O sexo não influência na precisão e na aplicabilidade da reserva da freqüência cardíaca durante o exercício aeróbico El sexo no influye en la exactitud y la aplicabilidad de la reserva de la frecuencia cardiaca durante el ejercicio aeróbico |
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Centro Universitário Vila Velha – UVV (Brasil) |
Miguel Ângelo Alves dos Santos | Diogo Grativol Venturi Leonardo Raposo Rocha Gomes | Márcio Monteiro Leite |
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Resumo O objetivo principal deste estudo foi avaliar a influência do sexo na precisão e na aplicabilidade da reserva da freqüência cardíaca (FCR) na prescrição de exercício aeróbico nas intensidades de 50% a 80% do consumo máximo de oxigênio (VO2máx). Após a ergoespirometria foi calculada a velocidade de treino correspondente a 50%, 60%, 70% e 80% do VO2R utilizando a equação proposta pelo ACSM para corrida e caminhada em 60 voluntários (30 homens e 30 mulheres) com idade média de 23 ± 3,4 e 21,7 ± 4,1 anos, respectivamente. Após os cálculos, os voluntários realizaram trinta minutos de exercício aeróbico (caminhada ou corrida) numa seqüência aleatória das intensidades com intervalo de 48 horas entre as mesmas. Durante esse período a freqüência cardíaca foi mensurada. Os critérios utilizados para a determinação da precisão da equação foram os seguintes: a) teste “t” de Student; b) avaliação do coeficiente de correlação; c) análise do erro padrão de estimativa. Foi utilizado como nível de significância de p< 0,05. A FC medida foi significativamente maior do que a FCR nas intensidades de 50%, 60% e 80% no grupo masculino (p < 0,05). Na intensidade de 70% apesar da FC medida ter sido 3,4% maior do que a FCR a diferença não foi significativa. No grupo feminino não se observou diferença significativa entre a FCR e a FC medida em todas as intensidades (p < 0,05). A regressão entre a FC medida no exercício aeróbico versus FCR calculada pela FCmáx não coincide com a linha de identidade. O valor médio da interseção (54,1 no grupo masculino e 69,9 no grupo feminino) foi significativamente diferente de 0 (p < 0,0001). O valor médio da inclinação (0,6 no grupo masculino e 0,5 no grupo feminino) foi significativamente diferente de 1 (p < 0,0001). Estes resultados sugerem que a utilização da FCR para prescrição da intensidade do exercício aeróbico deve levar em consideração o nível de aptidão cardiorrespiratória, pois quanto maior a aptidão cardiorrespiratória menor é a precisão da FCR em determinar a FC durante o exercício aeróbico na intensidade entre 50% a 80% da FCR. Unitermos: Exercício aeróbico. Reserva da freqüência cardíaca. Ergoespirometria.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 157 - Junio de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A intensidade do exercício aeróbico pode ser prescrita baseando-se em diferentes indicadores fisiológicos, e o critério de escolha desses indicadores depende do balanço entre a validade, aplicabilidade e praticidade do mesmo. A reserva da freqüência cardíaca (FCR) que é a diferença entre a freqüência cardíaca máxima (FCmáx) menos a freqüência cardíaca de repouso (FCrep) (KARVONEN et al., 1957), tem sido amplamente empregada para a prescrição de exercício aeróbico. Esta equação apresenta um ponto importante que é a utilização da FCmáx medida durante teste de esforço e da FCrep o que converge para o principio da individualidade biológica.
Devido a sua praticidade, esta regressão têm sido amplamente difundida, e muita vezes sua individualidade (especificidade) ignorada, podendo determinar intensidades de esforço, bem diferentes daqueles verdadeiramente almejados. Já que as respostas cardiovasculares durante o exercício aeróbico pode sofrer alteração em função do modo do exercício e do nível de aptidão cardiorrespiratória.
Segundo Swain (1999) a reserva do consumo de oxigênio (VO2R) apresenta uma relação positiva com a FCR para mesma intensidade relativa de esforço independente do nível de aptidão cardiorrespiratória. O ACSM (2007), Swain (1999), Brawner et al. (2002) recomenda a utilização da VO2R, e conseqüente-mente da FCR para prescrição do exercício aeróbico principalmente para as pessoas com um baixo nível de condição física.
Barbosa (2001), verificou a precisão e a relação entre os percentuais (50%, 60%, 70% e 80%) da FCR com os percentuais do consumo máximo de oxigênio (%VO2máx) na prescrição da intensidade de exercícios aeróbicos em 53 universitários do sexo masculino, ativos e com média de idade de 21,3 ± 2,8 anos. Ele observou que a equação FCR apresenta uma baixa precisão para a prescrição de exercícios aeróbicos em indivíduos com características físicas similares a amostra estudada, tendendo a subestimar a capacidade física de indivíduos jovens ativos. Segundo Swain et al (1998) o nível de aptidão aeróbica modifica a relação entre a %VO2máx e a %FCmáx. Nesse estudo, os indivíduos com maior aptidão aeróbica apresentaram durante exercício submáximo (40 – 80% do VO2máx) um percentual da freqüência cardíaca máxima (%FCMax) maior do que os indivíduos de menor aptidão, para um dado %VO2max.
Entretanto, pouco se sabe qual a influência do sexo sobre a relação entre a FCR e os valores da frequência cardíaca (FC) durante o exercício aeróbico prescrito pela reserva do consumo de oxigênio (VO2R). Desta forma, o objetivo dessa pesquisa foi avaliar a influência do sexo na precisão e aplicabilidade da FCR na prescrição de exercício aeróbico nas intensidades de 50% a 80% do VO2R.
Metodologia
Para analisar a influência do sexo na precisão e na aplicabilidade da FCR na prescrição de exercício aeróbico nas intensidades de 50% a 80% do VO2R foi realizado o seguinte desenho experimental:
1º passo: Ergoespirometria com objetivo de medir o consumo de pico de oxigênio (VO2pico).
2º passo: Cálculo da velocidade na esteira ergométrica para as intensidades de 50%, 60%, 70% e 80% do VO2R utilizando a equação metabólica do ACSM (2007).
3º passo: Prática do exercício aeróbico na esteira ergométrica por 30 minutos em cada intensidade com captação do oxigênio e medida da freqüência cardíaca (FC).
4º passo: Comparação entre a FC medida durante o exercício aeróbico com os valores da FCR em cada intensidade e por sexo.
Amostra
Os dados foram coletados de uma amostra de 60 voluntários (30 homens e 30 mulheres), ativos ou sedentários. Cada voluntário foi informado sobre os procedimentos do experimento e suas implicações, tendo o responsável assinado um termo de consentimento para a participação no estudo. Para a entrada no estudo os indivíduos foram submetidos a uma entrevista e uma avaliação médica visando determinar condições físicas adequadas para realização dos testes e aderência ao protocolo experimental. Não foram incluídos indivíduos em uso crônico de qualquer medicação. O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, segundo regulamento 196/1996 do Conselho Nacional de Saúde.
Avaliação funcional
Na avaliação clínica foram obtidos os dados de pressão arterial, FCrep, peso corporal (PC), estatura e espessura de dobras. Foram utilizadas as equações de regressões de Petroski para cálculo da densidade corporal e de Siri para calcular o % de gordura (PETROSKI, 1995). Os testes de avaliação física e as sessões de exercício aeróbico foram realizados em sala climatizada com temperatura entre 20 a 23˚C e umidade relativa do ar entre 60 a 65%. Os voluntários foram orientados a se apresentarem nos testes descansados, alimentados, hidratados e a não realizarem esforço intenso nas últimas 48h. Os testes de avaliação funcional foram realizados sempre no mesmo local e horário do dia (14h às 18h). Para a obtenção dos dados ergoespirométricos foi utilizado o protocolo de Bruce em esteira ergométrica (Super ATL – INBRASPORT, Brasil), as variáveis cardiorrespiratórias VO2, produção de dióxido de carbono (VCO2) e ventilação pulmonar (VE) foram medidas usando um analisador de gases (Aerosport – VO2000, acoplado ao sistema computadorizado, Ergo PC Elite ® versão 2.0). Os dados foram coletados a cada ciclo respiratório e depois transformados para uma média de 10s. A FC foi monitorada por freqüencímetro (Polar – A1). Antes de cada teste, os sistemas de análise do O2 e CO2 foram calibrados usando o ar ambiente como referência. O consumo de oxigênio de pico (VO2pico) foi considerado como maior valor obtido no pico do exercício calculado em médias de 10s. A FC obtida no pico do exercício foi considerada como FCmáx.
Protocolo experimental
Após a ergoespirometria foram calculadas as velocidades na esteira ergométrica por meio das equações metabólicas do ACSM nas intensidades de 50%, 60%, 70% e 80% do VO2R. Após os cálculos os voluntários realizaram 30 minutos de exercício aeróbico na esteira ergométrica em cada intensidade, com um intervalo de recuperação de 48h entre as mesmas. Durante o exercício aeróbico foi medida a FC (Polar – A1) e o VO2 foi captado utilizando o aparelho Aerosport – VO2000. Para a análise dos dados, foi considerada a média da FC e do VO2 entre o 29º e 30º minuto do exercício aeróbico. As sessões de exercício aeróbico ocorreram sempre nos mesmos horários nas 4 sessões, e com as mesmas instruções pré-teste. Antes de cada sessão de exercício aeróbico foi medida a FCrep e a média das 4 sessões foi utilizada para calcular a FCR. Os voluntários foram divididos em 4 grupos compostos por 15 pessoas e a ordem das intensidades do experimento foi balanceada para cada grupo.
Análise estatística
Os critérios utilizados para a determinação da precisão da equação foram: a) teste “t” de Student; b) avaliação do coeficiente de correlação; c) e pelo erro padrão da estimativa da inclinação da reta de regressão linear. O teste t foi utilizado para determinar se a média da interseção era diferente de 0, e a inclinação da reta diferente de 1, e para identificar diferenças significativas na comparação entre os sexos. Foi utilizado como nível de significância de p< 0,05. Os dados são apresentados como média ± desvio padrão (dp). A análise de dados foi realizada no pacote estatístico GB-STAT v 9.0 for Windows..
Resultados
As características antropométricas dos voluntários encontram-se na tabela 1. De acordo com os resultados obtidos, o percentual de gordura foi 53% significativamente menor no homem do que na mulher (p < 0,05). Os valores médios para o PC (29,4%), estatura (8,4%) e IMC (9,8%) foram significativamente maiores no homem do que na mulher (p < 0,05).
Tabela 1. Características físicas dos voluntários
Dados fornecidos como média ± desvio padrão. n = número de indivíduos. IMC = índice de massa corporal. (*)p<0,05 (teste t para amostras independentes, homens vs mulheres).
As respostas metabólicas e cardiovasculares obtidas durante a ergoespirometria encontram-se na tabela 2. O VO2pico foi 47,1% significativamente maior no grupo masculino do que no grupo feminino (p < 0,05). Não houve diferença significativa no valor da FCmáx entre os grupos (p < 0,05).
Tabela 2. Respostas cardiovasculares e metabólicas
da ergoespirometria nos grupos masculino e feminino
Os dados são fornecidos como média ± desvio padrão. VO2pico = consumo de pico de oxigênio; Metsmáx = equivalente
metabólico máximo; FCmáx = freqüência cardíaca máxima. (*)p<0,05 (teste t para amostras independentes, homens vs mulheres).
A comparação entre a FC medida durante o exercício aeróbico com a FCR encontra-se na tabela 3. Verificou-se que a FC medida durante o exercício aeróbico foi significativamente maior do que a FCR nas intensidades de 50%, 60% e 80% no grupo masculino (p < 0,05). Na intensidade de 70% apesar da FC medida ter sido 3,4% maior do que a FCR a diferença não foi significativa. No grupo feminino não se observou diferença significativa em todas as intensidades (p < 0,05). Não foi observada correlação significativa entre a FCR e a FC em todas as intensidades analisadas nos dois grupos.
Tabela 3. Comparação entre a FCR medida pela FCmáxm e a FC medida durante o exercício aeróbico contínuo nas intensidades de 50% a 80% do vo2máx nos grupos masculino e feminino
Durante a regressão linear simples foi utilizado o FCR como variável independente e a FC medida no exercício aeróbico como variável dependente (gráficos 1 e 2). A regressão entre a FC medida no exercício aeróbico versus FCR não coincide com a linha de identidade nos 2 grupos. As regressões obtidas para as diferentes intensidades estão nas tabelas 4 e 5 para o grupo masculino e feminino, respectivamente.
Tabela 4. Regressões obtidas para as diferentes intensidades no grupo masculino
Tabela 5. Regressões obtidas para as diferentes intensidades no grupo feminino
Gráfico 1. Regressão linear entre a FC medida durante o exercício aeróbico com a FCR no grupo masculino
Gráfico 2. Regressão linear entre a FC medida durante o exercício aeróbico com a FCR calculada pela FCmáx no grupo feminino
Discussão
O objetivo dessa pesquisa foi avaliar a influência do sexo na precisão e aplicabilidade da FCR na prescrição de exercício aeróbico nas intensidades de 50% a 80% do VO2R. Somente foi observado diferença significativa entre a FCR e FC durante o exercício aeróbico no grupo feminino, e a correlação entre essas variáveis não foi significativa em todas as intensidades pesquisadas nos dois grupos.
Ao comparar a FCR com a FC medida durante o exercício aeróbico observou-se que a FC medida foi significativamente maior do que a FCR nas intensidades de 50%, 60% e 80% no grupo masculino (p < 0,05). Na intensidade de 70% apesar da FC medida ter sido 3,4% maior do que a FCR, a diferença não foi significativa. Resultados similares foram encontrados por Barbosa (2001), que observou baixa precisão da FCR para a prescrição de exercícios aeróbicos em indivíduos do sexo masculino e ativos. Mikko et al. (1998), relata que indivíduos com uma aptidão cardiorrespiratória mais elevada apresentam uma modulação vagal significativa-mente mais alta. Já Goldsmith et al. (1992), relataram um maior predomínio do sistema parassimpático em indivíduos treinados em relação a indivíduos sedentários. Yamamoto et al. (1991) e Breuer et al. (1993), observaram diminuição do controle nervoso parassimpático no coração até o limiar anaeróbico e aumento do controle nervoso simpático em intensidade acima do limiar anaeróbico. A hiperventilação e a vasodilatação periférica (RIMOLDI, et al., 1992), além das alterações intrínsecas ao músculo cardíaco (BERNARDI, et al., 1990), podem também modular a FC durante o exercício. Dessa forma quanto maior a condição cardiorrespiratória maior é a tendência da FCR em subestimar a FC adequada para o exercício aeróbico devido à menor FCrep. Este comportamento é coerente com os resultados relatados por Belman e Gaesser (1991), Swain e Leutholtz (1997) e Swain et al. (1998). O ponto divergente encontrado entre este estudo e o de Swain et al. (1998), está na correlação encontrada. Em seu estudo Swain et al. (1998), encontrou correlação de r = 0,99 com uma intercessão significativa e diferente de 0 (p < 0,05), enquanto que no presente estudo, não foram encontradas correlações tão altas (r = 0,39 a 0,54 no grupo masculino e r = 0,44 a 0,65 no grupo feminino). Tal diferença deveu-se, possivelmente, ao objetivo do experimento, onde este procurou verificar a relação entre as diferentes intensidades para a prescrição do exercício aeróbico, enquanto Swain e Leutholtz (1997) e Swain et al. (1998), teve como objetivo correlacionar todos os valores percentuais do VO2máx com os percentuais da FCR. Além disso, a média de idade da amostra estudada por Swain e Leutholtz (1997) foi de 30 ± 1,0 anos e Swain et al. (1998), foi de 26 ± 1,0 anos, em comparação a 23,0 ± 3,4 (sexo masculino) e 21,7 ± 4,0 (sexo feminino), neste estudo, essas diferenças são fatores relevantes que podem influenciar os resultados.
No grupo feminino não se observou diferença significativa entre a FCR e a FC medida em todas as intensidades (p < 0,05). Apesar de não haver diferença significativa a FC medida foi em média 2,5% maior do que a FCR. Esse resultado pode ser devido ao menor nível de condição física observada neste grupo, e isso pode ter sido causado uma acidose metabólica precoce em intensidade menor durante o exercício aeróbico, ou pela influência dos aspectos da termorregulação (desvio cardiovascular), citado por Coyle e Alonso (2001). Segundo Brandão et al. (1993), a velocidade de enchimento e esvaziamento ventricular esquerdo já no limiar anaeróbico aumentava significativamente demonstrando que, a partir de um certo ponto do exercício, os períodos destinados às fases diastólica e sistólica são drasticamente reduzidos. Um outro ponto que pode ter influenciado na resposta cardiorrespiratória, segundo Ichiro et al. (1998), estaria ligado aos proprioceptores nas articulações e à estimulação do sistema vestibular para a manutenção do equilíbrio, levando à variação na freqüência cardíaca em intensidades mais baixas. Essa hipótese é levantada em virtude de muitos indivíduos utilizados neste experimento não serem habituados a se exercitarem em esteira. Segundo Barros (1996), Negrão e Barreto (1998), as descargas aferentes das terminações nervosas, localizadas na musculatura, provocam ações reflexas de ajuste cardiovascular durante o exercício físico. As possíveis terminações envolvidas seriam fibras de pequeno diâmetro dos grupos III e IV aferentes originadas na musculatura, podendo ser ativadas, mecanicamente e/ou metabolicamente, tendo uma relação com a intensidade e o nível da atividade metabólica na musculatura. Além disso, durante o exercício físico, terminações nervosas sensíveis às modificações metabólicas (metabolorreceptores musculares) modulam o aumento da resposta simpática eferente, desta forma, aumentando a resistência vascular periférica nas regiões inativas (NEGRÃO; BARRETO, 1998).
A regressão entre a FC medida no exercício aeróbico versus FCR não coincide com a linha de identidade. O valor médio da interseção (54,1 no grupo masculino e 69,9 no grupo feminino) foi significativamente diferente de 0 (p < 0, 0001). O valor médio da inclinação (0,6 no grupo masculino e 0,5 no grupo feminino) foi significativamente diferente de 1 (p < 0, 0001). Sendo assim, a diferença significativa observada entre a FCR e a FC no grupo feminino parece ser devida a menor aptidão cardiorrespiratória nesse grupo (p < 0,05), pois segundo Swain et al (1994) e (1998) os indivíduos com menor aptidão aeróbica apresentaram durante exercício submáximo (40 – 80% do VO2máx) um % da FCmáx maior do que os indivíduos de menor aptidão, para um dado %VO2max.
Conclusão
A freqüência cardíaca medida durante o exercício aeróbico foi significativamente menor do que a FCR nas intensidades de 50%, 60% e 80% do VO2R no grupo masculino (maior aptidão cardiorrespiratória). Não foi observada diferença significativa no grupo feminino (menor aptidão cardiorrespiratória). Estes resultados sugerem que a utilização da FCR para prescrição da intensidade do exercício aeróbico deve levar em consideração o nível de aptidão cardiorrespiratória, pois quanto maior a aptidão cardiorrespiratória menor é a precisão da FCR em determinar a FC durante o exercício aeróbico nas intensidade entre 50% a 80% da FCR.
Referências
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