilização de experiências do indivíduo para interpretar informações ambientais e proprioceptivas. O "timing" antecipatório significa prever processos intrínsecos ou de processamento de informações, tais como os existentes no tempo de reação e tempo de movimento, além de antecipar o momento de ocorrência (aspecto temporal) e a localização (aspecto espacial) de um evento (SANTOS; TANI, 1995; DORFMAN, 1977; MARTENIUK, 1976).

    O estudo realizado por Floriano et al. (2007) inferiu o tempo de resposta de jogadores de futebol. Esta variável esta interligada em inúmeras situações na partida de futebol, como passe, fintas, dribles, ou até mesmo um apito, são momentos em que o jogador recebe um estímulo, decodifica-o e a partir deste mecanismo uma ação de resposta é realizada. Carazzato et. al. (1996) relaciona que o tempo de resposta no judô é fundamental para que o atleta surpreenda o adversário e finalize o combate.

    Em suma, não foi encontrada influência do tipo de modalidade esportiva no tempo de resposta de crianças quando se comparou a ginástica artística e o judô. Novos estudos seriam importantes utilizando um maior número de modalidades com diferentes características, como os tipos de habilidades (contínuas, discretas e seriadas) ou mesmo com diferentes níveis de complexidade. Ainda, sugere-se para estudo posterior a utilização de uma tarefa mais próxima das características das modalidades, uma vez que, o tempo de resposta na ginástica artística esta associado com a força muscular e a pré-programação da resposta. Já o judô, também apresenta a força como um componente importante, mas utiliza-se dos componentes da antecipação e do controle tipo circuito fechado (feedback utilizado para reorganizar a condução da habilidade. Ver SCHMIDT; WRISBERG, 2001) para sua execução. Assim, essas modalidades constituem-se de habilidades mais complexas, diferentemente da tarefa utilizada, o que pode ter influenciado o presente resultado pela baixa familiaridade.

Referências

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