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Percepção da imagem corporal relacionado ao índice de massa

corporal de escolares 08 a 11 anos na cidade de Campo Grande, MS

Percepción de la imagen corporal relacionado con el índice de masa corporal de escolares de 8 a 11 años de Campo Grande, MS

 

*Graduado em Educação Física pelo IESF/FUNLEC

Técnico em Anatomia da UNIDERP/Anhanguera Educacional - Campo Grande-MS

**Mestre em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Professor da Universidade Anhanguera/UNIDERP Educacional - Campo Grande-MS

(Brasil)

Ricardo Raul da Silva Sales*

rickgospel@hotmail.com

Paulo Henrique Azuaga Braga**

azuagabraga@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo teve como objetivo analisar a percepção da imagem corporal relacionada ao Índice de Massa Corporal de escolares da faixa etária de 08 a 11 anos de uma escola da cidade de Campo Grande-MS. Para tanto foram avaliados 113 escolares de ambos os gêneros. Foram coletados dados sobre a satisfação corporal por meio da escala de imagem corporal e dados antropométricos. Onde se observou que a maioria dos escolares demonstrou insatisfação com sua imagem corporal, sendo que 35 % dos meninos e 47% das meninas demonstraram o desejo de reduzir o tamanho da silhueta corporal, e apenas 23% respectivamente, demonstram sua insatisfação pelo baixo peso. Desta forma, conclui-se que os indivíduos avaliados foram classificados como normal em relação ao IMC, no entanto quando analisada a satisfação com a auto-imagem, mesmo com os dados sendo considerados normais, meninos e meninas estavam insatisfeitos em relação a sua imagem corporal.

          Unitermos: Imagem corporal. Escola. Insatisfação. Obesidade. Sobrepeso.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 158 - Julio de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A indústria corporal através dos meios de comunicação encarrega-se de criar desejos e reforçar imagens, padronizando corpos, aqueles que se vêem fora de medidas, sentem-se cobrados e insatisfeitos. O reforço dado pela mídia em mostrar corpos atraentes faz com que uma parte de nossa sociedade se lance na busca de uma aparência física ideal, mas não podemos deixar de lembrar que essa trajetória envolve uma diversidade de fatores que o indivíduo comum não leva em conta como o fator genético (PORTO e LINS, 2009).

    O neurologista Henry Head, do London Hospital, foi o primeiro a usar o termo esquema corporal e também o primeiro a construir uma teoria na qual cada sujeito forma um modelo ou figura própria que representa um padrão contra os julgamentos da postura e dos movimentos corporais (BARROS, 2005).

    Segundo Tavares (2003), a imagem corporal se forma na mente. Corpo e mente movimentos e percepções, relações afetivas e sociais são aspectos inseparáveis e indispensáveis para a organização das imagens corporais.

    A imagem corporal é composta de dois fatores: o apreço com o corpo e a insatisfação com o corpo. A primeira atribui quanto à criança gosta ou não de seu corpo de forma total, a qual pode incluir outros aspectos além do peso e da forma do corpo, por exemplo, cabelos ou rosto. Já a insatisfação corporal evidencia claramente preocupações com o peso, forma do corpo e gordura corporal (TRICHES e GIUGLIANE, 2007).

    Entende-se por imagem do corpo a figuração de nosso corpo formado em nossa mente, ou seja, a maneira que o corpo se apresenta para nós, entretanto temos impressões táteis, térmicas e de dor, assim nós a chamamos de esquema corporal. (GIODARNI, 2006).

    É importante destacar que, quando percebemos nosso corpo ou partes dele, projetamos essas imagens para outros corpos e passamos a ter curiosidade sobre outras partes que, até então, não eram visíveis para nós. (BARROS, 2005).

    Segundo Fernandes (2005) imagem corporal exerce papel mediador em todas as coisas, desde a escolha de vestimentas, passando por preferências estéticas, até a habilidade de perceber e sentir as emoções dos outros.

    Damasceno e col. (2005) definiram que, imagem corporal é uma construção multidimensional que descreve amplamente as representações internas da estrutura corporal e da aparência física, em relação a nós mesmos e aos outros.

    O corpo parece ser o foco determinante que promove a identidade cultural pós-moderna, tanto a partir de classificações de gênero ou faixa etária, quanto a partir de condições intermediadas pela mídia. (OLIVEIRA, 2008)

    De acordo com Meurer e Gesser (2008) atualmente, encontra-se no sujeito que apresenta um corpo fora dos padrões socialmente aceitáveis a questão do mal-estar subjetivo.

    Sands e Wardle citado por Triches e Giugliane (2007) consideram que há três fatores que influenciam o desenvolvimento da insatisfação corporal: a mídia, os pais e os colegas. Esses influenciam tanto as comparações sociais sobre aparência quanto a internalização do ideal de magreza.

    Giordani (2006) afirma ainda que, o pensamento constante do medo de engordar não é aliviado pelo emagrecimento, mas, ao contrário, freqüentemente, na medida em que o sujeito diminui o peso, aumenta o seu medo de engordar.

    Triches e Giugliane (2007) identificaram três fatores independentes que estavam correlacionados com insatisfação corporal: 1) consciência de corpo magro promovido pela mídia; 2) internalização da adoção de padrão corporal ideal de atratividade publicado pela mídia; e 3) percepção da pressão pela mídia em se em quadrar ou concorrer com o visual promovido por modelos e atores.

    Embora o começo da puberdade aumente o desejo de ser mais magro, há evidências de que no período pré puberal as crianças também se preocupem com a aparência de seus corpos e busquem perder peso. (CARVALHO e col. 2005).

    Para Palácios e Hidalgo (2004) a vertente social do autoconceito se tornará mais evidente dos 08 aos 12 anos, idades em que as relações interpessoais e as comparações com outras crianças irão tornando-se predominantes, reaparecendo o “eu” como espelho da imagem que obtemos de nós mesmo na vida e nas trocas sociais.

    Para Conti e col. (2005) atualmente observa-se uma série de distúrbios nutricionais em adolescentes, caracterizados tanto pelo excesso quanto pelo déficit nutricional. Independentemente do gênero, os adolescentes preocupam-se com peso corporal e aparência, essa preocupação pode estar relacionada aos transtornos alimentares e obesidade.

    O uso de medidas antropométricas na avaliação do estado nutricional tem se tornado, embora com limitações, o modo mais prático e de menor custo para análise de indivíduos e populações, seja em ações clínicas, de triagem, ou mesmo em monitoração de tendências. (CONDE e MONTEIRO, 2006).

    O objetivo do presente estudo propõe-se a analisar a percepção da imagem corporal relacionada ao Índice de Massa Corporal (IMC) em escolares que se encontram na faixa etária de 08 a 11 anos da escola municipal Prof. Vanderlei Rosa de Oliveira na cidade de Campo Grande-MS.

Materiais e métodos

    O presente estudo caracterizou-se como sendo do tipo observacional de campo, envolvendo 113 escolares do ensino fundamental com idade entre 08 e 11 anos de ambos os sexos da escola municipal, Prof. Vanderlei Rosa de Oliveira na cidade de Campo Grande-ms.

    Conforme Carvalho e Col. (2005) o critério de participação da população investigada foram os indivíduos que estavam presentes no momento da coleta de dados e que se apresentaram dentro da faixa etária estipulada para essa pesquisa e que não apresente problemas orgânicos evidentes e/ou alterações no desenvolvimento, como retardo neuropsicomotor ou déficits sensoriais.

    Os dados antropométricos mensurados seguiram as recomendações sugeridas por Petroski (2003), sendo eles: peso corporal (medido em quilogramas) utilizou-se uma balança digital da marca Tech Line com capacidade 180 kg precisão de 100 g, com o avaliado mantido na posição ortostática, vestindo o mínimo possível de roupas, sem que lhe cause constrangimento, nesse caso os alunos estavam utilizando o uniforme da escola que consiste em camiseta e short.

    Para a estatura (medida em centímetros), utilizou-se uma fita métrica antropométrica fixada na parede a um metro do chão e precisão de 0,1 centímetros sendo que, o avaliado é mantido na posição ortostática, procurando deixar em contato as superfícies posteriores de calcanhar, cintura pélvica, cintura escapular e região occipital.

    O Índice de Massa Corporal (IMC) será calculado com o uso da fórmula Peso ÷ Estatura², sendo o peso dado em kilogramas e a estatura em metros. Para facilitar a realização das análises, os dados foram organizados em três classes sendo assim, baixo peso igual a baixo, normal igual à normal e excesso de peso e obesidade agrupados como elevado. Para a avaliação do IMC utilizou-se os critérios de referência (CONDE e MONTEIRO, 2006).

    Para análise da prevalência de insatisfação corporal, o questionário a ser respondido pelas crianças constitui da escala de silhuetas proposta por Tiggemann e Wilson-Barret (1998) a qual demonstrou ser acurada, com uma alta confiabilidade teste-reteste em crianças entre 08 e 11 anos de idade. Essa escala contém 9 (nove) silhuetas numeradas, com extremos de magreza e gordura com altura estável, é apresentada separadamente, segundo o sexo (Figura 1).

    A criança selecionava com um X a figura compatível com seu tamanho real, seguido da pergunta (com qual dos desenhos você mais se parece?) e logo em seguida selecionava com um circulo a figura ideal ou desejável, seguido da pergunta (com qual dos desenhos você mais gostarias de se parecer?).

    O grau de insatisfação com o corpo é dado pela diferença entre as figuras real e ideal, sendo que os valores podem variar de -8 a 8. Graus positivos indicariam que a criança desejava um corpo menor. A variável de insatisfação com o corpo será categorizada em dois estratos - satisfeitos e insatisfeitos.

    Serão consideradas satisfeitas todas as crianças que tiverem grau zero como resultado da diferença entre as figuras real e ideal na escala de imagem corporal.

Figura 1. Silhuetas para avaliação da imagem corporal

Fonte: Tiggemann e Wilson-Barret (1998)

    A coleta de dados foi realizada na sala de aula do próprio aluno cedida pela escola, primeiro foram realizadas as mensurações antropométricas e depois aplicado o teste de figuras de silhuetas explicando para toda a sala e depois percorrendo pela sala para tirar dúvidas dos alunos quando ao teste.

Apresentação e discussão dos resultados

    Os dados obtidos neste estudo são apresentados a seguir, na forma de tabela. Inicialmente, a tabela 1 apresenta os valores descritivos da população investigada, no que se refere às características antropométricas. Na tabela 2 estão expressos os valores absolutos e relativos do Índice de Massa Corporal e do nível de satisfação e insatisfação com a imagem corporal dos escolares.

Tabela 1. Características antropométricas (Média ± Desvio Padrão) de escolares com a idade 08 a 11 anos de uma escola pública de Campo Grande-MS. (n=113)

    De acordo com os dados da tabela 1, os escolares do sexo masculino e feminino apresentaram estatura idêntica nas duas faixas etárias de 8 a 9 anos, porém com pequena variação no desvio padrão, quanto ao peso médio os indivíduos com idade de 10 a 11 anos demonstraram diferença considerável entre meninos (42,1 ± 15,76) e meninas (36,5 ± 9,26), portanto é importante frisar que nesse período de suas vidas, o peso e a estatura adequados para meninos e meninas podem ser semelhantes.

    Apesar disso, as preferências e aspirações pessoais e sociais são diferentes entre os gêneros. Enquanto que os meninos estão em harmonia entre a preferência de ter corpo maior e a realidade (período de crescimento), as meninas, já em idade precoce, enfrentam o conflito entre a preferência de serem mais magras em contradição com as mudanças físicas, segundo Thiches e Giugliane (2007), relatam ainda que a insatisfação corporal é um problema que afeta ambos os sexos, embora de formas e períodos diferentes e, portanto, deve-se conceituá-los e analisá-los separadamente.

    Maestri e Fiamoncini (2006) apresentaram dados em que meninos e meninas têm maior número de seus representantes na faixa adequada de peso, houve também diferença significativa aos 10 anos, onde os meninos apresentam média de peso muito superior às meninas. Dados esses que corroboram com o presente estudo, onde se verificou que os meninos de 10 a 11 anos apresentaram peso superior (42,1 kg) ao das meninas (36,5 kg). Este fato pode ser explicado pela minoria das meninas estarem abaixo do peso adequado, contrapondo aos meninos, mais do que o dobro, na mesma faixa etária com peso acima do adequado. Verificou-se ainda que do total da população investigada apenas 1% estava abaixo do peso.

    São características marcantes dessa idade, conforme Barbosa (2004), as alterações físicas, perda de feições infantis, aumento das proporções físicas com crescimento anual de até 10 cm e ganho de peso de até 9,5 kg, comportamento crítico e questionamento das autoridades, busca de autonomia e início dos conflitos com o mundo adulto.

    Portanto, Gallahue, (2003) considera que o início da adolescência é marcado por um período de aumentos acelerados tanto no peso quanto na estatura, devido à base genética que varia consideravelmente de indivíduo para indivíduo. O genótipo de um indivíduo controla o aparecimento, a duração e a intensidade do surto de crescimento, enquanto o fenótipo influencia o potencial de crescimento.

    Em relação ao Índice de Massa Corporal observa-se, quando considerada a média da população investigada, tanto os meninos quanto as meninas, são classificados na classe normal, independe da faixa etária, demonstrando assim que a maioria dos escolares apresenta um IMC normal, conforme critérios de referência de Conde e Monteiro (2006). O presente estudo veio ao encontro da maioria dos resultados relatados pela literatura, pois os investigados obtiveram os mesmo resultados, tendo 74% dos meninos 70% das meninas Índice de Massa Corporal (IMC) normal.

Tabela 2. Valores absolutos e relativos do Índice de Massa Corporal e do nível de Satisfação/Insatisfação com 

a imagem corporal de escolares com a idade 08 a 11 anos de uma escola pública de Campo Grande-MS (n = 113)

    Na tabela 2 verificou-se que a maioria dos meninos apresentou Índice de Massa Corporal (IMC) normal (74%), índice baixo apenas 1% e elevado 25%, sendo que as meninas apresentaram índices próximos aos dos meninos, com 70% normais, 1% baixo e 29% elevado.

    Porém, quando analisamos os níveis de satisfação com a imagem corporal (IC), entendendo que a imagem do corpo é a figuração de nosso corpo formado em nossa mente, ou seja, a maneira que o corpo apresenta para nós (GIODARNI, 2006). Temos diferenças importantes entre ambos os sexos, sendo que 42% dos meninos se encontram satisfeitos com sua IC, apesar de que pelo IMC 74% deles se encontram dentro da normalidade, 23% dos meninos insatisfação pelo seu baixo peso, porém pelo Índice de Massa Corporal, apenas 1% se encontra na classificação baixo e 35% se mostraram insatisfeitos pelo excesso de peso o que diverge dos resultados de IMC, onde 25% estão acima dos valores esperados.

    Quanto às meninas, 30% se encontram satisfeitos com sua IC, apesar de que pelo IMC 70% deles se encontram dentro da normalidade, 23% delas afirmaram estar insatisfeitos pelo seu peso baixo, porém pelo Índice de Massa Corporal, apenas 1% se encontram abaixo do esperado e 47% disseram estar insatisfeitos pelo excesso de peso o que diverge dos resultados de IMC, onde 29% estão acima índices esperado.

    Considerando que os homens tendem a subestimar suas dimensões corporais, independente do IMC que apresentem, Kakeshita e Almeida (2006) afirmam que uma das possíveis causas dessa subestimação poderia ser a negação do próprio estado nutricional.

    Estudos realizados na Austrália, Croácia, Inglaterra, México, Suíça e Estados Unidos, observaram prevalências que, embora diferentes entre si, eram altas. Os autores Ricciardelli e McCabe citado por Triches e Giugliane (2007) demonstraram que, entre as meninas, 28 % a 55% queriam ser mais magras e 4% a 18% queriam engordar. Já entre os meninos, 17% a 30 % queriam emagrecer e 13% a 48 % desejavam um corpo maior. Em comparação, o presente estudo observou prevalência dentro desses patamares, embora o número de meninas que queriam engordar, ou serem maior, tenha sido mais elevado (23%), e o de meninos que desejam emagrecer, ou serem menores também (35%).

    O estado nutricional mostrou ser o fator mais fortemente associado com insatisfação com o corpo. Verifica-se que as crianças que têm obesidade e ou risco de obesidade, são as que possuem os maiores índices de insatisfação corporal. Estudos têm mostrado que, com o aumento do peso para a estatura, há um aumento na insatisfação corporal. (TRICHES e GIUGLIANE, 2007).

    No entanto, cabe lembrar que o valor elevado de Índice de Massa Corporal (IMC) não representa necessariamente obesidade, caracterizada pelo excesso de gordura corporal. Podem refletir as alterações na composição corporal relacionada tanto ao aumento de massa magra quanto da massa gorda, características da puberdade. (CONTI e COL., 2005)

    Concordando com a literatura, as meninas são mais prováveis de relatarem insatisfação com o corpo do que os meninos. Além disso, elas preferem ser mais magras, enquanto os meninos querem corpo maior, não significando o desejo de ter mais gordura corporal, mas sim, porte atlético (TRICHES e GIUGLIANE, 2007).

    Para Conti e col. (2005) a associação entre excesso de peso e insatisfação por áreas corporais foi constatada na literatura. Os registros científicos apontam que a insatisfação corporal para o gênero feminino se expressa de forma mais acentuada quando comparada ao masculino, sendo esse fato também observado no presente estudo. Sendo que 47% das meninas e 35% dos meninos estão insatisfeitos pelo excesso de peso.

    Conforme Carvalho e Col. (2005) especialmente num contexto em que o corpo magro, esbelto, é valorizado e as roupas da moda são confeccionadas em tamanhos pequenos, este incômodo parece ser maior e vivenciado com sentimentos de raiva, angústia, culpa. Associadas a estes, encontram-se preocupações com a saúde, visto que, tem sido amplamente divulgado, nas diversas modalidades da imprensa, o crescente aumento da obesidade entre a população em geral e, em especial, entre crianças e adolescentes e os riscos de se desenvolver doenças como hipertensão, diabetes tipo II, além de problemas na coluna e articulações, sobretudo de membros inferiores.

    Finalmente, os dados do presente estudo mostraram a adequação dos métodos utilizados para o estudo da percepção da imagem corporal e, além disso, sua utilização para mostrar diferenças na percepção dependentes dos valores de IMC apresentados pelos sujeitos.

Considerações

    O objetivo deste estudo foi analisar a percepção da imagem corporal relacionado ao Índice de Massa Corporal (IMC) em escolares, utilizando o questionário de silhueta, que proporcionou um entendimento sobre percepção que esses escolares possuem do seu próprio corpo.

    Verificou-se que tanto meninos (74%) quanto meninas (70%), foram classificados como normal (eutróficos) em relação ao resultado do IMC, mas quando foi analisado a satisfação com a imagem corporal, meninos e meninas demonstraram insatisfação com a auto-imagem. Isso nos leva a considerar que a insatisfação com o corpo, mesmo em crianças com o IMC adequado, faz com que haja preocupação excessiva com o próprio corpo já em idade muito precoce, pois o IMC nem sempre retrata a forma como essas crianças se percebem.

    Recomenda-se que as escolas destinem espaços a uma equipe de saúde interdisciplinar juntamente com o professor de Educação Física responsável também pela saúde dos seus alunos, com objetivo de desenvolver atividades profiláticas, tais como palestras e seminários voltados para a conscientização da percepção pessoal e social destes alunos, buscando diminuir as pressões, muitas vezes, impostas pela mídia.

    No entanto, os dados gerados por este estudo poderão servir para alertar pais, educadores e profissionais de saúde para alta prevalência de insatisfação com o corpo entre crianças e pré-adolescentes e para a necessidade de estratégias que visem à maior satisfação das crianças com o seu corpo.

Referências

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