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Trabalho e saúde: fatores de risco relacionados 

aos profissionais da tecnologia da informação

Trabajo y salud: factores de riesgo relacionados con los profesionales de tecnlogía de la información

Work and health: risk factors related to information technology professionals

 

*CEGI: C&I – UTFPR – Ponta Grossa
**PPGEP – UTFPR – Ponta Grossa

Curso de Especialização em Gestão

Industrial: Conhecimento e Inovação

(Brasil)

Dante Luís Pereira* | Prof. Dr. Luiz Alberto Pilatti**

Everaldo Veres Zahaikevitch* | Marcos Nicacio Fascina*

José Carlos da Cruz*

dantepelego@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O profissional da tecnologia da informação (TI) constitui uma das categorias de profissionais que se encontram em risco relativo à saúde física e mental. No Brasil, as doenças mais comuns em profissionais do ramo da informática, são LER e DORT, que são afecções do aparelho locomotor provocadas pela sobrecarga de um grupo muscular e ocorre devido à utilização biomecânica incorreta destes, movimentos rápidos e repetitivos, pressão constante por produtividade, jornada prolongada, além de tarefas fragmentadas, monótonas, que acabam resultando em dor, queda do desempenho no trabalho, fadiga e incapacidade funcional temporária. Diversos são os fatores que estão relacionados com o rendimento de profissionais ligados à informática, dentre eles, o estresse, estilo de vida, tabaco, álcool, alimentação e atividade física. Portanto é fundamental se preocupar com a prevenção do trabalhador, a qual se dá através da ergonomia e a realização de pausas frequentes, controle do estresse, alterações no estilo de vida, evitar hábitos como fumar e beber, consumir apenas alimentos saudáveis e com baixo teor calórico, e o principal, praticar atividades físicas regulares.

          Unitermos: Profissionais da TI. Trabalho. Saúde.

 

Abstract

          The provider of information technology (IT) is one of the categories of professionals who are at risk on the physical and mental health. In Brazil, the most common diseases in the field of informatics professionals, and are DORT LER, which are disorders of the locomotor system caused by overloading a muscle group and due to incorrect use of biomechanics, rapid movements and repetitive, constant pressure for productivity, long journey, and fragmented tasks, monotonous, that result in pain, decrease in work performance, fatigue and temporary disability. There are several factors that are related to the performance of computer related professionals, among them stress, lifestyle, smoking, alcohol, diet and physical activity. Therefore it is fundamental to worry about preventing the worker, which is through the implementation of ergonomics and frequent pauses, stress management, changes in lifestyle, avoiding habits like smoking and drinking, eating only healthy foods and low calorie, and the main, regular physical activities.

          Keywords: IT Professional. Labor. Health.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 158 - Julio de 2011. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    Com a popularização dos computadores a palavra informação ganhou um significado mais digital. Esta popularização e evolução destas áreas fazem com que as pessoas fiquem cada vez mais sentadas na frente dos computadores, preocupando-se menos com a saúde física e mental (VALLE, 1996).

    O profissional da Tecnologia da Informação (TI) constitui uma das categorias de profissionais que se encontram em risco relativo à saúde física e mental. O estudo do impacto do trabalho sobre a saúde dessa categoria é um grande desafio, uma vez que a área de informática incorpora novas tecnologias de forma dinâmica e ininterrupta e envolve uma categoria de profissionais que se encontra “pulverizada” entre empresas de diferentes ramos da atividade econômica.

    De acordo com Nahas (2001) a saúde classifica-se como dois pólos sendo um positivo e o outro negativo. A saúde positiva se caracteriza com uma vida satisfatória e confirmada com a sensação do bem estar geral, a saúde negativa com a doença e, no seu extremo, com a morte prematura.

    Um dos problemas que mais tem afetado as empresas são os distúrbios na saúde dos trabalhadores, sendo na maioria das vezes, ocasionados devido a uma organização do trabalho que envolve tarefas repetitivas, pressão constante por produtividade, jornada prolongada além de tarefas fragmentadas, monótonas que reprimem o funcionamento mental do trabalhador, esses distúrbios trazem como conseqüência dor e sofrimento para os trabalhadores e para os empresários trazem onerosas despesas com assistência médica e pagamento de seguros (NAHAS, 2001).

    Portanto este artigo tem o objetivo de levantar as informações bibliográficas, referentes ao trabalho realizado pelo profissional da TI e os principais fatores de risco relacionados à saúde destes trabalhadores.

2.     Referencial teórico

2.1.     Estresse

    Conforme Rodrigues (2002), o termo estresse no campo da física significa grau de deformidade que uma estrutura sofre quando é submetida a um esforço. Nahas (2001) ressalta que essa adaptação se dá devido ao efeito regulador do sistema hormonal e nervoso como resposta para o restabelecimento da harmonia no organismo.

    Situações de estresse provocam reações no sistema nervoso simpático, levando a secreção de hormônios, principalmente adrenalina (epinefrina) e a norepinefrina, esses hormônios entram na corrente sanguínea alterando reações bioquímicas e funções orgânicas, com isso, a pressão arterial e freqüência cardíaca aumentam, a energia é mobilizada para os músculos e o tempo de coagulação do sangue diminui, se o estresse for muito freqüente poderá haver como conseqüência problemas à saúde (Sharkey, 2008).

    A reação do organismo diante destes estímulos gera um conjunto de modificações (Síndrome Geral de Adaptação) que se constituem em três fases: fase de alerta; fase de resistência e fase de exaustão (Sharkey, 2008).

    Segundo Nahas (2001), se o estresse continuar e entrar na fase de exaustão ocorrerá uma queda no mecanismo de defesa do organismo, ocasionando doenças como: úlceras digestivas; hipertensão arterial; derrames cerebrais; infartos agudos do miocárdio; câncer; depressão; distúrbios nervosos; artrite; alergias; dores de cabeça.

    Corroborando Rodrigues (2002) afirma que a maioria das doenças ocupacionais, tem uma correlação com o estresse, pois o desgaste que as pessoas são submetidas no ambiente e nas relações com o trabalho, é um dos fatores na determinação de doenças, dos mais significativos.

    O profissional da TI vive constantemente em níveis exacerbados de estresse, pois o futuro da empresa está em suas mãos. Tal responsabilidade em cima do trabalhador causa um acúmulo imenso de preocupações e inquietações, o que de certa forma explica o nível elevado de estresse nessa profissão.

    Segundo Nahas (2001) e Sharkey (2008), embora seja impossível viver sem o estresse, seu excesso é que pode causar os danos físicos e emocionais, podendo intervir na vida diária resultando na perda de produtividade e afetando o relacionamento interpessoal.

    Apesar de o estresse fazer parte da rotina do profissional da TI, certos hábitos contribuem para que o mesmo não influencie no rendimento do trabalho. Dentre estes hábitos destaca-se a necessidade da realização de atividades físicas regulares, pois além do fator relaxante que a atividade proporciona, auxilia diretamente em todos os mecanismos fisiológicos do corpo humano.

    De acordo com Sharkey (2008), a atividade física moderada e regular minimiza os efeitos do estresse, pois esta é relaxante, age contra a tendência de formar coágulos no sangue e protege o sistema imunológico, além de tudo a atividade física moderada é eficaz na redução da tensão, tanto quanto um tranqüilizante, sendo que o efeito do exercício é mais duradouro.

2.2.     Ler/Dort

    A LER e DORT fazem parte das doenças mais comuns em profissionais do ramo da informática, são afecções do aparelho locomotor provocado pela sobrecarga de um grupo muscular, tem maior incidência nos membros superiores e ocorre devido à utilização biomecânica incorreta destes, que resultam em dor, queda do desempenho no trabalho, fadiga e incapacidade funcional temporária que podem levar a síndrome dolorosa crônica, onde uma das causas apontadas para o aumento dessas afecções é a modernização do trabalho com características de atividades fragmentadas, repetitivas, monótonas, realizadas em curto ciclo de tempo com ritmo de trabalho imposto pela máquina ou padrão de produtividade (COUTO, 2004).

    No Brasil os trabalhadores que mais apresentam o diagnóstico de DORT e LER, são os profissionais da TI por exercerem tarefas, sempre na mesma função e terem movimentos rápidos e repetitivos, no entanto a incidência no sexo feminino é maior devido a questões hormonais, dupla jornada de trabalho, falta de preparo muscular para algumas tarefas e aumentado do número de mulheres no mercado de trabalho (PRZYSIEZNY, 2000).

    A cura da DORT e LER são mais complicados após atingir fases moderadas da doença, portanto necessário se faz, que os empresários tomem medidas preventivas para impedir a evolução do quadro clínico dos trabalhadores que já manifestaram os sintomas e prevenir os que ainda não manifestaram, a primeira medida que deve ser tomada em um programa de prevenção é analise dos fatores de risco, para que estes sejam controlados (BARREIRA, 2004).

    Segundo Couto (2004) é importante pausas tanto ativa como passiva como meio de prevenção, pois em um de seus estudos com profissionais de TI concluiu que a pausa ativa diminuiu significativamente o índice de fadiga periférica.

    Uma das estratégias que as empresas deveriam adotar é o uso da ginástica laboral, a qual Nahas (2001) define como uma atividade física praticada no local de trabalho de forma voluntária e coletiva pelos funcionários na hora do expediente, podendo ser preparatória quando realizada no início do expediente ou compensatória quando realizada no meio do expediente.

    É evidente que uma empresa que espera atingir seus objetivos comerciais, deve em primeiro lugar se preocupar com a saúde dos trabalhadores, profissionais que desempenham suas funções durante um longo período, em posição sentada tem grande probabilidade de ser acometido por doenças ocupacionais, para prevenir que isto venha a acontecer, Dias (1994) coloca que a ginástica laboral é composta por exercícios específicos de curta duração, realizados no próprio local de trabalho, atuando de forma preventiva e terapêutica, visando despertar o corpo, e reduzir acidentes de trabalho, prevenir doenças por traumas cumulativos, corrigir vícios posturais, aumentar a disposição para o trabalho, promover integração entre os funcionários e evitar a fadiga gerada pelo trabalho.

2.3.     Estilo de vida

    O estilo de vida dos trabalhadores mudou muito da era agrícola para era industrial, passou de uma vida fisicamente ativa para uma predominantemente sedentária, o que contribuiu para tamanhas mudanças sem dúvida foi a automação e a tecnologia dos computadores, que têm dispensado muitas vezes as tarefas físicas mais intensas, o que sob muitos aspectos, parecia ser uma benção, ameaça transformar-se em maldição, pois as enfermidades provenientes da falta de movimento estão cada vez mais freqüentes (NAHAS, 2001).

    Não se imaginava que, com a industrialização e a urbanização, ocorresse o aumento de casos de câncer, distúrbios mentais, afecções cardiovasculares, alterações das gorduras sangüíneas, problemas com drogas, álcool, doenças nutricionais e osteoarticulares, são vários os fatores que envolvem o aparecimento destas doenças, porém o sedentarismo e as tensões da vida moderna representam causas comuns a todas elas (COUTO, 2004).

    Conforme Sharkey (2008), os Centros para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) e o Colégio Americano de Medicina do Esporte relataram que aproximadamente, 250.000 vidas são perdidas por ano devido a um estilo de vida sedentário, sem dúvida, a falta de atividade física é considerada um fator de risco determinante para a saúde das pessoas, principalmente as pessoas que acometem estes riscos no ambiente de trabalho, onde o sedentarismo está relacionado com 37% das mortes de câncer, 54% dos óbitos por distúrbios cardiovasculares e 50% dos derrames fatais.

    Muitos trabalhadores passam horas em condições limitadas de movimento, principalmente profissionais de escritório e da informática, pois passam horas em pé frente a bancada de trabalho, e a maioria usa seu tempo livre de maneira passiva, com a televisão, internet e jogos eletrônicos. Com esse comportamento sedentário, provocam uma série de manifestações no sistema cardiovascular, sistema vegetativo e nas glândulas endócrinas, provocando doenças hipocinéticas (Nahas, 2001).

    Segundo Nahas (2001) a atividade física através do lazer é uma maneira que o homem moderno tem de compensar as horas de inatividade física no trabalho e vencer o desafio de tirar proveito dos avanços tecnológicos sem prejudicar a saúde, atualmente o SESI de Santa Catarina em parceria com o Núcleo de Pesquisa em Atividade Física e Saúde – NuPAF/UFSC lançou em 2000 uma cartilha com programa lazer ativo nas empresas com o objetivo de sensibilizar os trabalhadores que ficam sentados a frente de computadores, a realizar atividades de lazer que envolvam movimentos corporais.

    Apesar de vários estudos terem demonstrado a importância da atividade física para a saúde do trabalhador e da divulgação através da mídia desses benefícios, muitos trabalhadores ainda adotam hábitos sedentários, sejam eles no ambiente de trabalho ou nas horas em que dispõe do lazer. Valle (1990) realizou um estudo no município de São Paulo com uma amostra de 1.479 trabalhadores e verificou que 57% dos homens e 80% das mulheres não praticavam atividades físicas dando um total de 69,3% de trabalhadores totalmente sedentários. Couto (2004) desenvolveu um estudo em empresas de Santa Catarina e mostrou que 46,4% dos trabalhadores não realizavam atividade física de lazer.

    De acordo com Couto (2004) algumas empresas estão implantando programas de atividades físicas no local de trabalho, com o objetivo de estimular os trabalhadores para uma vida ativa, e com isso reduzir o absenteísmo por doenças e os custos com assistência médica, além de evitar falhas humanas e queda na produção.

    Corroborando, Sharkey (2008) afirma que o estilo de vida ativo é um importante determinante para a saúde das pessoas em geral, uma vez que funciona como um imã atraindo comportamentos saudáveis e eliminando comportamentos negativos tais como, hábito de fumar, consumo de álcool e alimentação desequilibrada.

2.3.1.     Hábito de fumar

    O fumo é o principal fator para o surgimento do câncer de pulmão, cerca de 90% dos casos desta neoplasia estão relacionadas ao cigarro, nove em cada dez vítimas foram ou são fumantes inveterados (NAHAS, 2001).

    Trabalhadores fumantes contraem cinco vezes mais gripes que os não fumantes e adoecem com mais freqüência, faltam mais ao trabalho e provocam mais acidentes de trabalho, se não bastassem estes fatores, o cigarro possui substâncias que subtraem vitaminas do organismo, entre as quais vitamina B1, que diminui em cerca de 30% e vitamina C, cujas reservas são reduzidas em torno de 50% aproximadamente (COSTA, 1994).

    Conforme Costa (1994), o trabalho diário onde o trabalhador permanece horas sentado e ainda tem o hábito de fumar, aumenta em até 50% o risco do trabalhador sofrer com úlceras, infarto do miocárdio, renite, asma, bronquites, enfisema pulmonar e uma série de outras enfermidades.

2.3.2.     Consumo de álcool

    A ingestão de álcool diminui os reflexos, a capacidade de julgamento, prejudicando o trabalho e pondo em risco a vida de pessoas, o mau uso do álcool causa 100.000 mortes por ano, incluindo quase a metade de todas as mortes de acidentes de trânsito, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas danifica o cérebro, o fígado, sistema imunológico e também é um dos fatores que contribui para o surgimento do câncer (SHARKEY, 2008).

    As empresas sofrem grande prejuízo com trabalhadores que ingerem grande quantidade de álcool, uma vez que estes costumam faltar ao trabalho, principalmente na segunda feira para curar intoxicação do final de semana, por sua vez, são mais lentos na execução das tarefas e mais introvertidos, prejudicando dessa maneira a produção, no entanto algumas empresas descobriram que é melhor investir em programas de reabilitação, pois em cada real investido no programa, há um retorno de sete reais sob a forma de aumento da produtividade com a redução do absenteísmo, redução de despesas médicas e o marketing com a imagem da empresa (FERRAZ, 2001).

    Ainda Ferraz (2001) coloca que no Brasil, mais de 400 empresas vem aplicando testes em seus funcionários para descobrir se esses consomem drogas, especialmente cocaína, anfetamina e álcool, companhias como a Shell, a Esso e a Caterpillar fazem exames anuais em todos os setores da empresa, especialmente em funcionários que trabalham no coração da empresa, ou seja, organização e análise de dados, para detectar e ajudar os dependentes químicos.

2.3.3.     Alimentação desequilibrada

    Alimentação da sociedade industrial é tipicamente calórica, baseada no consumo exagerado de carboidratos e comidas gordurosas, provocando pessoas com excesso de peso, no Brasil, de cada dez brasileiros adultos, quatro estão acima do peso (NAHAS, 2001).

    No Brasil aproximadamente 34% da população acima de 18 anos apresentam peso acima do esperado, e a maioria destes são trabalhadores, cujo seu trabalho não apresenta o gasto energético ao menos próximo da quantidade de calorias consumidas diariamente (ELL et al, 1999).

    Ainda Ell et al. (1999) realizou um estudo no Rio de Janeiro com 647 analistas de sistema e os resultados demonstraram que 26,7% deles apresentavam sobrepeso e 6,4% obesidade.

    No inicio da década de noventa foi introduzido uma proposta para a alimentação, enfatizando mais a ingestão de cereais integrais, frutas verduras. A dieta deve ser variada para garantir a ingestão dos principais nutrientes tais como as vitaminas, proteínas, carboidratos, gorduras, riboflavina, niacina, tiamina, cálcio e ferro (Nahas 2001).

    Conforme Koleva et al (2000), em seu estudo feito no leste europeu com 164 funcionários de uma indústria, no setor de tecnologia da informação, mostrou que 67% deles tinham uma dieta hipercalórica, 87,9% hiperlipídica e pobre em fibra. Sharkey (2008) afirma que pessoas com dieta pobre em fibras têm uma incidência maior de doenças cardíacas e câncer.

3.     Análise

3.1.     Estresse

    Causado pelo acumulo de problemas de diversas naturezas, é uma das doenças que atinge também os profissionais da TI. Nosso organismo, em situações de estresse, realiza uma descarga de adrenalina na corrente sanguínea, aumentando os batimentos cardíacos, ocorre a dilatação dos brônquios e a diminuição de vasos sanguíneos periféricos. Profissionais da TI com problemas de obesidade devem tomar bastante cuidado com o estresse. Para prevenir o estresse, basta realizar atividades físicas regulares, isso regula a pressão arterial e distrai a pessoa dos problemas cotidianos, não levar trabalho para o ambiente domiciliar, assuntos da empresa devem ser tratados apenas no local de trabalho, arrumar um hobby e tirar férias anuais, são medidas que previnem o estresse. O importante é fazer do trabalho algo prazeroso e não um motivo de sofrimento, afinal deve-se lembrar que o computador é o responsável pelo armazenamento e organização dos dados da empresa, porém sem o profissional capacitado tecnicamente e psicologicamente, ele não faz absolutamente nada.

3.2. Ler/Dort

    Lesões por esforços repetitivos ou doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho são as doenças mais comuns entre os usuários de computador. Os constantes movimentos repetidos sem repouso suficiente podem causar danos ao corpo, surgem então várias doenças que são chamadas de acordo com a localização da inflamação, essas patologias podem ser Tendinites (inflamação aguda dos tendões dos músculos flexores, comum nos punhos, cotovelos e joelhos), Bursite (inflamação da bursa, bolsa que contem um líquido que envolve os tendões e serve como amortecedor entre o músculo e o osso. Normalmente ocorre nos ombros, local onde existe a maior quantidade de bursa).

    A prevenção destas duas doenças (LER/DORT) se dá com intervalos entre as atividades, uso correto do computador (ergonomia), ginástica laboral, alongamentos, rodízios de atividades. É importante ressaltar que doenças por esforço repetitivo podem se transformar em doenças crônicas, afetando drasticamente os movimentos do membro, conjunto articular, que é afetado.

3.3.     Estilo de vida

    O estilo de vida está diretamente relacionado aos hábitos diários da pessoa e ao sedentarismo. O baixo gasto de calorias durante a semana é um problema que atinge grande parte dos profissionais da TI. Devido a maior interação que o computador proporciona comparado com a televisão, pode causar dependência psicológica. Pessoas viciadas em internet gastam muita parte do seu tempo utilizando um computador, isso faz com que não gastem muita energia com atividades físicas além de estarem sujeitas a outras doenças crônicas degenerativas. O sedentarismo aliado a hábitos como fumar e beber, além de uma alimentação inadequada, pode causar doenças, tais como, hipertensão arterial, diabetes, obesidade, ansiedade, aumento do colesterol, infarto do miocárdio, e diversos tipos de câncer. Para evitar o sedentarismo basta uma hora de atividade física diária, mas para isso é necessário uma grande força de vontade do trabalhador, realizar estas atividades após o término do trabalho ou mesmo antes de ir para o trabalho é uma das soluções. Evitar o uso de tabaco e álcool, realizar alimentações balanceadas são a chave do sucesso profissionalmente e socialmente.

4.     Conclusão

    É indiscutível que o computador agiliza e facilita o trabalho realizado em empresas, e o trabalho dos profissionais da tecnologia da informação é vital na vida da empresa, porém o uso da máquina aliado a rotina de trabalho deste profissional pode causar problemas relacionados à saúde. As principais causas de diversas doenças descritas nesse artigo é o uso ininterrupto e inadequado do computador, portanto, antes de se preocupar com a doença já instalada, deve-se visar à prevenção, a qual se dá com a ergonomia e a realização de pausas frequentes, controlar o estresse evitando falar de trabalho fora da empresa, ou trazer problemas da empresa para serem resolvidos nos momentos de lazer, e alterações no estilo de vida, dentre elas, evitar hábitos como fumar e beber, consumir apenas alimentos saudáveis e com baixo teor calórico, e praticar atividades físicas regulares. Com essas poucas medidas preventivas, diminui-se drasticamente a chance de desenvolver doenças ocupacionais, muitas destas doenças classificadas como crônicas degenerativas. Enfim conclui-se que a saúde da empresa, depende exclusivamente da saúde dos profissionais, portanto a empresa tem a obrigação de orientar estes trabalhadores e prestar um atendimento especial para aqueles que ficam horas sentados, como por exemplo, os profissionais da tecnologia da informação.

Referências

  • BARREIRA, T. H. C. Abordagem ergonômica na prevenção da LER. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, V. 22, n. 84, p. 51 – 59, out. /nov. /dez. 2004.

  • COSTA, J. B. D. O fumo no trabalho: riscos e problemas causados pelos fumantes dentro das empresas. Proteção, V. 6, n. 32, p. 40 – 42, ago. 1994.

  • COUTO, H. O. Postura correta é fundamental: a preocupação com a ergonomia começa a ganhar comitês especializados nas empresas. Revista Amanhã, Rio Grande do Sul, p. 26 – 30, 2004.

  • DIAS, M. F. M. Ginástica laboral: Empresas gaúchas têm bons resultados com ginástica antes do trabalho. Proteção, V. 6, n. 29. p. 24 – 25, mai. 1994.

  • ELL, E. et al. Perfil antropmétrico de funcionários de Banco Estatal no Rio de Janeiro. Caderno de Saúde Pública, V. 15, n. 1, p. 115 – 121, 1999.

  • FERRAZ, S. Droga no Trabalho: Empresas criam programas para detectar e ajudar os funcionários viciados em substâncias químicas. Veja, ano 34, n. 26, p. 100 – 106, jul. 2001.

  • GILBERT, J. M. O segredo da coluna Saudável: Siga os passos para uma vida sem dor. São Paulo: Gaia, 2009.

  • KOLEVA, M. et al. Nutrition, mutritional behavior, and obesity. Cent Eur. J. Public Health, V. 8, n. 1, p. 10 – 23, 2000.

  • NAHAS. M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida. Londrina: Midiograf, 2001.

  • PRZYSIZNY, W. L. Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho: um enfoque ergonômico. Revista Tecno-cientifica Dynamis. V. 8, n. 31, p. 19 – 34, abr./jun., 2000.

  • RODRIGUES. A. L. Estresse e trabalho: Aumenta a preocupação com o desgaste do trabalhador. Proteção. V. 4, n. 17, p. 38 – 41, jun./jul. 2002.

  • SHARKEY, B. J. Condicionamento Físico e Saúde, 4ª edição, tradução de Dornelles, M.; Petersen, R. D. S. Porto Alegre: Artmed, 2008.

  • VALLE, B. M. Tecnologia da informação no contexto organizacional. Rev.Ciência da Informação. Vol.25 nº 1, 1996.

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