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Desenvolvimento motor: estudo em crianças na 

segunda série do ensino fundamental entre 7 e 9 anos

Desarrollo motor: estudio en niños en el segundo nivel de enseñanza básica, entre 7 y 9 años

 

*Docentes do Curso de Educação Física

da Universidade Presbiteriana Mackenzie

(Brasil)

Diego Amorin Henriques

Ms. Denise Elena Grillo*

Ms. Janísio Xavier de Souza*

Ms. José Renato Campanelli*

Ms. Marcos Mérida

diegoahenriques87@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O Professor de Educação Física deve sempre refletir a necessidade de observar e definir o comportamento motor e o desenvolvimento das habilidades motoras básicas de seus alunos, que de acordo com Gallahue e Ozmun (2001) é dividido em três estágios: 1) estagio inicial, onde as crianças não têm uma boa noção das ações e tem um grande gasto energético; 2) estágio elementar, onde a criança já tem uma noção, porém não tem domínio perfeito de suas ações; 3) estágio maduro, onde as crianças têm total domínio das ações realizadas, menor gasto energético e uma boa coordenação motora. A aula de Educação Física escolar pode ser responsável por intervenções que objetivam este desenvolvimento: físico, cognitivo e afetivo. O nível de aptidão física é responsável pela boa saúde, sendo que a fase escolar proporciona um maior acervo para o requerimento motor. Este estudo teve por objetivo observar o desenvolvimento motor e algumas habilidades motoras locomotoras em crianças na segunda série do ensino fundamental, entre 7 a 9 anos de idade, que praticam e não praticam esportes fora das aulas de Educação Física. Foi realizada uma revisão bibliográfica sobre a pré-escola, escolinhas de esporte e como elas se relacionam no desenvolvimento motor e habilidades motoras das crianças. Para isso 15 escolares foram submetidos a atividades físicas que envolvem corridas e saltos com o objetivo de verificar os movimentos dos mesmos, comparando alunos que praticam escolinha de esporte fora da escola e os que não frequentam este tipo de atividade. Para mensurar se as crianças estavam no estagio inicial, maduro ou elementar, foram analisados os movimentos dos membros superiores, braços e os movimentos dos membros inferiores, pernas, de acordo com as figuras de David L. Gallahue e John C. Ozmun (2001) de “Compreendendo o Desenvolvimento Motor em Bebês, Crianças, Adolescentes e Adultos”. Pudemos concluir que o grupo de crianças que praticava escolinha de esporte, no requisito correr, teve uma melhoria no desenvolvimento desta habilidade locomotora específica, mas no desenvolvimento da habilidade locomotora saltar em distância na horizontal, não obtiveram melhora além disso constatamos que as crianças que treinam sua habilidade específica correr em escolas de esportes simultaneamente com as aulas de Educação Física escolar apresentaram-se no estágio maduro.

          Unitermos: Habilidades motoras locomotoras. Pré escola. Escola de esporte.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 159, Agosto de 2011. http://www.efdeportes.com

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Introdução

    O Professor de Educação Física deve sempre refletir a necessidade de observar e definir o comportamento motor de seus alunos. Para Enderle (1987) apud Paim (2003) trabalhar o desenvolvimento motor das crianças é um processo muito demorado, porque esse processo necessita de atenção contínua. Gallahue (1989) nos aponta que o desenvolvimento das habilidades motoras básicas ou fundamentais é dividido em três estágios: 1) estagio inicial, onde as crianças não têm uma boa noção das ações e tem um grande gasto energético; 2) estágio elementar, onde a criança já tem uma noção, porém não tem domínio perfeito de suas ações; 3) estágio maduro, onde as crianças têm total domínio das ações realizadas, menor gasto energético e uma boa coordenação motora. O mesmo autor ainda nos aponta que a aula de Educação Física escolar é responsável pelas intervenções de cunho social e do desenvolvimento humano, sendo eles, físico, cognitivo e afetivo. O principio do desenvolvimento motor é baseado nas aulas de Educação Física com práticas regulares. O nível de aptidão física é responsável pela boa saúde, sendo que a fase escolar proporciona um maior acervo para o requerimento motor.

    A Educação Física contribui para o aumento do requerimento motor dos alunos e também auxilia no repertório cultural dos mesmos, com isso a Educação Física deve promover uma autonomia em relação aos conteúdos da cultura corporal do movimento, fornecendo um desenvolvimento individual (Costa, 2005). A Educação Física na infância deve se organizar em atividades que proporcione as crianças um alcance no estágio maduro, na execução dos movimentos fundamentais como correr e saltar (Gallardo, 1998, apud Costa, 2005).

    Crianças no período da primeira série do ensino fundamental requerem experiências concretas, pois nos aspectos corporais elas ainda estão consolidando as habilidades motoras básicas que irão permitir futuramente uma exploração melhor do ambiente. As habilidades fundamentais (correr, saltar, lançar, receber) devem ser estimuladas. Nessa idade os alunos já têm a capacidade de experimentar e refletir sobre seus movimentos (Costa, 2005). Uma educação motora realizada de forma eficaz, ou seja, quando o professor percebe e promove estes estímulos vem auxiliar o indivíduo, futuramente, a alcançar a sua autonomia corporal como um todo.

    Uns dos benefícios das atividades físicas na Educação Física escolar é colaborar na diminuição de crianças que não gostam de atividade física e desenvolver habilidades motoras condizentes com a idade das crianças, portanto é importante observar o futsal, que é uma das modalidades mais praticadas no Brasil. Esta atividade tem a capacidade de abranger várias faixas etárias, porém o público mais atingido são as crianças. Existe também um grande número de filiados a Federação Paulista de Futebol devido a escolinhas de esportes, clubes e outros (MUTTI, 1999) e Silva (2006) nos mostram que crianças que participam de escolinhas de futsal têm um grande comprometimento no desenvolvimento motor e que é importante que o professor de Educação Física utilize de métodos de ensino aprendizagem coerentes com a idade dos alunos.

    Bee (1997) apud Paim (2003) mostra que a pré-escola escola deverá significar o início das mudanças do desenvolvimento físico das crianças e Gallahue e Ozmun (2001) apud Paim (2003) acrescentam que esta fase, também, ajudará as crianças futuramente no desenvolvimento das habilidades desportivas, por isso é bom que as crianças trabalhem movimentos fundamentais como correr, saltar, arremessar, receber, quicar e chutar, sendo assim, é importante na Educação Física escolar desenvolver ou possibilitar o desenvolvimento da amplitude de movimentos em relação às habilidades motoras, obrigando ao professor de Educação Física trabalhar com uma grande variabilidade de movimentos para que o aluno possa desenvolver diversas outras habilidades corporais, de uma forma recreativa, facilitando assim o aprendizado das habilidades. Estudiosos defendem que quanto mais cedo se inicia uma vivência motora, melhor será para o seu desenvolvimento cognitivo (Balbé, 2009).

    Observamos que os movimentos locomotores como correr e saltar são alguns exemplos de habilidades motoras fundamentais realizadas pelas as crianças, que no início são realizadas separadamente. Posteriormente, esses movimentos são gradativamente aperfeiçoados e combinados e podem se tornar habilidades esportivas. O domínio das habilidades motoras fundamentais é de estrema importância para o desenvolvimento motor das crianças, pois as experiências motoras de modo geral dão múltiplas informações sobre a percepção que a criança tem de seu próprio corpo e do espaço onde vive.

    De acordo com Gallahue (1989) os movimentos são divididos em três estágios:

  1. Por volta dos 2 anos de idade as crianças podem se encontrar no estagio inicial, não tendo ainda uma boa noção das ações e têm um grande gasto energético;

  2. No estágio elementar, as crianças se encontram em uma faixa etária de 3 a 4 anos, já adquiriram uma boa noção, mas ainda não há um domínio perfeito de suas ações;

  3. Porém com 5 a 6 anos as crianças já tem prontidão para se encontrar no estágio maduro, tendo um total domínio das ações realizadas, um menor gasto energético e uma boa coordenação motora.

Corrida inicial

Corrida Elementar

Corrida Madura

Figura 11.9 (estágio do padrão de corrida) Pg. 284, capitulo 11, livro Compreendendo o 

Desenvolvimento Motor de Bebês, Crianças, adolescentes e adultos (Gallahue e Ozmun, 2001).

    Para Gallahue e Ozmun (2001) a corrida é uma forma exagerada da caminhada, porém algumas diferenças devem ser citadas, umas delas é a breve fase de elevação em cada passada fazendo com que os pés fiquem sem contato com a superfície de apoio. A manifestação da fase de elevação acontece por volta do segundo ano de vida, antes disso a corrida tem a aparência de uma caminhada acelerada, porém em todo instante tem um pé em contato com a superfície de apoio. A maioria das crianças inicia a corrida sem, necessariamente, dominar a caminhada de forma perfeita ou no estágio maduro da caminhada. Gallahue e Ozmun (2001) afirmam que padrão (estágio) de correr inicial não dependerá necessariamente da evolução da caminhada.

Seqüência de desenvolvimento para a corrida

    A corrida no estágio inicial tem uma limitação no jogo de pernas pequeno, passos largos, irregulares e rígidos, fase de vôo não observável, extensão incompleta da perna de apoio, o balanço de perna tende para fora do quadril e base de apoio larga. No estágio elementar tem um aumento nas passadas, no balanço dos braços e da velocidade, fase de vôo limitada mas observável, extensão mais completa da perna de apoio no impulso e o balanço horizontal dos braços reduzido no movimento para trás. Porém no estágio maduro há uma máxima extensão da passada e da sua velocidade, fase de vôo definido, extensão completa da fase de apoio, oscilação vertical dos braços em oposição às pernas e braços dobrados em ângulos aproximadamente retos.

Salto horizontal Inicial

Salto horizontal elementar

Salto horizontal maduro

Figura 11.12 (estágio do padrão de salto horizontal) Pg. 290, capitulo 11, livro Compreendendo o 

Desenvolvimento Motor de Bebês, Crianças, adolescentes e adultos. Gallahue e Ozmun (2001).

    Gallahue e Ozmun (2001) apontam que para a realização do salto é necessário que as crianças tenham desenvolvido a coordenação global de todas as partes do corpo. Trata-se de um movimento muito difícil e de estrema complexidade. Para o salto na horizontal é necessário que o impulso e o pouso sejam realizados com os dois pés, pois a tendência é adiantar-se sobre um pé somente.

Seqüência de desenvolvimento para salto em distancia horizontal

    Na realização do salto no estágio inicial as crianças têm um movimento limitado, braços não iniciam ação do salto, durante o vôo os braços se movem para os lados e para baixo ou para baixo e para cima para tentar manter o equilíbrio. O agachamento preparatório inconsciente em termos de flexão de pernas, dificuldades de usar ambos os pés e o peso corporal cai para trás ao pousar. No estágio elementar os braços iniciam a ação do salto, os braços se mantêm na frente do corpo durante o agachamento preparatório, os braços se movem nas laterais para manter o equilíbrio durante o vôo, agachamento preparatório mais profundo e mais consciente. Já no estágio maduro os braços se movem para o alto e para trás durante o agachamento preparatório, durante o impulso, braços se inclinam para frente com força e objetivo de alcançar altura, ênfase maior na distancia horizontal e o peso corporal inclina-se para frente ao pousar.

    Neste momento, nos perguntamos se situações desafiadoras para crianças podem ser bem vindas ou não. Considerando que para Fonseca (1998) apud Andrade (2004) o desenvolvimento motor está intimamente ligado a continua alteração no comportamento por toda a vida, a qual acontece por necessidade de realização de novas tarefas, que estão, ainda, ligadas ao processo biológico e social, pode-se dizer que o desenvolvimento neural proporciona uma evolução sensório motor, que acontece através do sistema nervoso central (SNC) com operações cada vez mais complexas, portanto é importante a solicitação de tarefas específicas e atividades variadas como as desenvolvidas em escolas de esportes, como o futebol, por exemplo.

    Uma das preocupações dos pais é colocar seus filhos em uma escolinha de esporte que possa satisfazer o gosto de seus filhos e conseqüentemente priorizar atividades que possam aprender alguma modalidade esportiva, na maioria dos casos as escolinhas de esportes estão voltadas para a prática e desenvolvimento dos fundamentos técnicos, táticos e o jogo propriamente dito.

    Acedo (2006) ainda afirma que o objetivo das escolinhas de esportes em geral é focar na dimensão procedimental, que se define em saber fazer, preocupando menos com o desenvolver das habilidades motoras básicas, porém, com o desempenho no esporte.

    Darido (2004) Apud Acedo (2006) diz que as escolinhas de esportes juntamente com a Educação Física escolar não trabalham somente o ensinar dos esportes e seus fundamentos e técnicas, mas seus valores, atitudes, não se esquecendo de abordar a dimensão conceitual que se resume em saber o que é e para o que ele está realizando os movimentos aplicados na aula.

    Especialização esportiva apresenta-se a parte da execução de um programa ou método de treinamento especializado, fazendo com que uma criança pratique de forma sistematizada um esporte. Tendo seu foco principal aprimorar os fundamentos básicos, técnicos e táticos, participando assim de campeonatos e melhorando suas capacidades física exigida, para cada modalidade esportiva (SANTANA, 2001 apud VINHÃO, 2009).

    Vinhão (2009) afirma que nas escolinhas de esportes as crianças são submetidas a executar atividades e exercícios extremamente desgastantes, tentando assim reproduzir o treinamento adulto, realizando repetitivas vezes movimentos especifico, porém fora do contexto do jogo, com o principio de aprimorar as técnicas específicas do esporte. Mas quase em todos os casos a base motora dos alunos ainda não foi totalmente desenvolvida.

    Ainda Vinhão (2009) diz que não se deve antecipar, pois a especialização pode auxiliar no desenvolvimento motor, porém com a precocidade da especialização pode-se prejudicar o desenvolvimento motor.

    “O esporte auxilia na obtenção e desenvolvimento da cultura corporal do movimento, promovendo a seus praticantes uma aprendizagem motora adequada. Juntamente na fase pré-escolar e escolar, o processo ensino-aprendizagem está embasado em atividades esportivas diversificadas, ajudando na formação motora geral” (SCAGLIA, 2003, p.61 apud VINHÃO, 2009).

    Por outro lado, Freire (2006) apud Vinhão (2009) se preocupa em enfatizar a necessidade de crianças participarem de um ambiente rico em brincadeiras, porém, sem uma sistematização rígida, fazendo com que o esporte seja mais prazeroso e motivador para os praticantes, para que essas experiências motoras sejam mais favoráveis a construção motora, social e cognitiva do praticante. Os jogos, brincadeiras, esportes realizados em ruas, parques e escolas pelas crianças e jovens devem ser protegidos e preservados, pois auxiliam na ampliação das possibilidades de aprendizagem, sendo assim, com uma formação da base motora consistente ajudará futuramente no treinamento específico.

    Vinhão (2009) reforça isso quando nos mostra que quando o processo de formação de atletas acontece precocemente prejudica e atrapalha o desenvolver dos padrões gerais do movimento e o desenvolvimento motor das mesmas. Trazendo também muito cedo às crianças, pressões, cobranças e preocupações com seu rendimento, sendo assim a fase que serve para brincar e aprender brincando esta arruinada. Deve se preocupar com o prazer de aprender e no prazer de praticar o esporte. Diante das possibilidades em relação à aprendizagem motora das crianças, apresentamos como objetivo deste estudo observar o desenvolvimento motor assim como algumas habilidades motoras relacionadas ao padrão de locomoção em crianças na segunda série do ensino fundamental, entre 7 e 9 anos de idade, que praticam e não praticam esportes fora das aulas de Educação Física.

    De acordo com Thomas e Nelson (2002), trata-se de uma pesquisa de observação, o presente estudo foi realizado com 15 crianças de ambos os sexos, matriculadas em uma escola de ensino fundamental em São Paulo, com faixa etária entre 5 e 7 anos, cursam o segundo ano do ensino fundamental. O procedimento experimental foi realizado na quadra durante as aulas de Educação Física. As atividades foram ministradas pelo professor de Educação Física da escola. Como instrumentos foram utilizados cordas, cones, giz e uma filmadora Sony HDD de 2000x digital Zoom.

    A direção da escola foi contatada e informada sobre o formato da coleta de dados e que esta seria realizada por meio de filmagem pelo pesquisador do Curso de Educação Física do CCBS da UPM, bem como o objetivo deste trabalho. Foi dada, também, explicação para os pais e responsáveis, esclarecendo sobre os procedimentos realizados, bem como, foi feito o recolhimento dos termos de consentimento livre e esclarecido da escola, dos pais ou responsáveis.

    Os escolares foram submetidos a atividades físicas que envolvem corridas e saltos com o objetivo de verificar os movimentos dos mesmos, comparando alunos que praticam escolinha de esporte fora da escola e os que não freqüentam este tipo de atividade. Para mensurar se as crianças estão no estagio inicial, maduro ou elementar, foram analisados os movimentos dos membros superiores e os movimentos dos membros inferiores, de acordo com as figuras de David L. Gallahue e John C. Ozmun (2001) de “Compreendendo o Desenvolvimento Motor em Bebês, Crianças, Adolescentes e Adultos” citadas no referencial teórico.

    Para as anotações foi utilizada uma folha de sulfite e o livro com as figuras de David L. Gallahue e John C. Ozmun (2001).

Resultados

    Foram realizadas atividades variadas com os alunos com a utilização de alguns dos movimentos locomotores fundamentais, como saltar na horizontal e correr com o objetivo de averiguar se os alunos da segunda série do ensino fundamental com idade de 5 a 7 anos estão dentro do padrão do saltar e correr sugerido por Gallahue e Ozmun (2001).

1ª e 2ª atividades observadas

    Na primeira atividade, para analisar o “correr” utilizamos o jogo barra manteiga,onde são traçadas no chão, duas linhas paralelas, distantes entre si aproximadamente 15 metros, podem ser as margens de uma quadra, por exemplo. Atrás das linhas, duas equipes de crianças ficam em fileiras, uma de frente para a outra.

    Em seguida, é decidido o grupo que dará início ao jogo. Este grupo, por sua vez, escolhe um dos seus componentes, o qual deve deixar a sua fileira e seguir em sentido a fileira adversária, cujos integrantes devem estar com uma das mãos estendidas (palmas para cima) e com os pés preparados para uma possível corrida rápida. Ao chegar, a criança bate com uma das mãos levemente na palma da mão de um de seus adversários, logo em seguida corre em direção á sua fileira, tentando fugir do adversário desafiado que procura alcançá-lo. Quando cruza sua própria linha sem ser tocado, o desafiante está a salvo.

    Na segunda atividade, Base Quatro, com o objetivo também de analisar o correr. Na base quatro os participantes são divididos em duas equipes, alternando-se entre ataque e resguardo. Delimita-se um quadrado com lados de aproximadamente 10 metros para ser o campo de jogo. Em cada ponta do quadro é colocado um cone, ou utilizam-se arcos, para delimitar as bases e o espaço do arremessador. Na primeira base, fica o rebatedor da equipe que está atacando (nas outras pontas do quadrado são respectivamente as bases 2, 3 e 4 e o meio a base A). Os demais rebatedores ficam esperando a sua vez de realizar a ação de ataque. A equipe que se encontra no resguardo, espalha-se pela quadra visando colher a bola rebatida e impedir que o ataque faça os pontos. Se conseguir rebater, corre em direção a 2ª base. Ao mesmo tempo os defensores tentam recolher a bola e passar para o arremessador, que se encontra no meio da quadra, que deve colocar a bola no chão, para impedir a progressão do atacante. O rebatedor poderá progredir em direção a quantas bases conseguir em uma corrida. Se estiver ameaçado pode parar em uma base e aguardar o próximo rebatedor. Um ponto é feito quando um atacante percorre as três bases (B2, B3 e B4) e chega à base inicial novamente. Vale lembrar que o jogador rebaterá a bola com os pés e não com as mãos.

    Dos resultados obtidos apontamos que das 15 crianças observadas (55%) faziam escola de esporte paralelamente às atividades de Educação Física na escola e apresentaram um estágio maduro nas atividades “correr” (Barra manteiga e Base quatro). Dos 07 alunos que nunca participou de atividades em escola de esportes 55% dos alunos apresentaram um estágio elementar nas atividades “correr” e 45% alunos apresentaram um estágio maduro.

    Acreditamos que a prática do correr no esporte irá auxilia no desenvolvimento do estágio do padrão da corrida (CAGLIA, 2003, P.61 apud VINHÃO, 2009). De acordo com Acedo (2006) o objetivo das escolinhas de esporte em geral é focar nas dimensões procedimental, saber fazer e também se preocupar com o desenvolver das habilidades motoras básicas.

Gráfico 1. Total de crianças observadas na aula de educação física 15; Total de crianças que 

fazem ou fizeram escolinha de esporte 08. Total de crianças que não fizeram escolinha de esporte 07.

 

Gráfico 2. Referente a totalidade de crianças e observadas no estágio do padrão de corrida. Total de crianças observadas na aula de 

educação física 15; Total de crianças no estágio elementar 04; Total de crianças no estágio maduro 11 (conforme a proposta de Gallahue 2001).

    Percebe-se que a maioria das crianças se encontra no desenvolvimento ou (estágio maduro) sugerido por Gallahue (2001). Pois 11 crianças se encontraram no estágio maduro e apenas 4 crianças se encontraram no estágio elementar. Uns dos responsáveis pelo desenvolvimento do correr é a escolinha de esporte, pois desenvolve o correr das crianças independente da modalidade a ser realizada nas escolinhas. O correr é uma habilidade locomotora muito usada no nosso cotidiano, ou seja, ela é trabalhada e desenvolvida não só em atividades planejadas, mas também em atividades do dia-dia e brincadeiras. É importante destacar que todas as crianças que fazem ou já realizaram alguma escolinha de esporte se encontraram no estágio maduro da habilidade locomotora correr.

3ª e 4ª atividades observadas

    A terceira atividade foi o Basquete dos Coelhos, essa atividade tem o objetivo de analisar o salto em distância das crianças, nessa atividade é dividida a classe em duas equipes e cada integrante da equipe terá um número. Quando o professor falar um número os coelhos de cada equipe deverá sair da linha de partida que será no fundo da quadra, eles deverão ir saltando na horizontal até onde estiver a bola. Eles terão que percorrer uma distância de aproximadamente 7 metros para chegar na bola e lançar na cesta de basquete. Quando arremessar a bola e realizar a cesta será marcado um ponto para a equipe.

    A quarta atividade Caça Bandeira dos Coelhos, com o intuito também de analisar o salto em distância dos alunos. Nessa atividade será dividida a classe em duas equipes e cada integrante da equipe terá um número. Quando o professor falar um número os coelhos de cada equipe deverá sair da linha de partida que se encontrará perto do meio da quadra, eles deverão ir saltando na horizontal até onde estiver uma bandeira colocada no chão. Eles terão que percorrer uma distancia de aproximadamente 3 metros para chegar na bandeira. A equipe que pegar a bandeira em primeiro lugar fará um ponto, e ganhará a equipe que realizar mais pontos.

    Foram observados 15 alunos na aula de educação física sendo que 07 alunos nunca fez escolinha de esporte. E vimos que desses 07 alunos que nunca fez escolinha de esporte 60% se encontraram no inicial, 25% no estágio elementar e 15% no estágio maduro. De acordo com acedo (2006) o objetivo das escolinhas de esporte em geral é focar nas dimensões procedimental, saber fazer e também se preocupar com o desenvolver das habilidades motoras básicas.

    Freire (2006) apud Vinhão (2009) Os jogos, brincadeiras, esportes realizadas em ruas, parque e escolas pelas crianças e jovens deve ser protegido e preservado, pois auxilia na ampliação as possibilidades de aprendizagem. Com uma formação da base motora consistente ajudará futuramente no treinamento específico.

Gráfico 3. Total de crianças observadas na aula de educação física 15; Total de crianças que 

fazem ou fizeram escolinha de esporte 08. Total de crianças que não fizeram escolinha de esporte 07.

Gráfico 4. Referente a totalidade de crianças e observadas no estágio do salto em distância na horizontal. Total de crianças observadas na aula de educação física 15; 

Total de crianças no estágio inicial 06; Total de crianças no estágio elementar 08; Total de crianças no estágio maduro 01 (conforme a proposta de Gallahue 2001).

    Vimos que não houve uma relação do desenvolvimento (estágio maduro) dos alunos com a proposta de Gallahue (2001). Pois 06 crianças se encontraram no estágio inicial 08 crianças se encontraram no estágio elementar e apenas 01 criança se encontrou no estágio maduro. Diferente do correr uns dos responsáveis pelo desenvolvimento do saltar em distância na horizontal não são as escolinhas de esporte, a menos que seja uma escolinha de esporte referente ao atletismo as crianças dificilmente se encontrarão realizando o salto, devido ser uma habilidade locomotora mais específica de certas modalidades. Ao contrario do correr que se utiliza em quase todas modalidades esportivas, o saltar não é uma habilidade locomotora muito usada no nosso cotidiano ou seja ela não é trabalhada e desenvolvida em qualquer atividade ou esporte, mas sim em alguns casos mais específico, sendo assim, diferente do correr pois não utilizamos sempre o saltar em distância na horizontal no nosso dia-dia, exceto em algumas ocasiões específicas. Uns dos motivos da ineficiência de um bom desenvolvimento do saltar em distância na horizontal pode-se dizer que é a falta da realização dessa habilidade no nosso cotidiano e por não trabalhar essa habilidade com mais freqüência nas escolinhas de esporte. É importante destacar que todas as crianças que fazem ou já realizaram alguma escolinha de esporte não necessariamente se encontraram no estágio maduro da habilidade locomotora saltar. Mesmo os alunos já terem prontidão para executar algum movimento, não significa necessariamente que as crianças se encontrarão no estágio sugerido por Gallahue, pois para que as crianças se encontrem no estágio sugerido não depende somente da prontidão do individuo mas também de vários outros fatores como estímulos, ambiente e outros.

Considerações finais

    Percebe se que a maioria das crianças se encontra no estágio maduro referente à habilidade locomotora correr, uns dos motivos dessa evolução da habilidade locomotora é a utilização do movimento no nosso cotidiano e em qualquer outra atividade esportiva a ser trabalhada que utiliza esse movimento.

    Porém, a habilidade locomotora saltar em distância na horizontal não teve uma semelhança entre as duas habilidades locomotoras analisando o aspecto desenvolvimentista, uns dos fatores que pode ser citado e que auxilia, nessa falta de semelhança, é a inutilização mais freqüente de uns dos movimentos (saltar em distância na horizontal), pois esse movimento é mais específico de algumas atividades e não é utilizado com tanta freqüência no nosso dia-dia diferentemente do correr. Também não se trabalha a habilidade saltar em distancia na horizontal nas escolinhas de esporte em relação à outra habilidade locomotora.

    É importante destacar que as crianças que não se encontraram no estágio sugerido por Gallahue, não significa que elas não estejam prontas, pelo contrario essas crianças já tem prontidão para realizar esse movimentos, no entanto, para que seja desenvolvido essas habilidades por inteiro até chegar no estágio maduro sugerido por Gallahue, é necessário que haja uma utilização e repetição desses movimentos no seu cotidiano, coisa que provavelmente não acontece com estas crianças. É muito difícil encontrarmos crianças fazendo brincadeiras de rua e realizando esse tipo de habilidade, em formas de brincadeiras e atividades lúdicas que proporcionam um desenvolvimento nas habilidades motoras e em atividades planejadas para que tenha uma evolução da mesma.

    No entanto é necessário que o professor de Educação Física trabalhe não só atividades que envolvem o correr, mas também atividades que se utilizam todas as outras habilidades motoras locomotoras para que as crianças, independente se tenham vivenciado ou não essa habilidades, possam ter uma oportunidade de trabalhar todas as outras habilidades motoras nas aulas de educação física e nas escolinhas de esporte.

    Especificamente, nesse estudo percebemos no padrão de corrida houve uma diferença positiva de crianças que realizaram escolinha de esporte das que nunca fez escolinha de esporte no desenvolvimento da mesma habilidade locomotora, devido essa habilidade ser utilizada com grande freqüência nas atividades planejadas e no nosso cotidiano. Porém, foi observado também no padrão de salto em distância horizontal que não houve uma diferença positiva de crianças que realizaram escolinha de esporte das que nunca fez escolinha de esporte com o desenvolvimento da mesma habilidade locomotora, pois ao contrário do correr essa habilidade locomotora saltar em distância na horizontal não é muito utilizado nas escolinhas de esporte tão pouco no nosso dia-dia.

    Portanto podemos concluir que no grupo de crianças, observadas neste estudo que o fato delas praticarem escolinha de esporte no requisito correr teve uma melhoria no desenvolvimento da habilidade locomotora correr, mas no saltar em distância na horizontal pelo fato delas praticarem escolinha de esporte não teve uma melhoria no desenvolvimento da habilidade locomotora saltar em distância na horizontal.

Referências

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