Método de avaliação do CM. Aplicação destinada à ambientes de treinamento desportivo Método de evaluación del CM. Aplicación destinada a entornos de entrenamiento deportivo Evaluation method of CM. Application for the sports training environments |
|||
*Faculdade de Educação e Arte Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP) São José dos Campos, SP **Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá (FEG) UNESP Guaratinguetá, SP ***Faculdades Integradas de Botucatu FIBS/UNIFAC – Botucatu, SP |
Rodney Kotesky* Aridmir Luis de Oliveira* Ronaldo Marques da Fonseca* Adriano Percival Calvo** Ágatha Yoko Yassue Hamanaka*** (Brasil) |
|
|
Resumo Introdução e objetivo: Este estudo propõe uma avaliação simples e com uso de ferramentas domésticas para avaliação de equilíbrio dinâmico por meio de variação subjetiva do centro de massa. Portanto, tal método foi utilizado para comparar a variação do CM de atletas e não atletas de voleibol no fundamento ataque. Método: Participaram do estudo oito jogadores profissionais de voleibol, formando o grupo profissional (GP); e oito pessoas que jogam voleibol esporadicamente, formando o grupo não-profissional (GNP). Suas imagens foram capturadas simultaneamente por quatro câmeras enquanto realizavam a tarefa. A partir destas imagens foi possível selecionar os frames de cada câmera do momento em que o participante tocasse a bola no ataque do voleibol e realizar as análises dos dados. Foram calculadas as variações do CM de cada participante em três eixos diferentes do plano cartesiano (i.e. x, y, e z). Resultados: As análises dos resultados indicaram que o GP apresenta menor variação do CM no sentido vertical comparado ao GNP (t<0,01). Conclusão: Portanto, este procedimento de avaliação do CM mostrou-se eficiente, de fácil manuseio, com reduzido recurso humano e baixo custo para a sua aplicação, principalmente em ambientes desportivos. Unitermos: Centro de massa. Equilíbrio dinâmico. Voleibol.
Abstract Introduction and objective: This study proposes an assessment simply with use of domestic fools for evaluation of dynamic balance by means of subjective variation of the mass center. Therefore, this method was used to compare the rate of CM of athletes and non-athletes in volleyball ground attack. Method: The study included eight professional volleyball players, forming professional group (GP), and eight people playing volleyball sporadically, forming the non-professional group (GNP). Their images were captured by four cameras simultaneously while performing the task. From these images it was possible to select the frames of each camera when the participant touched the ball on the volley attack and perform data analysis. We calculated the variations of the CM of each participant on three different axes of the Cartesian plane (x, y, z). Results: Analyses of results indicated that the GP has less variation of CM in the vertical direction compared to the GNP (t<0.01). Conclusion: Therefore, this evaluation procedure of the MC was efficient, easy to use, with limited human resources and low cost for its implementation, especially in sporting environments. Keywords: Dynamic balance. Volleyball. Center of mass.
|
|||
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 158 - Julio de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
1 / 1
Introdução
Ao longo dos tempos o voleibol tem sofrido alterações nas regras do jogo, o que contribuiu para um jogo mais rápido, exigente e espetacular. Os fundamentos que compõem este jogo são: saque ou saque com salto, recepção, levantamento, cortada, bloqueio e deslocamento rápido para efetuar a defesa1. Além disso, o voleibol tornou-se uma modalidade esportiva que exige jogadores com biotipos cada vez mais altos e fortes9.
Os movimentos dos jogadores para realizar os fundamentos dependem da velocidade, da resistência muscular localizada, da potência de força e do raciocínio rápido5. A combinação dessas capacidades físicas são visíveis nos esforços de curta duração e de intervalos com repouso ativo durante os jogos11,8.
Quando observamos o salto, vemos as ações de esforço máximo ou submáximo, pois a maior parte dos movimentos requer força explosiva. O salto (no caso dos saques saltados) é realizado após um lançamento próprio ou após um passe, de um companheiro de equipe (no caso de ataques). Isto facilita a realização de contra-movimentos e a utilização dos braços como meios auxiliares ao aumento da impulsão vertical, com a fase de vôo sub-dividida em aceleração e desaceleração2. Esse fundamento é tão exigente do ponto de vista físico que a força de reação vertical do solo na caminhada, é cerca de 120% da massa corporal total (i.e. peso) na fase de apoio e na etapa de impulsão, sendo necessário um calçado apropriado para amortecer o impacto7.
Uma das capacidades físicas envolvidas no jogo de voleibol é o equilíbrio. O equilíbrio pode ser estático, dinâmico ou recuperado3, e está presente no voleibol nas três formas diferenciadas. Na preparação para recepção de um saque por meio do equilíbrio estático, no ataque por meio do equilíbrio dinâmico e ou manter-se em postura de prontidão após uma queda ao buscar uma bola quase perdida por meio do equilíbrio.
Associado a essa capacidade física está o Centro de Gravidade (CG). O CG é um ponto imaginário de aplicação da força gravitacional, quando o campo gravitacional tem o mesmo valor em qualquer posição, significa que o centro de gravidade coincide com Centro de Massa (CM). Para manter-se equilibrado, o indivíduo deve manter o CM entre os pontos de apoio de seu corpo, assim, o sistema como um todo se encontra em equilíbrio. Portanto, avaliar o comportamento do CM é importante para entendermos o comportamento postural do jogador6.
Para avaliação do CM podemos associar duas técnicas simples e o uso de equipamentos e softwares de uso doméstico. A primeira técnica é o Simetrógrafo. O simetrógrafo é um instrumento avaliar assimetrias e desvios posturais por meio da observação corporal sobre um plano cartesiano bidimensional quadriculado, mais conhecido como esquadria4. A segunda técnica é o cálculo do CM a partir das medidas dos segmentos corporais obtidos com o uso de um plano cartesiano bidimensional como referência6. Portanto, parece possível associarmos estas duas técnicas de avaliação numa situação de movimento dinâmico para estimar o equilíbrio dinâmico do indivíduo.
Várias ciências dos desportos buscam inovações tecnológicas que proporcionam um melhor entendimento e condução de processos de treino com objetivo de aperfeiçoar o rendimento esportivo e, conseqüentemente, contribuem para a própria evolução da estrutura do jogo. No entanto, as técnicas que estão sendo desenvolvidas geralmente são onerosas. Em virtude disso, inúmeros técnicos e suas comissões são limitadas a utilizá-las em seus treinamentos com seus atletas. Portanto é importante que metodologias de avaliação tenham um custo acessível para que os profissionais possam usá-las. Desta forma, torna-se importante que novos métodos de avaliação sejam criados e divulgados para atingir um público da área desportiva envolvida com a prática da modalidade esportiva, entre elas, a avaliação de equilíbrio dinâmico.
Método
Procedimento ético e participantes
Os procedimentos utilizados no presente estudo foram submetidos ao Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Pesquisa & Desenvolvimento (IP&D) da Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP), para avaliação, e foi posteriormente aprovado sob o protocolo nº H51/CEP2010 conforme as diretrizes e normas regulamentadas para pesquisas envolvendo seres humanos, segundo a resolução nº 196 de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde (CNS) do Ministério da Saúde – Brasília/DF do Brasil.
Participaram deste estudo 16 adultos saudáveis e destros do sexo masculino aproximadamente 20 anos de idade. Oito desses participantes são atletas profissionais de voleibol da cidade de São José dos Campos e formaram o Grupo Profissional (GP), os outros oito participantes são jogadores esporádicos de voleibol que não receberam nenhum treinamento específico para a modalidade esportiva e formaram o Grupo Não-Profissional (GNP).
Materiais
De maneira geral, foram necessárias para avaliação quatro filmadoras digitais de uso doméstico e quatro tripés para filmadoras, postes para redes de voleibol profissional, rede de voleibol profissional, bolas de voleibol tipo 5.0. Foram necessários ainda, computador equipado com software para captura de imagens de vídeo (ImageGrab 4.2.0 En), e sua conseqüente manipulação, e do software planilha de dados Excel Microsoft Office 2003 para inserção e tratamento dos dados coletados.
Tarefa e set-up para coleta de dados
Os participantes realizaram três tentativas válidas para realização do ataque frontal e paralelo do voleibol próximo à rede enquanto foram filmados por quatro câmeras simultaneamente. Tentativas nas quais os participantes não interceptassem a bola ou realizassem um ataque diferente do exigido da tarefa motora avaliada foram descartas. Foi permitido ao participante executar outra tentativa da tarefa para cada tentativa falha.
A coleta de dados foi realizada numa quadra poliesportiva com os postes e a rede de voleibol dispostos conforme as regras para equipes sub-21 (ref. Regras oficiais do voleibol). Quatro filmadoras digitais de uso doméstico foram conectadas aos seus respectivos tripés ajustados e alinhados ao solo a altura de 1,85 metros. Tas filmadoras foram calibradas para capturas imagem sem o recurso de zoom e posicionadas na quadra de voleibol a distância de 4,5 metros do alvo de captura (Figura 1). O alvo de captura é o local de realização da postura específica da tarefa motora que está sendo avaliada, isto é, a fase de vôo do ataque do voleibol no momento do contato do atleta com a bola.
Figura 1. Representação da visão superior do set-up de coleta de dados numa quadra de voleibol. O participante realiza a tarefa motora no Campo de Ataque
Tratamento dos dados
Após transferências das imagens coletadas para o computador, foram selecionados os frames/quadros do momento de contato entre cada participante com a bola durante o ataque próximo à rede, pelas quatro câmeras. Em seguida, por avaliação observacional do gesto motor, foi selecionado vídeo que possuía a melhor tentativa das três realizadas pelo participante para tratamento dos dados e análise estatística. Em cada tentativa, o primeiro frame que continha a imagem de contato do participante com a bola foi selecionado para o tratamento e análise dos dados, em cada uma das quatro câmeras.
É inserida em cada frame selecionado, uma esquadria (i.e. um plano quadriculado), similar ao utilizado para avaliação por Simetrógrafo, com 0,25 cm de lado em cada célula da esquadria feito por um software de produção de imagens doméstico, como uma das ferramentas do Microsoft Office chamado Auto-formas. O método de alinhamento da esquadria nos frames foi necessariamente o mesmo em todas as imagens.
Para realização das análises, as variáveis foram classificadas em três categorias por questões didáticas: (i) variáveis reais; (ii) variáveis subjetivas, e (iii) variáveis de comparação. No entanto, apenas as variáveis de comparação foram submetidas às análises estatísticas inferenciais.
Nas variáveis reais, para o cálculo do CM Real por segmentos corporais é necessário apenas duas imagens: uma com visão lateral, e outra com visão sagital. Localiza-se o par ordenado do ponto médio para cada segmento corporal. Assim, nas imagens com visões frontais e posteriores determina-se o par ordenado x e y; e nas imagens com visões laterais determina-se o par ordenado y e z. Em virtude da habilidade motora em questão não permitir que todos os segmentos corporais estejam visíveis no frame no momento em que o indivíduo atinge a bola devido à sobreposição de segmentos corporais, faz-se o uso dos outros frames selecionados das visões inversas à visão comprometida. Neste estudo, foi padronizado o uso das imagens das câmeras com visão lateral direita e frontal para o tratamento e análise dos dados, entretanto, os pontos médios dos segmentos corporais impossíveis de localizar foram substituídos pelos pontos das imagens das câmeras com visão lateral esquerda e posterior, respectivamente.
De acordo com Marchetti6, cada segmento corporal contribui com a localização do CM de maneira proporcional à sua dimensão. Desta forma, foi estabelecida uma tabela com os valores da contribuição de cada segmento corporal para o cálculo do CM em porcentagem (Quadro 1). Os valores dos pares ordenados são inseridos nesta tabela nos campos dos segmentos corporais: (i) na coluna horizontal, os respectivos valores encontrados no eixo x; (ii) na coluna vertical, os respectivos valores encontrados no eixo y; e (iii) na coluna profundidade, os respectivos valores encontrados no eixo z. As colunas restantes são preenchidas com os resultados da multiplicação entre o par ordenado pela respectiva porcentagem, assim, (i) na coluna % horizontal, é inserido o resultado entre a coluna horizontal pela coluna %; (ii) na coluna % vertical, é inserido o resultado entre a coluna vertical pela coluna %; e (iii) na coluna % profundidade, é inserido o resultado entre a coluna profundidade pela coluna % valores do: (i) CM Subjetivo Horizontal, (ii) CM Subjetivo Vertical, e (iii) CM Subjetivo Profundidade.
Quadro 1. Representação esquemática para o cálculo das variáveis reais6
O resultado do CM é conquistado pela soma dos valores encontrados na coluna %horizontal e depois divide-se por 100, sendo este resultado final inserido na última linha da coluna, e assim respectivamente para as colunas %vertical e %profundidade. A partir deste momento, entende-se o resultado de todos os cálculos realizados até o momento como sendo das variáveis: (i) CM Real Horizontal; (ii) CM Real Vertical; e (iii) CM Real Profundidade. Estes segmentos corporais contribuem respectivamente e proporcionalmente no Centro de Massa conforme Marchetti et al. (2007)9. Isto significa que a combinação desses pontos indica a posição real do Centro de Massa do participante da imagem selecionada.
Nas variáveis subjetivas, foi deduzidos os valores do Centro de Massa horizontal, vertical e profundidade como a região central próximo ao umbigo de cada participante idêntica ao CM estimado na posição ereta9, utilizando a esquadria como referência para os valores no momento de contato do participante com a bola. Com isso, foram obtidos os
As variáveis de comparação são calculadas pelo módulo da diferença entre as respectivas variáveis reais e subjetivas. Assim, teremos a (i) Variação na Altura do CM pela diferença entre as variáveis verticais, (ii) Variação Lateral do CM pela diferença entre as variáveis horizontais, (iii) Variação na Profundidade do CM pela diferença das variáveis profundidade.
Variáveis e análises estatísticas
Tendo em vista que os preceitos de homogeneidade, e homeostasticidade foram atendidos pelos dados tratados foram realizadas análises estatísticas inferencial paramétricas para comparações entre amostra independentes (i.e. entre grupos). Portanto, foi usado o t-student para amostras independentes, com índice de significância estatística com p<0,05.
As variáveis analisadas foram: (i) Variação Lateral do CM, que corresponde a variação do CM no sentido médio lateral do corpo; (ii) Variação da Altura do CM, que corresponde a variação do CM no sentido superior-inferior, e (iii) Variação da Profundidade do CM, que corresponde a variação do CM no sentido ântero-posterior.
Resultados e discussão
A análise dos resultados não indicou diferenças estatisticamente significativas entre GP e GNP em Variação Lateral do Centro de Massa e Variação da Profundidade do Centro de Massa (Gráfico 1). Esses resultados indicam que ambos os grupos têm capacidades similares em alinhar longitudinalmente o corpo em relação à bola e de alcançar ântero-posteriormente a bola para atacá-la.
Mais especificamente em relação a inclinações laterais, embora haja uma variação nas inclinações laterais dos troncos dos participantes, elas não são tão relevantes para o desempenho habilidoso da tarefa motora. Desta forma, mesmo que os participantes do grupo NP não tenham conseguido adotar uma postura alinhada, ainda assim conseguiram manter o equilíbrio dinâmico e mantiveram seu objetivo: atingir a bola. Podemos interpretar estes dados dentro dos estágios de aprendizagem motora propostos por Schmidt10. De acordo com este autor, existem três estágios de aprendizagem; (i) estágio verbal-cognitivo, onde os indivíduos têm que raciocinar muito para realização da tarefa e suas ações possuem erros básicos e freqüentes; (ii) estágio prático, há menos raciocínio para realização da tarefa e os erros diminuem exponencialmente; e (iii) estágio autônomo, onde há um raciocínio muito baixo sobre a tarefa e erros muito esporádicos, liberando a atenção do indivíduo para ajustes nos detalhes da ação motora. Levando estes estágios em consideração, e interpretando que o NP nunca recebeu treinos de voleibol, podemos entender que devido suas experiências motoras ao longo da vida, e devido ao repertório motor que tais indivíduos possuem, eles estariam enquadrados no estágio prático de aprendizagem motora. Resultando em erros grosseiros nos padrões habilidosos, mas ainda assim conseguindo atingir o objetivo proposto pela tarefa.
No caso do alinhamento ântero-posterior (i.e. variação da profundidade do CM), embora não haja diferença estatística na variação no CM na profundidade, o GP obteve resultados melhores que o GNP. Assim julgamos que esta diferença não seja preponderante para o resultado final, ou seja, para o desempenho habilidoso deste fundamento. É interessante notarmos que os atletas, permaneceram num equilíbrio dinâmico na fase área mais estável do que os não atletas. Isto significa que o GP possui maior domínio motor da tarefa, enquanto o GNP apresenta dificuldades em seu ajuste aéreo. Essa falta de ajuste pode comprometer sua posição em relação à bola (i.e. ficando mais longe, ou muito abaixo da bola), prejudicando o ataque e dificultando a aterrissagem do indivíduo. Além disso, esse desequilíbrio no eixo ântero-posterior pode levar o individuo não atleta a ultrapassar os limites da rede (i.e. numa situação de jogo, ele pode tocar na rede, apoiar-se na rede, invadir a quadra adversária por baixo da rede, entre outros), além de favorecer lesões na aterrissagem. No entanto, o tempo de prática não é o único fator para uma boa qualidade dos movimentos, a sua estruturação e organização devem ser avaliadas e moduladas para maximizando sua efetividade10.
Por outro lado, as análises dos resultados indicaram que há diferença estatisticamente significativa entre o GP e GNP na Variação da Altura do CM (t<0,01; GRÁFICO 1). Isso indica que as variações na percepção de sincronização do atacante com a bola em queda são imprescindíveis, conhecido popularmente como “tempo de bola”. Desta forma, julgamos que estimular alturas de bolas variadas no treinamento deste fundamento é muito importante. Com isso, os atletas têm condições de afinar seus timings antecipatórios para este fundamento, gerando proficiência autônoma. Além disso, entendemos que entre os atletas existe um padrão de altura estável ao saltar, enquanto os não-atletas ainda apresentam conflitos de seus timings antecipatórios e prejudicam seus saltos. Por isso apresentam variações significativas na altura de seus saltos a cada tentativa de abordar a bola
Gráfico 1. Médias e Desvios-Padrões das variações do CM em função dos grupos
* Diferença estatisticamente significativa
Quando associamos todos os resultados, percebemos que os fatores que mais desabilitam o grupo GNP em comparação ao GP são: (i) desestabilidade nos padrões de altura e no alcance ântero-posterior da bola. Num caso de treinamento, o técnico deve avaliar seu programa de treinamento para este envolva alta variabilidade de ações motoras para que o indivíduo desenvolva um amplo repertório para soluções motoras. Desta forma, deve-se focalizar neste fundamento o salto sincronizado para atingir bolas que venham de diversas direções e com variadas alturas, com o objetivo de tornar intrínseca a sincronização do salto com a bola, reduzindo a demanda de atenção do atleta para que ele possa focalizá-la na impulsão, força de ataque à bola, e posicionamento da bola na quadra adversária em função do bloqueio e da disposição de seus adversários, ou outras correções necessárias neste mesmo fundamento.
Conclusão
Foi verificado que existem diferenças no comportamento do CM entre atletas e não atletas; principalmente quanto à estabilidade no padrão de alturas desempenhos por eles. Isto significa que é possível analisar os padrões motores do ataque no voleibol com o uso do simetrógrafo para cálculo do CM por segmentos corporais utilizando imagens digitalizadas. Sugerimos que esta metodologia seja utilizada em situações práticas tendo em vista seu baixo custo e devido sua facilidade de manuseio. Desta forma, consideramos que há formas de realizar avaliações biomecânicas e comportamentais utilizando materiais de uso domésticos e atendendo os objetivos com qualidade, contribuindo com o desenvolvimento da área esportiva.
Referências bibliográficas
ARAUJO, J. B. Voleibol Moderno – Sistema Defensivo. Rio de Janeiro: Grupo Palestra Sport. 1984.
BRINER JUNIOR, W. W.; KACMAR, L. Corrimon injuries in volleyball. Sports Medicine, 1997, v. 24, n. 1, p. 65-7.
GOBBI, S., VILLAR, R., ZAGO, A, S. Bases Teórico-Práticos do Condicionamento Físico. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 2005.
LIMA, F.; RESENDE, S. Investigação de distúrbios posturais em escolares de seis a oito anos de uma escola em São José dos Campos, São Paulo. Revista Paulista de Pediatria – Sociedade de Pediatria de São Paulo. São Paulo, 2006, v. 24 (1), p. 45.
MAEHLER, E. I.; ACHOLIR JÚNIOR, A. As situações de placar e suas influências na execução de saque no voleibol. Revista Treinamento Desportivo, 2001, v. 6, n. 1, p. 44-52.
MARCHETTI, P; CALHEIROS, R.; CHARRO, M. Biomecânica Aplicada: uma abordagem para o treinamento de força. São Paulo, Phorte Editora, 2007.
MESSIER, S. P. Biomecânica da adaptação às modalidades. In: American College of Sports Medicine, Revinter, Rio de Janeiro, 1994, p. 22-26.
RODRIGUES, L. O. C.; VIMIEIRO-GOMES A. C.. Avaliação do estado de hidratação dos atletas, estresse térmico do ambiente e custo calórico do exercício durante sessões de treinamento em voleibol de alto nível. Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, 2001, 15(2): 201-211.
SARAIVA, L. M. B. Efeitos múltiplos e multilaterais de um programa de treino de força geral no desenvolvimento das diferentes expressões de força: Um estudo em Voleibolistas juvenis do sexo feminino. Dissertação de Mestrado Ciências do Desporto, Universidade do Porto, 2009.
SCHIMIDT, R. A.; WRISBERG, C. A. Aprendizagem e Performance Motora. Uma abordagem da aprendizagem baseada no problema. 2ª ed. Porto Alegre: Editora Artmed, 2003.
STANGANELLI, L. C. R. et al. Análise da Freqüência Cardíaca de jogo em atletas de voleibol infanto-juvenil: de acordo com funções específicas. Treinamento Desportivo, 1993, v3 (2): 44-51.
Outros artigos em Portugués
Búsqueda personalizada
|
|
EFDeportes.com, Revista Digital · Año 16 · N° 158 | Buenos Aires,
Julio de 2011 |