Plano terapêutico para funcionários do setor de lavanderia de um hospital da cidade de Ubá, MG Programa terapéutico para empleados del sector de lavandería de un hospital de la ciudad de Ubá, MG |
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*Graduado em Fisioterapia pela Universidade Católica de Petrópolis Especialista em ergonomia pela Universidade Gama Filho Mestre pela Facultad de Cultura Física de Matanzas, Cuba **Graduada em Enfermagem pela Universidade Professor Antônio Carlos (UNIPAC) Ubá, Mestre pela Facultad de Cultura Física de Matanzas, Cuba ***Professora Mestre em Pedagogia do Movimento Humano em Educação Física pela Universidade Gama Filho (RJ) |
Andrês Valente Chiapeta* Nádia Aparecida Soares Diogo** Silvia Maria Saraiva Valente Chiapeta*** (Brasil) |
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Resumo O objetivo deste estudo foi verificar se a utilização da corrente elétrica TENS, em sua frequência Burst, aliado ao exercício físico de alongamento e relaxamento, contribui na redução de acometimentos por distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, dos funcionários do setor de lavanderia de um hospital da cidade de Ubá – MG. Para isto foram selecionados 10 funcionários, do sexo feminino. Para o levantamento dos dados, utilizou-se de três instrumentos, o Questionário Nórdico Segundo Kuorinka, 1987, com o objetivo de identificar os pontos de dores, o segundo com intuito de verificar o nível de satisfação dos funcionários com o programa e o terceiro com o objetivo de avaliar o nível de percepção dos funcionários quanto aos pontos de dores. Para análise dos dados foi utilizado à estatística descritiva, através da relação percentual. O Student’s paired t-test foi utilizado para comparação do antes e depois nos pontos de dor. O nível de significância considerado foi de 5%. Os resultados obtidos mostraram uma melhora significativa dos funcionários quanto aos pontos dores e no nível de percepção da dor. Constatou-se com os resultados que a utilização do TENS com exercícios de alongamentos e relaxamento, contribui na diminuição dos acometimentos por distúrbios osteomusculares dos funcionários do setor de limpeza de um hospital da cidade Ubá – MG, e que a prática destas atividades lhes proporcionaram uma melhora na qualidade vida. Unitermos: Distúrbios osteomusculares. Dores. Plano terapêutico.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 158 - Julio de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que aconteçam, anualmente, no planeta, cerca de 160 milhões de doenças profissionais, informações essas baseadas apenas em doenças não transmissíveis. Deste total, falecem perto de dois milhões de trabalhadores a cada ano, agredidos de doenças ocupacionais e/ou acidentes sucedidos no ambiente de trabalho. Deste modo, pode-se compreender que, na contemporaneidade, as doenças ocupacionais compõem um importante problema de saúde pública em todo o mundo (Verthein, 2000).
De acordo com Magnago (2007) dentre as inúmeras doenças catalogadas ao trabalho, sem dúvida qualquer, a que mais se realçou, especialmente na segunda metade do século XX, foi a causada pelos esforços repetitivos. Essas afecções musculoesqueléticas relacionadas com o trabalho que, no Brasil, tornaram-se versadas, primeiramente, como Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e, depois, como Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) importam o principal grupo de agravos à saúde, entre as doenças ocupacionais em nosso país.
Segundo Couto et al (1998) no Brasil, o número de lesões por esforço repetitivo (LER), é a principal causa de enfermidades ocupacionais, contribuindo com mais de 65% dos casos reconhecidos pela Previdência Social.
Nesta perspectiva, Moreira e Carvalho (2001) nos faz refletir sobre as diferentes posições ortostáticas que, segundo o autor não existe uma posição específica em que a pessoa possa se manter por longos períodos de tempo é sempre importante estar mudando de posição constantemente, pois uma postura mantida por longo período de tempo pode ocasionar uma sobrecarga muscular, gerando dor e desconforto.
Entretanto Nahas (2001), é enfático ao afirmar que trabalhadores que passam horas em condições restritas de movimentos, em posição ortostática em frente a bancadas de trabalho tendem em seus momentos de folga a utilizarem a televisão, internet, jogos eletrônicos, sem realizar atividades físicas, e este sedentarismo pode lhes acarretar vários transtornos quanto à saúde. De acordo com o autor a prática de atividade física é uma maneira de compensar esta inatividade física no trabalho.
Uma arma muito utilizada por fisioterapeutas para minimizar quadro álgico em LER/DORT é o TENS, uma corrente elétrica que promove analgesia e segundo Brossea (2003) o alívio da dor com a utilização da corrente é quase imediato, porém o efeito produzido geralmente se dissipa assim que a TENS é desligado, mas pessoas que receberam a TENS relataram uma diminuição na atividade da doença.
Em 1998 Mendes e Casarotto enfatizaram um estudo a respeito das Lesões por Esforço Repetitivo (LER) ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), com o objetivo de descrever a evolução de um caso de DORT tratado somente com fisioterapia. A paciente apresentava diagnóstico de cervicobraquialgia referindo quadro álgico ha três anos. O tratamento teve duração de dezenove sessões. TENS, massoterapia e cinesioterapia foram os principais recursos usados. O quadro doloroso e a funcionalidade da paciente apresentaram significante melhora a partir da décima segunda terapia, demonstrando que o TENS foi ativo no controle da dor crônica. E a inconstância do quadro clinico da paciente que aconteceram durante o tratamento eram relacionados a fatores organizacionais do trabalho revelando que há a necessidade de uma abordagem multidisciplinar com intervenções no local de trabalho.
Em 2009, Raimundo et al realizaram um estudo sobre a TENS que compõe um excelente recurso terapêutico que causa analgesia. A freqüência de sua corrente está catalogada com o seu mecanismo de ação, sendo que este pode agir em nível sensorial ativando o portão modulador da dor ou em nível motor pela liberação de opioides endógenos. A serotonina é um neurotransmissor que age na mediação da dor e em alguns estudos cumpridos em animais foi constatada liberação após o uso desta corrente. A finalidade deste estudo foi verificar o nível de liberação da serotonina sistêmica após a aplicação da TENS de baixa freqüência e determinar qual destes estilos é mais dinâmico para essa liberação. Foi usada uma amostragem de 19 mulheres, na faixa etária de 19 a 33 anos, saudáveis, sedentárias ou irregularmente ativas. Todas ganharam a corrente TENS de 100 Hz e de quatro Hz, em dias alternativos, que foi aplicada nas mãos por meio de um par de eletrodos de silicone carbonado, posicionados em paralelo nas eminências tênar e hipotênar. A dosagem de serotonina foi cumprida antes e logo após o fim da aplicação da corrente. Todas as coletas acompanharam o mesmo protocolo de análise sob a responsabilidade do laboratório Pasteur. Observou-se uma diferença estatisticamente expressiva somente quando foi concentrada a corrente de elevada freqüência. Concluiu-se que a TENS de alta freqüência, quando comparada com a de baixa freqüência, indicou ser mais eficaz para a liberação de serotonina sistêmica em mulheres, jovens, adultas e sedentárias.
A estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS), é um processo que usa a corrente elétrica para induzir analgesia, especialmente pela liberação de opióides endógenos. Os eletrodos são ligados à pele, por meio de uma fina camada de gel, para consentir a transmissão dos impulsos elétricos para a região a ser estimulada. O mecanismo de analgesia alcançado pela TENS é devido à teoria da comporta espinhal proposta por Melzack e Wall, na qual apresentaram a participação de um mecanismo neurofisiológico de controle da dor localizado na medula espinhal. Esse processo de diminuição ou minimização da transmissão da dor é conhecido como neuromodulação. Volta e meia, a TENS é utilizada, na clínica, como coadjuvante ao tratamento medicamentoso coligado a outras intervenções, e em processos inflamatórios agudos e crônicos. (Sampaio et al, 2005).
Vários trabalhos documentam a eficácia do uso da TENS no alívio da dor. Wolfe et al. (1990) aproveitaram a Escala Analógica Visual da Dor e o Questionário McGill de Dor para avaliar as respostas de 114 pacientes com dor crônica (neuropatia periférica, lesão do nervo periférico, radiculopatia e dores musculoesqueléticas) tratados com TENS. Os eletrodos foram arranjados no sítio de dor, ao longo do nervo periférico próximo ao local acometido ou na região paravertebral na raiz do respectivo nervo. A intensidade foi aumentada até que o paciente evocasse uma sensação desconfortável e, então, diminuída e adequada em um nível aceitável ao paciente, sendo reajustada a cada sessão para manter apropriada estimulação. O tratamento incidiu de três a cinco sessões com duração de 30 a 45 minutos de aplicação da TENS. Os resultados apontaram que 78% dos pacientes Com neuropatia periférica, 38% dos pacientes com lesão do nervo periférico, 47% dos pacientes com radiculopatia e 51 % dos pacientes com dores musculoesqueléticas mencionaram mais de 60% de alívio da dor. Os autores não acharam correlação entre os parâmetros de estimulação ou o posicionamento dos eletrodos com o alívio da dor.
O presente estudo tem como objetivo verificar a eficácia, ou não, da ação combinada entre o TENS, em sua freqüência Burst, e exercícios físicos de alongamento e relaxamento, nas pausas laborais, na minimização dos efeitos dolorosos, em trabalhadores do setor de lavanderia de um hospital da cidade de Ubá-MG.
Metodologia
O presente estudo ocorreu em um hospital onde há um setor de lavanderia com 10 funcionários, todas do sexo feminino. Utilizou-se como instrumento avaliativo três questionários, o primeiro foi o Nordic Musculoskeletal Questionaire (NMQ) de Kuorinka et al (1987) validado por Pinheiro et al (2002) aplicado antes e depois do tratamento experimental, com o objetivo de verificar e registrar as queixas osteomusculares considerando os 12 meses e os 7 dias precedentes a entrevista.
Os dois outros questionários foram aplicados, um com o objetivo de avaliar o nível de satisfação dos funcionários e o outro para avaliar a percepção dos funcionários com relação aos pontos de dores. Para validação do conteúdo, o instrumento de medida foi julgado por especialistas, em número de quatro, sendo um com formação em fisioterapia e três com formação em Educação Física, e todos os quatro professores universitários.
As funcionárias que participaram deste estudo têm uma jornada de trabalho diária de doze horas (06h00min às 18h00min), folgando por 36 horas. Só era realizada a atividade com as funcionárias que estavam de serviço no dia, então cada semana os dois plantões participavam duas vezes do experimento. Por este motivo, o grupo ficou dividido em dez duplas recebendo tratamento experimental em dias e horários diferentes.
Para a realização da G.L.T., cada dupla tinha um tempo de 20 minutos, dos quais quinze eram para intervenção do TENS (aparelho de eletro analgesia, NEURODYM II da IBRAMED GERAÇÃO 2000, TENS/FES, nº de série 3256, este aparelho possui 2 canais com 4 eletrodos, dois de cada canal) em sua freqüência Burst, e os cinco minutos restantes realizavam-se exercícios de alongamento e relaxamento.
Ressalta-se também que todos os funcionários envolvidos nesta pesquisa, assim como as chefias do hospital em questão, assinaram o termo de livre esclarecimento, dando total apoio ao trabalho desenvolvido, podiam também abandonar, por livre vontade, a pesquisa a qualquer momento.
Os questionários foram aplicados pelo próprio pesquisador, de forma coletiva e na presença da chefia do setor disponibilizada pelo hospital.
Par análise dos dados foi utilizado a estatística descritiva, através da relação percentual dos dados. O Student’s paired t-test foi utilizado para comparação antes e depois nos pontos de dor. O nível de significância considerado foi de 5%.
Resultados e discussão
A Figura 1 mostra os pontos de dor dos funcionários da lavanderia antes da aplicação do plano terapêutica. Como se pode verificar a lavanderia apresenta um percentual maior quanto ao nível de percepção de dor em relação à limpeza. A coluna lombar e torácica apresentou nos dois momentos 90% do nível de percepção de dor, a cervical e os ombros nos dois momentos apresentaram 80% no nível de percepção da dor e os punhos e mãos 70%.
Figura 1. Pontos de dor antes da intervenção no setor da lavanderia
Neste caso específico da lavanderia, observa-se que a coluna vertebral (cervical, torácica e lombar) é bem acometida, o que leva a pressupor o elevado número de roupas que estas funcionárias têm de manipular durante as doze horas diárias. Sabe-se que o trabalho de torção é realizado por uma máquina, mas após a retirada destas as mesmas vêm toda embolada, e o desembaraçar das roupas é função destas funcionárias, sobrecarregando muito estas articulações.
Outro ponto que se deve assinalar é a postura adotada por estas funcionárias na retirada das roupas, tanto da máquina de lavar, de secar e a de torção das roupas, quase sempre executam a tarefa com o tronco fletido e realizando um movimento e torção do mesmo.
Este fato parece confirmar o motivo deste setor apresentar um alto índice de queixas nos membros inferiores, com os joelhos, tornozelos e pés apresentando 70% de percepção do nível de dor. É provável que tal resultado se deva ao fato que neste setor as funcionárias trabalham sob a supervisão direta da chefia, e normalmente fica em frente às máquinas que manipulam com movimentos restritos e em posição ortostática, o que dificulta muito conseguir um tempo para poder sentar e descansar.
É importante destacar que esta tensão exercida pela supervisão da chefia sugere comprometimento que nas palavras de Couto et al. (1998) o organismo pode ficar hipersusceptível às lesões quando exposto a um elevado grau de tensão, quando isto ocorre há um sofrimento do indivíduo e a principal área de sofrimento é o seu sistema músculo esquelético pois devido esta tensão os músculos recebem um menor aporte de oxigênio, e começam a trabalhar em algum grau de anaerobiose e passam a ter uma produção interna de ácido lático, substância que provocam irritações das terminações nervosas de dor.
Neste contexto Nahas (2001) diz que as atividades laborais desenvolvidas por trabalhadores em ambientes que restringem seus movimentos, e que utilizam o tempo de folga de maneira passiva, favorecem o comprometimento da saúde.
Uma funcionária pertencente a este setor de trabalho durante uma sessão relatou: “a única hora do dia que paro para fazer alongamento é aqui, pois o restante do dia quando não estou trabalhando aqui, estou trabalhando em casa, e em casa é que eu tenho menos tempo ainda”.
É importante destacar que dentre as dez funcionárias do setor de lavanderia apenas uma pratica atividade física fora do ambiente de trabalho.
Os resultados apresentados na figura 2 nos mostram que em um primeiro momento o setor de lavanderia apresentou um alto índice de percepção de dor, nota-se também que eles tiveram uma boa melhora após a intervenção. Cabe destacar que a coluna lombar e torácica que era de 90%, caiu para 50% e 40% respectivamente, a cervical e o ombro que era de 80% teve uma queda para 30% nos dois momentos.
Figura 2. Pontos de dor após a intervenção no setor da lavanderia
Quanto aos membros inferiores podemos notar que houve uma diminuição no nível de percepção da dor, mas com menor expressão que nos outros setores do corpo, joelhos e tornozelos eram de 70% nos dois momentos e caíram para 50% ambos. Porem acredita-se que seja possível inferir que esta pequena diminuição na percepção da dor é relevante, considerando que trabalhos realizados na postura de pé são considerados fatores de risco, assim como apontado por Maciel et al (2006). Sabe-se também que postura prolongada pode ocasionar sobrecarga estática sobre os músculos e outros tecidos, visto que o comportamento natural do ser humano é de mudar sua postura constantemente (Moreira e Carvalho, 2001).
O relato de uma das funcionárias do setor de lavanderia evidencia que o tratamento experimental foi capaz de melhorar o nível de percepção da dor. “já fiz três cirurgias de varizes e meu médico me disse que o motivo para isto é o tempo que fico em pé aqui no meu serviço, tem dia que minhas pernas queimam de dor, após o início da aplicação melhorou, mas quando fico sem fazer por algum motivo ela volta a queimar”.
Acredita-se que utilização do TENS muito pode ter contribuído para melhora quanto à percepção dos pontos de dor do setor de lavanderia. Brossea (2003) contribui através de seus achados mostrando que embora o alívio da dor seja quase imediato, o efeito produzido pela corrente geralmente se dissipa assim que a TENS é desligado, entretanto, pessoas que receberam a TENS relataram uma diminuição na atividade da doença.
Procurou-se ainda, neste estudo, verificar os resultados dos pontos de dor obtidos no setor. A tabela 1 registra-se resultados encontrados e nele pode-se constatar que após a intervenção a média dos funcionários que apresentaram uma melhora quanto aos pontos de dor foi de 76,66 ± 16,58, enquanto os que apresentaram uma pequena melhora ficaram em 21,11 ± 16,91 e os que não observaram melhora alguma foram apenas 2,22 ± 4,41.
Tabela 1. Resultados observados quanto aos pontos de dor na lavanderia
Tal evidencia leva a pressupor que dentro do setor da lavanderia se tem valores expressivos quanto aos pontos de dor, entretanto, chegam ao final do programa com a percepção de uma melhora bem expressiva, fato este confirmado no relato da funcionária do setor de lavanderia:
“eu antes de começar este trabalho não podia nem andar direito, tinha dia que eu andava e sentia fisgadas nas pernas, meus braços doíam muito e quase não consegui realizar minhas tarefas aqui no hospital, hoje se você me pedir para dar uma cambalhota aqui eu faço sem o menor problema”.
O setor da lavanderia sinalizou a utilização do TENS como um achado significativo (p<0,05), ou seja, teve maior importância em relação aos outros itens do questionário. É possível que tal resultado se deva ao fato de ser este o setor com maior percepção quanto aos pontos de dores, o que foi evidenciado no pré-teste, e, portanto mais sensível ao registro de alívio de dor. Estes fatos são confirmados pelo estudo realizado por Mendes e Casarotto (1998) a qual consideram que o quadro doloroso e a funcionalidade do paciente apresentaram significantes melhora, comprovando que o TENS foi ativo no controle da dor crônica.
A eficácia da TENS, fica evidenciados nos relatos de Sampaio et al (2005), a qual afirma ser um mecanismo de analgesia com participação de um mecanismo neurofisiológico de controle da dor localizada na medula espinhal. Apóia-se também nos estudos realizados por Raimundo et al (2009) que constatou que o TENS é eficaz para liberação de serotonina que é um neurotransmissor que age na mediação da dor.
Outros estudos também comprovaram a eficiência do TENS para alívio das dores musculoesqueléticos, como também para o alívio sintomático da dor e redução da hiperalgesia inflamatória, pela influência do estímulo elétrico no sistema nervoso central (Wolf et al, 1990, Sleika et al, 2005).
Há de se ressaltar que, as evidências observadas no presente estudo, sugerem que a prática da ginástica laboral traz inúmeras vantagens para o trabalhador, tanto profilática quanto terapêutica, mas de certa forma este ganho advêm, de uma participação efetiva e a longo prazo dos funcionários. Por outro lado, é possível inferir que com a utilização do TENS o resultado é imediato, considerando seu efeito analgésico, a qual favorece o retorno ás atividades diárias laborais com um alívio das tensões e do estresse muscular. Tal fato proporciona aos funcionários uma melhor qualidade no trabalho e uma maior satisfação em fazer parte desta empresa. Ressalta-se ainda, que as evidências apresentadas na literatura confirmam os achados quantitativos desta pesquisa.
Conclusão
Respondendo o objetivo proposto, os resultados obtidos sugerem que a região da coluna, apresentou altos índices de acometimentos, entretanto, apresentou melhoras após tratamento experimental. Evidenciou-se também que a lavanderia apresenta alto nível de percepção da dor e que esta percepção teve uma queda significativa após a intervenção. Sugere-se também, que a utilização do TENS Burst foi efetivo no tratamento experimental na percepção dos funcionários.
Partindo deste pressuposto, evidências demonstraram que com o programa de ginástica laboral terapêutico proposto é possível prevenir e diminuir o acometimento desses funcionários no que diz respeito às doenças ocupacionais, e que a conscientização tanto dos trabalhadores quanto dos empregadores são fatores determinantes no sucesso do programa.
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