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Comportamento da pressão arterial pós-exercício resistido no 

supino com carga de 80% de 1-RM em indivíduos normotensos

Comportamiento de la presión arterial después del ejercicio resistido en la posición 

decúbito supino con una carga de un 80% de 1-RM en personas normotensas

 

*Formado em Educação Física

pela Faculdade Assis Gurgazs Cascavel-PR (2007)

Mestrando em Ciências do Desporto pela Universidade

de Trás os Monte e Alto Douro- UTAD, Vila Real, Portugal

Pós Graduado em Fisiologia do Exercício

pela Universidade dos Bandeirantes, Uniban, PR

Ana Carolina Gleden Poderoso

Rodrigo Poderoso*

rodrigopoderoso@bol.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Nos dias atuais, problemas relacionados com o controle da pressão arterial têm se apresentado de maneira cada vez mais freqüentes. A hipertensão arterial ou pressão alta trata-se de uma doença que vem tomando proporções alarmantes em todo o mundo, já que é considerada como fator de risco para doenças cardiovasculares. Muito se tem comentado com relação à influência de exercícios resistidos e as possíveis alterações que podem ocasionar à pressão arterial, determinando o seu comportamento. Este trabalho procurou avaliar o comportamento da pressão arterial após a realização de exercícios resistidos no supino reto a 80% de 1-RM em indivíduos normotensos. Fizeram parte deste estudo 12 homens normotensos com idade entre 20 e 30 anos, com experiência mínima de seis meses com treinamento de resistência. As variáveis antropométricas avaliadas foram à massa corporal e a estatura. A composição corporal foi obtida por meio da equação proposta por Guedes, através da análise de três dobras: triciptal, supra ilíaca e abdominal. A determinação da carga de treinamento foi através da realização do teste de 1-RM para definição da carga máxima, no aparelho supino reto, sendo a carga de trabalho de 80% do valor obtido no teste. As variáveis hemodinâmicas avaliadas foram: a pressão arterial sistólica e diastólica. A coleta de dados foi realizada em duas sessões, com intervalos de 48 horas entre cada uma. Cada voluntário realizou três séries do exercício no supino reto, com 8 repetições, intervalo de 1 minuto entre as séries, e carga de 80% da obtida no teste de 1-RM. A pressão arterial foi aferida em repouso, 3 e 5 minutos após o exercício, e de cinco em cinco minutos até 60 minutos após o exercício. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva, com valores de média e desvio padrão. Foi empregada a Anova One-Way, ao nível de significância p<0, 05, seguida do teste de Post hoc de Scheffé. De acordo com os resultados, ao se comparar os valores de pressão arterial sistólica e diastólica com os valores de repouso e após a realização do treinamento resistido, não foi observada diferença significativa. Concluiu-se que não houve efeito hipotensivo pós-exercício resistido com carga de 80% de 1-RM. Entende-se que seria necessário um maior volume no treinamento para que tal efeito fosse verificado.

          Unitermos: Treinamento. Exercício resistido. Pressão arterial.

 

Abstract

          In the current days, problems related with the control of the arterial pressure if have presented in way each time more frequent. The arterial hipertensão or high pressure is about an illness that comes taking alarming ratios in the whole world, since it is considered as factor of risk for cardiovascular illnesses. Much has commented with relation to the influence of resisted exercises and the possible alterations that can cause to the arterial pressure, determining its behavior. This work looked for to evaluate the behavior of the arterial pressure after the accomplishment of exercises resisted in the straight supino 80% of 1-RM. 12 men with age between 20 and 30 years, with minimum experience of six months with resistance training had been part of this study. The evaluated antropométricas 0 variable had been the corporal mass and the stature. The corporal composition was gotten by means of the equation proposal for Guedes, through the analysis of three folds: triciptal, abdominal suprailíaca and. The determination of the training load was through the accomplishment of the test of 1-RM for definition of the maximum load, in the straight supino device, being the load of work of 80% of the value gotten in the test. The evaluated hemodinâmicas variable had been: the sistólica and diastólica arterial pressure. The collection of data was carried through in two sessions, with intervals of 48 hours between each one. Each volunteer carried through three series of the exercise in the straight supino, with 8 repetitions, interval of 1 minute between the series, and load of 80% of the gotten one in the 1-RM test. The arterial pressure was surveyed in rest, 3 and 5 minutes after the exercise, and of the five in five minutes up to 60 minutes after exercise. The data had been analyzed by means of descriptive statistics, with values of average and shunting line standard. The Anova One-Way was used, to the level of significance p<0.05, followed by the Post hoc testing of Scheffé. According to the results, when comparing the values of systolic and diastolic blood pressure with the values of home and after the completion of training resisted, there was significant difference. It is concluded that there was hypotensive effect of post-exercise resisted with load of 80% of 1 - RM. It is understood that would require a greater volume in training for this purpose were verified.

          Keywords: Training. Exercise resisted. Blood pressure.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 157 - Junio de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Nos dias atuais, problemas relacionados com o controle da pressão arterial (PA) têm se apresentado de maneira cada vez mais freqüentes. A hipertensão arterial ou pressão alta trata-se de uma doença que vem tomando proporções alarmantes em todo o mundo, já que é considerada como fator de risco para doenças do coração (SIMÃO; SANTOS, 2005).

    Segundo Sobral (2004) a primeira medida experimental da pressão arterial foi feita, em 1711, por Stephen Halles, na Inglaterra; a pressão foi medida em um cavalo, imobilizado por um grande número de estudantes; Halles colocou uma cânula na arterial crural do animal, conectando-a um tubo de vidro de três metros de altura. A coluna de sangue se elevou a dois e meio metros de altura acima do animal, tendo sido este o primeiro registro de uma pressão arterial.

    Normalmente a hipertensão apresenta-se como uma ameaça silenciosa, mas que pode ter conseqüências muito graves. Dentre os principais distúrbios que a hipertensão pode originar estão: a insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, além de outros, que podem levar o paciente desde pequenos traumas até a morte (MCARDLE; KATCH; KATCH, 1998).

    Ainda, segundo Mcardle, Katch e Katch (1998), no tratamento da hipertensão recomendam-se algumas modificações no estilo de vida, como: dietas balanceadas, controle do peso corporal, exercícios moderados e regulares em detrimento ao uso de agentes farmacológicos.

    Elevações consideráveis da PA, culminando com um quadro de hipertensão, podem ser consideradas como fator de risco para doenças coronarianas e vasculares. A prática regular de exercícios físicos consiste numa das estratégias para a redução da PA (MEDIANO; PARAVIDINO; SIMÃO; PONTES; POLITO, 2005).

    Para Cooper (1997), a prática de atividades como: caminhada, corrida, ciclismo ao ar livre ou em bicicleta estacionária e até mesmo a dança, desde que dirigidos de forma correta, proporcionam inúmeros benefícios ao praticante.

    Após a prática de exercícios seus benefícios podem ser sentidos de imediato, culminando com uma redução na pressão arterial por horas após sua realização, melhorando assim a qualidade de vida daqueles que já são acometidos por esta patologia e prevenindo aqueles que por ventura possam adquiri-la (NIEMAN, 1999).

    Em sua pesquisa, Powers e Howley (2000), apregoam que o uso do exercício e até mesmo da dieta no controle da pressão arterial definem comportamentos que influenciam favoravelmente outros aspectos da saúde.

    A redução dos valores da PA é importante como contribuição para a diminuição do risco de doença cardíaca. A prática regular de exercícios é fator preponderante para esta determinação. Pode-se conseguir o efeito hipotensivo através da redução dos valores de repouso da PA após a prática da atividade ou mesmo através da resposta crônica, proporcionada pela sua continuidade (POLITO; SIMÃO; SENNA; FARINATTI, 2003).

    Muito se tem comentado com relação à influência de exercícios resistidos e as possíveis alterações que podem ocasionar à PA, determinando o seu comportamento. Segundo Miranda, Simão, Lemos, Dantas, Baptista e Novaes (2005), são várias as atividades físicas que podem contribuir com a melhoria da saúde em geral, porém, dentre elas, a prática de exercícios resistidos tem se destacado, sendo inclusive recomendada pelas principais agências normativas da atividade física, como a American College of Sports Medicine (ACMS) e a American Heart Association.

    Segundo Pescatello e Franklin (2004) o fato, mesmo sem utilização de qualquer droga, a Hipotensão Pós-Exercício ainda não é um consenso decorrente do exercício de força. Enquanto existem informações sobre reduções importantes na PA após o exercício, outros resultados não mostram quaisquer alterações ou até mesmo aumento.

    Pescatello e Franklin (2004) em seu estudo a seguinte conclusão: que 60 minutos pós-exercício, uma sessão de treinamento de força pode promover reduções nos níveis pressóricos, principalmente para PAS, em indivíduos hipertensos controlados por medicação; parece ser necessário um maior volume de treinamento para que tal efeito ocorra.

    Durante o exercício e dependendo da massa muscular envolvida, ocorre a elevação da PA, porém são poucos os estudos que contemplam sua condição pós-exercício resistido (POLITO; SIMÃO; SENNA; FARINATTI, 2003).

    No estudo de Grassi (1994) analisou jovens normotensos e constatou que após 10 semanas de exercício físico, além de diminuição na pressão arterial sistólica e diastólica, houve redução significativa na atividade nervosa simpática (36%), fato não observado no grupo controle, que não realizou exercício físico.

    Segundo Sobral (2004) busca de uma explicação para o efeito redutor do exercício sobre a pressão arterial de indivíduos normotensos e, principalmente, hipertensos tem motivado inúmeras pesquisas nas últimas décadas, sendo a redução da pressão arterial diastólica em repouso após treinamentos a mais largamente estudada.

    Os mecanismos que norteiam a queda pressórica pós-treinamento físico estão relacionados a fatores hemodinâmicos, humorais e neurais (NEGRÃO 2003).

    Segundo Polito (2009) a hipotensão pós exercício, pode ocorrer tanto em normotensos ou hipertensos de modo crônico proveniente do treinamento sistemático ou de imediata proveniente de uma única sessão de exercícios.

    Este trabalho pretende avaliar o comportamento da PA após a realização de exercícios resistidos no supino em banco reto com carga de 80% de 1-RM, em indivíduos normotensos, proporcionando um melhor conhecimento sobre seus efeitos, bem como, um melhor entendimento sobre o tema, não somente ao pesquisador, mas àqueles que são adeptos à prática de exercícios resistidos e à pesquisa sobre o assunto.

Materiais e métodos

    A tabela 1 apresenta os valores referentes às características gerais da amostra que foi composta por 12 indivíduos do sexo masculino, de cor branca, com idade entre 20 e 30 anos, todos praticantes de exercícios resistidos há pelo menos seis meses, com freqüência de no mínimo três vezes por semana.

Tabela 1. Características gerais da amostra

    A verificação das variáveis, como: idade, massa corporal, estatura, índice de massa corporal (IMC) e % de gordura foram consideradas como instrumento de padronização da amostra, tornando-a mais homogênea. Já em relação ao percentual de gordura, os voluntários encontraram-se dentro dos valores desejáveis recomendados segundo Bean (1999), entre 13% e 18%.

    Como critérios de exclusão, além da desistência espontânea do voluntário, foram adotados o uso de esteróides anabolizantes ou medicamentos que influenciassem na PA, bem como, a ingestão de alimentos que poderiam interferir nos resultados da pesquisa (cafeína, refrigerantes a base de cola, chocolates, fumo) e ainda, a prática de exercícios menos de vinte e quatro horas antes da coleta de dados (MIRANDA; SIMÃO; LEMOS; DANTAS; BAPTISTA; NOVAES, 2005).

    Todos os voluntários foram submetidos a um teste Par-Q (Anexo 1) para determinação da prontidão para a prática de atividade física, sendo selecionados apenas aqueles que respondessem sim ao questionário e ainda assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para a realização do experimento.

    Ao todo foram quinze homens que se apresentaram como voluntários, sendo que três não se enquadraram dentro das características exigidas para a pesquisa. Um dos voluntários apresentou problema articular no braço direito e dois outros eram fumantes.

    A fase de coleta foi realizada em dois dias, com intervalos de 48 horas entre cada sessão. No primeiro dia os voluntários foram submetidos ao teste Par-Q (Anexo 1), foram coletadas as variáveis antropométricas (massa corporal e estatura); medidas de dobras cutâneas e PA (Apêndice 1).

    Foi efetuado também o teste de uma repetição máxima (1-RM), sendo este procedimento indicado para o estabelecimento da carga máxima possível para a realização de um exercício (DIAS; CYRINO; SALVADOR; CALDEIRA; NAKAMURA; PAPST; BRUNA; GURJÃO, 2005).

    Segundo Hernandes Jr (2000) para a validação do teste de 1-RM deverão ser realizadas no máximo seis tentativas obedecendo a um intervalo de 3 a 5 minutos entre elas para ressintetização das reservas energéticas. Como os voluntários eram experientes no treinamento resistido, a repetição máxima (1-RM) foi estabelecida entre duas e três tentativas.

    A adiposidade corporal foi determinada pela técnica de espessura do tecido adiposo subcutâneo, por meio da utilização de um adipômetro científico da marca Lange (Cambridge Scientific Industries Inc., Cambridge, Maryland), de fabricação americana, com precisão de 1 mm. Para tanto, foram medidas as espessuras das dobras cutâneas supra ilíaca, abdominal e triciptal, de acordo com as recomendações de Harrison, Bursik, Carter, Johnston, Lohman e Pollock (1988). Três medidas foram realizadas, de forma rotacional, em cada ponto anatômico, adotando-se o valor mediano como referência.

    Para a determinação do percentual de gordura foi utilizado o protocolo de Guedes para três dobras: triciptal, supra ilíaca e abdominal (GUEDES; GUEDES, 2003).

    A massa corporal foi obtida por meio de uma balança antropométrica digital, da marca Filizola, graduada de 0 a 150 kg, com precisão de 0,1 kg, e a estatura foram determinadas em um estadiômetro portátil, fixado à parede, da marca Seca, graduado de 0 a 220 cm, com escala de precisão de 0,1 cm, de acordo com os procedimentos descritos por Gordon, Chumlea e Roche (1988). A partir dessas medidas calculou-se o índice de massa corpórea (IMC) por meio do quociente massa corporal/ (estatura)2, sendo a massa corporal expressa em quilogramas (kg) e a estatura em metros (m) (GUEDES; GUEDES, 2003).

    No segundo dia, os voluntários foram submetidos a um treinamento com a carga de 80% de 1-RM no supino em banco reto, 3 séries de 8 repetições com a mesma carga com intervalo de 1 minuto entre as séries. Foi solicitado aos voluntários evitarem a manobra de Valsalva durante a execução dos exercícios.

    Para a prática do exercício supino em banco reto, os voluntários foram orientados a executar os movimentos de acordo com Miranda, Simão, Lemos, Dantas, Baptista e Novaes (2005), permanecendo em decúbito dorsal no banco, com os pés apoiados sobre um step, os joelhos formando ângulo de 90º, partindo da posição inicial, onde o antebraço e o braço formavam um ângulo de 90º na fase excêntrica e ficasse alinhado um pouco abaixo da linha axilar, sendo que a cada ciclo voltava a esta posição.

    Antes do exercício cada voluntário permaneceu em repouso por 5 minutos para a aferição da PA, através do método auscultatório. A aferição da PA foi realizada por dois avaliadores experientes, sendo utilizado um esfigmomanômetro da marca Missouri, com resolução de 20,00 mmhg (POLITO; FARINATTI, 2003).

    Encerrado o exercício cada voluntário permaneceu em repouso, sendo monitorado 3 e 5 minutos após a atividade, e de 5 em 5 minutos até 60 minutos, estabelecendo sua pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD) (Apêndice 2).

    Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva, com valores de média e desvio padrão. Para comparar os resultados de PAS e PAD, após o exercício com os valores de repouso, foi empregada a Anova One-Way, seguida do teste de Post hoc de Scheffé (p<0,05). As informações foram tratadas no Software Statistics for Windows 6.0.

    Antes da realização do estudo, o mesmo foi encaminhado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Faculdade Assis Gurgacz, de acordo com a Resolução 196/96, conforme parecer n. 730/2007 (Anexo 2).

Resultados

    A tabela 2 apresenta os resultados de média e desvio-padrão da pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) após a realização do exercício supino em banco reto a 80% de 1-RM.

    De acordo com os resultados, ao se comparar os valores de pressão arterial sistólica e diastólica com os valores de repouso e após a realização do treinamento resistido, não foi observada diferença significativa.

Tabela 2. Valores médios (± desvio-padrão) para a pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) após a realização do exercício supino a 80% de 1RM

Discussão dos resultados

    Alguns estudos procuraram verificar os efeitos da PA pós-exercício resistido, porém, as informações sobre os efeitos hipotensivos são pouco conhecidas. É sabido que durante a prática de exercícios resistidos ocorre uma elevação rápida dos valores da PA, podendo atingir siglas expressivas. Essa determinação se dá em decorrência da carga e da musculatura envolvidas (POLITO; SIMÃO; SENNA; FARINATTI, 2003).

    No presente estudo, entretanto, não foi observado aumento significativo da pressão arterial, após a realização do exercício supino com carga de 80% de 1-RM. Este resultado poderia ser explicado em parte, pelo fato de ter sido realizado somente um exercício.

    Estudo desenvolvido com 16 voluntários, com experiência no treinamento resistido, onde foram aplicados testes de 6 repetições máximas (6-RM) para os exercícios no supino horizontal, leg-press inclinado, puxada no pulley, mesa flexora, desenvolvimento na máquina e rosca bíceps, no primeiro dia e 12 repetições com carga de 50% da verificada em 6-RM no segundo dia, não foi observado diferenças significativas entre os valores da pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD) pós-exercício, quando comparadas as seqüências em relação ao repouso (POLITO; SIMÃO; SENNA; FARINATTI, 2003).

    Segundo Polito (2009) o que influencia também o efeito agudo da PA como carga, número de repetições, número de séries, intervalo de repouso, frequência semanal, velocidade de execução, quantidade de exercícios, tipo de exercício (uniarticular ou multiarticular), ordem dos exercícios e tipo de ação muscular, nível de treinamento a) iniciante: sem experiência no treinamento com pesos; b) intermediário: treinamento regular pelo menos por seis meses; c) avançado: treinamento regular por mais de um ano POLITO (2009).

    No presente estudo foi utilizado avaliado com experiência mínima de 6 meses de treino regular isso já caracteriza uma adaptação fisiológica do sistema circulatório e a utilização de um único exercício de supino pode ser fatores a não ocorrência aguda da hipotensão pos exercício.

    No estudo realizado por Simão e Santos (2005), também não foram observadas diferenças significativas entre os valores da PAS e PAD pós-esforço, quando comparados aos valores de repouso, para cargas de dez repetições máximas (10-RM), porém, foi observada uma tendência ao efeito hipotensivo da PAS comparada ao repouso. Para os autores, o treinamento de força com pequeno volume (séries x repetições x carga), não promoveria reduções significativas da PA pós-esforço. Seriam necessárias sessões mais intensas para promover um efeito hipotensivo e influenciar na sua duração depois de concluída a atividade.

    No estudo realizado por Bonfim (2009) os exercícios resistidos realizados em ambas as sessões não promoveram reduções significativas da PAS, PAD e PAM em idosas hipertensas, com intensidades de 40% e 70% de 1RM.

    Todavia, Santos, Dias, Santos, Goldoni, Novaes e Simão (2007), observaram que o exercício resistido para membro superior foi capaz de causar efeito hipotensor na PAS após 50 minutos da realização do esforço. Adicionalmente, os resultados demonstraram ainda que o exercício resistido foi capaz de causar reduções significativas na PAS para exercícios de membros inferiores. Já na PAD, não foi observado efeito hipotensor em ambos os grupamentos, membros superiores e membros inferiores.

    Conforme estudo, Monteiro e Sobral (2004) salientam que a prática de exercícios físicos de baixa intensidade (50% do consumo de oxigênio de pico) é mais indicada para a obtenção de resultados hipotensivos pós-esforço, uma vez que esse efeito está associado à diminuição do débito cardíaco em função da diminuição da FC de repouso.

    Em experimento realizado com dois grupos, um experimental e outro controle, Forjaz, Santaella, Rezende, Barretto e Negrão (1998), verificaram que o tempo empregado na prática do exercício é fator determinante na magnitude e duração da queda pressórica provocada pelo exercício contínuo, sendo assim, um pequeno volume no treinamento de força não é suficiente para promover reduções acentuadas na PA pós-esforço.

    Ao analisar onze voluntários, submetidos a duas sessões de exercícios resistidos a 80% e 30% de 1-RM, em membros superiores e inferiores, contemplando vários exercícios, Lizardo e Simões (2005), encontraram um maior efeito hipotensor nas sessões com 30% de 1-RM. Além disso, nas sessões que envolveram maior massa muscular o efeito hipotensor foi mais significativo.

    No trabalho de Polito (2010) os autores verificaram que em indivíduos hipertensos uma sessão de treinamento de força pode promover redução da PAS por até 60 minutos, entretanto, para que se consiga efeito hipotensivo é necessário um maior volume de treinamento.

    Em pesquisa feita com 20 voluntários, todos os usuários de pelo menos um medicamento anti-hipertensivo, com cargas de 10-RM para 1 série e 3 séries, contemplando diversos exercícios, foram observadas elevações imediatamente após os exercícios na PAS e PAD. Porém, somente no minuto 40 houve redução significativa da PAS em relação ao repouso para 1 série. Na PAD não houve redução significativa. Após 3 séries a queda nos níveis da PAS foi constante até 60 minutos, sendo que para a PAD houve redução apenas nos minutos 30 e 50 pós-exercício (MEDIANO; PARAVIDINO; SIMÃO; PONTES; POLITO, 2005).

    Com base no estudo de revisão realizado por Polito (2009) não se pode concluir que o treinamento com pesos seja realmente eficiente para reduzir a PA de repouso, tanto de forma crônica ou momentânea. Embora alguns estudos mostrem resultados promissores, novas investigações são necessárias para estabelecer o real papel do exercício físico de força sobre a PA.

Conclusão

    Concluindo este trabalho, pôde-se verificar que não houve efeito hipotensivo pós-exercício resistido com carga de 80% de 1-RM. Entende-se que seria necessário um maior volume de treinamento para que tal efeito fosse verificado.

    Como sugestão, recomenda-se a realização de futuros estudos, com cargas diferenciadas, e com um número maior de exercícios, a fim de promover maior redução na PA.

Referências

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