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Aprendendo Matemática brincando

Aprendiendo Matemáticas jugando

 

Formado em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú. Sobral – CE

Pós-Graduando em Pedagogia do Movimento na Infância – UFRN

(Brasil)

João Paulo Vicente da Silva

paulosilvarn@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente artigo apresenta um relato de experiência no qual envolve o ensino da matemática e a brincadeira como possibilidade de participação e criatividade das crianças, integrando a aprendizagem e o lúdico, práxis essencial no processo pedagógico nos tempos hodiernos.

          Unitermos: Ensino da matemática. Ludicidade. Aprendizado.

 

Resumen

          Este artículo presenta una experiencia que implica la enseñanza de las matemáticas y el juego como una posibilidad para la participación y la creatividad de los niños mediante la integración de aprendizaje y el juego, práctica esencial en el proceso educativo en los tiempos actuales.

          Palabras clave: Enseñanza de las matemáticas. Ludicidad. Aprendizaje.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 158 - Julio de 2011. http://www.efdeportes.com/

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    A vivência foi desenvolvida com 10 (dez) crianças na faixa etária entre 08 e 11 anos, turma “A” vespertino do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI: Pólo Monte Castelo. Sito: Rua da Aurora, 822, Monte Castelo, Parnamirim-RN.

    A proposta de trabalho é fundamentada na promoção e na garantia do atendimento aos direitos humanos de crianças e adolescentes explorados pelo trabalho infantil, oportunizando a inserção à escola e a participação em oficinas educativas, culturais, esportivas e de lazer, realizadas através da jornada ampliada que acontece em horário complementar da escola.

    Existem projetos de reuniões com as famílias das crianças, palestras com os alunos, junto a outros estudos, reconstruindo conceitos, para melhor entendê-los e buscar alternativas para possíveis intervenções no sentido de melhorar o desempenho escolar e sua formação como cidadão.

    Foi possível perceber que alguns alunos apresentam um perfil psicológico de grande carência, seja afetiva ou material, no qual se faz necessário uma proposta de educação lúdica buscando suprir tal situação.

    A posição socioeconômica das famílias das crianças é 95% de assalariados e 05% é de classe média baixa. É importante salientar que muitas dessas famílias vivem de planos assistenciais do governo.

    Nota-se que a classe tem interesse por jogos com bolas tipo: queimada, futebol, vôlei, handebol, brincadeiras com pipa, pião, uno, tica-tica e pular corda.

    As crianças apreciam atividades coletivas, observando com atenção os colegas questionando e comentando situações durante as tarefas propostas.

    O ponto de partida para a realização desta vivência foi uma observação especifica aos conteúdos da matemática, no qual as crianças sentem dificuldades em aprender através das atividades de sala de aula. Nesse sentido, houve a necessidade de mudança de postura a respeito das estratégias e metodologias. Sendo assim, resolvi trabalhar a matemática com um novo olhar, envolvendo a brincadeira e o lúdico com os conteúdos matemáticos, mudando a visão de que a matemática é um “bicho de sete cabeças” para a maioria das crianças desta instituição.

    O objetivo desta atividade é desenvolver formas de relacionar os conteúdos da matemática e o movimento corporal, buscando ampliar os conhecimentos das crianças nos aspectos cognitivos, corporais e a socialização em grupo, estimulando e motivando a criança aprender a resolver problemas de adição, multiplicação, subtração e divisão através da brincadeira e do lúdico, usufruindo da sua criatividade, raciocinando e interagindo com outro.

    Como enfatiza Pontes & Capistrano (2005, p. 33). “É esse corpo que cria e significa as linguagens, esse corpo que se expressa à medida que se apropria do entorno e o representa por meios variados”.

    É na relação com o outro que a criança vai se apropriando das significações socialmente construídas. Desse modo, é o grupo social que por meio das linguagens e das significações possibilita o acesso a formas culturais de perceber e estruturar a realidade. A partir de suas relações com o outro, a criança reconstrói internamente as formas culturais de ação de pensamento. Fontana & Cruz (1997, p. 60)

    A minha intenção na atividade é trabalhar os conteúdos matemáticos, mas o educador hodierno não pode ter uma visão fechada a respeito das disciplinas. Nesse contexto também foi enfatizado a linguagem oral, noções espaciais como lateralidade, planos e direções, bem como coordenação motora. O movimento do corpo no qual ajuda no desenvolvimento das habilidades psicomotoras, estimular a combinação de regras (disciplina). “Ao se falar em pedagogia do movimento na escola, não podemos visualizar apenas a atuação da Educação Física, mas também imaginar que todos os componentes curriculares hão de buscar formas de aprendizagem que considerem o homem em movimento”. Melo (2001, p. 3).

    Com o propósito de desenvolver uma aprendizagem significativa, foi proposto inserir os conteúdos matemáticos nas brincadeiras com o pensamento de que através dos movimentos corporais e do lúdico o educando tenha um aproveitamento satisfatório e de forma prazerosa.

    Este trabalho corresponde a 02 (duas) aulas com aproximadamente 50 minutos cada, desenvolvendo as seguintes brincadeiras:

Passa bola

    Os jogadores formam uma roda e, quando a música estiver tocando, passarão a bola de mão em mão. A música é "Lá vai a bola, passando na roda, quem ficar com a bola na mão, cai fora!". Quem tiver segurando a bola no "fora", responderá uma pergunta elaborada pelo colega.

Pensa rápido

    Os participantes formam uma roda. Quem estiver com a bola deverá dizer o nome de um participante e jogar a bola pra ele, perguntando uma questão matemática. Ex: "10 + 20", "10 x 2"... A pessoa que pegar a bola deverá responder a conta e continuar a brincadeira elaborando outra pergunta para a outra pessoa. Quem errar a questão irá imitar um animal.

    A dinâmica desenvolveu-se abordando conteúdos de operações com números naturais através das atividades supracitadas num processo de ação-reflexão-ação. No qual foi observado a concentração, a capacidade de resolução das perguntas dos colegas e criatividade.

    O desafio levantou questões surpreendentes, a respeito dos conhecimentos prévios, a capacidade de raciocínio dinâmico, rápido e o simples prazer das crianças ao realizar a brincadeira.

    Ao desenvolver esta atividade observei que a mediação do professor, a interação com o outro e a questão do movimento do corpo relacionado à brincadeira, facilitam o desenvolvimento das crianças havendo assim, aquisição de novos saberes e competências.

    Melo (2001, p. 2) enfatiza que: “podemos deduzir que a Pedagogia do Movimento está ligada ao ato ou condução do saber utilizando o movimento como recurso didático”.

    A avaliação foi feita através da observação direta e constante do aluno, observando os aspectos sociais, motores e seu comportamento com os demais, comparando hipóteses iniciais com os resultados, levantando questionamentos para sua melhoria. Sendo assim, é necessário que o professor considere a avaliação como um processo construtivo e reflexivo, valorizando seu desenvolvimento ao processo de aprendizagem.

    Os resultados revelaram a motivação e o prazer das crianças em brincar sem perceber que a intenção da atividade é o seu desenvolvimento cognitivo e psicomotor.

    Foi verificado que as crianças que tenham dificuldades em aprender a matemática ficaram mais livres de expor suas idéias interagindo e brincando com o outro, até mesmo as mais tímidas realizaram as atividades propostas de forma significativa.

    Um dos pontos que chamou a minha atenção foi à questão do desafio imposta pela as crianças ao interagir, desenvolvendo perguntas que eu nunca imaginava que elas soubessem.

    Concluindo. O aprender brincando é uma descoberta prazerosa que a criança realiza através de estímulos. Nesse caso, o papel do professor é mediar, intencionar a atividade para os objetivos que almeja alcançar.

Referências

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