O que diz a literatura sobre a influência da prática de hidroginástica em idosas ¿Qué dice la literatura sobre la influencia de la práctica de gimnasia acuática en mujeres mayores? |
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LABCOESO - Laboratório em pesquisa do Corpo, Esporte e Sociedade da EEFD/UFRJ Grupo de Pesquisa em Esporte, Corpo e sociedade (GECOS) (Brasil) |
Vívian Castelo Branco Erik Giuseppe Barbosa Pereira |
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Resumo O envelhecimento traz consigo uma série de mudanças fisiológicas, psicológicas e sociais que vão influenciar de maneira decisiva no comportamento da pessoa idosa. Dados como estes levam a crer nos benefícios da atividade em meio líquido, fazendo com que o indivíduo mantenha um fortalecimento muscular, que tornam-se fundamentais ao processo de envelhecimento com saúde e qualidade. Este estudo teve como objetivo identificar e analisar os efeitos da prática da hidroginástica sobre a aptidão física funcional, para as atividades da vida diária, e de qualidade de vida em idosas. A estratégia metodológica adotada neste estudo será a revisão de literatura dos autores que discutem o tema em foco. Para tratar os dados recolhidos da revisão de literatura, utilizou-se o referencial teórico metodológico da Análise do Conteúdo. Ao analisarmos os estudos anteriores, podemos sugerir que a prática de Hidroginástica por mulheres na terceira idade deve ser estimulada, pois auxilia na diminuição de gordura corporal, na melhoria da aptidão física, como força, resistência, flexibilidade e equilíbrio, na melhoria da autonomia funcional e além de verificar a melhoria da qualidade de vida e das atividades da vida diária destas idosas. Unitermos: Hidroginástica. Aptidão física. Idosas.
Abstract The aging process brings with it a series of physiological changes, psychological and social problems that will have important implications on the behavior of the elderly. Data such as these lead one to believe in the benefits of activity in liquid medium, causing the individual to maintain a muscle strengthening, which have become crucial to the aging process with health and quality. This study aimed to identify and analyze the effects of the practice of gymnastics on the functional fitness for the activities of daily living and quality of life in elderly women. The strategy adopted in this study is a review of the literature of authors who discuss the subject in focus. To process the data collected from the literature review, we used the theoretical framework of Content Analysis. In reviewing previous studies, we suggest that the practice Aquatic exercise for the elderly women should be encouraged because it helps in reducing body fat, improved physical fitness, like strength, endurance, flexibility and balance, improved functional autonomy and also verify the improvement of quality of life and activities of daily living of these elderly. Keywords: Water Aerobics, Physical Fitness, Elderly
Esse estudo é parte integrante da monografia apresentada e aprovada na Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ/Brasil, sob a orientação do 2º autor.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 159, Agosto de 2011. http://www.efdeportes.com |
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Introdução
A atividade física, junto com a hereditariedade, alimentação adequada e hábitos de vida apropriados, podem melhorar a qualidade de vida em idosos, portanto deve-se estimular a prática regular de atividade física aeróbica ou de fortalecimento muscular, que tornam-se fundamentais ao processo de envelhecimento com saúde e qualidade (MATSUDO, 2002; OKUMA, 2002).
O envelhecimento é universal, progressivo e intrínseco. Perdas estruturais e funcionais estão envolvidas neste processo progressivo com o passar do tempo (BARBARTI, 1990). Contudo, Leite (2000) apud Nakagava (2007) afirma que apesar destas perdas naturais do envelhecimento, é possível gerar um ser humano idoso sadio e com autonomia para realizar as tarefas diárias.
De acordo com Ueno (1999) a adoção de um estilo de vida ativo promove a manutenção da saúde e da função fisiológica ao longo da vida, pois diminui o risco da perda dessa função, retardando a dependência física, em razão do elevado nível de aptidão. Desta forma, deve-se evitar o sedentarismo e estimular a prática de atividade física regular.
A prática da atividade Física é recomendada para manter e/ou melhorar a densidade mineral óssea e prevenir a perda de massa óssea. A atividade Física regular melhora a força, a massa muscular e a flexibilidade articular, notadamente, em indivíduos acima de 50 anos. A treinabilidade do idoso (a capacidade de adaptação fisiológica ao exercício) não difere da de indivíduos mais jovens. A. Atividade Física se constitui em um excelente instrumento de saúde em qualquer faixa etária, em especial no idoso, induzindo várias adaptações fisiológicas e psicológicas. (NOBREGA et al. 1999).
As atividades na água têm demonstrado ser uma opção de exercício aeróbico, pois os benefícios fisiológicos, entre eles a redução da massa adiposa, sobre o organismo humano são amplamente conhecidos (Campion, 2000).
Na prática da hidroginástica há um fortalecimento dos músculos e desenvolvimento de sua força e resistência; aumenta a amplitude dos movimentos das articulações, aumenta a circulação sanguínea e assim a condição da pele é melhorada; diminui os riscos de dores no corpo; reduz a flacidez e ajuda a regular o patamar de colesteróis (FIGUEIREDO apud. SILVA et al., 2001). O fato de serem executados na água faz com que haja um melhor aproveitamento dos exercícios, pois há um “destensionamento da coluna” e menor impacto nas articulações devido à ação da gravidade ser menor (PAULO apud SILVA, 2001).
De acordo com Rocha (1994) os idosos procuram a hidroginástica pelo fato de que a prática desta atividade fortalece a musculatura, tornando-a mais densa e saudável, além de ser uma atividade física mais agradável e menos dolorosa (FERREIRA apud. NAKAGAVA, 2007).
Desta forma, o presente estudo teve como objetivo identificar e analisar, através de uma revisão de literatura, os efeitos da prática da hidroginástica sobre a aptidão física funcional, para as atividades da vida diária, e de qualidade de vida em idosas.
Mudanças na composição corporal x envelhecimento
Fiatarone (1998) em revisão da literatura relatou que, para se obter mudanças substanciais na massa corporal, são necessárias mudanças na dieta. O consumo alimentar ou o valor calórico da dieta acima dos valores de recomendação, principalmente com elevado percentual de gordura, está associado ao acúmulo de gordura corporal. O acúmulo de gordura corporal também pode ocorrer em indivíduos idosos, devido a mudanças na composição corporal e mudança de fatores fisiológicos (FERREIRA et al.2003).
O envelhecimento traz consigo uma série de mudanças fisiológicas, psicológicas e sociais que vão influenciar de maneira decisiva no comportamento da pessoa idosa. (...) As alterações que o envelhecimento provoca no ser humano, acredita-se, podem ser restringidas com a prática regular da atividade física, e, mesmo que não assegure o prolongamento de vida, ela garante algo que pode ser igualmente importante o bem estar cotidiano da pessoa na terceira idade (LABORINHA apud. FARIAS Jr., 1997).
A OMS em 1963 fez uma divisão das faixas etárias considerando meia idade: 45 aos 59 anos; idosos 60 – 74; anciãos: 75 - 90 e velhice extrema: 90 ou mais. E de acordo com o Estatuto do Idoso, na lei nº 10.741 (Art. 1.º “É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos”).
Segundo Nieman (1999), um ingrediente fundamental para o envelhecimento saudável é a atividade física regular. De todos os grupos etários, as pessoas idosas são as mais beneficiadas pela atividade. O risco de muitas doenças e problemas de saúde comuns na velhice diminui com a atividade física regular. Entretanto, os exercícios físicos podem apresentar algumas limitações para os idosos, devido às modificações fisiológicas impostas com o processo de envelhecimento.
A hidroginástica apresenta algumas vantagens para esse grupo populacional, com o aproveitamento das propriedades físicas da água possibilitando um melhor rendimento aos idosos, além de oferecer menores riscos (ALVES et al., 2004).
Hidroginástica
Segundo Bonachela (1994), a hidroginástica surgiu na Alemanha para atender a um grupo de pessoas com mais idade que precisavam praticar uma atividade física segura sem causar riscos ou lesões às articulações e que lhe proporcionasse bem estar físico e mental. No Brasil, a hidroginástica apareceu há cerca de vinte anos, teve um crescimento extraordinário e atualmente é bem diferente daquela praticada por seus pioneiros ficando mais dinâmica, ganhando espaço na mídia e abrindo um público heterogêneo, sendo hoje uma das atividades mais procuradas nas academias, clubes, condomínios, etc.
Vantagens da hidroginástica
Quando executada com eficiência e segurança de forma regular, ela melhora componentes do condicionamento físico, como: condicionamento aeróbio, força muscular, flexibilidade e composição corporal. E segundo Sova (1998), melhora ainda os componentes secundários como a velocidade, potência, reflexo, coordenação e equilíbrio.
Figueiredo apud. Silva (2001) destaca que com a prática da hidroginástica há um fortalecimento dos músculos e desenvolvimento de sua força e resistência; mantém ou aumenta a amplitude dos movimentos das articulações; aumenta a circulação sanguínea e assim a condição da pele também é melhorada; proporciona ao executante uma melhor figura de si mesmo elevando sua auto-imagem propiciando maior confiança em si, estimulando a independência funcional; propicia melhores noites de sono devido à demanda de energia despendida e o relaxamento geral que proporciona; diminui os riscos de dores no corpo; reduz a flacidez e as gorduras e ajuda a regular o patamar de colesteróis.
De acordo com Paulo apud. Silva (2001), o fato de serem executados na água, faz com que haja um melhor aproveitamento dos exercícios, pois há um “destencionamento da coluna” e menor impacto nas articulações devido à ação da gravidade ser menor; trabalhando na água fazemos um “treinamento” do sistema termo regulador, além de conseguir uma melhor capacidade de adaptação do organismo às diferentes temperaturas de forma mais eficiente, estável e duradoura, portanto, aumento de capacidade de resistência ao meio ambiente (frio/calor); o exercício na água produz uma necessária sobrecarga, o que faz com que o gasto de energia seja ainda maior e aliado a isto o trabalho na água estimula a produção de calor, daí mais consumo de energia e então transformação do peso gordura em peso muscular real.
Com um regime alimentar balanceado o indivíduo perde aproximadamente três quilos por mês e com o auxílio de aulas de hidroginástica bem dosadas, ele pode perder mais dois ou três quilos, além de favorecer a colocação dos músculos nos devidos limites e elimina a flacidez provocada pelas perdas calóricas, que os regimes ou dietas deixam por seqüelas no corpo humano. Assim, a hidroginástica pode prolongar por mais tempo o aspecto de juventude, eliminando a flacidez causada pelos anos de desgaste que a vida produz e pode também suavizar as indisposições e dores que o próprio sedentarismo e o reflexo emocional proporcionam ao ser humano. Esses aspectos supracitados pelos autores podem ser um atrativo a mais que favorece a prática da hidroginástica, já que o estereótipo de corpo atlético é um valor orientador da entrada nas academias e a busca do equilíbrio (estético) desse corpo surge como uma síntese dos objetivos declarados por seus usuários (FIGUEIREDO apud. SILVA, 2001).
As atividades físicas em meio líquido apresentam vantagens em relação às de terra. Nos obesos a diminuição do impacto sobre articulações, músculos e tendões é o principal benefício. Pode-se também manipular a temperatura da água de forma a facilitar a perda de calor durante o exercício. Nos indivíduos idosos, há os benefícios da força de empuxo, válidos especialmente para poupar tendões e ligamentos já tão desgastados, além de manter a massa muscular em atividade controlada.
Destacam Mcardle, Glasser et Magel (1971) que, além disso, na água a freqüência cardíaca é significativamente mais baixa em esforços máximos, quando comparada, por exemplo, à prática de corrida, caminhada ou ciclismo nos mesmos níveis de esforço. Com isto o indivíduo tem condições de manter uma atividade física por mais tempo, proporcionando a diminuição da freqüência cardíaca de repouso, hipertrofia dos músculos esqueléticos, maior volume de ejeção cardíaca, maior eficiência respiratória, redução de níveis sanguíneos de colesterol e de triglicerídeos.
Dados como estes levam a crer nos benefícios e vantagens da atividade em meio líquido, como maiores que as atividades convencionais em terra, fazendo com que o indivíduo possa manter, durante um tempo maior, uma atividade moderada e continuada e, possivelmente auto-controlada.
Metodologia
A estratégia metodológica adotada neste estudo será a revisão de literatura dos autores que discutem o tema em foco. Nesse caso, será fundamentada nos estudos de GUBIANI (2001), ETCHEPARE (2003), ALVES (2004), AIDAR (2006), BELONI (2008), MANN (2008), RESENDE (2008), AGUIAR (2009) e DANTAS (2009) como referências básicas.
O instrumento utilizado neste estudo de revisão foram fichamentos, feitos a partir de uma vasta leitura de artigos de autores que discutem o referido tema. Após a escolha do tema e fixado seu suporte teórico, os procedimentos subseqüentes caracterizaram-se em uma leitura exploratória e analítica, visando localizar e assinalar argumentos-chave; Transcrição para as fichas, a fim de resumir as visões sobre a problemática feita por diversos autores, e a partir desta documentação colhida construir a ordenação dos dados e tecer críticas.
Para tratar os dados recolhidos da revisão de literatura, utilizou-se o referencial teórico metodológico da Análise do Conteúdo. Mediante a realização desta análise de significados, optamos pela análise temática, onde os seguintes grupos temáticos foram extraídos para nortear esta etapa analítica da pesquisa: Redução na adiposidade corporal, aptidão física, autonomia funcional e qualidade de vida.
Deste modo, apresentaremos a seguir os estudos que utilizamos como referência básica.
Autor |
Ano |
Tipo |
Título |
Características / Resumo |
AGUIAR, Jaina Bezerra de et al. |
2009 |
Artigo |
Investigação dos efeitos da Hidroginástica sobre a qualidade de vida, a força de membros inferiores e a flexibilidade de idosas: Um estudo no serviço social do comércio-Fortaleza |
Concluíram que a prática regular de hidroginástica por mulheres na terceira idade contribui positivamente com a qualidade de vida, por influenciar o domínio físico desta, além de melhorar a força e a flexibilidade nesta etapa da vida. |
AIDAR, Felipe José et al. |
2006 |
Artigo |
Idosos e adultos velhos: atividades físicas aquáticas e a autonomia funcional |
Contataram que a atividade física para idosos demonstrou ser importante na prevenção de patologias, na prevenção de quedas e de outros problemas relacionados à idade, com melhora da sociabilidade e maior independência em tarefas comuns. |
ALVES, R.V. et al. |
2004 |
Artigo |
Aptidão física relacionada à saúde de idosos: influência da Hidroginástica |
Observou-se que a prática de hidroginástica para mulheres idosas contribuiu para a melhoria da aptidão física relacionada à saúde. |
BELONI, D. et al. |
2008 |
Artigo |
Estudo comparativo entre a autonomia funcional de mulheres idosas praticantes e não praticantes de hidroginástica |
Concluíram que a hidroginástica pode ser uma atividade física utilizada para prevenir o declínio funcional e conservar a autonomia funcional de mulheres idosas. |
DANTAS, E.H.M. et al. |
2009 |
Artigo |
Correlação entre autonomia funcional e qualidade de vida em idosas |
Verificou-se que a hidroginástica pode melhorar os níveis de qualidade de vida e no desempenho de atividades da vida diária de idosas. |
ETCHEPARE, L.S. et al. |
2003 |
Artigo |
Terceira idade: aptidão física de participantes de hidroginástica |
Nas qualidades físicas flexibilidade e equilíbrio estático, observaram-se melhoras, bem como na flutuabilidade, após o treinamento destas idosas. |
GUBIANI, G.L. et al. |
2001 |
Artigo |
Efeitos da hidroginástica sobre indicadores antropométricos de mulheres entre 60 e 80 anos de idade |
Constatou-se que o programa de hidroginástica realizado foi eficaz para promover reduções na adiposidade corporal. |
MANN, Luana et al. |
2008 |
Artigo |
Investigação do equilíbrio corporal em idosos |
Os resultados do estudo mostraram que o grupo de praticantes de hidroginástica apresentou melhor desempenho em algumas variáveis, como por exemplo, oscilações no sentido antero-posterior, tanto na situação com como na sem informação visual. |
RESENDE, S.M. et al. |
2008 |
Artigo |
Efeitos da Hidroterapia na recuperação do equilíbrio e prevenção de quedas em idosas |
O programa de hidroterapia aumentou o equilíbrio e reduziu o risco de quedas nas idosas. |
Discussão
Objetivou-se através desta revisão de literatura, verificar quais os efeitos da prática regular e orientada de hidroginástica na aptidão física funcional, para as atividades da vida diária e qualidade de vida de mulheres na terceira idade.
Alguns estudos apresentam a importância desta modalidade na vida dos indivíduos que estão na terceira idade. A seguir, discutiremos sobre alguns grupos temáticos que contribuem sobremaneira nas atividades da vida diária destas idosas.
Segundo Luz et al. (2008) a aptidão física classifica-se entre dois conteúdos de análise e estudo, a aptidão física relacionada à saúde tendo como componentes: a força muscular, a resistência muscular localizada (RML), a flexibilidade, a resistência aeróbia e a composição corporal, já a aptidão física relacionada ao rendimento está associada à agilidade, ao equilíbrio, a velocidade e a resistência anaeróbia.
Em relação à variável força muscular e resistência muscular localizada, apesar de diferentes protocolos terem sido utilizados, tanto nos estudos de AGUIAR (2009), quanto de ALVES (2004), apontaram um aumento na aquisição da força muscular e resistência muscular localizada em idosas após um programa de Hidroginástica, promovendo o fortalecimento de MMSS e MMII, auxiliando na prevenção do risco de quedas. Outro estudo que também verifica o aumento da variável de força é o de RESENDE (2008).
Na variável Flexibilidade, os estudos de AGUIAR (2009), ALVES (2004) e de ETCHEPARE (2003), ambos estudos utilizaram o teste de “sentar e alcançar” do Banco de Wells para verificar esta variável, e em todos os estudos esta variável apresentou melhora significativa após o treinamento em Hidroginástica.
No estudo de GUBIANI (2001), verificou-se que houve mudança na adiposidade corporal, tendo sido reduzida através da prática regular e orientada de Hidroginástica.
Em relação à aptidão física ligada ao rendimento, no que tange a variável equilíbrio nos estudos de ETCHEPARE (2003), MANN (2008) e RESENDE (2008), apesar de terem sido administrados protocolos diferentes, todos os estudos apresentados demonstram que o equilíbrio em idosas praticantes de Hidroginástica, difere significativamente em relação ao equilíbrio em idosas não praticantes de Hidroginástica. Esta melhora favorece na redução do risco de quedas.
No estudo de ETCHEPARE (2003), procurou-se verificar através do teste “Vai e vem” a variável agilidade, no qual encontrou-se um aumento significativo, sendo mensurado no pós-treino de Hidroginástica. Além de constatar a melhora na agilidade, constatou-se também uma melhor flutuabilidade pós-treino.
“A força é uma valência física de suma importância para se desempenhar as atividades da vida diária” (MAZINI FILHO, 2006). Já Foldvari et al. (2000) apud. Mazini filho (2006), mostram que a potência pode ser mais importante que a força muscular para a autonomia de idosos. Existem algumas formas de se verificar a autonomia funcional no idoso, sendo uma delas o protocolo GDLAM, no qual define autonomia sobre três aspectos: autonomia de ação-referindo-se a noção de independência física; autonomia de vontade- referindo-se à possibilidade de autodeterminação; e autonomia de pensamentos- que permite ao indivíduo julgar qualquer situação.
Em estudos AIDAR (2006), verificou após algumas sessões de treinamento de Hidroginástica a melhora da autonomia funcional destas idosas. Comparando os estudos de BELONI (2008) e de DANTAS (2009), utilizando o protocolo GDLAM, estes também verificaram a melhora na autonomia funcional de idosas que praticavam Hidroginástica.
Os Três autores citados anteriormente também verificaram nestes estudos, através do questionário WHOQOL-bref da OMS, a melhoria na qualidade de vida destas idosas, que foram submetidas ao treinamento de Hidroginástica. Levando em consideração todos os aspectos supracitados, percebe-se que o treinamento de força, elaborado para indivíduos idosos, é de suma importância para uma melhoria da autonomia funcional (Weineck, 2005). E através deste treinamento pode-se observar que houveram melhoras significativas nas capacidades físicas, que afetam diretamente suas atividades da vida diária e sua qualidade de vida.
Conclusão
Este estudo teve por objetivo apresentar e discutir estudos a respeito da hidroginástica para a terceira idade, em particular, buscando uma melhor compreensão dessa prática sobre a aptidão física e qualidade de vida dos idosos.
Ao analisarmos os estudos anteriores, podemos sugerir que a prática de Hidroginástica por mulheres na terceira idade deve ser estimulada, pois auxilia na diminuição de gordura corporal (Gubiani, 2001), na melhoria da aptidão física, como força, resistência, flexibilidade e equilíbrio (Alves; Etchepare; Resende; Mann; Aguiar). Com isso, auxilia na melhoria da autonomia funcional em mulheres idosas praticantes de Hidroginástica e além da autonomia funcional nos estudos de Dantas; e de Aidar, também pôde-se avaliar a melhoria da qualidade de vida e das atividades da vida diária destas idosas.
Referências
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