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Ensaio visual de comportamento na melhora da agilidade motora e

descrição do perfil hemisférico em praticantes de ginástica olímpica

Prueba visual de conducta en la mejora de la agilidad motora y descripción del perfil hemisférico práctica de la gimnasia olímpica

 

*Programa de Pós-Graduação em Fisiologia do Exercício e Medidas e Avaliação

Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, RJ

**Graduada em Educação Física. Universidade Estácio e Sá

Rio de Janeiro, RJ

***Mestre em Ciência da Motricidade Humana

Universidade Castelo Branco, Rio de Janeiro/RJ

(Brasil)

Delanei Luiz Dias Filho*

delafilho@ig.com.br

Deyvison Sampaio Silva*

deyvisonrj@gmail.com

Rakely Soares Pontes**

rakelysp@gmail.com

M.Sc. Ricardo de Oliveira Silva***

ricardooliveira@univercidade.edu.br

M.Sc. Mario Roberto Guagliardi Júnior***

marioguagliardi@ig.com.br

Dra. Marcia Albergaria*

albergaria@estacio.br

 

 

 

 

Resumo

          A atividade física é um fator importante para o crescimento e o desenvolvimento da criança, não somente em relação ao seu desenvolvimento motor como também em relação ao seu desenvolvimento sócio-afetivo e cognitivo. A ginástica olímpica (GO), destacada dentre muitas possibilidades de atividades físicas, tem sido bastante difundida como meio de introdução e iniciação técnico-esportiva, temo como objetivo o de incrementar e potencializar o “saber” corporal (NUNOMURA & PICCOLO, 2004). Existe uma lacuna no campo da ciência do treinamento desportivo no que tange o desenvolvimento das habilidades mentais. Devido a essa carência, a importância deste estudo se fundamenta em função da carência e deficiência nos métodos utilizados atualmente no treinamento de atletas de várias modalidades esportivas e atléticas que tem como prioridade unicamente o treinamento das capacidades físicas, que tem relação com o desempenho, negligenciando e se esquecendo muitas vezes o treinamento das habilidades mentais. Esta pesquisa se norteou através da avaliação motora comparativa entre 2 grupos de crianças e a analise do seu processamento hemisférico funcional: grupo A - praticantes de ginástica olímpica com um mínimo de um ano de prática, com duas horas semanais de treino e estimulação associada à prática mental de 3 gestos técnicos; grupos B - praticantes de ginástica olímpica com um mínimo de um ano de prática, com duas horas semanais de treino (grupo controle). Foram realizados testes de laboratório e campo que pudessem traduzir a prevalência hemisférica e a aptidão motora das crianças: Teste de Agilidade Motora – Shuttle Run (Johnson & Nelson, 1979), e de “dominância hemisférica” CLEM, que fossem testadas suas habilidades e comparadas entre os dois grupos. Os resultados obtidos mostraram melhoras no grupo A em relação ao B. Conclui-se que a prática mental se mostra uma ferramenta promissora para uma performance motora favorável.

          Unitermos: Agilidade motora. Perfil hemisférico. Ginástica olímpica.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 157 - Junio de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A criança passa por diversas modificações durante sua vida. Transformações de origens biológicas, físicas e emocionais fazem com que desenvolva uma bagagem motora ampla e suficiente para que consiga realizar as diversas atividades diárias sem grandes dificuldades (TANI, 1999). A Ginástica Olímpica é formada por um conjunto de exercícios corporais sistematizados, nos quais se conjugam a força, a agilidade e a flexibilidade. O termo ginástica origina-se do grego “gymnádzein”, que significa "treinar" e, em sentido literal, "exercitar-se nu", a forma como os gregos praticavam os exercícios (PUBLIO, 2002). A prática da Ginástica Olímpica associa-se à possibilidade e utilização de uma enorme variedade de aparelhos para o treinamento, entre eles os de grande porte como o trampolim acrobático, a trave de equilíbrio e as barras paralelas, mas também aparelhos adaptados ou alternativos provenientes da natureza ou de fabricação própria. Baseado nesse aspecto pode-se observar o desenvolvimento e os benefícios que esta modalidade promoveria, estimulando as fases de desenvolvimento das crianças, os domínios cognitivos, afetivos, motores e as capacidades físicas trabalhadas dentro dos exercícios ginásticos. Preparando essas crianças para realizarem não só exercícios específicos da atividade como também, qualquer outro tipo de movimento (TANI, 1999).

    Os movimentos naturais ou habilidades específicas do ser humano, quando analisados e transformados, visando o aprimoramento do movimento de acordo com vários objetivos, como economia de energia, melhoria do resultado, prevenção de lesões, beleza do movimento entre outros, passam a ser considerados como movimentos construídos (exercícios) ou habilidades culturalmente determinadas. Por exemplo, um movimento próprio do homem como o saltar, foi sendo estudado, transformado e aperfeiçoado através dos tempos, para alcançar os objetivos de cada um dos esportes em que aparece: salto em altura, em distância e triplo no atletismo, cortada e bloqueio no voleibol, salto na Ginástica Olímpica, entre outros (GALLARDO, 1993). A atividade física voltada para a criança é importante não só para o desenvolvimento motor como também para o sócio-afetivo, aumentando sua capacidade de agir, interagir e reagir afetivamente com as outras crianças, assim como consigo mesma. Dentre as diversas atividades físicas, a Ginástica Olímpica tem sido bastante difundida nas escolas como atividade extracurricular, priorizando o desenvolvimento de diversas qualidades motoras, inclusive a força, o equilíbrio, a agilidade, a flexibilidade, a potência, a resistência, a velocidade e a destreza, enfim, o domínio do corpo (NUNOMURA E PICCOLO, 2004)

    A atividade física é importante para a criança, não só para o seu desenvolvimento motor como também para o sócio-afetivo e cognitivo. Dentre as diversas atividades físicas, a ginástica olímpica tem sido bastante difundida como iniciação esportiva, com o intuito de contribuir para o conhecimento corporal de seus praticantes (NUNOMURA E PICCOLO, 2004). A criança vive à procura de auto-suficiência e a partir dos primeiros passos, numa atitude natural, vai buscando a sua própria forma de exercitação. Já numa fase mais avançada, integrada ao seu grupo de identificação, os exercícios são acentuados através de disputas em jogos de competição. O movimento é, pois, inerente ao desenvolvimento do indivíduo (TEIXEIRA, 1996).

    Apesar do visível crescimento da Ginástica Olímpica como atividade de base nas escolas e clubes da cidade do Rio de Janeiro (NUNOMURA E PICCOLO, 2004), aparentemente muitos profissionais e praticantes ainda ignoram os benefícios da atividade para o desenvolvimento das crianças. Em virtude desse fato, esta pesquisa vem analisar o desenvolvimento motor através de testes comparativos entre praticantes e não praticantes da atividade em questão e que possam demonstrar a importância dessa prática para o conhecimento corporal geral das crianças. Procura também contribuir para que professores e praticantes dessa atividade possam conhecer um pouco mais sobre os benefícios que a ginástica poderia promover ao desenvolvimento global das crianças.

    O cérebro é uma estrutura altamente plástica que sofre modificações todo o tempo, a cada momento em que se vive uma nova experiência, assim o ser humano está sempre em evolução. Os neurônios são responsáveis pelo comportamento e atividade mental, conduzindo e deixando de conduzir determinados impulsos. O homem possui grande flexibilidade de adaptação e é um ser capaz de se moldar a qualquer meio ou de transformá-lo, usando para isso seus movimentos comandados, com uso do seu cérebro e de sua mente. Para entenderem o funcionamento do cérebro, os cientistas valeram-se de todos os recursos disponíveis em suas respectivas épocas, desde o estudo em cadáveres, passando pela observação de pessoas normais, as lesadas em acidentes, até ao desenvolvimento de equipamentos para fazer medições das atividades cerebrais. Muitas descobertas foram registradas sobre a atividade elétrica do cérebro desde a invenção do EEG, por Caton, em 1875, e os primeiros registros de atividade elétrica no cérebro humano, realizadas por Berger, em 1929. De lá para cá, o homem tem tido a oportunidade de se conhecer melhor. Atualmente, com a evolução tecnológica, pode-se mapear o cérebro em tempo real e ter conhecimento das áreas ativadas durante os processos mentais. Com isso, é possível validar antigas teorias sobre o funcionamento do córtex, e ao mesmo tempo associá-las a novas tecnologias para induzir e potencializar os processos mentais. O treino mental é um método utilizado para efetuar mudanças no comportamento e auxiliar o processo de aprendizagem. Ele corresponde à recapitulação cognitiva de uma habilidade física na ausência de movimentos físicos explícitos (MAGILL, 2000). É entendido como o pensar ou o imaginar certos aspectos da habilidade que se está aprendendo, sem envolvimento em qualquer movimento real (SCHMIDT; WRISBERG, 2001).

    Outros termos que aparecem na literatura, referentes ao treino mental são: prática mental, imagem mental, treinamento mental, ensaio mental, visualização, ensaio visual de comportamento motor. Todos os termos referem-se ao mesmo procedimento; assim, par os fins deste estudo, o termo adotado foi ensaio visual de comportamento motor. A atuação do treino mental pode ser adequadamente classificada em dois grupos: as hipóteses fisiológicas e as hipóteses psicológicas (MARQUES; LOMONÂCO, 1992). Entende-se por hipóteses fisiológicas aquelas que atribuem os efeitos do treino mental a fatores orgânicos tais como a estimulação subliminar da musculatura envolvida no movimento ou o despertar sensorial do organismo. Por hipóteses psicológicas entendem-se aquelas que buscam explicar a influência do treino mental recorrendo a fatores tais como motivação do sujeito, capacidade de imaginação ou atenção seletiva.

Metodologia

    A amostra componente do estudo em pauta foi caracterizada por um montante de 36 indivíduos do gênero feminino, integrantes de uma equipe de ginástica olímpica do bairro do Grajaú na cidade do Rio de Janeiro, com idades entre sete e nove anos. Como critérios de inclusão e exclusão, os mesmos não poderão apresentar qualquer distúrbio visual, auditivo, físico ou mental e bom nível de capacidade imaginativa. Pertencentes a uma mesma classe social e com o mesmo quantitativo de treino semanal, visando assim manter a maior homogeneidade possível. Esses indivíduos foram selecionados de um total de 45 atletas, que formavam a já citada equipe, por terem cumprido fielmente toda a metodologia desenvolvida para este estudo e por estar em pleno e mesmo período de treinamento. Todos os participantes foram voluntários, mas mesmo assim solicitou-se, de forma obrigatória, a concordância, por escrito, dos pais ou responsáveis por eles.

    Foram apresentados ao grupo os objetivos e métodos do presente trabalho e pedido a concordância de forma voluntária dos responsáveis legais por cada indivíduo através do preenchimento de um termo de consentimento livre e esclarecido. Vencidas essas etapas foram feitos: um teste de CLEM visando determinar a prevalência hemisférica e de processamento de cada membro do grupo e teste motor específico: capacidade de equilíbrio. Após a conclusão dessa etapa iniciou-se o momento experimental desta pesquisa, onde foi solicitado que os indivíduos chegassem com 10 minutos de antecedência ao treino para que recebessem devidamente sentados ou deitados, da maneira mais confortável possível, os treinamentos de prática mental.

Instrumentos

    A coleta de dados foi realizada a partir da mensuração da potência dos membros inferiores (salto vertical), agilidade e equilíbrio aferido antes do início de uma sessão de treino técnico-físico convencional. Essas medidas serão repetidas ao final de oito semanas de treinamento físico e técnico associado à prática mental para se determinar a relação entre estas aferições e os efeitos da potencialização sobre estas variáveis. Os instrumentos utilizados para coletas dos dados referentes a estas variáveis estão descritos nos tópicos a seguir.

CLEM

    O teste de CLEM (movimento conjugado lateral dos olhos) é correlacionado por parâmetros científicos com índices altamente significativos, comparados aos resultados obtidos através do eletroencefalograma (EEG) e tomografia por emissão pósitrons (PET) (Fairweather e Sdaway, 1994a), com o objetivo de detectar tendências de dominância cerebral em processamentos mentais.

    Para a aplicação do teste de CLEM é necessário que se tenha alguns cuidados para que se possa obter um bom resultado. Deve-se preferir o momento em que o indivíduo a ser testado esteja em condições físicas, mentais e emocionais adequadas ao procedimento e objetivos da testagem, para que se possam evitar distúrbios auditivos, visuais e patologias que indispunham o organismo a testagem e que possam prejudicar a realização das tarefas mentais solicitadas.

Procedimentos de testagem

    O presente teste foi aplicado estando o indivíduo a ser testado sentado em uma cadeira dentro de uma cabine apropriada para o teste, cuja medida é de 2m2, fechado por uma cortina com velcro, tendo o instrutor utilizado uma câmera de vídeo HDD, modelo JVC Elvio, para registrar a reação da direção dos olhos. Trabalharam-se também as questões compatíveis com a natureza de processamento hemisférico direito (HD) e hemisférico esquerdo (HE). Para isso foram aplicadas cinco perguntas analíticas e cinco perguntas espaciais que seguem em anexo. Posteriormente os dados de reação contralateral do movimento dos olhos durante o processamento da resposta registrada com a filmadora foram analisados e assinalados em uma ficha contendo figuras tipo “face de relógio”, que segue em anexo, conforme Brong (1983), citado por Fairwather e Sidaway (1994a).

    Foram reunidos em uma sala todos os indivíduos que iam participar dos testes. A eles foi explicado que o primeiro teste seria de perguntas e respostas com o objetivo de verificar como cada uma das crianças respondia de maneira diferente a determinados tipos de problemas. Esta explicação foi dada de forma randômica, evitando criar um jogo mental lateralizado.

Teste de agilidade motora – Shuttle Run (Johnson & Nelson, 1979)

    Este teste tem o objetivo de medir a habilidade de correr com mudanças de direção do corpo, com idade: dos nove anos até idade universitária e satisfatória para ambos os sexos.

Equipamento e material

    Fita adesiva, blocos de madeira medindo cinco centímetros por centímetros por 10 centímetros e cronômetro.

Procedimentos

    O testando inicia na posição em pé, atrás da linha de partida. Ao ser notificado através do comando “vai”, corre na direção dos blocos, pega um e retorna a linha inicial, colocando o bloco atrás desta linha e repetindo esta movimentação com o outro bloco. São dadas duas chances com um intervalo de descanso entre elas. O resultado é o tempo que for gasto para executar a tarefa. Será computado o melhor tempo nas duas tentativas. Os blocos devem ser colocados no chão e não arremessados. Neste caso o teste será repetido.

Resultados e discussão

    A tabela mostra o número de indivíduos que formaram os grupos, as classificações e resultados obtidos em relação às variáveis: hemisfericidade cerebral e agilidade motora que compuseram este estudo. Resultados estes evidenciam melhoras do grupo A em relação ao grupo controle B.

    Os dados obtidos confirmaram ser de 75% bi-hemisféricos o número de indivíduos da amostragem de ambos os grupos, fato este baseado em ser uma forte tendência para a predominância de um dos hemisférios ou de um modo de processamento, independentemente do tipo de tarefa (BOGEN 1972, FAIRWEATHER e SIDAWAY, 1994).

    Estudos anteriores, realizados por Fairweather e Sidaway (1994), relatam que 25% da população normalmente são hemisféricos-direito ou esquerdo, e 75% são bi-hemisféricos. Estudos desenvolvidos na área da neurociência relatam que o movimento dos olhos associados aos característicos estilos de pensamento, ou seja, processamento mental sugere hemisfericidade direita ou esquerda (MURRAY, 1979 e ROSSI, 2001). Esta preferência de processamento pode ser detectada através do teste de CLEM (movimento conjugado lateral dos olhos).

    Na opinião de Silva (1998), o fenômeno da hemisfericidade é de grande importância e aplicabilidade para a aprendizagem e para o ensino, por considerarem o estereótipo do aprendiz, formulada em função da sua natureza neurológica para aprendê-lo. Para os autores, Murray (1979) e Silva (1998), a metodologia diferenciada para cada indivíduo, segundo sua natureza neurológica, é de fundamental importância para os processos de aprendizagem hábil-motriz e co A literatura científica na área das neurociências mostra através de inúmeros autores, cada vez a vasta gama de aplicações em relação à prática mental e potencialização cerebral em várias áreas do desenvolvimento humano tanto no controle de distúrbios e síndromes relacionadas ao sistema nervoso central quanto à performance e à aprendizagem motora (MARQUES et al, 2005; FREGNI & MARCOLIN, 2004; ROSA, 2003; NASSER et al.; 2002; DEPAULA, 2008; MARQUES et al, 2005; CARDOSO et al.; 2006; CALOMENI et al.; 2007; DA SILVA et al.; 2008).

    Estes dados mostraram que a vivência mental dos gestos aliados aos estímulos motores oferece mudanças no padrão cortical e induzem nos atletas mecanismos neurais e que também o simples fato de ao se imaginar um movimento ou ação ativa os mesmos sítios do cérebro, principais responsáveis por este movimento, ocorrendo inclusive registros de aumento de atividade eletromiográfica nos músculo por todo o processo de mentalização (RODRIGUES et al.; 2003; SINGER apud CASTRO, 2007). Portanto, ao buscar, mentalmente, a ação dos 3 movimentos, as regiões do córtex dos avaliados, responsáveis por processar e modular estes estímulos, provavelmente, foram ativadas fazendo que o corpo reagisse como se estivesse na eminência real destas situações. Outra possibilidade de comparação se dá entre a coleta dos dados do grupo experimental (grupo A) e a coleta do grupo controle (grupo B) demonstra como estas duas situações nos grupos, uma: motora e mental (A) e a outra eminentemente motora (B), elevaram os níveis de performance motora, o que reforça o fato que a vivência mental coloca o corpo em um estado fisiologicamente similar ao que o próprio estaria diante da situação real.

Conclusão

    O movimento imaginado e exercitado mentalmente produziu micro contrações e conseqüentemente uma melhora da coordenação neuromuscular De acordo com Mackay (1981), as unidades musculares são preparadas para a ação durante o treino mental. A produção da atividade elétrica na musculatura envolvida num movimento, como resultado do imaginário do praticante de uma ação, sugeriu que, durante o treino mental, foram ativados os trajetos neuromotores adequados envolvidos na ação. Essa ativação auxiliou a aprendizagem de habilidades ajudando na agilidade motora.

Referências bibliográficas

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