A Educação Física em uma perspectiva multicultural e as relações de gênero na escola La Educación Física en una perspectiva multicultural y las relaciones de género en la escuela |
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Mestranda em Educação (UFRJ) (Brasil) |
Ana Paula da Silva Santos |
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Resumo Vários estudos apontam mudanças significativas no que se refere à diversidade de tradições políticas, étnicas, sociais, religiosas e de gênero, configurando identidades plurais que se expressam nas distintas esferas sociais. Neste sentido, o multiculturalismo refere-se à compreensão da sociedade formada por identidades plurais, com base na diversidade de classe social, gênero, etnia, raça, padrões culturais e lingüísticos, assim como outros marcadores identitários. Gênero, aqui entendido como construto cultural, tem sido moldado sob a ótica da hegemonia. Visando refletir sobre essas questões, este artigo, de cunho bibliográfico, buscou analisar o multiculturalismo e suas contribuições na superação do sexismo nas aulas de Educação Física. De acordo com a análise, uma prática multiculturalmente orientada caminha em direção a um ensino que considera seriamente a vida dos estudantes, abrindo espaço não só para a diversidade de gênero, mas para a diversidade de etnia, classe social e raça presentes na sociedade contemporânea. Assim, questionar, desnaturalizar e desestabilizar essa realidade discriminatória e excludente, no qual se insere o sexismo, constitui um passo fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e mais igualitária. Unitermos: Educação Física. Multiculturalismo. Gênero.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 159, Agosto de 2011. http://www.efdeportes.com |
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Introdução
A educação no Brasil, atualmente, nos remete a pensar em diferentes sujeitos, em identidades híbridas e atores de diferentes realidades e culturas. Assim, trata-se de não somente respeitar as diferenças, mas também de questionar e problematizar a origem destas diferenças, assim como desafiar práticas homogeneizadoras que silenciem a pluralidade cultural.
Candau (2008) afirma que não há educação que não esteja imersa nos processos culturais de contextos específicos. Segundo a autora, educação e cultura devem ser analisadas a partir de sua íntima articulação.
As relações entre educação e cultura nos colocam diante das questões elucidadas hoje pelo multiculturalismo no âmbito mundial e das diferentes realidades existentes. Essa problemática se configura diferentemente dependendo do contexto em que nos situemos e suscita discussões e polêmicas no mundo atual (CANDAU, 2008).
Neste sentido, o multiculturalismo se configura como um corpo teórico e político de conhecimentos, que privilegia as identidades marginalizadas e silenciadas e que busca formas alternativas para sua incorporação no cotidiano educacional. Este campo refere-se à compreensão da sociedade formada por identidades plurais, com base na diversidade de classe social, gênero, etnia, raça, padrões culturais e lingüísticos, assim como outros marcadores identitários (CANEN, 2008).
Entre outros significados, o multiculturalismo indica o caráter plural das sociedades ocidentais contemporâneas, o qual assume uma condição do mundo atual que não se pode ignorar. De acordo com o autor, assiste-se uma verdadeira "revolução cultural", onde tudo que se associa a cultura torna-se importante em discursos, práticas e políticas curriculares (MOREIRA, 2002).
Reconhecendo a Educação Física como parte da educação integral do indivíduo, da Educação Infantil até o Ensino Médio, acredita-se que ela tem um campo de conhecimento diferenciado das demais áreas, pois em suas aulas, os estudantes parecem estar mais livres das limitações impostas pelas salas escolares. Desta forma, a Educação Física assume um campo privilegiado em que a linguagem corporal se torna preponderante em relação às outras formas de linguagem, onde os conflitos existentes nas aulas em decorrência dos jogos, esportes e outras atividades corporais, corroboram para a apresentação de um ser humano em sua totalidade (OLIVEIRA e SILVA, 2008).
Entretanto, se por um lado a Educação Física possui um campo privilegiado e transformador na educação escolar, por outro lado, também é responsável por reproduzir visões hegemônicas de conteúdos que privilegiam modelos homogeneizados de corpos, atitudes e comportamentos e que colaboram para silenciar as vozes de grupos discriminados historicamente.
Dentro desta perspectiva, A Educação Física é dotada de práticas culturais que reproduzem os estereótipos de gênero e normatiza modos de ser e agir dentro de um padrão de identidade masculina, branca e de classe média. Os critérios de seleção de conteúdos, a organização dos espaços destinados às vivências e as posturas e linguagens adotadas pelos meninos e meninas são exemplos do cotidiano escolar onde as diferenças de gênero se mostram mais explícitas (SARAIVA, 2005).
Diante do exposto, Neira (2007) propõe o currículo multicultural crítico da Educação Física como alternativa para elucidar as questões de desigualdades dos grupos desfavorecidos, tentando desnaturalizar o que aparentemente se mostra natural historicamente. Nesse sentido, os estereótipos relacionados às questões de gênero, podem encontrar um campo de problematização e contestação.
Apoiando-se em perspectivas que concebem a cultura como campo de luta e validação de significados que se produzem sentidos múltiplos de masculinidades e feminilidades, noções simplistas e universais passam a ser desestruturadas. Assim, é necessário esclarecer como se dá a formação de identidades na sociedade multicultural, quais os pressupostos do multiculturalismo, quais as formas de sexismo existentes no espaço escolar, propriamente nas aulas de educação física e de que forma o multiculturalismo pode favorecer o respeito e a equidade nas relações entre os gêneros.
A partir de estudos realizados na área do multiculturalismo e gênero em educação (CANDAU, 2008; CANEN, 2000, 2008; CANEN e MOREIRA, 2005; LOURO, 1995; MOREIRA e CÂMARA, 2008; NEIRA, 2007), argumentamos que a educação, a Educação Física e o currículo têm que responder ao desafio central de incorporar a pluralidade cultural e os questionamentos com relação à origem da diferenças em suas propostas e práticas, se quiser contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e democrática, especialmente no que se refere às desigualdades de gênero, foco deste estudo.
Acreditamos que questionar, desnaturalizar e desestabilizar essa realidade discriminatória e excludente, no qual se insere o sexismo, constitui um passo fundamental para a construção de práticas pedagógicas transformadoras que valorizem as diversas identidades e culturas.
Nessa visão, o presente artigo, de cunho bibliográfico, buscou analisar o multiculturalismo e suas contribuições na superação do sexismo nas aulas de educação física.
Referencial teórico
Vários estudos apontam para a importância da cultura e a formação das identidades no mundo atual cada vez mais multicultural e globalizado. (MOREIRA; CANDAU, 2008; HALL, 2006, CANEN; OLIVEIRA, 2002; CANEN, 2008).
Para Moreira e Candau (2002), a cultura adquire cada vez mais um papel significativo na vida social, onde tudo é visto como cultural. A cultura estaria, assim, além do social, descentralizando-se e livrando-se de seus determinismos tradicionais na vida econômica, nas classes sociais, na vida econômica, no gênero, na etnicidade e na religião.
Segundo, Hall (2006) a chamada “crise de identidade” é vista como um processo de mudança que está deslocando as estruturas e processos centrais das sociedades modernas e abalando as referências que davam aos indivíduos estabilidade no mundo social. O autor afirma que “as velhas identidades, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em declínio, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno, até aqui visto como um sujeito unificado” (HALL, 2006, p.7).
Nesse sentido, esta transformação começa a alterar os modelos culturais de classe, gênero, etnia, raça e outros marcadores identitários, configurando o processo de descentração do sujeito. O autor destaca a formação de identidades híbridas que seriam a interconexão de várias culturas e histórias, formando outras identidades culturais que não são fixas, mas que estão suspensas e em completa transição.
Deste modo, o caráter multicultural de grande parte das sociedades leva o estabelecimento da pluralidade de identidades culturais que são formadas em um contexto histórico. Diversos outros autores mostram a necessidade do reconhecimento da mudança de uma identidade fixa e centrada para uma identidade transformada, descentralizada e produzida culturalmente (CANDAU, 2008; CANEN, 2000; MOREIRA, 2008).
Assim, um modelo hegemônico de pensamento que é adotado pela classe dominante começa a ser questionado pelas correntes do pós-modernismo, pós-estruturalismo, dos estudos culturais e dos estudos feministas. Essas correntes questionam a hegemonia do homem branco, europeu, heterossexual e cristão, como sujeito único e universal. Destacam a complexidade das relações de poder envolvidas na sociedade e começam a sustentar a pluralidade das diferenças, repensando, portanto as noções universais. A constatação das diferenças de classe social, etnia, gênero, de religião etc., segundo essas correntes, permitem discutir a dinâmica sociocultural da sociedade atual.
O multiculturalismo, como campo teórico e político, constitui-se na atualidade um dos debates mais importantes no cenário educacional, pois refere-se à necessidade de compreender-se a sociedade como constituída de múltiplas identidades com base na diversidade de raça, gênero, classe social, padrões culturais e lingüísticos entre outros (CANEN e OLIVEIRA, 2002).
No Brasil, os movimentos sociais que proliferam desde os anos 80 constituem-se de grande importância no desenvolvimento do multiculturalismo. Por meio deles denuncia-se as desigualdades e os preconceitos através de movimentos de resistência a homogeneidade e valoriza-se a representação de diversas identidades culturais em práticas sociais, culturais e políticas (CANEN e MOREIRA, 2005).
Segundo Moreira (2002), o multiculturalismo indica o caráter plural das sociedades ocidentais contemporâneas e ele surge como resposta às transformações ocorridas no mundo no que diz a respeito à crescente centralidade da cultura e sua diversidade. Nessa formulação, a cultura passa a representar um processo social que cria modos de vida distintos e específicos. O autor coloca que assiste-se a uma verdadeira “revolução cultural”, a expansão de tudo que se relaciona a cultura. Porém, a diversidade cultural presente na contemporaneidade convive com fortes tendências de homogeneização cultural representadas por lutas em torno da validação de significados de diferentes grupos.
Candau (2008) relata que o multiculturalismo no Brasil apresenta uma configuração própria. Ele nasce da luta dos grupos sociais discriminados e excluídos, no nosso caso particular, referente às identidades negras. Segundo a autora, a nossa formação histórica está marcada pela exclusão física do “outro”, configurando uma forma violenta de negação da sua alteridade.
Neste sentido, a educação multicultural pode desenvolver a sensibilidade de valores e universos culturais produzidos pelo intercâmbio cultural no interior de cada sociedade e entre diferentes sociedades. Pode-se ainda, resgatar valores culturais ameaçados e diminuir preconceitos e discriminações e por fim, fomentar a compreensão e a contextualização do processo da construção das diferenças e das desigualdades, mostrando que não são naturais e, portanto, passíveis de mudanças. Uma prática multiculturalmente orientada requer pensar em pluralidade cultural no âmbito da educação, através da reflexão e do diálogo sobre as maneiras de valorizar e incorporar as identidades plurais em políticas e práticas curriculares, tencionando os mecanismos discriminatórios e silenciadores que excluem diversas identidades culturais como normatizam segundo uma perspectiva monocultural (CANEN; MOREIRA, 2005).
Os multiculturalistas vão se preocupar em desvendar até que ponto o currículo escolar trabalha a favor da valorização da pluralidade cultural e desafio a preconceitos em suas proposições.
Porém, atualmente, percebe-se que o caráter homogeneizador e monocultural da escola é cada vez mais forte, assim como a consciência da necessidade da sua ruptura em favor da construção de práticas educativas que valorizem a questão da diferença e do multiculturalismo. A homogeneização cultural presente nas relações da escola, perpetua a ideologia da classe dominante através do silenciamento das vozes de grupos historicamente discriminados.
Segundo Apple (2006) as escolas não apenas controlam as pessoas, elas conferem legitimidade cultural ao conhecimento de determinados grupos que se relaciona ao poder desse grupo em um contexto político e econômico mais amplo.
Diante do exposto, Neira (2007) propõe o currículo multicultural crítico da Educação Física como alternativa para elucidar as questões de desigualdades dos grupos desfavorecidos, tentando desnaturalizar o que aparentemente se mostra natural historicamente. Essa abordagem se propõe a atuar sobre o processo de formação de identidades e subjetividades envolvendo os setores desprivilegiados da sociedade como as identidades femininas, afro-descendentes, indígenas e das classes populares.
No caso particular deste estudo, o autor utiliza a perspectiva multicultural para abrir espaço para o estudo de práticas corporais pertencentes às mulheres, analisando criticamente o predomínio das manifestações da cultural corporal masculina. Segundo o autor, o patriarcado, assim como as formas que ele utiliza para a subordinação das mulheres, cria uma base de conhecimentos dominados pelos homens e normatiza os pontos de vista masculinos.
Nesse sentido, os estereótipos relacionados às questões de gênero, podem encontrar um campo de problematização em uma prática multiculturalmente orientada.
Gênero é conceituado, segundo Scott (1995, p.72) como “o caráter fundamentalmente social das distinções baseadas no sexo”. Outras pesquisas também definem gênero como uma construção social e cultural do corpo (MEYER, 2003; LOURO, 1997, 2000, 2003; SARAIVA, 2005).
De acordo com esses estudos, comportamentos, atitudes ou traços da personalidade são construídos em uma dada cultura e em um determinado momento histórico, definindo características femininas e masculinas e diferenciando-as umas das outras conforme o papel que desempenham na sociedade. Entender gênero como construto cultural leva a reflexão que as representações de homens e mulheres são diversas e plurais, não apenas entre as sociedades ou momentos históricos, mas no interior de uma dada sociedade (GOELLNER, 2003).
Assim, argumentos de que a desigualdade entre homens e mulheres é baseada nas diferenças biológicas devem ser contestadas, pois essas diferenças são sempre construídas culturalmente, elas não são dadas ou acabadas num determinado momento, elas são instáveis e, portanto, passíveis de transformação historicamente. Os gêneros se fazem e se refazem continuamente ao longo da existência, que são socialmente produzidos, portanto são dependentes da história e das circunstâncias (LOURO, 1997).
Esse processo de construção de gênero se desenvolve no decorrer da vida através das mais diversas instâncias: família, escola, igreja, etc., onde através de práticas sociais nos transformamos em homens ou mulheres sem levar em conta a naturalização de tais práticas. Meyer (2003) coloca que essas estratégias sutis e refinadas de naturalização devem ser problematizadas e contestadas.
Entrementes, Bourdieu (1995) destaca que dentre todas as formas de essencialismo, o sexismo é o mais difícil de desenraizar. Ele visa marcar diferenças sociais historicamente construídas através de uma natureza biológica funcionando como uma essência que vai ditar comportamentos, costumes e hábitos.
A Educação Física, foco deste estudo, também é dotado de práticas culturais que reproduzem o sexismo e normatiza modos de ser e agir dentro de um padrão de identidade masculina, branca e de classe média. Os critérios de seleção de conteúdos, a organização dos espaços destinados as vivências e as posturas e linguagens adotadas pelos meninos e meninas são exemplos do cotidiano escolar onde as diferenças de gênero se mostram mais explícitas (SARAIVA, 2005).
Louro (1997) aponta que dentre as áreas escolares, é na Educação Física que a constituição das identidades de gênero se torna mais explícita e evidente. Mesmo que os/as professores/as venham trabalhar em regime de co-educação, a aula de Educação Física parece ser a área onde as resistências ao trabalho integrado persistem e se renovam. A idéia de que as mulheres são, fisicamente, menos capazes do que os homens possivelmente ainda são aceitos e utilizados como base na construção do currículo escolar.
Neste sentido, educadores comprometidos com a justiça e igualdade das relações, não podem conceber práticas educativas distintas segundo um padrão de ser feminino e ser masculino e sim promover práticas corporais acessíveis a ambos os gêneros e uma intensa discussão no sentido de combater o sexismo e reconhecer que as diferenças biológicas não são suficientes para determinar a dominação de um sexo sobre o outro.
Segundo Neira (2007), currículo multicultural crítico pode atuar sobre o processo de regulação e dominação de grupos silenciados historicamente e revelar de que forma essas relações de poder se estabelecem na sociedade. Ao integrar o estudo da etnia, da classe social e de gênero na produção de conhecimento da Educação Física, ocorre a valorização de identidades culturais plurais em detrimento de interesses particulares de determinado grupos.
Entender a natureza específica da diferença representa um passo importante para se combater preconceitos e abrir espaço para a diversidade. O autor também salienta que professores que atuam dentro de uma perspectiva multicultural crítica, devem expressar seu desacordo com a modernidade eurocêntrica de masculinidade e atuar no sentido de proporcionar aos alunos e alunas o potencial de romper paradigmas e estereótipos que possam tornar as relações entre os gêneros desiguais e, sobretudo excludentes.
Assim, no âmbito do gênero, e dentro de uma perspectiva multicultural a Educação Física também deve valorizar modalidades consideradas essencialmente femininas como a dança, o folclore, atividades expressivas e determinados jogos, discutir as construções de gênero em cada vivência e revelar e questionar valores masculinos ocultos implícitos. Aos professores cabe refletirem sobre sua prática e atuarem contra a dominação hegemônica, valorizando a cultura dos desfavorecidos. Deste modo, a hegemonia de estrutura única de conhecimento é contestada e desafiada (NEIRA, 2007).
Considerações finais
Diante do exposto, questionar, desnaturalizar e desestabilizar essa realidade discriminatória e excludente, no qual se insere o sexismo, constitui um passo fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e mais igualitária, não só no que se refere ao gênero, mas em todos os seus níveis e relações. Diante destas reflexões, educadores comprometidos com a justiça e igualdade das relações, não podem conceber práticas educativas distintas segundo um padrão de ser feminino e ser masculino e sim promover uma intensa discussão no sentido de combater o sexismo e reconhecer que as diferenças biológicas não são suficientes para determinar a dominação de um sexo sobre o outro.
Nessa direção, o currículo da Educação Física pautado em uma perspectiva multicultural abre espaço para o estudo das práticas sociais e corporais pertencentes aos grupos desfavorecidos, como as mulheres, reconhece que todos os alunos e alunas possuem conhecimentos construídos socialmente que devem ser ampliados e transformados em função de relações mais justas e igualitárias, analisa criticamente o predomínio das manifestações culturais masculinas e desnaturaliza através do diálogo os mecanismos de dominação e subordinação presentes entre homens e mulheres.
Uma prática multiculturalmente orientada caminha em direção a um ensino que considera seriamente a vida dos estudantes, abrindo espaço não só para a diversidade de gênero, mas para a diversidade de etnia, classe social e raça presentes na sociedade contemporânea.
O presente estudo não tem a pretensão de situar a categoria gênero como mais importante em relação às de classe, etnia e raça. Mas, de acordo com as fundamentações mencionadas, se propõe a reconhecê-la como fundamental no âmbito escolar para a construção de uma sociedade menos desigual no que se refere às relações entre homens e mulheres.
Referências
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