Correlação entre síndrome patelofemoral e ângulo quadriciptal em mulheres fisicamente ativas Correlación entre el síndrome patelofemoral y el ángulo cuadricipital en mujeres físicamente activas Correlation between quadriceps angle and patellofemoral syndrome in physically active women |
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*Fisioterapeuta graduada pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE - Montes Claros, MG **Fisioterapeuta, pós-graduado em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva ***Fisioterapeuta pós-graduado em Emergências de Saúde na Educação Inclusiva e em Saúde Coletiva com Ênfase na Estratégia de Saúde da Família. Mestrando em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES, Montes Claros, MG |
Caroline Rodrigues e Almeida* Vinicius Abreu** Wagner Luiz Mineiro Coutinho*** wagner.coutinho@funorte.com.br (Brasil) |
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Resumo A síndrome de dor patelofemoral é uma desordem musculoesquelética comumente encaminhada à clínica desportiva. Sua etiologia pode relacionar-se a fatores biomecânicos como aumento do ângulo quadriciptal. Recentemente averigua-se maior participação de mulheres em modalidades esportivas e consequente aumento de lesões musculoesqueléticas entre elas que podem se associar às propriedades musculoesqueléticas femininas, como o alargamento pélvico e consequente aumento do ângulo quadriciptal. O estudo objetivou correlacionar síndrome patelofemoral com alteração do ângulo quadriciptal entre mulheres fisicamente ativas. Trata-se de um estudo descritivo, com amostra constituída por 34 mulheres fisicamente ativas. Utilizou-se como recursos para coleta de dados o teste de Clark e a Escala de Faces para avaliar e quantificar a algia na avaliação da síndrome de dor patelofemoral e goniômetro para mensurar o ângulo quadriciptal. A análise dos dados deu-se pelo teste t de Student que comparou os valores do ângulo quadriciptal entre os membros. A análise da correlação entre Teste de Clark e ângulo ‘Q’ deu-se através da correlação de Spearman. A avaliação da sintomatologia álgica encontrou-se positiva em 98,5% das participantes, onde 41,2% demarcaram dor moderada no joelho direito e 58,8% no joelho esquerdo. A análise do ângulo “Q” identificou média de 22,17° para o joelho direito e de 22,35° para o joelho esquerdo. Concluiu-se que entre mulheres fisicamente ativas e que apresentam algia funcional nos joelhos, positividade para síndrome de dor patelofemoral e aumento do ângulo quadriciptal, o que pode sugerir a associação da síndrome com o aumento do ângulo “Q” entre mulheres com essas características. Unitermos: Síndrome dor patelofemoral. Ângulo quadriciptal, Mulheres ativas.
Abstract The patellofemoral pain syndrome is a disorder commonly referred musculoskeletal sports clinic. Its etiology may relate to biomechanical factors such as increased quadriceps angle. Recently been assessed a higher participation of women in sports and consequent increase in musculoskeletal injuries among them that may be associated with the female musculoskeletal properties, such as enlargement and the consequent increase in pelvic angle quadriceps. The study aimed to correlate with abnormal patellofemoral syndrome of the quadriceps angle among physically active women. This is a descriptive study based sample of 34 physically active women. It was used as resources for data collection and testing of Clark Faces Scale to assess and quantify the algia in the evaluation of patellofemoral pain syndrome and a goniometer to measure the quadriceps angle. Analysis of data was by Student t test comparing the values of the quadriceps angle between members. The analysis of the correlation between test and Clark angle 'Q' was given by Spearman correlation. The assessment of pain symptoms was found positive in 98.5% of participants, where 41.2% demarcated moderate pain in his right knee and 58.8% in the left knee. The analysis of the angle "Q" has identified an average of 22.17 ° to the right knee and 22.35 ° to the left knee. It was concluded that among physically active women who have algia functional and knees, positivity for patellofemoral pain syndrome and increased quadriceps angle, which may suggest the association of the syndrome with increasing angle "Q" among women with these characteristics. Keywords: Patellofemoral pain syndrome. Quadriceps angle. Active women.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 157 - Junio de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A articulação do joelho é composta por três estruturas ósseas: a tíbia, o fêmur e a patela, que formam duas articulações distintas, a patelofemoral e a tíbiofemoral. Caracteriza-se como a maior articulação do corpo humano e a mais incongruente. Do ponto de vista biomecânico o joelho é relativamente fraco e sua estabilidade depende de mecanismos estáticos (configuração entre superfícies articulares da patela e do fêmur, retináculos laterais e mediais e ligamentos articulares). Bem como dos seguintes mecanismos dinâmicos: músculos reto femoral, vastos medial, lateral e intermédio (Mantovani et al., 2007; Cohen, 2007; Moore e Dalley 2007; Hebert et al., 2009 e Pulzatto, 2005).
A síndrome de dor patelofemoral (SDPF) é uma das desordens músculo-esqueléticas nos joelhos mais frequente e comumente encaminhada à clínica médica e desportiva (Bevilaqua-Grossi et al, 2005). De início insidioso, acomete principalmente mulheres jovens, e atletas de ambos os sexos. Os principais sintomas dessa síndrome compreendem dor sutil e latejante, difusa ou localizada nas regiões anterior, medial, lateral e/ou retropatelar do joelho; desconforto ou dor após repouso prolongado do membro; edema peripatelar; crepitação e bloqueio durante os movimentos, principalmente naqueles que envolvem flexão e extensão do joelho como: subir e descer escadas e fazer agachamento (Pulzatto et al, 2005; Belchior et al, 2006; Mantovani et al., 2007; Dionísio e Almeida, 2007).
Apesar de não estar claramente estabelecida, a etiologia pode relacionar-se a vários fatores biomecânicos dinâmicos dentre os quais, destaca-se o desequilíbrio dos músculos estabilizadores da patela e a fatores estáticos como torção tibial externa, retração do retináculo e aumento do ângulo quadriciptal ou ângulo “Q” pelo fato de aumentar a instabilidade no joelho (Fehr, et al 2006; Belchior et al, 2006; Cabral et al., 2008). O ângulo “Q” é formado pelo cruzamento de duas linhas imaginárias, a primeira compreende da espinha ilíaca ântero-superior até o ponto medial da patela, e a segunda, da tuberosidade anterior da tíbia até o ponto médio patelar, sendo seu valor normal, em média 18° nas mulheres (Belchior et al, 2006).
Recentemente averigua-se maior participação de mulheres em diversas modalidades esportivas e consequentemente um aumento de lesões musculoesqueléticas entre elas. Essas lesões podem se associar às propriedades musculoesqueléticas femininas, como por exemplo, o alargamento pélvico e consequente aumento do ângulo “Q” em média de 6 a 10° para tornar a extremidade distal dos côndilos paralela ao solo. No entanto o aumento angular favorece o valgismo e aumenta a tração lateral da patela, causando aumento da pressão na faceta lateral patelar, que pode desencadear subluxação patelar, amolecimento da cartilagem e estresse do retináculo (Sambrook et al, 2003; Colares Junior, 2003; Magee, 2005; Belchior et al, 2006). O mau alinhamento da articulação patelofemoral pode ser avaliado através da mensuração do ângulo “Q” por exames clínicos ou radiográficos. Clinicamente, utiliza-se da goniometria por apresentar altas correlações com as medidas radiográficas (Magee, 2005; Sacco et al., 2007).
Ao se considerar essas premissas, o presente estudo propôs correlacionar a síndrome patelofemoral com alteração do ângulo quadriciptal entre mulheres fisicamente ativas.
Material e métodos
O delineamento do presente estudo caracteriza-o como pesquisa de natureza descritiva, de abordagem quantitativa e de corte transversal. A amostra foi composta por 34 mulheres, com idade acima de 18 anos, selecionadas de forma intencional e criteriosa. Como critério de inclusão, participaram do estudo sujeitos que realizavam exercicio fisico no minimo 03 vezes por semana, com duração superior a 30 minutos, num periodo de tempo maior que 12 meses que referisse dor anterior ou retropatelar em pelo menos duas das seguintes atividades: subir e descer escadas, ficar sentado por tempo prolongado, ao agachar, correr, ficar de joelhos ou pular; sintomas com mais de um mês onde não tem relação com trauma. Foram excluídos os sujeitos que apresentassem diagnóstico clinico de lesão ortopedia, traumática e/ou reumática a nível dos membros inferiores, ter realizado tratamento cirúrgico e/ou fisioterápico nos membros inferiores ou em uso de medicação.
Para avaliação da SDPF, utilizou-se o Teste de Clark. Para tal o sujeito era posicionado em decúbito dorsal, com os quadris e joelhos estendidos. Em seguida o examinador pressionava com a mão a base da patela a ser avaliada. Solicitava-se então para o sujeito contrair o quadríceps enquanto o examinador aumentava a pressão sob a patela. Em seguida, realizava-se o teste no joelho contra lateral. Considera-se o teste positivo quando o sujeito não consegue completar a contração muscular sem dor (Magee, 2005).
Após esse teste para quantificar a sintomatologia álgica, aplicava-se a Escala de Faces que consiste em uma série de faces que expressam níveis progressivos de angústia. Desta forma, solicitava-se ao sujeito para escolher a face que melhor representava a intensidade de sua dor durante a realização do Teste de Clark através de uma escala que varia de “0” a “5” onde “0” corresponde à ausência de dor e “5” caracteriza dor máxima (Andrade, Pereira e Souza, 2006). Em seguida, utilizou-se do Goniômetro Universal marca Carci® confeccionado em material plástico transparente, constituído por 2 réguas com sistema de transferidor de 0º a 360º para avaliar o ângulo “Q”. Para tal, o sujeito permanecia em decúbito dorsal, com joelhos e quadris estendidos, os pés posicionados perpendicularmente à maca, e o músculo quadríceps femoral relaxado, posicionava-se o eixo do goniômetro no centro da patela, o braço fixo ao longo do fêmur, em direção à espinha ilíaca ântero-superior (EIAS) e o braço móvel na tuberosidade tibial e averiguava-se o ângulo estabelecido (Magee, 2005; Sacco et al., 2007; Cabral et al., 2008 ). Obteve-se a análise dos dados por estatística descritiva utilizando-se o software SPSS-18 (Statistical Package for the Social Sciences). Para comparar os valores do ângulo “Q” entre os dois membros inferiores, utilizou-se o teste t de Student com nível de significância de 0,05. A análise da correlação entre Teste de Clark e ângulo ‘Q’ deu-se através da correlação de Spearman com valor de p≤ 0,05. Segundo as diretrizes e normas de pesquisas envolvendo seres humanos o presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa das Faculdades Unidas do Norte de Minas – Funorte sob o parecer consubstanciado nº 0231/09 e adotou os preceitos da Resolução nº 196 do Conselho Nacional de Saúde com garantia aos sujeitos envolvidos na amostra, da preservação dos dados, da confidencialidade pela participação na pesquisa e do sigilo das informações relativas à identidade civil.
Resultados e discussão
A análise descritiva dos dados identificou que a idade média dos sujeitos amostrais foi de 26,29 (±3,23).
A avaliação da sintomatologia álgica encontrou-se positiva, pelo teste de Clark, em 98,5% dos sujeitos amostrais, o que corresponde a 67 joelhos, ou seja, em apenas uma participante, um dos joelhos respondeu negativamente ao teste.
No que diz respeito à quantificação da sintomatologia álgica, pela Escala de Faces, 41,2% das participantes demarcaram dor moderada no joelho direito e 58,8% no joelho esquerdo. A dor leve foi considerada em 29,4% dos joelhos direitos e 17,6% dos joelhos esquerdos. A representatividade de dor forte foi de 17,6% para o joelho direito e 11,8% no para o joelho esquerdo. A dor caracterizada como insuportável correspondeu 5,9% dos joelhos esquerdos.
O estudo de Cabral et al (2008) que objetivou comparar a eficácia do fortalecimento muscular na recuperação funcional da síndrome fêmoro-patelar (SFP) constatou através da Escala Visual Analógica (EVA) que a sintomatologia álgica média de dor em um dos grupos estudados correspondeu a 2,83 pontos, nessa escala que varia de 0 a 10. Resultado similar ao levando na presente pesquisa que encontrou representatividade significativa dos sujeitos amostrais com queixa de dor moderada e leve no exame específico para esse sintoma.
A Tabela 1 apresenta a análise da avaliação do ângulo “Q” através da qual se identificou média de 22,17°(± 3,57) para o joelho direito e de 22,35°( ± 3,59) para o joelho esquerdo. De acordo com a literatura, os valores encontrados foram superiores ao considerado normal entre as mulheres (em média 18°).
Tabela 1. Análise do ângulo quadriciptal
Belchior et al. (2006) avaliaram a confiabilidade da medição do ângulo ‘Q’ entre o teste radiológico e clínico por goniometria tendo como sujeitos amostrais mulheres sem queixas álgicas a nível dos membros inferiores e constataram que a média do ângulo ‘Q’ mensurado pela goniometria foi de 18,6° e pela avaliação radiográfica foi de 19,4°. Com esses dados considerou-se a confiabilidade no método clinico de avaliação do ângulo “Q” pela goniometria. Os resultados levantados no presente estudo, com mulheres sintomáticas para SDFP, mostraram aumento do ângulo “Q” quando comparados aos dados levantados no estudo de Belchior et al. (2006) que teve como amostra, mulheres assintomáticas. Os valores aqui levantados foram bem próximos dos encontrados ainda por Boucher et al., (1992) que utilizaram um sistema de vídeo para avaliação do ângulo quadriciptal na tentativa de dissociar fatores mecânicos de neuromusculares relacionados à SDFP e detectaram valores médios de aproximadamente 21 graus nos sujeitos amostrais.
O estudo de Colares Junior (2005) estudou a associação entre fatores socioesportivos e síndrome da dor patelofemoral entre mulheres jovens saudáveis e mulheres com SDFP e averiguou valores aumentados do ângulo ‘Q’ em 42% das mulheres com SDPF. Essa incidência pode estar associada à grande utilização da articulação patelofemoral, principalmente em atividades esportivas, onde merece destaque a participação crescente entre as mulheres (Dionísio e Almeida, 2007).
Ao se correlacionar o ângulo “Q” com o Teste de Clark, não se encontrou diferença estatisticamente significativa (p=3,15).
Conclusão
Os resultados desta pesquisa, dentro das condições experimentais utilizadas e para a amostra estudada, permitem inferir que entre mulheres fisicamente ativas e que apresentam algia funcional nos joelhos averigou-se positividade para o teste específico de SDFP e aumento do ângulo quadriciptal, o que pode sugerir a associação da síndrome com o aumento do ângulo “Q” entre mulheres com essas características.
Referências
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Sambrook, P, et al. O sistema musculoesquelético: ciência básica e condições clínicas.Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2003.
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