Fatores motivacionais nas aulas de Educação Física Escolar Factores motivacionales en las clases de Educación Física |
|||
*Doctorando en la Universidad de Córdoba, ES en Estudios Avanzados en la Actividad Física y el Deporte **Académico del Educación Física en la Universidade do Sul de Santa Catarina ***Doctor y profesor en la Universidade Federal do Rio Grande do Sul ****Director del laboratorio Morfológicas del Deporte en la Universidad de Córdoba, ES (Brasil y Espanha) |
Richard Ferreira Sene* Daniel Silvestri** Adroaldo Cezar de Araujo Gaya*** José Luis Lancho Alonso**** |
|
|
Resumo Entende-se que a motivação é determinante para qualquer ação humana. No esporte não é diferente, a descoberta de que fatores motivacionais são primordiais e impulsionam os desportistas também. A partir dessas afirmações verifica-se a importância da identificação do que mais motiva as crianças e adolescentes à prática desportiva. Assim, o presente estudo teve como objetivo identificar quais motivos as crianças e adolescentes à prática desportiva. Essa pesquisa se caracterizou como empírica, ou seja, que se apóia exclusivamente na experiência e na observação codificando dados de uma realidade social. A amostra foi composta por 101 escolares (55 meninos e 46 meninas) entre 10 e 17 anos de idade. O instrumento utilizado foi o Inventário de Motivação para Prática Desportiva, de Gaya e Cardoso (1998), constituído por 19 questões objetivas, fracionadas em 3 dimensões nas quais identificam-se: competência desportiva, saúde e amizade/lazer. Na análise estatística, verificaram-se as médias, desvios padrões e distribuição percentual de respostas. Os resultados indicaram que foram considerados mais importantes os fatores associados à saúde para motivação para a prática desportiva. Sendo as variáveis menos valorizadas para a prática desportiva “encontrar os amigos” e “brincar”, relacionadas todas relacionadas à dimensão amizade/lazer. Unitermos: Escolares. Fatores motivacionais. Prática desportiva.
|
|||
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 157 - Junio de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
1 / 1
Introdução
Diversos estudos relatam sobre o reconhecimento que a prática desportiva traz às crianças e aos adolescentes benefícios de suma importância para o desenvolvimento de suas capacidades físicas e psíquicas. A escola tem um papel fundamental não apenas de inserir e dar suporte a estas atividades; mas também de estimular, de motivar os jovens a realizarem tais práticas.
Infelizmente nem todas as instituições cumprem este papel; seja por negligência, falta de recurso entre outros. A motivação para a iniciação à prática desportiva não depende somente dos estímulos de âmbito escolar, mas também de um conjunto de fatores motivacionais, sendo eles físicos, psicológicos, emocionais, externos e internos.
“Nas últimas décadas estima-se que cerca de 25 milhões de crianças ingressaram em alguma modalidade esportiva em todo o mundo” (SENE, 2005 apud WEINBERG; GOULD, 1995, p. 08).
“O ato de praticar esportes em suas diferentes especificidades exige de crianças e adolescentes um alto desenvolvimento de suas funções, qualidades e estados psíquicos para permanência no processo de preparação e competição desportiva”. (INTERDONATO, MIARKA, OLIVEIRA & GORGATTI 2008). “O esporte é fortemente direcionado para o alcance de metas pelo sentido e intensidade dos esforços”. (INTERDONATO, MIARKA, OLIVEIRA & GORGATTI 2008).
Desde os anos sessenta, a motivação para a participação no ambiente esportivo tem sido um dos tópicos mais analisados na área da psicologia do esporte infanto-juvenil, procurando identificar os fatores que levam crianças e adolescentes a iniciar, continuar e desistir do envolvimento em atividades físicas e esportivas. A participação inicial das crianças no esporte competitivo envolve fatores diversos, que, em alguns pontos, diferem conforme os gêneros. Contudo, muitas semelhanças são encontradas pelos autores (KNIJNIK; GREGUOL; SANTOS, 2005).
Knijnik, Greguol e Santos (2005) consideram três fatores como os principais responsáveis pelo início da prática esportiva por crianças: a) modelo e reforço de parentes e professores; b) oportunidade de se envolver e demonstrar habilidades motoras competentes; c) atributos que variam do sexo, raça, classe social, etc. Segundo Sene (2005), existem outros fatores sendo estes paralelos aos citados que também aparecem como motivos para o ingresso na prática desportiva voltados principalmente à interação com os demais colegas.
Segundo Verardi & DeMarco (2008), durante os jogos as crianças e adolescentes apresentam maior alegria e prazer quanto maior for a participação efetiva de seus pais. Verardi e DeMarco (2008), afirmam que, “a criança pode almejar certas realizações não pelo prazer da perícia, mas a fim de obter a aprovação parental”. A aprovação dos pais com sinais positivos após a realização de jogadas complexas são eficazes geradores de prazer fazendo com que estes jovens tenham entusiasmo por realizarem jogadas ainda mais complexas. “Na sociedade atual, percebe-se que os pais incentivam seus filhos a prática esportiva, com ênfase na competição. Principalmente naquela que acarretará a vitória e a divulgação do feito”. (VERARDI & DE MARCO, 2008).
Objetiva-se com este estudo, obter resultados norteadores para contribuir na elaboração de mecanismos estratégicos para o processo ensino – aprendizagem; visando uma otimização das aulas de educação física.
Justificativa
Geralmente a criança é vista como um esportista, na visão geral da literatura. Sendo assim, buscam-se inúmeras formas para que as crianças apresentem um alto grau de rendimento no esporte e sempre se tenta achar nelas um indicador de “performance” e uma forma de otimizá-la. A prontidão esportiva preocupa treinadores e pesquisadores. Sob esse ponto de vista, trabalha-se a criança com uma adequação do seu nível de maturação de acordo com as exigências da modalidade (MALINA, 1984).
Saber o que move uma criança a desenvolver suas potencialidades físicas através da prática desportiva é de extrema importância para se ir além dos limites das quadras e ginásios desportivos. De onde vem, como vem e principalmente como se instala esta força propulsora no jovem em busca de mecanismos para canalizá-la.
Objetivos
Objetivo geral
Verificar o nível motivacional das crianças para a prática desportiva e relacionar segundo o gênero.
Objetivos específicos
Verificar os motivos segundo as dimensões de amizade/lazer, competência desportiva e saúde segundo o gênero;
Verificar a freqüência de importância dos fatores motivacionais em relação as dimensões acimas;
Identificar quais os principais motivos dos escolares relacionados à prática desportiva.
Métodos
Tipo de pesquisa
Segundo Demo (1989 apud Andrade 2004) relata que o tipo de pesquisa adotado no presente estudo se caracteriza como empírica, pois se dedica a codificar a dimensão de dados de uma realidade social.
Quanto à natureza esse estudo se caracteriza como um trabalho científico original, e quanto aos seus objetivos busca descrever, observar, analisar, registrar, classificar e interpretar dados sem interferir sobre eles. Quanto aos seus procedimentos se caracteriza como um estudo de campo, pois a coleta de dados ocorreu em campo para a coleta de dados. (ANDRADE, 2004 e GAYA ET AL, 2008)
Amostra e local
Neste estudo, 101 crianças e adolescentes escolares entre 10 e 17 anos de ambos os sexos matriculados e freqüentando a Escola Municipal Ensino Básico Manoel Rufino Francisco localizado na Rua Correa de Souza no Bairro Passagem sob o CEP 88706-530 localizado na cidade de Tubarão SC/Brasil, participaram da pesquisa.
Instrumento e materiais
Tem-se como instrumento para contemplar os objetivos de identificar os motivos para a prática desportiva, esclarecendo as possíveis relações com as variáveis: motivação e sexo.
Para a identificação dos principais fatores motivacionais foi utilizado o Inventário de Motivação para a Prática Esportiva (Cardoso e Gaya, 1998) conforme anexo (A), o referido instrumento foi testado em sua validade e fidedignidade para escolares brasileiros pelos autores (conforme artigo na Revista Perfil, Editora UFRGS, Ano 2, Nº1, Porto Alegre). O instrumento mede os fatores motivacionais em três categorias Fatores relacionados à competência desportiva, à saúde e ao lazer/amizade. Por outro lado foi utilizada uma escala Lickert de cinco (5) pontos para que o instrumento possibilitasse medir os níveis de motivação em cada fator. E, posteriormente, para a delimitação das três dimensões: (a) fatores relacionados à competência desportiva, (b) fatores relacionados à amizade e lazer; (c) fatores relacionados à saúde, valemo-nos de um estudo piloto com de técnica de abordagem exploratória. A partir das respostas livres, constituiu-se um questionário de escala somativa ou aditiva com 5 níveis de respostas: ((1) nada importante; (2) pouco importante; (3) indiferente; (4) importante e (5) muito importante, composta por 19 questões conforme Anexo 1).
Com base nas análises de fator e de consistência interna, os fatores de motivação para a prática desportiva configuraram-se da seguinte forma:
Fator 1 – Aspectos relativos à competência desportiva
Para vencer
Para ser o melhor no esporte
Porque eu gosto
Para competir
Para desenvolver habilidades
Para ser jogador quando crescer
Para ser um atleta
Fator 2 – Aspectos relativos à amizade e o lazer
Para brincar
Para encontrar os amigos
Para me divertir
Para fazer novos amigos
Fator 3 – Aspectos relativos à saúde
Para exercitar-se
Para manter a saúde
Para desenvolver a musculatura
Para ter bom aspecto
Para manter o corpo em forma
Procedimentos
As principais etapas do presente estudo foram:
1ª. Autorização da secretaria de educação municipal da cidade de Tubarão/SC com a declaração de envolvimento das instituições;
2ª Contato com a referida unidade escolar (direção e professores);
3ª Assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) pelos responsáveis dos escolares participantes da amostra. Lembrando que os pesquisadores no desenvolvimento do referido projeto de pesquisa, cumpriram os termos da resolução 196/96 e 251/97 do Conselho Nacional de Saúde;
4ª Após todas as autorizações concluídas iniciou-se a aplicação do inventário.
Análise dos resultados
Para a descrição do perfil dos grupos analisados, em relação ao gênero, se utilizou a estatística descritiva, apresentando as médias e desvios padrões. Os resultados foram apresentados da seguinte forma:
Apresentação das médias e desvios padrões de uma forma geral, ou seja, fatores mais importantes aos menos importantes (forma decrescente de importância). Logo após a freqüência encontrada em cada nível de importância nos motivos (nada importante, pouco importante, indiferente, importante e muito importante). E, por fim, o gráfico das médias encontradas de cada dimensão motivacional contida no inventário: Competência desportiva, amizade/lazer e saúde.
Após essa apresentação foram realizados da mesma forma segundo o gênero da amostra (masculino e feminino).
Resultados
Após a análise dos resultados obtidos através do estudo de campo realizado na Escola Municipal Ensino Básico Manoel Rufino obteve-se o percentual dos níveis de importância de cada fator motivacional dos alunos para prática desportiva.
Tabela 1. Média e desvios padrões de cada fator motivacional em ordem decrescente
Tomando-se como base o percentual e média encontrada dos fatores motivacionais, constantes da tabela acima, pode-se afirmar que manter a saúde é o fator preponderante, atingindo a média de 4,51 (quatro vírgula cinqüenta e um), seguido do fator corpo em forma com uma média de 4,18 (quatro vírgula dezoito). Exercitar-se, é o fator motivacional que vem em terceiro lugar, atingindo o patamar de 4,12 (quatro vírgula doze). Sendo que desenvolver habilidades atingiu a média 4,04 (quatro vírgula quatro) e eu gosto 3,9 (três vírgula noventa). Os próximos fatores que aparecem na tabela são divertir e novos esportes e ambos alcançaram 3,79 (três vírgula setenta e nove). Seguindo na ordem decrescente dos fatores mais valorizados temos musculatura com 3,76 (três vírgula setenta e seis), vencer com 3,63 (três vírgula sessenta e três), ser atleta com 3,60 (três vírgula sessenta), bom aspecto com 3,59 (três vírgula cinquenta e nove) e ser o melhor com 3,50% (três vírgula cinqüenta). Esses fatores são considerados importantes como motivos para a prática desportiva. Por fim, ainda com base na referida tabela, constata-se que os fatores considerados menos importantes para o público pesquisado são: fazer amigos com 3,49 (três vírgula quarenta e nove), ser jogador com 3,47 (três vírgula quarenta e sete), encontrar amigos com 3,42 (três vírgula quarenta e dois), competir 3,28 (três vírgula vinte e oito), emagrecer com 3,05 (três vírgula cinco) e, por último, brincar com 2,97 (dois vírgula noventa e sete).
A seguir, na tabela 2, veremos a freqüência de valorização da prática desportiva, encontrada na amostra geral.
Tabela 2. Freqüência de valorização encontrada na amostra em geral.
Extrai-se da Tabela 2 acima, que 60,4% (sessenta vírgula quatro porcentual) do público pesquisado considera importante ou muito importante os fatores motivacionais para a prática desportiva.
Diante disso, verifica-se o nível motivacional dos alunos que responderam o questionário.
Abaixo o gráfico identificando as médias encontradas em cada dimensão.
Gráfico 1. Média dos fatores motivacionais por dimensão da amostra geral.
Fonte: Elaboração dos Autores (2010)
Conforme gráfico acima os fatores mais valorizados são aqueles relacionados com a saúde. Estes obtiveram uma média de 4,04 (quatro vírgula zero quatro), ou seja, este fator é considerado pela amostra em geral, independente de sexo, como uma dimensão importante. Seguido pela competência desportiva com a média de 3,63 (três vírgula sessenta e três) e por ultimo fatores relacionada à amizade e lazer com uma média de 3,42 (três vírgula quarenta e dois). E consequentemente esses fatores são menos valorizados pela amostra.
Este resultado equipara-se com os encontrados nos estudos de Cardoso e Gaya (1998), construtores do inventário. Onde os mesmos encontraram valores parecidos com os da amostra pesquisada. Segundo os autores, os fatores relacionados com a saúde, seguidos de competência desportiva e amizade e lazer encontram-se na ordem de priori dos alunos praticantes de Educação Física Escolar estudados por eles, independente de idade ou gênero.
A seguir poderemos visualizar as médias dos fatores motivacionais preponderantes levando-se em conta o gênero do aluno.
Primeiramente, conforme a Tabela 3 poderá verificar os resultados considerando-se os alunos do sexo feminino.
Tabela 3. Médias e desvios padrões dos fatores motivacionais dos alunos do sexo feminino
Da mesma forma que ocorre no exame da amostra geral, ou seja, independentemente de gênero, o fator motivacional primordial para prática desportiva entre os alunos do sexo feminino é fatores relacionados à saúde. Observa-se que o fator manter a saúde atingiu a média de 4,43 (quatro vírgula quarenta e três). Em seguida veio o fator corpo em forma com 4,15 (quatro vírgula quinze). Exercitar-se, também a exemplo da amostra geral, é o fator motivacional que vem em terceiro lugar, atingindo 4,13 (quatro vírgula treze). As primeiras particularidades relacionadas ao gênero feminino aparecem na quarta colocação, haja visto que para as alunas a média do fator eu gosto foi 3,87 (três vírgula oitenta e sete) e ocupou o quarto lugar e desenvolver as habilidades veio em quinto com 3,85 (três vírgula oitenta e cinco). Os fatores seguintes são novos esportes alcançando média de 3,83 (três vírgula oitenta e três) e divertimento com média de 3,76 (três vírgula setenta e seis). Seguindo na ordem decrescente dos fatores mais valorizados temos vencer com 3,63 (três vírgula sessenta e três), desenvolver musculatura com média 3,61 (três vírgula sessenta e um), ser o melhor com 3,59 (três vírgula cinqüenta e nove), ter bom aspecto com média de 3,52 (três vírgula cinqüenta e dois) e ser atleta com 3,50 (três vírgula cinqüenta). Os fatores considerados menos importantes para as meninas em ordem decrescente são: fazer amigos com 3,46 (três vírgula quarenta), ser jogador com 3,46 (três vírgula quarenta e seis), emagrecer com 3,41 (três vírgula quarenta e um), encontrar amigos com 3,37 (três vírgula trinta e sete), não ficar em casa 3,20 (três vírgula vinte), competir com 3,11 (três vírgula onze) e, por último, brincar com média de 2,80 (dois vírgula oitenta).
Podemos verificar nos três primeiros fatores aspectos relacionados à saúde como prioritários e motivantes para a prática de educação física, bem como os encontrados no estudos de Firmino et al (2010) onde praticantes do sexo feminino tem como aspectos relacionados com a saúde como principais incentivadores para a prática desportiva.
Abaixo poderemos verificar o gráfico dos fatores motivacionais por dimensão no que tange ao sexo feminino.
Gráfico 2. Média dos fatores motivacionais por dimensão sexo feminino.
Fonte: Elaboração dos Autores (2010)
Infere-se do gráfico acima, que os fatores mais valorizados para os entrevistados do sexo feminino são aqueles relacionados com a saúde. Estes obtiveram uma média de 3,97 (três vírgula noventa e sete), ou seja, este fator é considerado como uma dimensão importante. Seguido pela competência desportiva com a média de 3,57 (três vírgula cinqüenta e sete) e por último, menos valorizados fatores relacionados a amizade e lazer com uma média de 3,35 (três vírgula trinta e cinco).
Assim, verifica-se que no exame dos fatores motivacionais por dimensão e gênero (feminino), no que se refere exclusivamente às alunas os resultados seguiram o padrão da amostra geral, ou melhor, que os fatores determinantes para a motivação da prática desportiva, no que tange às crianças e adolescentes do sexo feminino são aqueles relacionados à saúde.
Com isso, vêm de encontro aos resultados encontrados por Cardoso e Gaya (1998), construtores do inventário.
Tabela 4. Freqüência encontrada na valorização na amostra feminina
Concernente à importância da motivação para prática desportiva, 58,70% (cinqüenta e oito vírgula setenta por cento) das entrevistadas julgou importante ou muito importante. Ou seja, grande parte das alunas entrevistadas considera importante os fatores motivacionais para a prática desportiva.
Em seguida, observaremos os resultados obtidos exclusivamente com os entrevistados do sexo masculino.
Tabela 5. Percentual dos níveis de importância da motivação dos alunos do sexo masculino
No que concerne aos alunos do sexo masculino, o fator motivacional manter a saúde permaneceu em primeiro lugar na escala de importância para a prática desportiva, com uma média de 4,58 (quatro vírgula cinqüenta e oito). O segundo elemento a aparecer na tabela, seguindo a tendência das Tabelas anteriormente analisadas, é manter o corpo em forma com 4,22 (quatro vírgula vinte e dois).
Diferentemente do que ocorreu nos resultados encontrados para as alunas, o terceiro fator em grau de relevância para os meninos é desenvolver as habilidades com 4,20 (quatro vírgula vinte), seguidos de exercitar-se com 4,13 (quatro vírgula treze).
Os próximos fatores que surgem na tabela em ordem decrescente são: eu gosto com 3,93 (três vírgula noventa e três), musculatura com 3,89 (três vírgula oitenta e nove), divertir com 3,82 (três vírgula oitenta e dois), novos esportes com 3,76 (três vírgula setenta e seis), ser atleta com 3,69 (três vírgula sessenta e nove), vencer com 3,64 (três vírgula sessenta e quatro), ter bom aspecto com 3,65 (três vírgula sessenta e cinco) e fazer amigos com 3,51 (três vírgula cinqüenta e um).
Os fatores que têm menos importância para os alunos do sexo masculino são: ser jogador com 3,47 (três vírgula quarenta e sete), encontrar amigos com 3,45 (três vírgula quarenta e cinco), ser o melhor com 3,42 (três vírgula quarenta e dois), competir 3,42 (três vírgula quarenta e dois), não ficar em casa com 3,35 (três vírgula trinta e cinco) e brincar com 3,11 (três vírgula onze).
Note-se que emagrecer aparece em último lugar, ou seja, 19º (décimo nono), diverso do que ocorre em relação às entrevistadas, para as quais esse fator ocupa a 15ª (décima quinta) colocação na Tabela. Tal situação se deu, muito provavelmente, pelo fato notório de que as meninas, em sua grande maioria, se preocupam mais que os meninos com questões estéticas ou ainda, relacionadas com a aparência física.
Abaixo, é possível verificar por meio do gráfico os fatores motivacionais por dimensão obtidos pela análise dos resultados dos entrevistados do sexo masculino.
Gráfico 3. Média dos fatores motivacionais por dimensão sexo masculino.
Fonte: Elaboração dos Autores (2010)
Quanto às informações obtidas junto aos alunos do gênero masculino, como se denota do gráfico acima, estas convalidam os resultados obtidos Cardoso e Gaya (1998), pois os fatores reconhecidos como mais importantes para são aqueles relacionados com a saúde, os quais atingiram uma média de 4,09 (quatro vírgula zero nove). A competência desportiva veio em seguida com média de 3,68 (três vírgula sessenta e oito). E, por último, igualmente seguindo o padrão das pesquisas realizadas por Cardoso e Gaya (1998) fatores relacionados a amizade e lazer com uma média de 3,47 (três vírgula quarenta e sete). .
Segue abaixo a tabela que representa a freqüência do nível motivacional individual para os alunos do sexo masculino entrevistados no presente estudo de campo.
Tabela 06. Freqüência nível motivacional individual dos alunos do sexo masculino.
No que se refere à importância da motivação para prática desportiva, 61,82% (sessenta e um vírgula oitenta e dois por cento) dos alunos do sexo masculino reputou importante ou muito importante.
Assim, a exemplo do que ocorreram com os entrevistados do gênero feminino, os fatores motivacionais foram considerados relevantes para a prática desportiva.
Conclusão
Através dos resultados obtidos podemos concluir que:
O nível motivacional dos alunos é considerado bom, pois obtivemos médias próximas de 5, o que é considerado como muito importante para as dimensões saúde e competência desportiva. Assim como a média encontrada na amostra de sexo masculino apresenta-se acima das médias encontradas no sexo feminino é correto afirmar que os meninos são mais motivados que as meninas;
Fatores relacionados à saúde foram mais significativos, seguidos daqueles ligados à competência desportiva e, por último, os fatores relacionados à amizade/lazer não havendo diferenciação conforme o gênero entrevistado. Isso é afirmar que o gênero não interferiu na amostra pesquisada;
Fatores relacionados como fatores manter a saúde, gostar, desenvolver habilidades, exercitar-se são considerados importantes pelos escolares de ambos os sexos.
Referências
ANDRADE, m. m. Como preparar trabalhos para cursos de pós-graduação: noções práticas. 6ª Ed. São Paulo: Atlas, 2004.
FERMINO, Rogério César; PEZZINI, Mariana Ramos; REIS, Rodrigo Siqueira. Motivos para prática de atividade física e imagem corporal em freqüentadores de academia. Rev Bras Med Esporte, Niterói, v. 16, n. 1, fev. 2010.
GAYA, A. & CARDOSO, M. Os fatores motivacionais para a prática desportiva e suas relações com o sexo, idade e níveis de desempenho esportivo. Revista Perfil, Editora UFRGS, Ano 2, Nº1, Porto Alegre, 1998
GAYA, A. ET AL. Ciências do movimento humano: introdução a metodologia da pesquisa. Porto Alegre. Artmed, 2008.
GOULD, D.; WEISS, M. R. Understanding attrition in children’s. Advances in pediatric sport sciences, Human Kinetics, Champaign II.: 1987
INTERNODATO Giovanna Carla; MIARKA Bianca; OLIVEIRA Arli Ramos de; GORGATTI Márcia Greguol. Fatores motivacionais de atletas para a prática esportiva. Motriz, Rio Claro, v.14 n.1 p.63-66, jan./mar. 2008.
MACHADO, A. A. Ansiedade em atletas jovens: um estudo de caso. In: Simpósio Internacional de Psicologia do Esporte, 1, 2001, São Paulo. Anais... São Paulo: EEFE/USP, 2001. p.5-20.
MACHADO, A. A. Importância da Motivação para o Movimento Humano. In: Perspectivas Interdisciplinares em Educação Física. S.B.D.E.F. 1995.
MACHADO, A. A. Importância da Motivação para o Movimento Humano. In: Perspectivas Interdisciplinares em Educação Física. S.B.D.E.F. 1995.
MAGGIL, R. A. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. São Paulo: Editora Bles Cher, 1984.
MARQUES, Marcio Geller. Psicologia do esporte em que os atletas acreditam. Canoas: Ulbra, 2003.
PAIM, M. C. C. Voleibol, que fatores motivacionais levam a sua prática? Revista Digital - Buenos Aires - Año 9 - N° 61 - Junio de 2003. http://www.efdeportes.com/efd61/volei.htm
PRESOTO, D. Iniciação esportiva: seu redimensionamento psicológico. In: BURITI, M. A. (Org.). Psicologia do esporte. 2. ed. Campinas: Alínea, 2001. p. 19-48.
RUBIO, K. Psicologia do esporte. Interfaces, pesquisa e intervenção.1ª. Ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000.
SENE, R.F. Factores de motivación y desmotivación de los escolares que entrenan natación. (Práctica o abandono de un programa de Entrenamiento). Disertación del master. Universidad de Córdoba, 2005.
VERARDI Carlos Eduardo Lopes; DE MARCO Ademir. Iniciação esportiva: a influência de pais, professores e técnicos. Revista eletrônica da Escola de Educação Física e Desportos – UFRJ, v. 4, n. 2, Julho / Dezembro 2008.
WEINBERG, R. S.; GOULD, D. Fundamentos da Psicologia do Esporte e do Exercício. Porto Alegre: Artmed, 2001.
Outros artigos em Portugués
Búsqueda personalizada
|
|
EFDeportes.com, Revista Digital · Año 16 · N° 157 | Buenos Aires,
Junio de 2011 |