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Análise comparativa de ascensão por 

corda: método mecânico ou manual

Análisis comparativo de ascenso por cuerda: método mecánico o manual

 

Acadêmicos em Educação Física

Universidade Federal de Uberlândia

(Brasil)

Douglas Abrahão de Oliveira

douglas_abrahao@hotmail.com

Fernando Teixeira dos Santos

fernando@edf.ufu.br

 

 

 

 

Resumo

          Ascensão por corda fixa é uma técnica utilizada a fim de o indivíduo ascender por uma corda presa a um determinado lugar (ancorada). Este recurso é comumente utilizado em técnicas de resgate ou em atividades e esportes de aventura. Para tanto, sabendo que há duas principais técnicas de ascensão por corda fixa (manual e mecânica), se torna relevante estudar a velocidade e esforço de subida entre cada uma das técnicas a fim de supor qual técnica se torna mais eficiente. Neste sentido, foram escolhidos três sujeitos não familiarizados com as duas técnicas e, com o uso de um cronometro, foi medido a velocidade de subida e registrado a frequência cardíaca através de um freqüencímetro; sendo o primeiro a fim de medir a velocidade de cada uma das técnicas; e o segundo a fim de medir o esforço. Também foi realizada uma análise subjetiva, diante de relatos de sensações dos indivíduos submetidos à prática de ascensão em corda fixa. Segundo relato dos sujeitos de pesquisa, o método manual possui maior facilidade de execução, pois o mecânico, embora mais eficiente, demanda certa técnica e maior familiarização a fim de superar possíveis medos ou receios com o uso de um equipamento desconhecido por parte do sujeito não familiarizado. Portanto, tem-se como resultado, que o método manual deve ser o primeiro a ser ensinado, tendo em vista a facilidade de aprendizado por indivíduos não familiarizados em contraposição ao método mecânico, que apresenta maior demanda técnica. Porém, o segundo método após ser apreendido, influi em um menor gasto energético e maior velocidade de subida.

          Unitermos: Ascensão por corda, corda fixa.

 

Resumen

          El ascenso por cuerda fija es una técnica utilizada para subir a una persona por una cuerda atada a un lugar determinado (acoplado). Esta característica se utiliza comúnmente en las técnicas de rescate o de actividades y deportes de aventura. Para ello, sabiendo que hay dos técnicas principales de ascenso por cuerda fija (manual y mecánica), se hace relevante estudiar la velocidad y el esfuerzo de subida de cada una de las técnicas para averiguar cuál es la técnica se vuelve más eficiente. En este sentido, fueron elegidos tres sujetos que no están familiarizados con ambas técnicas. Con el uso de un cronómetro, se midió la velocidad y se registró el aumento del ritmo cardíaco a través de un frecuencímetro; siendo el primero para medir la velocidad de cada técnica, y el segundo para medir el esfuerzo. También se realizó un análisis subjetivo, antes de los informes de los sentimientos de las personas sometidas a la práctica de la ascensión de cuerda fija. Según el informe de los sujetos de investigación, el método manual posee mayor facilidad de implementación, ya que el mecánico, aunque es más eficiente, conlleva una técnica más familiar para superar los miedos o preocupaciones con el uso de un dispositivo desconocido por el sujeto que no está familiarizado. Por lo tanto, tenemos como resultado que el método manual debe ser el primero que debe ser enseñado, en vista de la facilidad de aprendizaje de los individuos no familiarizados, en comparación con el método mecánico, que presenta una mayor exigencia técnica. Sin embargo, el segundo método luego de ser aprendido, significa un menor consumo de energía y mayor velocidad de ascenso.

          Palabras clave: Cuerda de subida. Cuerda fija.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 159, Agosto de 2011. http://www.efdeportes.com

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1.     Introdução

    Esse artigo tem como tema a ascensão por corda fixa, técnica utilizada para ascender por uma corda presa a um determinado lugar (ancorada). Este recurso pode serutilizado em atividades onde são desempenhadas técnicas verticais, em atividades e esportes de aventura, bem como resgates e socorros de urgência.

    Diante disso, elucida-se o seguinte problema, a fim de ser respondido ao longo deste trabalho: A velocidade da subida e o esforço exigido interferem na eficiência de duas técnicas de ascensão distintas: manual e mecânico?

    Justifica-se realizar tal análise, no sentido de poder comparar duas técnicas distintas, visto que cada uma delas tem suas particularidades, que dependem da familiarização de seu uso. Essas técnicas são classificadas como manual e mecânica, que viriam de acordo com os aparelhos utilizados. Supõe-se que não necessariamente uma técnica é mais eficiente que a outra, portanto, levantamos as seguintes hipóteses:

    Para tanto, sugerimos, como método, autilização de sujeitos não familiarizados com as duas técnicas.Com o uso de um cronometro foi medido a velocidade de subida e registrado a frequência cardíaca através de um freqüencímetro. O primeiro, a fim de medir a velocidade de cada uma das técnicas; e o segundo, a fim de medir o esforço.

    Também será realizada uma análise subjetiva, diante de relatos de sensações dos indivíduos submetidos à prática de ascensão em corda fixa.

    Portanto, foram escolhidos, de forma aleatória, três indivíduos para realizar esse trabalho, caracterizando assim um estudo de caso.

2.     Ascensão por corda fixa

    Entende-se por técnicas verticais, habilidades desempenhadas nos diversos tipos de escala (bouer, artificial, em rocha ou gelo ou para rapelar). De acordo com o referencial teórico ou a escola de formação do escalador, essa técnica pode ser dividida em duas (ascensão mecânica ou manual) pressupondo a primeira, a utilização de um aparelho chamado de Ascensor Mecânico, que prende o escalador à corda, e com o movimento de empuxo para cima do aparelho faz com que desloque o escalador verticalmente; e a segunda,é realizada com utilização de nós blocantes presos à corda e ao boldrié (cadeirinha) do escalador e a corda e sapatilha.

Figura 1. Ascensão Mecânica

 

Figura 2. Ascensão Manual

3.     Coleta e análise de dados

3.1.     Escolha dos sujeitos

    Foram selecionados três sujeitos de forma aleatória, tendo como requisito principal a não familiarização com as técnicas em questão. Entende-se como “não familiarizado” o sujeito que nunca realizou ascensão por corda no método manual e/ou mecânico.

    Após selecionados, os sujeitos tiveram uma breve instrução e demonstração visual das técnicas a serem realizadas, a fim de reproduzir as técnicas para pesquisa.

    Foi observado pelos pesquisadores durante a execução do teste, o movimento realizado pelos praticantes, a fim de aperfeiçoar a execução, baseado no método proposto por OLIVEIRA em Análise Qualitativa de Hay para: Ascensão por Corda Fixa – Método Manual (2010).

3.2.     Local de realização

    A coleta de dados foi realizada no Ginásio 4 da Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Uberlândia.

3.3.     Materiais utilizados na coleta de dados

    Foram utilizados para a coleta de dados um freqüencímetro da marca Oregon Scientific e um cronometro da marca Casio.

    Para a realização das técnicas de ascensão, foi utilizado uma corda com diâmetro de 12mm, boldrié da marca Kailahs de fita e fivela dupla e mosquetão assimétrico com trava da marca HMS.

    No método manual foi utilizado cordelete de 7mm, com nó blocante tipo Machard, e no método mecânico foi utilizado ascensor de punho da marca Athon e anel de fita conquista de 60 cm concomitantemente à estribo de cordelete de 7 mm com nó blocante tipo Machard.

3.4.     Coleta de dados

    Os sujeitos foram submetidos aos testes duas vezes, a fim de tornar mais real e fidedigno o resultado, pois se verifica que em uma segunda experiência com as técnicas esta é realizada com mais propriedade. Em cada método, foi cronometrado o tempo de subida e registrado a frequência cardíaca inicial e final a fim de predizer o esforço e tempo empregado em cada uma das técnicas.

    Ao termino das execuções os sujeitos da pesquisa relataram suas experiências, através das sensações de economia de energia e da facilidade de executar as técnicas.

    Por tanto além dos dados quantitativos consideramos em nossa análise as experiências subjetivas dos indivíduos através do relato de suas sensações.

4.     Resultados encontrados e discussões

    A partir da análise dos resultados,pode-se afirmar que ambas as técnicas exigem habilidades especificas do método, visto que houve uma diminuição significativa do tempo de execução em todos os indivíduos na repetição do movimento, conforme Tabela 1.

Tabela 1. Freqüência cardíaca coletada

    Segundo relatado pelos praticantes, o método manual possui maior facilidade de execução, transmitindo também maior segurança ao individuo enquanto o método mecânico exige maior demanda técnica, e transmite a sensação de insegurança devido à lida com o material desconhecido. (OLIVEIRA, 2010)

    Não foi possível predizer o esforço através da frequência cardíaca, pois em ambos os métodos estas se aproximaram, o que pode ser explicado pela altura de subida exigida dos sujeitos (4 metros), que em situações de subidas de maiores alturas, provavelmente iriam sentir menor desgaste físico, devido à facilidade com que o aparelho desloca pela corda, (enquanto o nó trava na corda), evitando também as queimaduras nas mãos devido ao atrito com a corda. (OLIVEIRA, 2010)

    Durante todo o teste, a frequência cardíaca dos sujeitos esteve elevada devido à tensão pré-teste e o desgaste físico pelo esforço da realização dos métodos, como pode ser observado na Tabela 1 na realização do teste dois.

    Um dos sujeitos relatou que sua alteração da frequência cardíaca foi desencadeada pelo medo e num segundo momento pelo esforço.

    Sendo assim, corrobora a hipótese do trabalho de que o método manual exige menor demanda técnica, porém maior esforço físico, que não necessariamente resultado em um menor tempo de subida, pois agregado a estes fatores se encontram aspectos, como: altura de subida, técnica de realização do movimento, força e peso do individuo, envergadura, flexibilidade dentre outras. (OLIVEIRA, 2010)

    Outro aspecto observado no método manual é a diminuição da frequência e aumentando da amplitude, ao contrario do método mecânico.

5.     Conclusão

    Sendo assim, podemos concluir que este trabalho se apresenta relevante, pois a literatura cientifica sobre a área de aventura e principalmente de Técnicas Verticais se apresenta escassa, sendo encontrados apenas estudos referentes a análises antropométricas ou meramente técnicas que não exemplificam de forma acadêmica e científica os aspectos engajados nestas modalidades.

    Outro ponto que deve ser levado em consideração na análise é a forma correta de execução do ato motor “ascensão em corda”, tendo em vista que há outras tantas variáveis necessárias na validação da técnica mais eficiente e eficaz, apresentados conforme fluxograma:

Fluxograma 1. Análise qualitativa Modelo Hay (OLIVEIRA, 2010)

    Portanto podemos concluir a partir das hipóteses; que a velocidade interfere na eficiência e eficácia, tendo em vista que maior velocidade de subida pode imprimir um maior ritmo de subida e ao término da tarefa primeiro, entretanto a execução de forma mais rápida leva ao desgaste antecipado.

    Hipóteses:

    Desmistificando a hipótese H1, pois se sabe que a velocidade interfere diretamente na eficiência e eficácia, apesar de poder proporcionar maior desgaste.

    O esforço interfere diretamente nas duas variáveis (Eficácia e Eficiência), pois quanto mais cansado o indivíduo se apresenta, menor será seu tempo de subida. Desmistificando também a hipótese H3, de que o tempo não interfere na subida. (Conforme Tabela 1)

    Ainda podemos concluir que o método manual deve ser o primeiro a ser ensinado, tendo em vista a facilidade de aprendizado por indivíduos não familiarizados em contra posição ao método mecânico, que apresenta maior demanda técnica.

    Mas que com o aprendizado do primeiro método o segundo deve ser apreendido, pois influi em um menor gasto energético e maior velocidade de subida.

    Deve ser ressaltado que os praticantes devem saber aplicar os dois métodos, a fim de evitar falhas e imprevistos.

Referências

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