Estresse dos profissionais enfermeiros em uma unidade hospitalar no interior do estado do Pará Estrés de los profesionales enfermeros en una unidad hospitalaria en el interior del estado de Pará |
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*Pós-graduação em Urgência e Emergência **Graduação em Serviço Social. IFPA ***Graduada em Serviço Social ****Mestra/e em Ciência da Motricidade Humana, UCB-RJ. IFPA Instituto Federal do Pará, Altamira, Itaituba-PA (Brasil) |
Edany Alcantara* Washington Luiz** Santana Coelho*** Eliana Mendonça*** Marco Mendonça**** |
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Resumo Este estudo tem como objetivo, de verificar o nível de estresse das enfermeiras que atuam como plantonistas na unidade de emergência do Hospital Municipal de Terra Santa - PA. A amostra constitui de 03 enfermeiras concursadas do município, os dados foram coletados no período de agosto a setembro de 2009, sendo utilizado um questionário fechado. A estatística utilizada foi à descritiva, tendo a media dos resultados 1,45% freqüentemente dos sinais e sintomas apresentados, 0,6% ocasionalmente e 0,5% sem problemas. Os dados resultantes dos questionários foram tabulados e apresentados em forma de gráficos e tabela, trabalhados no Software Microsoft® EXCEL®, onde obtivemos uma média numérica dos valores das perguntas feitas através dos questionários. Conclui-se que a organização da instituição hospitalar e o descaso com a classe, têm responsabilidade no nível de estresse das enfermeiras que atuam na emergência deste Hospital Municipal de Terra Santa/PA, assim se faz necessário que sejam desenvolvidas estratégias de enfrentamento para minimizar os efeitos de estresses, nesses profissionais. Unitermos: Enfermagem. Serviços de Emergência. Estresse.
Abstract Keywords: Nursing. Services of Emergency. Stress.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 159, Agosto de 2011. http://www.efdeportes.com |
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Introdução
Na literatura nacional, até a década de 70 não havia produção cientifica referente ao tema. Atualmente, é possível identificar vários trabalhos enfocando os mais diversos aspectos do estresse. Tal preocupação, talvez, deva-se ao fato do estresse estar freqüentemente presente no cotidiano humano. (World HEALTH ORGANIZATION, 1995).
Segundo Seyle, (1956), o termo estresse foi usado, na área da saúde, pela primeira vez, em 1936, quando se notou que muitas pessoas sofriam de varias doenças e referiam alguns sinais e sintomas. As bruscas mudanças no estilo de vida e a exposição a um ambiente cada vez mais complicado criam nos indivíduos um tipo especial de angústia.
Eles se sentem desprotegidos e envolvidos de maneira traumatizantes pelas circunstâncias. Diante dessas circunstâncias, a ordem para desencadearmos o estresse é sempre determinada por questões subjetivas e pessoais. O estresse começa quando nós percebemos ou entendemos uma situação, pessoa, acontecimento ou objeto como sendo um fator estressante, de acordo com a nossa interpretação subjetiva.
Seyle (1956), divide o processo de stress se divide em três fases. Primeira fase de alarme: a pessoa experimenta uma série de sensações que às vezes não identifica como de stress. Esses sintomas podem ser mãos suadas, taquipnéia, taquicardia, acidez estomacal, inapetência e cefaléia e são relatados na fase aguda. Fase de resistência: ocorre quando a pessoa tenta se adaptar a situação, isto é, tenta restabelecer um equilíbrio interno conforme este equilíbrio é atingido, alguns dos sintomas iniciais desaparecem porem esta adaptação.
Fase de exaustão: nesta fase, toda a energia adaptativa da pessoa foi utilizada e os sintomas iniciais reaparecem e outros se desenvolvem, podendo chegar até a morte.
Quando o individuo encontra-se submetido a uma carga excessiva de estressores, o organismo pode desencadear respostas que resultam no aparecimento de sintomas ou de doenças tais como; alteração do peso corpóreo, osteoporose, distúrbios de comportamento, inclusive alterações no padrão do sono, dificuldade de cicatrização, aumento da susceptibilidade a infecções, alcalose com hipopotassemia, hipertensão arterial, alterações gastrintestinais, incluindo sintomas de acidez gástrica, alterações no ciclo menstrual e tromboembolismo (BACHION et al., 1998).
Provavelmente, o estresse no trabalho também é vivenciado pelos profissionais de enfermagem, principalmente com os que atuam em serviços de urgência e emergência, visto que é uma área na qual o profissional exerce pleno controle e o paciente e família encontra-se em extrema vulnerabilidade.
A enfermagem é considerada uma profissão, que sofre o impacto total e imediato do estresse, por encontrar-se com situações imprevisíveis, execução de tarefas constantes, muitas das vezes sem estrutura apropriada para realização de suas atividades, cuidados com pessoas de diferentes patologias e remunerações inadequadas que às vezes não condizem com a dedicação ao seu trabalho, trazendo com isso situações repulsivas e angustiantes, o que é comum nas unidades de emergência.
O enfermeiro age, em seu cotidiano de trabalho, com pouca ou nenhuma consciência do trabalho estresse que enfrenta, por conseguinte o conhecimento do processo de estresse é imprescindível para seu adequado enfrentamento, caso contrario não haverá resolução, o que levará o trabalhador ao desgaste físico e emocional. (CHAVES et al. 2004 ).
Deve-se ressaltar que o estresse vivido pelo enfermeiro de pronto socorro não está somente envolvido com os estressores negativos de atuação, visto que a maior fonte de satisfação no trabalho do enfermeiro em emergência concentra-se no fato de que as suas intervenções auxiliam na manutenção da vida humana (BATISTA, 2005).
Dessa forma o presente estudo centra-se em saber o nível de estresse dos enfermeiros, que atuam na sala de emergência da unidade hospitalar Frei Eliseu Eismman, no município de Terra Santa.
Casuística
Material e métodos
O estudo trata-se de pesquisa bibliográfica e de campo, com abordagem qualitativa descritiva, onde o recurso utilizado para esta pesquisa de campo foi à realização de um questionário aberto. Neste sentido, a pesquisa bibliográfica teve como função dar embasamento teórico para o estudo em questão e a pesquisa realizada em campo teve como função trazer ao pesquisador a realidade vivenciada pelas enfermeiras concursadas da unidade hospitalar do Município de Terra Santa localizada na Região Oeste do Estado do Pará, na Messoregião da Hiléia, que compõe a messoregião de Óbidus, região acidentada, pontilhada de lagos, ilhas, furos e paranás. Assim sendo a pesquisa foi realizada no período de agosto a outubro de 2009.
A amostra deste estudo foi constituída, por 03 enfermeiras concursadas que atuam nesta unidade hospitalar como plantonistas, onde os critérios a serem abordados foram os seguintes: Por morarem na cidade; Por serem concursadas, há um ano e meio. E por já ter sido vitima de algum caso de estresse propriamente dito.
Os dados coletados foram analisados estatisticamente e estão demonstrados através de tabelas e gráficos que foram classificados enquanto temática de respostas isoladas. Os dados foram tabulados e trabalhados no Software Microsoft® EXCEL®.
Resultados
De acordo com as informações obtidas neste estudo, através do questionário pode-se observar e analisar os principais fatores que contribuem para o elevado nível de estresse nestas profissionais de enfermagem.
Gráfico 1. Demonstração dos principais fatores que contribuem para elevação do nível de Estresse. Fonte: Dados do Trabalho/ 2009.
Fonte: Alcantara e Priscila, 2009
Diante da análise do gráfico, através das informações colhidas pelo questionário, verifica-se que no Hospital Municipal Frei Eliseu Eismman no Município de Terra Santa/ Pará, os profissionais enfermeiros que atuam na emergência apresentam fatores que contribuem, ou não para elevação do nível de estresse, onde corresponde a uma análise que leva em consideração as seguintes variantes:, Sobrecarga de trabalho remuneração inadequada, problemas na organização, conflito entre profissionais atuantes na unidade, simulação de emergência pela clientela.
Buscando saber sobre outros fatores que influenciassem no nível de estresse dessas enfermeiras em estudo, verificou-se através de analises de uma questionário sobre alguns sinais e sintomas que acometeram de diversas formas essas profissionais.
Na tabela 01 observa-se a media aritmética da freqüência é de 1, 45, 0,6 para ocasionalmente e 0,5 para sem problemas com que foram vivenciados nos últimos dois meses alguns sinais e sintomas, para melhor classificação adotou-se o critério das seguintes perguntas: freqüentemente, ocasionalmente e sem problemas esses sinais e sintomas aconteceram.
Tabela 01. Resultado do questionário, fatores decorrentes do estresse e suas ocorrências no cotidiano dos entrevistados.
Evidenciou-se então, que o estresse nas profissionais de enfermagem não ocorre de forma isolada, mas há sim uma serie de fatores que contribuem para o desenvolvimento do mesmo, e no caso em questão pode-se enfatizar que são os seguintes fatores: sobre carga e pressão, problemas na organização e na estrutura, remuneração inadequada e as exigências por parte da administração e população, podendo ser ainda identificado como conseqüência do estresse o surgimento preocupações excessivas, dores nas costas, dores de cabeça, insônia e fadiga, surgimento de raiva entre outros, com isso se faz necessário que seja desenvolvido juntamente com os profissionais, atividades que venham contribuir para minimizar ou acabar com este estresse.
Conclusão
O estudo em questão foi desenvolvido diante da temática estresse de profissionais enfermeiras atuante na emergência do hospital municipal Frei Eliseu Eismman em Terra Santa/PA. Buscando saber mais sobre o tema verificou-se que o estresse é de origem inglesa e é um conceito que originou da física transposto para outras áreas do conhecimento
Por esta razão o estudo em questão é bastante relevante, pois possibilitou o desenvolvimento de conhecimentos teóricos sobre a temática, assim como realizar a pesquisa de campo para verificar a realidade das profissionais enfermeiras, se esta de acordo com a teoria.
De acordo com os dados coletados, pode-se evidenciar através de gráfico 1 e tabela 1 que o perfil de vida dessas profissionais é mínimo em função do ambiente de trabalho apresentar inúmeros elementos não favoráveis ao melhor desempenho das atividades produtivas destes, assim sendo problemas na organização hospitalar como é o caso da falta de materiais e locais inadequados para realização dos procedimentos, onde contribuem para que as profissionais encontrem-se constantemente sob pressão, por parte da população, com isso aumentando a sobre carga de trabalho e conseqüentemente tornando-as estressadas e causando insatisfação em relação as suas remunerações.
Esta situação as conseqüências do estresse nessas profissionais vão além do normal, causando: dores de cabeça, insônia, fadiga, dores nas costas, nervosismo, sentimentos de raiva e etc., pois de acordo, com o que se pode verificar as condições de trabalho e os descasos da classe por parte dos gestores são fatores determinantes para isso. Contudo, recomenda-se que estudos sobre a temática sejam desenvolvidos e que eles se estendam para maiores análises dos profissionais da enfermagem por serem a categoria que convivem constantemente com a vida humana e por este fator estão mais sujeitos ao estresse.
Como sugestão indica-se reuniões constantes entre os gestores e os profissionais da área para participarem no processo de decisões para o melhor funcionamento do serviço, possibilitar momentos de lazer e de integração entre os outros profissionais para que o trabalho torne-se menos estressante e conseqüentemente mais gratificante.
Sugere-se também que seja desenvolvido programa de conscientização para os gestores e para os profissionais que atuam na administração hospitalar, contribuindo assim para o desenvolvimento de um melhor atendimento a comunidade de forma menos estressantes para as profissionais enfermeiras.
Referências bibliográficas
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